RDP-RÁDIO COMERCIAL, RECORDADOS CALOROSAMENTE NO ESPÍRITO DE UMA GRANDE FAMÍLIA, DE QUE ME ORGULHO DE PERTENCER
–
A RDP-Rádio Comercial, enquanto existiu, desde a sua fundação, em 12 de Março de 1979, até à privatização,
em 1993, além de ser uma estação de referência, era também regida
por um espírito de excelente profissionalismo e saudável camaradagem; uma
grande família – A prova-lo, são os calorosos momentos de convívio e de confraternização,
que continuam a verificar-se, nos almoços ou jantares que têm ocorrido por altura
da data da sua fundação – E foi justamente o que, neste sábado, sucedeu, num
almoço que reuniu mais de uma centena de antigos profissionais e alguns dos
seus entes queridos, num ambiente alegre, emotivo e fraternal - Fisionomias cujos rostos o tempo foi moldando à sua maneira mas que avivaram ainda mais o sentimento de uns pedaços das suas vidas numa inesquecível estação de rádio
Logo no início dos anos 80, a Comercial, como também era conhecida, conquistou grandes audiências, cativando principalmente o público jovem. Para tal, ajudou uma melhor qualidade de som, facultada pelo recurso a emissões em FM- Estéreo.
Alguns dos programas desta emissora entraram para a história da rádio em Portugal, como foi o caso do "Som da frente", de António Sérgio, "Rock em Stock", de Luís Filipe Barros, "TNT - Todos no Top", de Jorge Pego, e "Discoteca", de Adelino Gonçalves. A Comercial fez uma forte aposta na música, que era intercalada, hora a hora, por pequenos e ligeiros noticiários. Excerto .
Tive o prazer de ali me
reencontrar com, João David Nunes, entre dirigentes, muitos companheiros e bons amigos, excelentes
profissionais - Recordando memórias das
suas vidas na rádio e até dos que a morte já levou. Nomeadamente, quando, num ecrã
panorâmico, ali foi exibido um vídeo com alguns aspetos da sua cronologia histórica.
Como surgiu a Rádio
Comercial-RDP?
"Depois da nacionalização
do Rádio Clube Português, no final de 1975, com integração na RDP (estação
pública), o nome dado às frequências e programas foi comercial (1979, com João
David Nunes à frente), nome mantido após a reprivatização na primeira metade da
década de 1990 (1992).
“A
estação radiofónica Rádio Comercial foi criada
em 1979, no
seio da Radiodifusão
Portuguesa. A Rádio Comercial, que nasceu
após uma grande
reorganização interna na RDP, passou
a aceitar publicidade e entrou assim em
concorrência direta
com os operadores
privados.Logo no início dos anos 80, a Comercial, como também era conhecida, conquistou grandes audiências, cativando principalmente o público jovem. Para tal, ajudou uma melhor qualidade de som, facultada pelo recurso a emissões em FM- Estéreo.
Alguns dos programas desta emissora entraram para a história da rádio em Portugal, como foi o caso do "Som da frente", de António Sérgio, "Rock em Stock", de Luís Filipe Barros, "TNT - Todos no Top", de Jorge Pego, e "Discoteca", de Adelino Gonçalves. A Comercial fez uma forte aposta na música, que era intercalada, hora a hora, por pequenos e ligeiros noticiários. Excerto .
Diz Júlio
Isidro, uma das mais carismáticas referência da rádio e da televisão,
nomeadamente da RDP-Rácio Comercial e RTP,
num interessante texto que postou na sua página do Facebook, com bonitas
imagens do 40ª aniversário , o seguinte:
"E NO PRINCÍPIO ERA O VERBO INOVAR!"
"Que encontro todo feito de abraços e de sorrisos entre gente remota que edificou a Rádio Comercial.
Como disse o Joao David Nunes, o meu querido colega director, aconteceu Rádio num tempo certo com as pessoas certas.
Tantos cabelos brancos e grisalhos, ali recordaram o que foi possível fazer com tão pouco, onde o primarismo dos meios era ultrapassado pela criatividade e muito trabalho.
A Rádio Comercial dos pioneiros não fez diferente só para ser diferente. Fez para ser mais atractiva e melhor. E foi.
O que vos poderia dizer de programas únicos e emblemáticos que ali se inventaram e aqueles que fizeram desse acto apenas um dever de ofício.
