JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA - Desde
há 50 anos - RECORDANDO OS ACALORADOS DIAS DA DINÂMICA
ASSOCIAÇÃO CÍVICA, PRÓ-MLSTP - Então correspondente da Revista angolana
Semana Ilustrada -
Em Portugal, na extinta Rádio Comercial-RDP, colaborações em diversa imprensa
nacional e regional. - Não perca- imagens e videos
INDEPENDÊNCIA TOTAL, CÁ CU PÔVÔ MECÊ”
Cartaz com que foram dadas as boas vindas ao então Tenente Coronel Pires Veloso - O Primeiro e o último governador pós 25 de Abril - Este o aviso de que a vontade do povo santomense era soberana e imparável, por mais obstáculos que existissem.
Os ativistas – pró-independência - não enveredaram pela luta armada mas causaram forte contestação e instabilidade, não dando tréguas a qualquer ideia ou projeto que não visasse a total libertação do povo oprimido do arquipélago. Promovendo uma constante onda de agitação política e social. Não deram hipóteses a que os movimentos federalistas ou neocoloniais, conquistassem adeptos e se implantassem.
“Independência-Já” era a palavra de ordem mais ouvida nos comícios e manifestações de rua. E, nos cartazes, os slogans mobilizadores pautavam-se, sobretudo, por um claro e único objetivo, expresso em linguagem popular : “Independência total, çà cu pôvô mecê ” - Independência total é tudo o que povo quer. Os jovens ativistas da Associação Cívica, foram a principal força interventiva e conciencializadora durante o processo de descolonização –. Sem a sua coragem e o seu dinamismo, porventura, ainda hoje as duas ilhas, eram colónias, tal como sucede a outros territórios que estão nas mãos de 61 países
O 25 de Abril devolvera a liberdade ao Povo Português e a promessa da libertação dos povos sob o jugo colonial. A censura foi erradicada e a imprensa passou a publicar livremente os seus artigos, reportagens e a exprimir as opiniões. A minha experiência na Roça, fora suficiente dura e decepcionante para tomar consciência de que o colonialismo, não servia nem os povos das ilhas nem sequer muitos dos pobres colonos, que para ali iam na esperança de uma vida melhor. Também fora enganado. Por isso, não vi outro caminho que não fosse o de apoiar o movimento libertador.
ESTÁ A MELHOR CONQUISTA NOS 45 ANOS DE INDEPENDÊNCIA - Em termos de formação e de identidade - Quantos santomenses formados se existiam em 1975? - Escassos - Se bem que, a nível primário e liceal, já houvesse avanços significativos - Com importantes instalações
É na nossa identidade, que começámos a reconstruir nas quatro décadas que levamos de independência que reside a chave para o sucesso de São Tomé e Príncipe, recusando a nacionalização do pessimismo, da crítica destrutiva, do desânimo, da inércia e do isolamento insular que nos empurra constantemente para nós próprios.
TODAVIA, decepcionante e amargo é
constatar que, 45 anos depois, as condições de vida das populações, não
só não melhoraram como continuam a depararem-se com extremas carências
07:43 - 14/05/20 POR O Governo de São Tomé e Príncipe está
a pedir aos parceiros bilaterais o "alívio" das dívidas devido aos
problemas de tesouraria do pai, no quadro da crise económica acentuada pela
pandemia da covid-19.
https://www.noticiasaominuto.com/economia/1478453/sao-tome-e-principe-pede-alivio-da-divida-aos-parceiros-bilaterais
As antigas instalações das roças estão irreconhecíveis e são escassos os modelos de desenvolvimento: - grande parte das plantações foi votada ao abandono. - Não se morre se fome, porque, a fertilidade dos solos, mesmo não sendo devidamente cuidados, têm sempre frutos para oferecer. Porém, não basta: o clima húmido e quente é bom para o turista se maravilhar com o verde luxuriante das florestas ou se refastelar nas praias por uns dias mas é propício ao aparecimento de doenças tropicais, para quem aqui vive, e, não havendo dinheiro para medicamentos e outras necessidades básicas, morre-se de morte lenta e penosa, que é justamente o que vem acontecendo com as novas doenças
AVISOS SÉRIOS À NAVEGAÇÃO
Muita coisa mudou entretanto. O mundo mudou e São Tomé e Príncipe soube acompanhar essa mudança e ser pioneiro em África na transição pacífica e tranquila do monopartidarismo para a democracia multipartidária.
Este é um percurso que nos deve orgulhar. É um património da nossa história que devemos valorizar.
