Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Naquela época, a arte portuguesa, estava no seu melhor apogeu internacionalna capital francesa, graças às geniais obras de Columbano Bordalo Pinheiro e Malhoa, entre outros artistas, tendo “Os Oleiros”, um quadro deste pintor , sido distinguido com uma medalha de oiro
Concerto de Amadores - Obra completa - Columbano |
Obra de Columbano |
Idêntica distinção foi atribuída a uma natureza morta
de Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), "Soirée chez lui", tela realista
pintada em Paris, representando um grupo de melómanos num salão burguês, adquirida pelo o Museu d'Orsay
Mas a
exposição termina com uma catástrofe: todas as obras apresentadas estão
reunidas no mesmo navio, o Saint-André, que naufragou no regresso a Portugal - Uma
"meia dúzia de obras-primas", incluindo um retrato de Eça de Queiroz,
por Columbano, afundaram-se assim ao largo de Sagres – Pormenores mais à frente
Exposition Universelle de 1900, mais conhecida como
1900 Paris Exposition, foi uma feira mundial realizada de 14 de Abril a 12 de
Novembro de 1900, para celebrar as realizações do século passado e acelerar o
desenvolvimento para o próximo. A feira, visitada por cerca de 50 milhões de
pessoas, apresentou muitas inovações tecnológicas, incluindo a roda gigante
Grande Roue de Paris, a calçada em movimento, motores diesel, filmes falantes,
escadas rolantes, e o telefone (o primeiro gravador de áudio magnético). Chamou
também a atenção internacional para o estilo Art Nouveau. Além disso, mostrou a
França como uma grande potência colonial através de numerosos pavilhões
construídos na colina do Palácio do Trocadero. As principais estruturas que
restam da Exposição incluem o Grand Palais, o Petit Palais, a Pont Alexandre
III, a estação ferroviária Gare d'O
O local da Exposição cobria 112 hectares ao longo das
margens esquerda e direita do Sena desde a Torre Eiffel (construída para a
Exposição de 1889) e Champ de Mars até à Esplanada de Les Invalides. Também
incluiu o Grand Palais e o Petit Palais na margem direita. Uma secção adicional
de 104 hectares para exposições agrícolas e outras estruturas foi construída no
Bois de Vincennes. A área total da Exposição (216 hectares) era dez vezes maior
do que a Exposição de 1855[4].
Países de todo o mundo foram convidados pela França
para mostrar as suas realizações e culturas. Dos cinquenta e seis países
convidados a participar, quarenta aceitaram, mais um número adicional de
colónias e protectorados de França, Holanda, Grã-Bretanha e Portugal. Os
Estados Unidos, Alemanha, China, Sião, Japão, México, Rússia e República da
África do Sul tinham todos pavilhões[4]. https://en.wikipedia.org/wiki/Exposition_Universelle_(1900)
O dia em que as obras-primas portuguesas foram por água abaixo
O naufrágio do Saint André, que transportava a arte portuguesa exposta em Paris, foi o culminar de uma participação nacional envolta em casos e polémicas - Refere Cristiana Vargas, no seu blogue, O Sal da História. https://osaldahistoria.blogs.sapo.pt/o-dia-em-que-as-obras-primas-39804
Recorda que “dezenas de obras de arte – as melhores e mais
ilustrativas do génio de Portugal na viragem para o século XX - mas também
documentos insubstituíveis, desapareceram para sempre no dia 24 de janeiro de
1901, numa catástrofe que, curiosamente, pouco eco teve nos jornais da
época, ocupados que estavam com a morte da Rainha Vitória. Tudo se deveu ao
estranho naufrágio do vapor Saint André, um colossal desastre cultural chorado
até hoje, mas que acabou por ser encarado como mais uma das polémicas de maior
ou menor dimensão que rodearam a participação de Portugal na grande Exposição
Universal de Paris, em 1900.
Efetivamente, devido a adversas condições
climatéricas e de mar ou à muito apontada pouca solidez, o navio naufragou e,
com ele, todo o precioso carregamento, pois havia sido fretado pelo governo
português para trazer de França as obras-primas que haviam estado patentes no
certame.
As dificuldades de navegabilidade acompanharam toda a viagem,
desde o porto Le Havre, mas foi já junto à costa portuguesa que, enfrentando
maiores perigos, o Saint-André foi abandonado pela tripulação.
De Lisboa, para tentar o resgate, ainda foi enviado o arrastão
Berrio, mas em vão.
Deixado à deriva, o vapor foi arrastado e terá afundado algures a
Sul de Portugal, à vista de Sagres.
Parte do casco, um barril de óleo mineral e um remo foi
tudo o que foi encontrado. Da preciosa e inigualável carga, nem sinal.
Belíssimos quadros de Malhoa; Columbano; Carlos
Reis; Alfredo Keil; Alberto Pinto; Sousa Pinto; Veloso Salgado; Carneiro Júnior
e muitos outros, entre os quais o próprio rei D. Carlos.
Concerto de amadores Columbano Bordallo
Pinheiro .
Esculturas de [António] Teixeira Lopes; José
Teixeira Lopes (pai e filho); Tomás Costa; António Alves Pinto- Cerâmica e
azulejaria de grande qualidade e beleza, nomeadamente da Real Fábrica Vista
Alegre, Fábrica das Devesas (Vila Nova de Gaia); Cerâmica do Carvalhinho (Porto),
Faianças das Caldas da Rainha, Fábrica de Louça de Avelino António Soares Belo,
e também azulejos antigos pertencentes a coleções particulares.
Só se salvaram as poucas que seguiram para Portugal por outra
via ou se desviaram da sua rota destrutiva, como o quadro “As padeiras”, de
José Malhoa, que rumou para outra exposição, na Rússia.- Mais pormenores em https://osaldahistoria.blogs.sapo.pt/o-dia-em-que-as-obras-primas-39804
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