Hoje tive a função improvisada de "locutor de continuidade "correspondendo ao pedido do Mário Marques a força viva da iniciativa com o apoio fundamental do Virgílio Costa.Parabéns aos dois e obrigado
"Que encontro todo feito de abraços e de sorrisos entre gente remota que edificou a Rádio Comercial.
Como disse o Joao David Nunes, o meu querido colega director, aconteceu Rádio num tempo certo com as pessoas certas.
Tantos cabelos brancos e grisalhos, ali recordaram o que foi possível fazer com tão pouco, onde o primarismo dos meios era ultrapassado pela criatividade e muito trabalho.
A Rádio Comercial dos pioneiros não fez diferente só para ser diferente. Fez para ser mais atractiva e melhor. E foi.
O que vos poderia dizer de programas únicos e emblemáticos que ali se inventaram e aqueles que fizeram desse acto apenas um dever de ofício.
Hoje tive a função improvisada de "locutor de continuidade "correspondendo ao pedido do Mário Marques a força viva da iniciativa com o apoio fundamental do Virgílio Costa.Parabéns aos dois e obrigado
.
E o beijinho que dei à nossa telefonista Dona Beatriz a quem chamei sempre
querida, aqui ao lado da Filomena Crespo sua filha e do João David Nunes.
E os abraços que dei ao Ruy Castelar o rei da noite que era nossa, ao Fernando Maria meu "correspondente em Londres, ao Pedro Castelo que agora me acompanha com os seus comentários, na minha paixão pela Fórmula 1, ao José Augusto Marques grande relator desportivo , até de jogos de matraquilhos humanos, ao António Manuel Videira que tantas vezes arranjou patrocínios para as nossa reportagens, ao Alvaro Moita de Deus, um fundamental apoiante de bastidores, aos artistas da técnica José Carlos Carrilho e Faneca Humberto Fernando e ao meu querido chefe da técnica Manuel Pascoal
E os abraços que dei ao Ruy Castelar o rei da noite que era nossa, ao Fernando Maria meu "correspondente em Londres, ao Pedro Castelo que agora me acompanha com os seus comentários, na minha paixão pela Fórmula 1, ao José Augusto Marques grande relator desportivo , até de jogos de matraquilhos humanos, ao António Manuel Videira que tantas vezes arranjou patrocínios para as nossa reportagens, ao Alvaro Moita de Deus, um fundamental apoiante de bastidores, aos artistas da técnica José Carlos Carrilho e Faneca Humberto Fernando e ao meu querido chefe da técnica Manuel Pascoal
E abracei o Júlio Carvalhal, o Carlos Alberto Fernandes Neto, o Rui Santos, o
Carlos Rebelo, e o meu querido colega e amigo Hélder Martins.E o Armando Pires
jornalista com quem me entendo tão bem., não é amigo?
E beijos? Na Isabel Andreia, na Dina Isabel, agora minha "gerente"num hotel na Califórnia ali para a Buraca, na Maria Helena Falé, na Paula Castelar, na Ana Luz que tem milhares de quilómetros comigo na rádio e na TV, na Maria Do Rosário Vivaldo que se prepara para nos instalar no museu da RTP,e na Piedade Coelho que continua cada vez mais menina.
A Rádio Comercial, a tal que foi a Nossa Vida, reviveu hoje a glória e a memória do nosso tempo que, sendo do passado, ainda não passou.
Muito sucesso para os "herdeiros",e votos de que façam do futuro um passado para um dia poderem recordar.
E beijos? Na Isabel Andreia, na Dina Isabel, agora minha "gerente"num hotel na Califórnia ali para a Buraca, na Maria Helena Falé, na Paula Castelar, na Ana Luz que tem milhares de quilómetros comigo na rádio e na TV, na Maria Do Rosário Vivaldo que se prepara para nos instalar no museu da RTP,e na Piedade Coelho que continua cada vez mais menina.
A Rádio Comercial, a tal que foi a Nossa Vida, reviveu hoje a glória e a memória do nosso tempo que, sendo do passado, ainda não passou.
Muito sucesso para os "herdeiros",e votos de que façam do futuro um passado para um dia poderem recordar.
