São Tomé - Massacres do Batepá - Pandemia deixa 3 de Fevereiro sem tradicional marcha da liberdade em honra dos seus mártires de há 69 anos – Cerimónia comemorativa, restringirá o ato central deste dia, apenas a 60 convidados.
Jorge Trabulo Marques - O primeiro
jornalista, vinte anos depois a divulgar as imagens
dos ignóbeis crimes, na revista de Luanda Semana Ilustrada, de que era
correspondente, em STP, tendo sofrido fortes represálias por colonos: agressões
físicas, ao ponto de ter que me escapar numa piroga para a Nigéria, travessia
que andava a preparar desde algum tempo mas por outras razões - Pormenores mais à frente
São Tomé e Príncipe comemora esta quinta-feira, 3 de Fevereiro, dia dos heróis da liberdade do histórico massacre de 1953 - O Governo são-tomense prorrogou o estado de calamidade até ao dia 15 de fevereiro devido à pandemia - Com a decisão, o Governo, declarou que não se realizará a tradicional marcha da juventude em alusão ao dia 3 de fevereiro, feriado nacional em memória dos mártires da liberdade do massacre de Batepá, de 1953, e restringirá o ato central deste dia para apenas 60 convidados, a que deverá presidir, o Presidente da República, Carlos Vila Nova, na presença do PM, Jorge Bom Jesus e outras entidades representativas
Foi precisamente há 69 anos mas a lembrança dos ignóbeis acontecimentos, deverá permanecer ainda bem viva na memória dos escassos sobreviventes, mas também não esquecida na memória coletiva de um Povo, que não deixará de, neste dia, se lembrar dos que foram barbaramente espancados ou tombaram para sempre no Campo de Concentração de Fernão Dias
Como a morte ceifou por completo uma pequena aldeia e se alastrou por quase toda a Ilha - Vinte anos depois, tive oportunidade de registar as confissões do criminoso José Zé Mulato e do "Homem Cristo" que foi crivado de balas e logrou sobreviver, além de outros sobreviventes
A DIVULGAÇÃO DOS ACONTECIMENTOS - Ia-me custando a vida - Fui o primeiro
jornalista a divulgar as imagens que estavam no arquivo do jornal “A voz de S. Tomé” - Jornal oficial da colónia
- O Redator e Chefe de Redação, deste jornal, que
era também professor no Liceu, chegou junto de mim, no terraço da antiga Pensão
Henriques, mostrando-me uma série de fotografias, ao mesmo tempo que me perguntava se as queria
divulgar, dizendo-me, que ele não as ia publicar e que, o mais certo, era deitá-las
para o lixo. Aproveitei,
então, par as fotografar, pedindo-lhe que não cometesse essa
asneira, o que, pelos vistos veio acatar, visto terem passado a fazer parte do arquivo do Museu Nacional, instalado na antiga fortaleza S. Sebastião.
Nesse dia, falei no assunto numa reunião da Associação Cívica, no Riboque, onde fui o único português a participar nessas reuniões, tendo exposto o episódio E penso que terá sido forçado a entregá-las - Mas acho que terei sido mesmo eu a fazê-lo, já não estou bem certo - O que garanto é que fui eu a primeira pessoa a divulgar as fotos e evitar a sua destruição
Pena que o comerciante Jorge Coimbra, não me tenha feito a entrega de várias centenas de peliculas, que deixei em casa da minha companheira, quando parti de canoa - Valeu-me o facto de, mais tarde, o Sr. Afonso Henriques, me ter trazido um album de algumas fotos que ele não levara https://canoasdomar.blogspot.com/2008/02/sao-tome-atitude-do-empresario-jorge.html
Entretanto,
eu já havia começado a entrevistar vários dos sobreviventes para a revista
Semana Ilustrada, de Luanda, de que era correspondente, uma das quais
ainda com feridas por sarar numa das pernas, com que fora
acorrentada
Trabalhos
jornalísticos esses que me haveriam de custar graves dissabores, violentas
reações por parte, de alguns colonos. que me furaram os pneus do meu carro à
navalhada, penduraram uma forca na porta de minha casa, depois de arrombarem, sim, de um modesto apartamento no edificio do Lima & Gama e deixado tudo de pantanas - Não satisfeitos, mesmo assim, à noite sairam de um carro, que estacionaram junto ao edificio e fizeram-me uma espera, tendo-me pontapeado e agredido selvaticamente.
