expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

sábado, 9 de março de 2019

Alda Graça do Espirito Santo - A Voz Feminina de S. Tomé e Principe, partiu para o limbo dos poetas há nove anos mas o seu exemplo de vida, a sua imagem e poesia continua no coração de todos os Santomenses e mesmo naqueles que, não tendo aqui nascido, a conheceram


Jorge Trabulo Marques - Jornalista 



 VAI SER RECORDADA NOS JARDINS DOS POETAS EM ALGÉS - É a revelação que conto ainda hoje oferecer-lhe

LEMBRANDO O DIA EM QUE TIVE A HONRA E ALEGRIA DE CONVIVER COM ALDA GRAÇA DO ESPÍRITO SANTO E A MINHA COMPANHEIRA ELIZABETH - A GRANDE-MÃE DA PÁTRIA SANTOMENSE - Tão linda, sorridente e elegante ela estava, com aquele xaile brilhante sobre os ombros! Tal como a minha querida e charmosa amada, naquela festa do Casino Estoril, que nos proporcionou o meu amigo Lima de Carvalho, Diretor da Galeria de Arte do Casino Estoril ,-

NASCEU EM S. TOMÉ, A 30 DE ABRIL DE 1926 E FALECEU EM LUANDA, A 9 DE MARÇO DE 2010 " Combatente da luta pela independência nacional, poetisa, considerada expoente máximo do nacionalismo são-tomense, pós independência. Alda Graça, morreu em Angola para onde foi evacuada desde a última semana por razões de saúde. Morreu na terra dos seus compatriotas de luta pela independência nacional, como Mário Pinto de Andrade. Um dos nomes de Angola que Alda Graça muitas vezes citou nas suas intervenções públicas. - Palavras do Téla Nón em 9 de Março de 2010, por ocasião da sua morte

Frisando que "Tombou uma das últimas referências da sociedade são-tomense. A notícia da morte de Alda do Espírito Santo numa clínica em Angola, para onde foi evacuada na última semana, chegou no meio da manhã, e encontrou a maioria dos são-tomenses prevenidos. Aos 83 anos de idade o estado de saúde de Alda Graça, era preocupante

Foi evacuada na última semana para Angola. Submetida a uma intervenção cirúrgica acabou por não resistir por mais tempo.

Desde a juventude que Alda Graça do Espírito Santo viveu numa residência humilde na Chácara, arredores da capital São Tome. No ano passado disse ao Téla Nón que só sairia da sua casa de Chácara para o descanso eterno no cemitério do alto São João

.
S. Tomé e Príncipe do 2º jantar convívio de São-Tomenses, na Diáspora, organizado pela Associação das Mulheres de S. T. P. em Portugal, Mén Nón

"A poetisa que imortalizou o massacre de 1953 no poema TRINDADE, marca presença em todos os momentos de São Tomé e Príncipe, através da letra do hino nacional de que ela é autora. Expoente máximo da literatura são-tomense, uma referência nacional, que no entanto nunca aceitou elogios. «Acho um exagero da vossa parte, porque eu não me considero monumento nenhum. O monumento é o povo, o monumento é o país, monumento é aquilo que nós queremos construir. De forma que a vanglória é qualquer coisa que não faz parte de mim mesma», disse Alda Graça em Abril de 2009, a quando da homenagem prestada a ela por ocasião do 83º aniversário.

Foi membro do governo de transição que conduziu São Tomé e Príncipe a Independência, como Ministra da Educação e Cultura, mais tarde assumiu a pasta da inform1ação e cultura. Fez dois mandatos como Presidente da Assembleia Nacional Popular.

Criou a União dos Escritores e Artistas São-tomenses, onde até Fevereiro último trabalhava na criação de novos valores para literatura são-tomense. «Tenho imensa pena, lamento não ter tido a capacidade de fazer para o meu país, aquilo que eu gostaria de ter feito. De poder por exemplo, encontrar a nossa cidade de São Tomé, erguida a medida dos seus moradores. Precisamos valorizar o que é nosso», afirmou Alda Graça em Abril de 2009. - Téla Nón
ABEL VEIGA .
https://www.telanon.info/sociedade/2010/03/09/2735/morreu-alda-graca-do-espirito-santo/