RÁDIO COMERCIAL ANOS 80
Naquele tempo havia um rádio ligado em minha casa 24 horas por dia. Só existiam quatro canais nacionais de rádio: a RDP Antena 1 e Antena 2, a Rádio Renascença e a Rádio Comercial, que também pertencia à Radiodifusão Portuguesa. A Rádio estava sempre ligada na Rádio Comercial, especialmente na emissão de Onda Média. Isto até ter-se dado o advento do FM em Portugal, em larga escala, a partir de 1979. Eu não me lembro do nome do aparelho de recepção que o meu pai trouxe para casa em 1975 e que, na primeira vez que foi ligado, apareceu a voz de Raul Durão na Antena 1. Não me lembro da marca do modelo do aparelho, mas se tiverem oportunidade de ver o filme Apocalypse Now Redux (de Francis Ford Coppolla) aparece um rádio exactamente igual no momento do enterro do jovem soldado. Seria, todavia, com um outro receptor, um pequeno transístor manual (que lá em casa chamávamos de “bonequinha”) que escutaria, pela primeira vez, uma madrugada inteira de rádio. Fi-lo em segredo. Tinha nove anos e o programa que escutei durante toda essa noite chamava-se «A Noite é Nossa», de Ruy Castelar. Foi a primeira de muitas, imensas, incontáveis noites em claro a ouvir rádio. E, obviamente, a ouvir a Rádio Comercial.
O programa «A Noite é Nossa», de Ruy Castelar, não duraria muito mais tempo e, passado um ano ou dois, apareceu um outro programa na Rádio Comercial, no mesmo horário, que quase nunca perdia. Era o programa «No Calor da Noite», feito a várias mãos. Uma equipa de notáveis profissionais, entre eles Fernando Correia, Jorge Perestrelo, Luís Filipe Barros e José Augusto Marques. Cada qual fazia à sua maneira mas, em todos eles, havia uma forte dedicação. «No Calor da Noite» era uma companhia nocturna absolutamente arrebatadora. Eu já sabia que se começasse a ouvir esse programa não conseguiria dormir mais até ao fim. Este é apenas um dos muitos exemplos que trago na memória desses templos absolutamente dourados da doce mania de rádio. «Doce mania de rádio», era uma frase cliché do programa «24ª Hora». Esse era outro dos espaços de emissão que eu ouvia assiduamente. Por exemplo, neste programa havia duas crónicas diárias absolutamente imperdíveis: o ressurgimento dos «Cinco minutos de Jazz» de José Duarte (após um interregno de vários anos na rádio portuguesa) e a crónica socio-política de José Manuel Homem de Melo. Mas tal como disse, estes são apenas alguns exemplos de uma torrente contínua de programas na Rádio Comercial, ao longo de 24 horas por dia. As manhãs, até um certo período, eram em simultâneo em Onda Média e FM. Podiam começar com a equipa de Luís Paixão Martins («Hora de Ponta»), Luís Pereira de Sousa («Hora a Hora»), Carlos Pinto Coelho, José Ramos, Herman José, Júlio Isidro, continuando depois com Ruy Castelar, Jorge Pego, etc.
As tardes em Onda Média também foram, durante algum tempo, preenchidas com um programa feminino chamado «Ela», feito por várias elas, e que tinha uma crónica social interessantíssima feita por Carlos Castro. Em FM, era a «Discoteca» de Adelino Gonçalves, «O Vapor» de José La Féria, o «Rock em Stock» de Luís Filipe Barros, «Tempo de Fuga» (rigoroso exclusivo Pausadas de Portugal) com apresentação de José Ramos, «Cabo da Boa Esperança» com apresentação de António Macedo, já pela noite dentro «Quando o Telefone Toca» com Matos Maia (à 4ª feira havia o Top dos discos mais pedidos), o «Café-Concerto» com Maria José Mauperrin, depois a já falada «24ª Hora» que teve como apresentadores Pedro Castelo, Aníbal Cabrita e João Chaves entre muitos outros. Depois vinha «O Passageiro da Noite» de Cândido Mota, «O Som da Frente» de António Sérgio e «O Calor da Noite» dos notáveis de que já falei.
