JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA - As fotos de António Variações foram extra~idas da Net, onde nem sempre é fácil saber-se quem fez os registos. - Outras dos álbuns - Os meus agradecimentos aos seus autores C
JTM - ANTÓNIO VARIAÇÕES,- Você que é cabeleireiro e também artista: por que é que não envereda pela carreira artistica? - - Eu quero!..... Isso, para mim, está cima de tudo!
Agora, que se está a desenhar uma carreira, vou agarrá-la o mais que eu puder, claro!-
UMA VIDA BREVE MAS INTENSA E
CHEIA DE EMOÇÕES - Chamou a si o apelido artístico
de António Variações - De seu nome completo,
António Joaquim Rodrigues Ribeiro, filho de camponeses minhotos – Nascido
na aldeia Lugar do Pilar, freguesia de Fiscal em 3 de
Dezembro de 1944, tal como muitas crianças da sua em 1957, partiu para a capital para se lançar na
vida - Tal como sucedeu a quem não tinha
posses para estudar ou não era aceite no seminário - Donde fui exluido ao cabo de 2 meses depois de uma dura experiências de marçano em Lisboa-
PERDEU-SE DA CANÇÃO PORTUGUESA, UM LEGÍTIMO SUCESSOR DA AMÁLIA RODRIGUES - AOS 40 ANOS
A sua voz era
calorosa e genuinamente Lusa, com as tonalidades da alegria minhota - Se a morte, o não tivesse levado tão cedo,
poderia ter hoje a projeção de Amália Rodrigues, de que se confessava grande admirador tendo-lhe dedicado um dos seus mais populares temas musicais
Conheci-o,
pela primeira vez, num espetáculo noturno do Ritz Club, na Rua da Glória, quando ainda ensaiava os caminhos da fama - E
também o visitei na sua barbearia, tendo aproveitado para cortar o cabelo, que, geralmente, me era cortado por outro famoso cabeleiro, o Zé Carlos, numa loja do Hotel
Sheraton, Metro de Picoas, em Lisboa - Sim, porque, antes cuidar da imagem que desbaratar o salário em álcool ou em pópós - Que não tenho.
Era mais velho um ano, que eu - Falámos da nossa adolescência: ambos fomos marçanos nas velhas mercearias de Lisboa - E, pelos vistos, ainda crianças - Tal como recordo neste ideo e em http://www.odisseiasnosmares.com/2019/10/lisboa-dos-anos-50-marcano-aos-12.html
O tópico amolador na Calçada de Santana, onde aos 12 anos ali ouvia vários pregões.
ANTÓNIO VARIAÇÕES - A GRANDE ATRAÇÃO DE UMA "NOITE TROPICAL", EM NOITE FRIA DE DEZEMBRO DE 1982 - Num ambiente de personagens burlescas, entre a alegoria ultramoderna e o fantasgórico: onde predominavam as cores brancas e negras - Algumas assumidamente dráculas ou travestidas de andorinhas - Mas, onde a sua presença ainda mais se destacava, tanto pela voz como pela sua imagem simpática, sigular e que nunca descaía para a banalidade e o trivial rídiculo.
Do lado direito - O Busto na terra natal de António Variações - Foto registada pelo poeta e declamador Euclides Cavaco, quando ali fez a apresentação dum livro na terra Natal do Variações
Do lado direito - O Busto na terra natal de António Variações - Foto registada pelo poeta e declamador Euclides Cavaco, quando ali fez a apresentação dum livro na terra Natal do Variações
"Gosto!... Não tanto como
gostaria, porque tenho outras atividades durante o dia e um horário a
cumprir, que não dá para grandes noitadas!... Tenho de estar de manhã acordado!..
JTM – António Variações:
você apresentou aqui alguns temas que ainda não foram apresentados em disco
A. V. - Três temas que hoje aqui
apresentei vão ser incluídos no meu próximo álbum em 3 de Fevereiro de 83: é o
tema que eu dedico a Amália, que se chama Voz-Amália-de-Nós,
outro que se vai chamar “Nostradamus” e
outro tema, que se chama “O Corpo é Que Paga
JTM - Você que é cabeleireiro
e também artista: porque é que não envereda pela carreira artista”
A.V. - Eu quero! Eu queria! Isso, para mim, está cima de tudo!