Noutra ocasião, quando umas centenas de colonos das roças invadem o Palácio do Governador e insultam Pires Veloso, ao saírem, mal me vendo sentado na esplanada do Palmar, vêm logo de lá a correr como loucos atrás de mim armados de catanas na mão. Valeu-me ter-me refugiado num telhado, frente à farmácia Cabral, após o que estive uma semana escondido no mato em casa de um santomense, o Constantino Bragança, meu companheiro da escalada ao pico Cão Grande, que, tendo-se apercebido, veio chamar-me à noite para me alojar na sua cubata
SE ME APANHASSEM, TERIA SIDO DEGOLADO E DESFEITO!... - Em toda a parte os jornalistas são sempre as primeiras vitimas da ira popular, da intolerância e do ódio - Em todos as guerras e conflitos - Mas não só.
De tal maneira, me senti inseguro e me moveram tão feroz perseguição, que
me vi obrigado a abandonar a Ilha numa canoa para a Nigéria, travessia que eu já andava a planear desde algum tempo para demonstrar
que as ilhas poderiam ter sido ligadas por canoas, vindas da costa africana,
antes da colonização
BARTOLOMEU CRAVID
- J.M._ Diz-se que o Sr. Cravid também foi uma das pessoas afectadas pelos acontecimentos do Batepá. Que se passou então em relação à sua pessoa?
- B. C. - Lembro-me que fui preso e que estive na cadeia 45 dias. ·
- J.M. -Por que é que o prenderam?
- B. C. - Não sei explicar; o certo é que houve a ideia de arranjar mão-de-obra gratuita. E daí' surgiram as prisões, mais prisões mas sem quaisquer razoes para isso.
Procurava-se emprego e não sé encontrava. No entanto, as rusgas sucediam-se e as pessoas que encontravam, eram presas. É, claro, ao fim ao cabo houve um ou outro que reagiu sobre esses atitudes. Mas a verdade é que nem chegou a existir reaccão nenhuma.
- J.M – Na altura, trabalhava em quê?
- B.C – No Tribunal.
- J.M. - Portanto na altura em que foi preso. Mas em que suspeitas se basearam para o prenderem?
- B.C. - Naquela altura só se 'tratava de boatos, mais boatos. O individuo era apontado de estar metido em reuniões. Mas a verdade é que nem sequer havia reuniões.
- J.M. - Durante o tempo em que esteve preso foi muito mal tratado?
- B.C - Fui. Bateram-me. Puseram-me numa cela, incomunicável, durante 45 dias.
- J.M. - E a alimentação? De que constava?
- B. C - De fuba com feijões, sem um mínimo de higiene. Enfim, tratavam-nos piores que escravos.
J.M. --'Tinha lá muitos companheiros? .
- B. C.. -· Sim. Tinha lá muitos companheiros. Muitos funcionários públicos. ·
- J. M. - Eram todos submetidos a igual tratamento?
- B. C. - Sujeitavam-nos aos mesmos tratos. Puseram-nos descalços. Bastiam-nos ...
- J. M. - Com que é que os castigavam?
- B.C. – Com pauladas. Chicoteadas. Palmatoadas. Enfim…
- JM - Depois acabaram por o soltar, porque? · Como é que chegaram à conclusão que não havia motivo para o terem preso? ·
- B. C. - Não sei se foi o Juiz que trabalhou Comigo. Não sei explicar como é que isso se passou. O certo é que um dia qualquer chamaram-me e soltaram-me.
- J.M. - E aos outros seus companheiros?
- B.C. - Um outro colega meu foi solto um dia antes: o Sr. Martins Fernandes de Castro.
- J.M.- Como é que o Sr. Cravid interpreta a origem desses acontecimentos ? ·
- B. C. – Dá-me a entender que o Governador Gorgulho tinha na ideia escravizar todos os naturais de S. Tomé. Não os queria, até, como funcionários públicos. 'Deu-me· a entender que só os queria na situação de contratados. De verdadeiros escravos.