Temos de ser capazes de assumir os erros cometidos com humildade porque todos os cometeram e a, partir daí, ultrapassar o passado, encarar com realismo o presente e construir, com esperança, o futuro.- Excerto de http://www.odisseiasnosmares.com/2015/07/sao-tome-e-principe-ha-40-anos-nasceu.html
COLONOS ENFURECIDOS NÃO ME MATARAM PORQUE ME ESCAPEI NUMA CANOA PARA A NIGÉRIA - Largando à noite, discretamente, da Praia Melão, em quase 13 dias de terríveis tempestades e podres calmarias -
MAS ANTES DE PARTIR, CHEGUEI A ESTAR REFUGIADO NO MATO EM CASA DE AMIGO SANTOMENSE – Dentro do que me foi possível, fiz o registo da cronologia dos acontecimentos e testemunhei história
O que profundamente lamento é o comportamento do comerciante de origem portuguesa, Sr. Jorge Moisés Teixeira Coimbra, que, tendo ido buscar os milhares de negativos a casa da minha companheira, uma amável nativa santomenses (única pessoa que me viu partir rumo ao desconhecido, numa noite profundamente escura e com o horizonte rasgado por sinistros relâmpagos, tornado esse, que horas depois, me envolveria no seu fantasmagórico carrossel de alterosas vagas), sim, que, em posterior aventura, não teve a gentileza de até agora me entregar o meu espólio - 19/02/2008 atitude do empresário jorge moysés teixeira. coimbra
UNS MESES DEPOIS, APÓS INVADIREM O PALÁCIO DO GOVERNO E DE INSULTAREM O GOVERNADOR – Mal me viram nas imediações, um autêntica multidão de colonos brancos, loucos e enfurecidos, munidos de machins, desatou atrás de mim - -Se me apanhassem, teria sido degolado e desfeito - Esplharam-se por todas as ruas e o que me valeu foi ter descoberto a escada de uma porta aberta, subir as escadas e refugiar-me no telhado até ao anoitecer - Tendo-me valido o apoio de um amigo santomense, que me deu abrigo em sua casa.
MESMO ASSIM, QUANDO CORRIA À SUA FRENTE, AINDA LEVEI COM UMA PEDRA NA CABEÇA e outra nas costas - Depois de descarregarem toda a ira e ódio na minha modesta viatura, furando-lhe os quatro pneus à navalhada, arrombara-me a casa, partiram-me tudo: escaqueiraram-me a máquina de escrever, onde nem sequer ficou um simples copo inteiro para beber água - Não satisfeito com a malvadez, deixaram uma forca pendurada na porta, e, na parede ao lado, uma cruz desenhada e a inscrição: " a morte sanciona cada traidor".
PIRES VELOSO ALUDE, NO SEU LIVRO: “VICE-REI DO NORTE – Memórias e Revelações” À INESPERADA INVASÃO DOS COLONOS AO PALÁCIO DO GOVERNADOR
Faltou-lhes lá o Tenente-Coronel Ricardo Durão a liderar a revolta, que, uns dias antes, desembaraçara no aeroporto de São Tomé. Se o Tenente-Coronel Pires Veloso (hoje General), não o obrigasse a voltar no mesmo avião, estou certo de que, as águas que correm nas pacíficas Ilhas de São Tomé e Príncipe, ter-se-iam toldado por muitas manchas de sangue. E, sobretudo, se o Governador, não apelasse à calma dos manifestantes: os quais se rebelaram por motivos absolutamente injustificáveis, pois ninguém os molestou - Seguiram, depois, para o quartel da Polícia Militar e Cinema Império. Porventura, na perspectiva de que, Ricardo Durão, os viesse comandar - Já que a o episódio do seu regresso forçado não fora tornado público.
MAS ANTES DE PARTIR, CHEGUEI A ESTAR REFUGIADO NO MATO EM CASA DE AMIGO SANTOMENSE – Dentro do que me foi possível, fiz o registo da cronologia dos acontecimentos e testemunhei história
O que profundamente lamento é o comportamento do comerciante de origem portuguesa, Sr. Jorge Moisés Teixeira Coimbra, que, tendo ido buscar os milhares de negativos a casa da minha companheira, uma amável nativa santomenses (única pessoa que me viu partir rumo ao desconhecido, numa noite profundamente escura e com o horizonte rasgado por sinistros relâmpagos, tornado esse, que horas depois, me envolveria no seu fantasmagórico carrossel de alterosas vagas), sim, que, em posterior aventura, não teve a gentileza de até agora me entregar o meu espólio - 19/02/2008 atitude do empresário jorge moysés teixeira. coimbra
UNS MESES DEPOIS, APÓS INVADIREM O PALÁCIO DO GOVERNO E DE INSULTAREM O GOVERNADOR – Mal me viram nas imediações, um autêntica multidão de colonos brancos, loucos e enfurecidos, munidos de machins, desatou atrás de mim - -Se me apanhassem, teria sido degolado e desfeito - Esplharam-se por todas as ruas e o que me valeu foi ter descoberto a escada de uma porta aberta, subir as escadas e refugiar-me no telhado até ao anoitecer - Tendo-me valido o apoio de um amigo santomense, que me deu abrigo em sua casa.