Agora que se está a desenhar uma carreira, vou agarrá-la o mais que eu puder,
claro!
JTM – Você é um homem
moderno! Prá indumentária que enverga!... Considera-se mesmo um homem moderno?!
A.V. – Não, não! Eu não tenho preocupações para parecer uma figura moderna!... Eu arranjo-me para mim!..
Visto-me para mim!...Da maneira como me sinto bem!... Mais nada! …Tenho
preocupações estéticas mas nunca de modas!...
JTM - Aliás, de uma
forma original!... Será para chamar atenção
o é o esse o seu estilo?
A.V – É para me sentir bem
comigo
JTM – Tivemos muito gosto! E
votos para que continue a brilhar na sua carreira
O espetáculo foi aprsentado pelo ator
brasileiro, Gilberto, então muito conhecido por ter participado na telenovela
Cabocla, que me declarou ter sido “uma
brincadeira que a gente fez papeis de travesti burlescos e cómicos para angariar
fundos de caridade para um asilo de velhinhos: eles me convidaram e eu
participei numa boa – Confessou-me que adora a noite: de dia durmo! Sou uma
coruja!
Também o poeta e pintor,
Jorge Rosa, se declarava “um amante da noite e desvendador dos seus mistérios”:
“A noite diz-me tudo!... A noite conversa comigo! Segreda comigo! Namora
comigo!... Faz amor comigo!... J
Jorge Rosa, artista plástico multifacetado, com uma obra invulgarmente extensa, considerando os variados campos da arte a que se dedicou, nasceu a 8 de Março de 1930 e morreu a 9 de Agosto de 2001https://salfino.blogs.sapo.pt/2506.html
Jorge Rosa, artista plástico multifacetado, com uma obra invulgarmente extensa, considerando os variados campos da arte a que se dedicou, nasceu a 8 de Março de 1930 e morreu a 9 de Agosto de 2001https://salfino.blogs.sapo.pt/2506.html
Para o jornalista, Manuel Neto,
“a noite diz-me mais que o dia!” Questionado se tivesse que descrever o
ambiente da noite, como faria, respondeu: “diria que é um ambiente de negro ou
funeral para comemorar um aniversário” – De facto, muitas das vestimentas da
noite, eram ao estilo de dráculas”, se bem que também houvesse roupagens inspiradas
no mais avançado glamour da moda
Experiências de um jornalista com pincel Desde pequeno que gosta de pintar. Seguiu carreira como jornalista, mas recentemente descobriu que precisava de algo mais. Foi assim que, aos 53 anos, Manuel Neto trocou a caneta e o bloco de notas pelo pincel e pelo acrílico. .https://www.jn.pt/arquivo/2006/experiencias-de-um-jornalista-com-pincel-562146.html
Experiências de um jornalista com pincel Desde pequeno que gosta de pintar. Seguiu carreira como jornalista, mas recentemente descobriu que precisava de algo mais. Foi assim que, aos 53 anos, Manuel Neto trocou a caneta e o bloco de notas pelo pincel e pelo acrílico. .https://www.jn.pt/arquivo/2006/experiencias-de-um-jornalista-com-pincel-562146.html
Carlos Castro, ainda longe
de sofrer o brutal homicídio em Nova Iorque, era outra das habituais presenças
na mais famosa discoteca lisboeta, confessando que tinha tempo para estas
festas e outras coisas. Como a cassete, estava no final da fita, foram escassas
as palavras mas o bastante para fazer passar a sua mensagem.