- Excerto
Escasseava a mão de obra barata..E o governador planeava construir grandes edifícios à custa do trabalho forçado nas ilhas e mandou o ajudante de campo armado em soldado nazi a comandar um grupo de milícias para ordenar o trabalho obrigatório.. Num verdadeiro retorno aos primórdios do ignóbil e duro esclavagismo, até que, numa remota aldeia perdida no mato, algures pela Vila da Trindade, alguém se encheu de coragem e reagiu sobre o fogoso e arrogante alferes, que teve a reação popular que merecia e à altura da leviandade e do desprezo como olhava a população e impunha a sua vontade .
A partir daí o Governador Gorgulho - para salvar a face dos seus desmandos e prepotências, e, como os grandes erros, nunca vêm sós, para justificar uns cometia outros, cada vez mais graves. passou acusar os "rebeldes" de comunistas, através da imprensa e da rádio. E não tardou que os colonos - incentivados ao ódio à dita "hidra comunista", respondessem ao apelo dos muitos boatos propalados
"Há notícias de que foram avistados submarinos soviéticos ao largo e descarregadas armas para apoiar a revolta dos negros insurretos contra a integridade desta província ultramarina!" - Foram detidose presos vários suspeitos. O governo promete firmeza e mão pesada aos criminosos! . Por toda a ilha mobilizam-se milhares de voluntários."
- E, quilo que poderia ter sido um caso isolado, depressa é rotulado de rebeldia comunista.
Face a tais atoardas e falsos alarmes, as roças passam ao ataque: empregados de mato e dos escritórios, feitores e administradores - e até capatazes negros -partindo em jipes de todas os cantos da colónia, concentraram-se na Trindade, e, fortemente armados, dirigem-se através dos caminhos do mato ao Batepá, descarregando tiroteio forte e feio, (naquela e noutras aldeias) sobre as populações indefesas e pacíficas - mães com os filhos às costas, homens, mulheres e inocentes criancinhas, e até porcos, cabras e galinhas -, tudo é imediatamente alvejado e varrido!:
VISITA AO LOCAL DOS TRÁGICOS ACONTECIMENTOS – EM 1974 – 20 ANOS DEPOIS - Tendo como guia dois sobreviventes: Manuel dos Ramos e Manuel Carmona
Este o relato – “O local fica perto da. sede da de pendência Fernão Dias, à Roça Rio do Ouro, à frente de um' mar azulimenso, bordado de viçosos coqueiros e de um capim que cresce exuberantementee, por entre vestígios e recortes de antigas construções, em tempos utilizados para servir a ponte de cais acostável paraos- barcos de longo curso que ali atracam
A ponte destinada então, aquele porto, encontra-se em ruínas, e o sítio onde se localizavam as tais construções, são boje, praticamente, lugares de abandono, preenchidos, apenas, na pequena planura que ali se ergue, por uns tantos pés de coqueiros, que após terem servido de palcoaos tristes como lamentáveis acontecimentos no ano de1953, ali foram plantados, talvez para quebrar a aridez e tristeza ambiente
Acompanhou-nos ao lugar, onde ficava a casa que o chefe da brigada do campo de concentração e de trabalhos Forçados utilizava para pro ceder às torturas, aos interrogatóri0.e: e julgamento das inúmeras pessoas que para ali iam presas.
Por último, trouxe-nos ao lugar onde os presos partiam brita para construção de uma pista para o aeroporto que a partir de ali se pretendia iniciar e apontou-nos o pântano onde eram também forçados a trabalhar. Na berma do mesmo, encontramos ainda uma argola de uma corrente de ferro, com que eram amarrados.
UMA MÁQUINA BRUTA A MATAR - Dizia-me o celerado José Mulato, antes de partir para Portugal, através da “porta do cavalo” do aeroporto de S. Tomé, disfarçado com as suas habituais vestes de caqui azul de carpinteiro) me confessara ter sido "uma máquina bruta a matar",saindo-se com esta abominável expressão, sem o mínimo de remorsos: "matei mais de mil!" -
Este o carrasco, que, Carlos Gorgulho, fora buscar para capataz-mor das brigadas de recrutamento de trabalho forçado, e, posteriormente, promovido a chefiar o Campo de Concentração de Fernando Dias - Escolhido pelo todo poderoso Governador, que, no dizer do então comandante da Polícia e seu ajudante de campo, se portava, em vários detalhes, como um ditador à maneira da Gestapo no tempo de Hitler na Alemanha”, viria a confessar (na farsa do julgamento mandado instaurar pelo Salazarismo para salvar as aparências) que apenas ordenara a matança de 47 vidas.