Coqueiros e palmares da Terra Natal
Mar azul das ilhas perdidas na conjuntura dos séculos
Vegetação densa no horizonte imenso dos nossos sonhos.
Verdura, oceano, calor tropical
Gritando a sede imensa do salgado mar
No deserto paradoxal das praias humanas
Sedentas de espaço e devida
Nos cantos amargos do ossobô
Anunciando o cair das chuvas
Varrendo de rijo a terra calcinada
Saturada do calor ardente
Mas faminta da irradiação humana
Ilhas paradoxais do Sul do Sará
Os desertos humanos clamam
Na floresta virgem
Dos teus destinos sem planuras



ZEME GRACIAS  - AUTOR DE ESCULTURA EM  MEMÓRIA DE  ALDA ESPÍRITO SANTO  NO PARQUE DOS POETAS, EM OEIRAS   -  HUMILDE MAS  GENIAL  ESCULTOR SANTOMENSE QUE  O GOVERNO FAZ DE CONTA ADI QUIS MARGINALIZAR      Não lhe pagou totalmente o trabalho e ignorou-o na inauguração da estátua do grande HERÓI NACIONAL, REI AMADOR  - Mas jamais apagará as magnificas  esculturas que legou ao Património Artístico da  sua Pátria  -

O GOVERNO ADI NÃO LHE PAGOU TRABALHOS DE HÁ TRÈS ANOS – E ainda ficou por pagar parte do dinheiro da Estátua ao Rei Amador, apesar da irrisória importância que lhe levou, que mal deu para compensar as muitas horas de trabalho e de intenso labor criativo. Revelou-nos numa interessante entrevista, em Lisboa pouco tempo depois de ter sido erguido a estátua do Rei Amador, de que foi autor, em cuja cerimónia nem sequer o seu nome foi lembrado

Esta a 1ª PARTE DA ENTREVISTA QUE TEMOS PARA LHE OFERECER - Pormenores da execução dessa obra, num segundo vídeo: neste o apoio, que, o ex-Presidente, lhe prestou –



A ALDA ESPÍRITO SANTO - por tudo o que foi como mulher de luta, por tudo o que fez pelas ilhas de nome santo, para ti minha querida amiga o meu poema:
Esvazias o saco das palavras como quem se
entrega ao vento
é tua a leveza do infinito, a redondeza da luz

semeias os sobejas do saco
esperas a monção
e o mundo recebe teus poemas no polén das
tuas acácias rubras

cada ano repetes o gesto mágico da reprodução
das palavras
e em cada tronco guardas a noite
e o mar
e o infinito


Olinda Beja in “Aromas de Cajamanga”
 – Ed. Escrituras (São Paulo)



 

 
ESTES OS AMÁVEIS LUGARES QUE ME VIRAM NASCER  - O MEU RETIRO ESPIRITUAL





HOJE RECORDO  O SÍMBOLO DA VOZ FEMINISTA SANTOMENSE 

 ONTEM ESTIVE NO TERREIRO DO PASSO, EM LISBOA, EMOCIONEI-ME E CHOREI  COM O CORO DAQUELAS CORAJOSAS MULHERES - Ostentando cartazes, entoando coros ou palavras de ordem contra a violência doméstica, a que me referi neste site e  na anterior postagem - 

SOFRI COM OS TERRORES DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, EM CRIANÇA  - O MEU PAI - QUE DEUS O  TENHA EM PAZ - QUANDO EU ERA CRIANÇA, LÁ NA MINHA ALDEIA, BATIA MUITO À MINHA MÃE  - Sentia-me triste, desgostoso e envergonhado quando ele berrava e lhe batia. 




  

Até neste dia levei uns tabefes
Aos 12anos em marçano em Lisboa
Nasceu na quinta da Ervamoira, lá no fundo do Vale do Côa, longe da civilização, embora mais próximo da paleolítica, na então chamada Quinta de Santa Maria e num tempo em que, desde rapaz tinha de andar a lavrar aquelas encostas para as sementeiras do centeio ou do trigo, e, conquanto fosse norteado por um  espírito muito dedicado à família e muito sacrificado, quer na lavoura quer como feirante de machos, cavalos e vacas, de vez quando, arreliava-se com a minha mãe e quase tinha o mesmo temperamento campozino de quando pegava no arado ou conduzia o gado para as feiras, toca de lhe berrar e de lhe  zurzir: ela faleceu aos 55, quando eu estava em S. Tomé  e ele aos 62, dois anos após o meu regresso.

Nenhum comentário :