MESMO ASSIM, QUANDO CORRIA À SUA FRENTE, AINDA LEVEI COM UMA PEDRA NA CABEÇA e outra nas costas - Depois de descarregarem toda a ira e ódio na minha modesta viatura, furando-lhe os quatro pneus à navalhada, arrombara-me a casa, partiram-me tudo: escaqueiraram-me a máquina de escrever, onde nem sequer ficou um simples copo inteiro para beber água - Não satisfeito com a malvadez, deixaram uma forca pendurada na porta, e, na parede ao lado, uma cruz desenhada e a inscrição: " a morte sanciona cada traidor".
Uma manhã, ao saírem do palácio, depois de insultarem, o Governador, Pires Veloso – mal me viram sentado na esplanada do Restaurante Palmar, – onde pretendia inteirar-se daquela estranha ocorrência -, imediatamente correram furiosos atrás de mim! E eram umas largas centenas. Se me apanhassem, naquele momento, estou convencido que me tinham esmagado e linchado. -
TIVE QUE ME REFUGIAR, EM CASA DE UM SANTOMENSE: dos pais do Constantino Bragança, que, tendo assistido à perseguição, se deslocou à noite ao local para me colher no seu modesto casebre, algures no mato: Sr. Jorge! Pode descer, que os brancos foram todos para o quartel da Polícia Militar e do Cinema Império e venha para a minha casa
A minha casa ficou irreconhecível, num monte de destroços. Como não me apanharam lá no seu interior, deixaram-me à porta o laço da prometida forca de corda. Pelos vistos, em qualquer parte do mundo, os jornalistas são sempre as primeiras vítimas. É neles que descarregam todos as iras e ódios. Ainda hoje, ao escrever estas linhas, se me toldam os olhos, tal os maus momentos por que passei. Ao meu modesto carro, por duas vezes, lhe furaram os pneus à navalhada.- Não me importo de ser confrontado com os elementos da natureza mais hostil, mas ser atingido pelo ódio humano é mil vezes pior!...Não é medo é um sentimento de profunda tristeza e revolta
A minha casa ficou irreconhecível, num monte de destroços. Como não me apanharam lá no seu interior, deixaram-me à porta o laço da prometida forca de corda. Pelos vistos, em qualquer parte do mundo, os jornalistas são sempre as primeiras vítimas. É neles que descarregam todos as iras e ódios. Ainda hoje, ao escrever estas linhas, se me toldam os olhos, tal os maus momentos por que passei. Ao meu modesto carro, por duas vezes, lhe furaram os pneus à navalhada.- Não me importo de ser confrontado com os elementos da natureza mais hostil, mas ser atingido pelo ódio humano é mil vezes pior!...Não é medo é um sentimento de profunda tristeza e revolta
PIRES VELOSO ALUDE, NO SEU LIVRO: “VICE-REI DO NORTE – Memórias e Revelações” À INESPERADA INVASÃO DOS COLONOS AO PALÁCIO DO GOVERNADOR
A manifestação podia ter acabado numa tragédia: havia o desejo de pegar em armas e atacar os defensores da Independência Total. Estes depressa galvanizaram as populações e o movimento do pró era imparável. Só se matassem o povo inteiro. Houve quem estivesse quase a perder as estribeiras.
Faltou-lhes lá o Tenente-Coronel Ricardo Durão a liderar a revolta, que, uns dias antes, desembaraçara no aeroporto de São Tomé. Se o Tenente-Coronel Pires Veloso (hoje General), não o obrigasse a voltar no mesmo avião, estou certo de que, as águas que correm nas pacíficas Ilhas de São Tomé e Príncipe, ter-se-iam toldado por muitas manchas de sangue. E, sobretudo, se o Governador, não apelasse à calma dos manifestantes: os quais se rebelaram por motivos absolutamente injustificáveis, pois ninguém os molestou - Seguiram, depois, para o quartel da Polícia Militar e Cinema Império. Porventura, na perspectiva de que, Ricardo Durão, os viesse comandar - Já que a o episódio do seu regresso forçado não fora tornado público.
