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quinta-feira, 30 de julho de 2020

Naufrágio Arte portuguesa na Exposição Universal de 1900 em Paris – Várias obras primas, carregadas a bordo do navio Saint André, perderam-se para sempre no fundo das águas

Jorge Trabulo Marques - Jornalista


Naquela época, a arte portuguesa, estava no seu melhor apogeu internacionalna capital francesa, graças  às geniais obras de Columbano Bordalo Pinheiro e Malhoa, entre outros artistas, tendo “Os Oleiros”,  um quadro  deste pintor , sido distinguido com uma medalha de oiro

Concerto de Amadores  - Obra completa - Columbano

Obra de Columbano


Idêntica distinção foi atribuída a uma natureza morta de Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929),  "Soirée chez lui", tela realista pintada em Paris, representando um grupo de melómanos num salão burguês, adquirida  pelo o Museu d'Orsay
Mas a exposição termina com uma catástrofe: todas as obras apresentadas estão reunidas no mesmo navio, o Saint-André, que naufragou no regresso a Portugal - Uma "meia dúzia de obras-primas", incluindo um retrato de Eça de Queiroz, por Columbano, afundaram-se assim ao largo de SagresPormenores mais à frente
Exposition Universelle de 1900, mais conhecida como 1900 Paris Exposition, foi uma feira mundial realizada de 14 de Abril a 12 de Novembro de 1900, para celebrar as realizações do século passado e acelerar o desenvolvimento para o próximo. A feira, visitada por cerca de 50 milhões de pessoas, apresentou muitas inovações tecnológicas, incluindo a roda gigante Grande Roue de Paris, a calçada em movimento, motores diesel, filmes falantes, escadas rolantes, e o telefone (o primeiro gravador de áudio magnético). Chamou também a atenção internacional para o estilo Art Nouveau. Além disso, mostrou a França como uma grande potência colonial através de numerosos pavilhões construídos na colina do Palácio do Trocadero. As principais estruturas que restam da Exposição incluem o Grand Palais, o Petit Palais, a Pont Alexandre III, a estação ferroviária Gare d'O

O local da Exposição cobria 112 hectares ao longo das margens esquerda e direita do Sena desde a Torre Eiffel (construída para a Exposição de 1889) e Champ de Mars até à Esplanada de Les Invalides. Também incluiu o Grand Palais e o Petit Palais na margem direita. Uma secção adicional de 104 hectares para exposições agrícolas e outras estruturas foi construída no Bois de Vincennes. A área total da Exposição (216 hectares) era dez vezes maior do que a Exposição de 1855[4].
Países de todo o mundo foram convidados pela França para mostrar as suas realizações e culturas. Dos cinquenta e seis países convidados a participar, quarenta aceitaram, mais um número adicional de colónias e protectorados de França, Holanda, Grã-Bretanha e Portugal. Os Estados Unidos, Alemanha, China, Sião, Japão, México, Rússia e República da África do Sul tinham todos pavilhões[4]. https://en.wikipedia.org/wiki/Exposition_Universelle_(1900)
O dia em que as obras-primas portuguesas foram por água abaixo
O naufrágio do Saint André, que transportava a arte portuguesa exposta em Paris, foi o culminar de uma participação nacional envolta em casos e polémicas - Refere Cristiana Vargas, no seu blogue, O Sal da História. https://osaldahistoria.blogs.sapo.pt/o-dia-em-que-as-obras-primas-39804

Recorda que “dezenas de obras de arte – as melhores e mais ilustrativas do génio de Portugal na viragem para o século XX - mas também documentos insubstituíveis, desapareceram para sempre no dia 24 de janeiro de 1901, numa catástrofe que, curiosamente, pouco  eco teve nos jornais da época, ocupados que estavam com a morte da Rainha Vitória. Tudo se deveu ao estranho naufrágio do vapor Saint André, um colossal desastre cultural chorado até hoje, mas que acabou por ser encarado como mais uma das polémicas de maior ou menor dimensão que rodearam a participação de Portugal na grande Exposição Universal de Paris, em 1900.

Efetivamente, devido a adversas condições climatéricas e de mar ou à muito apontada pouca solidez, o navio naufragou e, com ele, todo o precioso carregamento, pois havia sido fretado pelo governo português para trazer de França as obras-primas que haviam estado patentes no certame.
As dificuldades de navegabilidade acompanharam toda a viagem, desde o porto Le Havre, mas foi já junto à costa portuguesa que, enfrentando maiores perigos, o Saint-André foi abandonado pela tripulação.
De Lisboa, para tentar o resgate, ainda foi enviado o arrastão Berrio, mas em vão.
Deixado à deriva, o vapor foi arrastado e terá afundado algures a Sul de Portugal, à vista de Sagres.
 Parte do casco, um barril de óleo mineral e um remo foi tudo o que foi encontrado. Da preciosa e inigualável carga, nem sinal.
Belíssimos quadros de Malhoa; Columbano; Carlos Reis; Alfredo Keil; Alberto Pinto; Sousa Pinto; Veloso Salgado; Carneiro Júnior e muitos outros, entre os quais o próprio rei D. Carlos.
Concerto de amadores Columbano Bordallo Pinheiro .
Esculturas de [António] Teixeira Lopes; José Teixeira Lopes (pai e filho); Tomás Costa; António Alves Pinto- Cerâmica e azulejaria de grande qualidade e beleza, nomeadamente da Real Fábrica Vista Alegre, Fábrica das Devesas (Vila Nova de Gaia); Cerâmica do Carvalhinho (Porto), Faianças das Caldas da Rainha, Fábrica de Louça de Avelino António Soares Belo, e também azulejos antigos pertencentes a coleções particulares.
Só se salvaram as poucas que seguiram para Portugal por outra via ou se desviaram da sua rota destrutiva, como o quadro “As padeiras”, de José Malhoa, que rumou para outra exposição, na Rússia.- Mais pormenores em https://osaldahistoria.blogs.sapo.pt/o-dia-em-que-as-obras-primas-39804


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