SOBREVIVENTE - A DOR QUE O TEMPO AINDA NÃO APAGOU - ESPANCADA À CRONHADA DEPOIS DE LHE METEREM A CABEÇA NUM TANQUE DE ÁGUA - Era menina e estava grávida.
Aindajovem, emesmo grávida, não foi poupada à brutalidade facínora das ordens do então Governador Carlos Gorgulho: arrastada à força de sua casa, levada para um calabouço na então Vila de Trindade, espancada barbaramente, Primeiro deu-se o saque às casas: carregaram o que puderam dos modestos teres e haveres, após o que as incendiaram.
Maria dos Santos, mais conhecida por Mena, agora com 80 anos, é umdos rostos debilitados, que ainda hoje espelha o testemunho do incomensurável sofrimento, angústia e lágrimas, por que viveu há 62 anos, - É uma das mártires, ainda sobrevivente dos hediondos massacres de Batepá, que tiveram inicio nos horrores da longa e pavorosa noite de 2 para 3 de Fevereiro de 1953 e que iriam prolongar-se nos ignóbeis espancamentos e torturas,até à morte, infligidosa centenas de santomenses, em terríveis interrogatórios, desde brutais choques elétricos, à violenta palmatoada, ao chicote, cacetada e cronhada, a soco e a pontapé,querno afrontoso cárcere da prisão local,onde os presos, coabitavamexíguos e afrontosos espaços, em deploráveis e nauseabundas condições higiénicas, quer numa das salas da Fortaleza S. Sebastião (a capitania dos Portos), transformada em laboratórioao estilo da Gestapo hitleriana, sob a batuta dofamigerado médico Aragão, locais donde partiam para o Campo de Concentração Fernão Dias
Imagens e palavras de um abominável massacre. O pai de Teresa, esposo de Maria dos Santos, , também vitima da mesma barbárie, depois de lhe terrem queimado a casa e o carro (que saquearam antes de a incendiarem) ainda procurou refúgio no mato mas foi apanhado, preso e enviado para o Campo de Concentração de Fernão, onde acabaria por embarcar, com mais 120 homens para serem lançados ao mar, no barco António Carlos. Tal porém não sucederia por a tripulação do navio se ter oposto, tal como vima saber através de outro depoimento, que obrigaram o comandante a deixar os prisioneiros na Ilha do Príncipe, onde acabariam por ficar presos – Um desses homens era o cabo-verdiano, Bernardino Lopes Monteiro, pai do Coronel Victor Monteiro Dias, chefe do Gabinete do Presidente Manuel Pinto da Costa, de cujo episódio conto vir a referir-me neste site.
CULPADOS COM PENAS LEVES OU ABSOLVIDOS – os que denunciaram o massacre, levaram com a ripada
Foi o caso de Salgueiro Rego, que, por discordar das arbitrariardes do Governador Carlos Gorgulho, haveria de levar com um processo em cima – Mais tarde escreveria um livro, a que dera o título Memórias de um ajudante-de-campo (em dois volumes), proibido nestas Ilhas, ao qual será dado destaque numa das próximas postagens
A dado passo escrevia o seguinte:.“Felizmente que o Ministro, a quem escrevi particularmente contando-lhe o que se passava, me mandou embarcar. Mas vieram atrás de mim oito dias de prisão tudo descrito no 1º volume das minhas memórias, castigo que o Ministro não teve coragem de anular sabendo-se de toda aquela pouca vergonha que por lá se passava e obrigou o Governo Central a mandar regressar os três culpados de toda aquela péssima cena que foi sem dúvida um dos factores do que estamos sofrendo em Africa. No meu quartel havia 50 soldados angolanos que tomavam parte em todas aquelas tristes cenas que tendo acabado o tempo e regressado às suas terras temam, contando, ajudado a criar a revolta que estalou e que felizmente tanto lá como em S. Tomé tudo se mantém agora nas mãos de dirigentes respeitáveis, compreensivos e justos tratando os negros como merecem.