Carlos António Castro (Moçâmedes, 5 de Outubro de 1945[1] - Nova Iorque, 7 de Janeiro de 2011) foi um jornalista, escritor e cronista social português.[2] - No dia 7 de Janeiro de 2011, foi encontrado morto, sem roupa, com sinais de ter sido agredido na cabeça e sexualmente mutilado.[7] A defesa de Renato Seabra (10 de Setembro de 1989) alegou perturbações psiquiátricas, uma estratégia rara nos Estados Unidos e que não teve êxito - Excerto de https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/carlos-castro-foi-assassinado-brutalmente-ha-oito-anos
Carlos António Castro (Moçâmedes, 5 de Outubro de 1945[1] - Nova Iorque, 7 de Janeiro de 2011) foi um jornalista, escritor e cronista social português.[2] - No dia 7 de Janeiro de 2011, foi encontrado morto, sem roupa, com sinais de ter sido agredido na cabeça e sexualmente mutilado.[7] A defesa de Renato Seabra (10 de Setembro de 1989) alegou perturbações psiquiátricas, uma estratégia rara nos Estados Unidos e que não teve êxito - Excerto de https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/carlos-castro-foi-assassinado-brutalmente-ha-oito-anos
" É P'ra Amanhã"
ou "O Corpo É Que Paga"? Durante o Verão de 1983 Variações é muito
solicitado para espectáculos ao vivo, sobretudo em aldeias por este país fora.
Em Fevereiro do ano seguinte, António Variações entra em estúdio com os músicos
dos Heróis do Mar para gravar o seu segundo longa duração que se intitulará
"Dar e Receber". O tema mais conhecido deste disco é, sem sombra de
dúvidas, "Canção De Engate" que, posteriormente, se tornará um imenso
sucesso numa versão dos Delfins. Em Maio desse mesmo ano dá entrada no Hospital
e, no dia 13 de Junho de 1984, morre em consequência de uma broncopneumonia
bilateral grave. Será sepultado, dois dias depois, no cemitério de Amares
(Braga), perto da sua aldeia natal, com a presença de poucos músicos
acompanhando o funeral. Com a sua morte desaparece um dos maiores renovadores
da canção portuguesa das últimas décadas. No entanto o seu espólio musical foi
sendo aberto e Lena d'Água edita, em 1989, o disco "Tu Aqui" que
inclui cinco composições inéditas de António Variações.
Em
Janeiro de 1994 é editado um disco de homenagem a António Variações que reúne,
em torno de versões do cantor, os nomes de Mão Morta, Três Tristes Tigres,
Resistência, Sitiados, Madredeus, Sérgio Godinho, Santos e Pecadores, Delfins,
Isabel Silvestre e Ritual Tejo. Isabel Silvestre incluirá no seu disco de 1996
"A Portuguesa" o tema "Deolinda de Jesus" de Variações.
Este tema, uma sentida homenagem de Variações à sua mãe (que se chama
exactamente Deolinda de Jesus) é o contraponto de qualidade a todas as
"Mães Queridas" e quejandos deste país. Em 1997 é editado o CD
"O Melhor de António Variações", o qual recupera material editado em
todos os seus discos. Em 2006 é editada a compilação "A História de
António Variações - Entre Braga e Nova Iorque https://www.fnac.pt/Antonio-Variacoes/ia6976/biografia
“ERA UM SELF MADE MAN” –
Escreve Miguel Cadete – Diretor do Blitz - Expresso
(..) “Faleceu na noite de Santo António, em 1984, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado no serviço de doenças infecto-contagiosas. A certidão de óbito dá como certa uma broncopneumonia bilateral extensa como a causa da morte, mas os cuidados postos na selagem do caixão levam a crer que era seropositivo e que foi uma das primeiras vítimas de sida em Portugal, o que não foi confirmado pelos médicos. Teresa Pinto Couto alternava com Jaime Ribeiro as noitadas passadas no hospital e o irmão ofereceu-lhe uns auscultadores para que pudesse ouvir as suas novas músicas tocarem na rádio. Os Heróis do Mar levaram-lhe as provas da capa do álbum. Ele só pedia, confirmou Carlos Maria Trindade, "que o tirassem dali".es-
(..) “Faleceu na noite de Santo António, em 1984, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado no serviço de doenças infecto-contagiosas. A certidão de óbito dá como certa uma broncopneumonia bilateral extensa como a causa da morte, mas os cuidados postos na selagem do caixão levam a crer que era seropositivo e que foi uma das primeiras vítimas de sida em Portugal, o que não foi confirmado pelos médicos. Teresa Pinto Couto alternava com Jaime Ribeiro as noitadas passadas no hospital e o irmão ofereceu-lhe uns auscultadores para que pudesse ouvir as suas novas músicas tocarem na rádio. Os Heróis do Mar levaram-lhe as provas da capa do álbum. Ele só pedia, confirmou Carlos Maria Trindade, "que o tirassem dali".es-
(...) Jaime Rodrigues Ribeiro é um dos nove
irmãos de António Variações. Sete anos mais novo do que o cantor, tem
escritório de advocacia em Lisboa e é um dos principais interessados na
recuperação da memória de Variações. Defende o Variações "fiel às suas
raízes rurais, religiosas e educacionais", mas compreende a transição de
cariz urbano. "Como ele veio cedo para Lisboa, começou a cultivar outros
gostos, outras formas de estar e atitudes. O António só tinha a 4ª classe mas
era um 'self-made man'. Apenas tinha a instrução primária."