A rádio nessa altura em minha casa era e, acho que em todas as casas, mais importante que a televisão. Muita gente não se lembra mas só havia a RTP 1 e 2. E a televisão em Portugal nessa altura não funcionava 24 por dia. As emissões começavam à tarde, por volta das 17:00 e às duas da manhã ou muitas vezes antes, já estavam encerradas. A rádio sempre foi o órgão de comunicação social mais importante na minha casa. Estava então ligada 24 horas por dia. Acordava a ouvir rádio, tudo o que fazia era ao som da rádio, estudava a ouvir rádio, faltei a algumas aulas para ouvir rádio, quase que gostava de ficar doente para poder ficar em casa a ouvir rádio, deitava-me (e deito-me) sempre a ouvir rádio. Muitas dessas noites, não chegava a dormir. Toda a bagagem musical que fui acumulando ao longo dos anos foi através da rádio. E todo o investimento musical que, posteriormente fiz, foi estimulado pelo que conheci através da rádio. É claro que muitas das coisas que conheci me levaram a conhecer outras e por aí fora (as playlists não permitem isso, salvo as raras excepções do costume).
Nessa altura, nos últimos 25 a 30 anos, a rádio tinha uma componente que hoje em dia caiu em desuso: a formação. A rádio tinha três componentes fundamentais: a informação, o entretenimento e a formação. Hoje em dia, a formação está completamente posta de parte. Os programas tinham, de facto, impacto junto das pessoas. Havia muito mais ouvintes que há hoje. Havia mais tempo, as pessoas estavam mais disponíveis para ouvir rádio. E faziam-no, sobretudo em casa. Na altura, a maioria das pessoas não tinha ainda transporte próprio. Hoje em dia a rádio ouve-se essencialmente nos automóveis. Esta diferença de disponibilidade demonstra o quanto diferentes são hoje os ouvintes de rádio. Hoje, ouvem com menos atenção. São menos exigentes na subjectividade das emissões mas, por outro lado, as audiências de hoje em dia são mais exigentes no que toca à informação, ao jornalismo radiofónico.
Hoje em dia há mais participação de ouvintes em directo na rádio, há maior interactividade por via dos vários fóruns que se multiplicam em estações de referência, sendo que em muitos destes casos o excesso de palavra cai em redundância e na inutilidade. Transforma-se em ruído. E o excesso de informação transforma-se em desinformação (mas esse é um outro assunto que não interessa agora).
Por vezes, eu colocava dois aparelhos de rádio ligados em simultâneo. Um com o volume de som mais elevado que o outro, para assim produzir-se um efeito em eco que se espalhava por toda a casa. Aquilo era mágico!
DADOS HISTÓRICOS - A Rádio Comercial foi precedida pelo não menos histórico RCP-Rádio Clube Português. Após as nacionalizações em 1975, o RCP (privado) foi assim nacionalizado e caiu na alçada da RDP. Primeiro este canal nacional de radiodifusão chamou-se RDP-Programa 4. Depois, e por ser a única estação estatal a ter publicidade, começou a denominar-se – por sugestão de João David Nunes – Rádio Comercial.
Dia 10 de Março de 1979: João David Nunes assumia o cargo de director da Rádio Comercial. António Ribeiro é o director de informação.
Junho de 1980: Jaime Fernandes assume o cargo de director de programas.
Outros nomes pioneiros no arranque da Rádio Comercial: Rui Morrison, Paulo Coelho, Júlio Isidro, Dora Maria, Fernando Quinas, Jorge Moreira, Dulce Varela e Pedro Castelo.
Acho que alguma da Rádio que já se vai fazendo, neste momento, em Portugal, não nos deixa muito envergonhados em relação à Rádio que se faz lá fora.João David Nunes, Abril 1981
PROGRAMAS PARA A HISTÓRIA
«Quando o telefone toca» que teve vários apresentadores, mas o único que me lembro bem é Matos Maia. Acompanhava com maior entusiasmo a emissão de quarta-feira por causa do top dos dez mais pedidos da semana. O objectivo era ouvir as canções “Eyes Without a Face” de Billy Idol e “Take a look at me Now de Phill Collins. Estavam lá sempre (1983/84).
