Peregrino da Luz - Em Heterónimo de Jorge Trabulo Marques
A sós,
em perfeita harmonia comigo próprio,
com a Terra, com Deus, os astros, o céu!
Longe do bulício da cidade e da sua estéril selva,
longe de tudo, do tumulto da vida e do mundo,
aspirando os odores da terra, das giestas, das fragas
e dos seus milenares musgos! - Oh, a inigualável delicia
dos seus frutos: os figos, as amêndoas, as uvas!
Oh, os abençoados perfumes da flores campestres! Oh,
como isto me é grato revisitar, sempre que posso,
ó casa velhinha dos meus pais! Ó meu berço
pacífico e amado!
Canto o vosso cântico, ó Pai Sol. Ó Deus eterno!
Glória a Vós, nas Alturas, ó Divino Astro!
Sois o deus mais Antiquíssimo do cosmos! A Essência
que precedeu a própria existência! O Clarão
que iluminou o seu próprio caminho
quando tudo, antes, era um mar de trevas
e nele existia a noite mais escura e eterna,
tudo era confuso e turvo, um imenso vazio,
e, no turbilhão desse vazio, desse tempestuoso caos,
apenas reinava a solidão de um mar infindo,
a infinita escuridão!
Excerto - Jorge Trabulo Marques -
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