Chegado à capital aos 12 anos, António
Joaquim Rodrigues Ribeiro foi acolhido em casa de uns primos e empregou-se como
marçano ("distribuía mercearias em casa dos clientes") e mais tarde,
depois de tirar um curso de tipografia, como escriturário. Mas não era isso que
mais ambicionava, pois nas férias da Páscoa ou do Natal, quando subia ao Minho
para rever a família, demonstrava o seu interesse pela música, o fado em
particular. "Passou a ser amante do fado, sobretudo da Amália, o grande
ídolo. Quando ia ao Minho, levava revistas onde se falava da Amália, foi ele
que nos cultivou o gosto do fado, coisa que não se ouve no Minho. Cantava fados
da Amália lá no quintal, o que para nós era desconhecido. O que é certo é que
gostávamos de ouvir", continua Jaime Ribeiro quando discorre sobre o gosto
pela música que então a família descobria em António.
Recordo-o também, quando ele
já tinha vinte e tal anos, numa dessas férias, a compor uma canção relacionada
com a aldeia. Lembro-me da letra - 'todas as manhãs, bem antes do sol na
montanha despontar; era acordado pelos camponeses que passavam a cantar; sempre
a mesma animação; e eu senti então uma vontade louca de os acompanhar'. Este é
um quadro muito próprio da nossa aldeia, pois próximo da nossa casa existia uma
quinta para a qual se dirigiam ranchos de jornaleiros que passavam muito cedo,
cantando enquanto se dirigiam para o trabalho. Isto é um paradoxo porque hoje
vivemos num mundo de tristeza em que as pessoas têm tudo mas andam sempre cabisbaixas."
António Variações nunca viria a gravar esse tema.
Depois do escritório veio a
tropa. Em 1964, António foi destacado para Angola, durante a guerra, onde veio
a operar na retaguarda, como especialista em mensagens cifradas. Cumpriu a
comissão de três anos e quando regressava a Portugal, mesmo depois de cumprir o
serviço militar, não podia sair do país sem autorização da polícia política
dado estar em posse do sistema de descodificação de mensagens confidenciais do
Exército. É com um certo enlevo que o irmão mais novo descreve as fotografias
que António enviava do Ultramar, em situações diversas como quando estava a
banhos num rio ou, "o que me espanta muito - porque ele quando veio para
Lisboa deixou de praticar a religião católica -, rodeado de meninos negros a
dar catequese".
Cumprida a comissão, António regressou a
Lisboa e começou a viajar para Londres - onde ainda hoje se encontra outro
irmão, José, que também seguiu o ofício de barbeiro - e Amesterdão, onde viria
a aprender essa arte. Nessas viagens "desenrascava-se a lavar pratos para
arranjar alguns trocos" e quando chegou a Lisboa foi trabalhar para os
salões de Isabel Queiroz do Vale, no Centro Imaviz, primeiro, e no Centro
Comercial Alvalade, depois, onde trabalhou com Zé Carlos.
"Para a família foi uma surpresa ele
enveredar por essa profissão - barbeiro, pois não admitia que lhe chamassem
cabeleireiro", prossegue Jaime Ribeiro. Foi nessa altura que António
comunicou ao irmão o seu gosto pela composição de canções. "Soube mais tarde
que ele até tinha assinado um contrato com a Valentim de Carvalho, em 1977 ou
1978. Não sei em que contexto, penso que enviou uma maqueta e eles acharam que
aquilo tinha pernas para andar." – Mais pormenores em
https://blitz.pt/principal/update/2019-08-22-Quem-era-afinal-Antonio-Variacoes-
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