Os dias que antecederam a proclamação da independência de São Tomé e Príncipe, já quase se vão esfumando com o imparável calendário do tempo, todavia, merecem ser recordados, e é também o propósito desta postagem, com algumas fotos e textos, de minha autoria, publicados, na Revista Semana Ilustrada, acerca das primeiras manifestações públicas do movimento pró-independentista, em vésperas de mais um dia histórico na consolidação da democracia e do multipartidarismo das Ilhas Verdes do Equador -
Imagens e palavras históricas – Comício Público
"Há alguma desilusão mas não desesperança"
Na qualidade de jornalista da revista angolana, Semana Ilustrada, tive oportunidade de acompanhar e divulgar, muitas dessas ações, e dialogar pessoalmente com Filinto Costa Alegre, assim, como com outros membros desta dinâmica associação, e, posteriormente, com os principais dirigentes do MLSTP e outras figuras que entretanto surgiram na ribalta do processo de descolonização e democratização.
Volto a encontrar-me com Filinto Costa Alegre, 39 anos depois! - Tendo o honroso prazer de lhe poder dar um abraço amigo, de estar lado a lado e frente a frente, com um dos mais aguerridos e distintos patriotas da luta democrática pela independência de São Tomé e Príncipe, pois nestas ilhas não chegou haver ações de luta armada, dado o caráter pacifista e tolerante dos santomenses.
O caloroso e afável encontro decorreu, num dos bancos da antiga avenida marginal de São Tomé, onde se situavam as instalações da Pousada Miramar, que anteriormente haviam servido de central do cabo submarino, uma vez mais graças às amáveis diligências do Coronel Victor Monteiro, então Diretor do Gabinete da Presidência da República de São Tomé e Príncipe,
"O sistema era extremamente injusto e estávamos a ser permanentemente humilhados e então sentimos que era o momento de virmos e darmos o nosso contributo para que nos libertássemos do jugo colonial, que implicava a tal humilhação e até violência" "O que se está a passar em São Tomé é a reprodução do que se passa a nível mundial: «Estamos num regime extremamente injusto para com os mais desfavorecidos, em que um pequeno número de pessoas beneficia de tudo o que o país produz» Apesar desse aspeto negativo diz: «mas nós, cá em São Tomé, ainda temos razões para ter esperança. Há sinais de que as coisas estão a mudar positivamente
Filinto Costa Alegre, fez parte de um reduzido grupo de estudantes universitários que abandona os estudos, em Portugal e que voluntariamente responde aos ventos de mudança do 25 de Abril. Só por esse corajoso gesto é digno do seu nome se inserir na galeria dos valorosos heróis destas ilhas. Mas o seu amor pátrio, a sua entrega e generosidade à terra que o viu nascer, tais abnegados propósitos, vão ainda mais longe.
40 anos depois da independência - José Freet Lau Chong – “O Resultado poderia ser melhor” - O então Ministro da Informação, Justiça e Trabalho, e comissário Político, confessa-se um pouco desiludido, com algum individualismo e egoísmo, dos novos tempos; diz que “as pessoas já não se interessam pelo bem-estar do próximo. Quanto ao passado, reconhece que se cometeram alguns erros, nomeadamente no plano do desenvolvimento económico, e aponta as razões: porque “não tínhamos experiência, dentro da governação, não tínhamos quadros competentes; - por exemplo no domínio da agricultura. Apesar tudo, houve progressos: primeiro, porque ficámos livres, porque podemos falar e resolver os nossos problemas. E, segundo, porque, no plano da educação e formação de quadros, também se fez muita coisa.
José Freet - Em Novembro de 2014 - Junto à sua casa para lhe oferecer a cópia da mensagem que me salvou de ser enforcado na famigerada cadeia Black Beach - 38 dias depois de penosa incerteza, bebendo água das chuvas e até do mar e alimentando-me de aves e peixes
"MENSAGEM DO POVO DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, PARA O POVO BRASILEIRO" - Que não chegou ao destino mas continua perfeitamente actualizada.
40 anos depois da independência - José Freet Lau Chong – “O Resultado poderia ser melhor” - O então Ministro da Informação, Justiça e Trabalho, e comissário Político, confessa-se um pouco desiludido, com algum individualismo e egoísmo, dos novos tempos; diz que “as pessoas já não se interessam pelo bem-estar do próximo. Quanto ao passado, reconhece que se cometeram alguns erros, nomeadamente no plano do desenvolvimento económico, e aponta as razões: porque “não tínhamos experiência, dentro da governação, não tínhamos quadros competentes; - por exemplo no domínio da agricultura. Apesar tudo, houve progressos: primeiro, porque ficámos livres, porque podemos falar e resolver os nossos problemas. E, segundo, porque, no plano da educação e formação de quadros, também se fez muita coisa.