O meu injusto castigo cumpri-o e não houve da parte de ninguém que mo tirasse porque, estou certo disso, sabia-se que o Ministro do Exército em Conselhos de Ministros tudo fazia, e conseguiu, promover o Governador a oficial general e há pouco tempo a 2.° Comandante da Legião Portuguesa! !
CORONEL VITOR MONTEIRO, FILHO DE BERNARDINO LOPES MONTEIRO - ELE CONTA O QUE LOGROU APURAR DE SEU PAI - OUÇA AS SUAS PALAVRAS E REFLITA
Em Fevereiro de 1953, cerca de centena e meia de santomenses, iam ser largados no mar por ordem do Governador Carlos Gorgulho- Tal não aconteceu porque a tripulação, liderada pelo imediato Bernardino Lopes Monteiro, se sublevou - Porém, alguns anos mais tarde, no caso de prisioneiros de guerra guineenses, persistem fortes suspeições, de, que o crime tenha mesmo sido consumado, com uma parte da carga humana, engaiolada nos porões e da qual apenas chegou metade ao seu destino - Quem levanta a questão é um tripulante, que acusa o comandante como uma figura odiada: "Foi ainda a bordo deste mesmo navio que nos deslocámos de Bissau a Cabo Verde (Tarrafal) na Ilha de Santiago) para ali embarcar supostamente 88 ex-prisioneiros de guerra, mas por razões que nunca cheguei a saber apenas 44 voltaram para a Guiné .Era então Comandante do António Carlos o conhecido e odiado pelas gentes da outra banda, o "Herói do Barreiro"... Estou a falar-vos do longínquo ano de 1964. (***). - Pormenores em. Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 63/74
sobrevivente
"António Carlos" - navio de carga e passageiros, que, anos mais tarde, ainda durante o salazarismo colonial também foi usado para transportar presos do Tarrafal, como se poderá concluir mais adiante – E, pelos testemunhos, que aqui exponho, também depreender-se que era através dele que, o Governador Carlos Gorgulho, em Fevereiro de 1953, quis levar a cabo mais uma das suas macabras operações de liquidação da elite santomense, que apelidara de “comunistas”
sobrevivente
Quem evitou a tragédia de cerca de centena meia de nativos santomenses foi o valoroso Bernardino Lopes Monteiro, que era então o imediato e que, com outros elementos africanos da tripulação, obrigou o comandante a deixá-los na Ilha do Príncipe, após o que o forçou também de deixá-los no Senegal. Mais tarde, tendo regressado a Cabo Verde, donde era natural, mesmo com outra identificação, foi detido pela PIDE e levado para o presidiu do Tarrafal.
FORAM SALVOS DE SEREM AFOGADOS E DEVORADOS PELOS TUBARÕES MAS DEPOIS ESPERAVA-OS UMA CADEIA ONDE ERAM TRATADOS COMO ANIMAIS - É o que pode depreender-se do relatório de um inspector do Ministério do Ultramar, na passagem que a seguir passo a transcrever, com data de 1963 – Mesmo 10 anos depois
Sum Marki, pseudónimo do Senhor Marques – - O escritor de origem portuguesa, nascido nas Ilhas Verdes do Equador, que cativou o coração dos santomenses, pela sua coragem na denúncia dos Massacres do Batepá, quer antes quer depois do 25 de Abril
Perseguido e preso pela PIDE, que lhe aprendeu e queimou várias edições na sua própria tipografia, na Amadora - E também mal amado pela critica, que sempre o olhou de sobranceria pela sua incursão na literatura popular, humor e erotismo da qual se servira como alternativa à de denúncia e de intervenção http://canoasdomar.blogspot.com/2020/06/sao-tome-sum-marky-1911-2003-para.html
QUANTOS OSQUE TOMBARAM NO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE FERNÃO DIAS, NOS BRUTAIS INTERROGATÓRIOS, CASAS INCENDIADAS OU NAS RUSGAS?
Quantos tombaram? – Esta questão foi também levantada num estudo do investigador Gerhard Seibert, que, diz o seguinte: (tradução de francês) “Os vários dados sobre o número de vítimas do massacre divergem bastante.Mais pormenores em LE MASSACRE DE FÉVRIER 1953 À SÃO TOMÉ - Lusot
Nenhum comentário :
Postar um comentário