José Freet - Em Novembro de 2014 - Junto à sua casa para lhe oferecer a cópia da mensagem que me salvou de ser enforcado na famigerada cadeia Black Beach - 38 dias depois de penosa incerteza, bebendo água das chuvas e até do mar e alimentando-me de aves e peixes
Em meados de Outubro, pouco tempo depois da Independência e após a escalada do Pico Cão Grande, deixaria São Tomé a bordo do pesqueiro Hornet para ser largado numa piroga na Ilha de Ano Bom, 180 Km a sul da linha do Equador, a fim de tentar a travessia atlântica - com uma mensagem redigida por José Fret Lau Chong que então desempenhava as funções de ministro da Informação, Justiça e Trabalho – cargo que ocupou entre 1975 e 1976 – a qual dizia, entre outras palavras, o seguinte: "Salientamos o espírito aventureiro que preside à iniciativa do Camarada Jorge Marques, que, depois de uma viagem experimental , e bem sucedida de S. Tomé à Nigéria, também de canoa, propõem-se avançar, desta feita, mais significativamente, programando o percurso S. Tomé- Brasil."
EXCERTOS DO TEXTO DA SEMANA ILUSTRADA A referida manifestação teve lugar num sábado à tarde. Principiou no Riboque, sede daquela Associação Cívica, foi engrossando à medida que ia percorrendo as principais ruas e avenidas da cidade de S. Tomé, e terminou mais tarde no mesmo local, num verdadeiro mar de gente, em calorosa exaltação de confiança e de apoio ao novo destino político que o Movimento de Libertação de S. Tomé e Príncipe, com sede em Libreville, Gabão, pretende dar a estas terras e às suas populações.
Dirigiam o prolongado e grosso cortejo de manifestantes, os irmãos, Costa Alegre, que, sobre o tejadilho de um carro, proferiram frases de apoio não só ao Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, como aos mais representativos Movimentos dos outros territórios, sob domínio portugês, cujos nomes, seguidamente, eram repetidos em coro pela multidão
Registaram-se algumas paragens, durante as quais os dois irmãos Costa Alegre chamaram a atenção do Povo para a necessidade imediata da independência total e das vicissitudes que o colonialismo lhes havia imposto ao longo de séculos. Fez-se ainda a leitura de alguns panfletos, que no final foram distribuídos a todos os manifestantes, e nos quais se referia que “só com a independência total as riquezas que o Povo de S. Tomé e Príncipe produz servirão Povo. E ainda: “A instrução, a assistência médica para servir o Povo de S. Tomé e Príncipe, só com a independência total, pois com ela haverá o controlo da riqueza pelo Povo para satisfação das necessidades do Povo” e noutro passo a seguinte frase: “Enquanto a riqueza continuar a sair para o estrangeiro, para servir alguns, o Povo de s. Tomé e Príncipe não será verdadeiramente livre”
A dita manifestação, a primeira até agora levada a cabo, decorreu, embora calorosa, como o maior aprumo, ordem e civismo.
Julho – 1974 - A associação Cívica pró-Movimento Libertação de São Tomé e Príncipe promoveu há dias o seu primeiro Comício.
Teve lugar frente ao largo do mercado Municipal, e congregou enorme multidão de simpatizantes daquela Associação Cívica.
Nos panfletos distribuídos a toda a assistência podia ler-se: "O M.L.S.T.P. (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe) definiu sempre como único meio para a satisfação das necessidades do povo de São Tomé e Príncipe, a independência total, o que significa o fim da exploração, o combate à fome, à miséria, ao analfabetismo, à doença crónica, que o colonialismo nos deixa, depois de 500 anos de dominação. A nossa causa é justa e para a sua total realização, o Povo de São Tomé e Príncipe precisa de conhecer quem são os seus inimigos.
Lotamos contra a exploração que nos brutaliza e oprime. Os inimigos são, portanto, os exploradores, os colonialistas"
São Tomé e Príncipe tem 70% das crianças afectadas pela pobreza e falta de protecção social
08/06/2016 -Um relatório do Fundo das nações Unidas para Infância (Unicef) relata que mais de 70% das crianças são-tomenses são pobres. O estudo, realizado a cada cinco anos, analisa a situação das crianças, que representam cerca de 50% dos 187 mil habitantes do país.
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