«Piadinhas e Torradinhas» e «Graça com Todos» dos «Parodiantes de Lisboa». As “piadinhas surgiam cedo pela manhã (no Inverno ainda de noite) e a “Graça” à hora do almoço (13:00/14:00) . Sempre de segunda a sexta-feira. Inesquecível a dupla Patilhas e Ventoinha, que aparecia já nos últimos dez ou quinze minutos da sessão «Graça com Todos». Lá iam eles desvendar mais um bizarro crime. Patilhas era o chefe, o inteligente. Ventoinha o bronco, o desastrado. Mas não eram poucas as vezes que o subalterno surpreendia e embrulhava o chefe…
«Café da Manhã» com Ruy Castelar e companhia. Da companhia fizeram parte duas estreantes vozes femininas, hoje ausentes do éter: Maria Alexandra e Isabel Risques. Onda média pura e dura, com música portuguesa, francesa e latino americana. Passatempos/ofertas e ouvintes em directo. Este era o Ruy Castelar diurno. Antes tinha havido o histórico «A Noite é Nossa» e, depois do «Café da Manhã», Ruy Castelar voltaria à terna noite para realizar o «Fantástico». Durou anos a fio, só sendo pulverizado pela privatização da Comercial em 1993. Fica na memória do «Fantástico» as intervenções da astróloga brasileira Diva Ferreira e especialmente os directos de Carlos Rebelo a partir da discoteca “Green Hill” na Foz do Arelho. O programa «Fantástico» ainda teve um remake na Rádio Nova (Porto) numa altura em que dispunha de emissão de e para Lisboa. Mas nunca mais voltou a ser a mesma coisa e a fantasia perdeu-se.
«A Grafonola Ideal» de Júlio Isidro. Salvo erro, apenas em Onda Média. E, se a memória não me atraiçoa, Júlio Isidro teve uma ou mais vozes femininas a acompanhá-lo neste programa da Comercial. Mas fez mais, especialmente a «Febre de Sábado de Manhã». Este último conseguiu feitos impensáveis na rádio de hoje. Qual é o programa que hoje conseguiria encher um estádio de futebol durante três horas para assistir a actuações musicais numa manhã de Sábado?
«Cantores do Rádio» de José Nuno Martins. Destaque óbvio para a música brasileira e estórias associadas. Outro programa de José Nuno Martins que deixou marcas na Rádio Comercial nos anos 80 foi «Interiores».
«Piquenicão» de Costa Macedo, numa romaria anual com ouvintes, amigos, familiares e agricultores. A rádio ao vivo e em directo. Literalmente.
«TNT-Todos no Top» de Jorge Pego, que numa determinada fase contou também com apresentação de Manuela Moura Guedes. Lembro-me da entrevista a Paul McCartney por altura da edição do álbum “Pipes Of Peace” (1983). A guerra-fria estava num dos seus pontos mais críticos.
«Rock em Stock» de Luís Filipe Barros. (Por um bom período de tempo foi feito por Ana Bola). Talvez o mais memorável dos programas da Comercial de 80, a par do «Som da Frente» e da «Discoteca». Rasgou horizontes e deu o Rock que os ouvintes portugueses nunca tinham escutado.
«Círculo em FM» de Paulo Coelho e Fernanda Ferreira, um programa que também contou com a apresentação de José Ramos.
«Discoteca» de Adelino Gonçalves. Um dos marcos da Comercial de 80. Enfoque especial para a chamada música negra mais dançante (funk) acompanhada por muito mais. Foi aqui, por exemplo, que se ouviu pela primeira vez o tema “Drive” dos Cars ou “Nightshift” dos Commodores em homenagem ao então assassinado Marvin Gaye (1984).
«O Vapor» de José La Féria. A ponte entre a «Discoteca» e o «Rock em Stock». Muito diferente – para melhor – era este La Féria daquele que também militava na Onda Média.
«Rolls Rock» , «Lança Chamas» , «Rei Lagarto e outras histórias» e em particular «Som da Frente», todos estes programas da autoria de António Sérgio. A história fala por si.
«Café Concerto» calmo e intimista de Maria José Mauperrin (ver mais abaixo).
«Morrison Hotel» de Rui Morrison. Sobriedade e bom gosto. Música de todos os tempos em perfeita simbiose. A voz distinta do autor complementava o atraente enquadramento
«Pedras Rolantes» do próprio Rui Morrison com Rui Neves e Ricardo Camacho. A três mãos, uma emissão musical mas com palavra. Dos três.
«24ª Hora» O melhor magazine radiofónico que alguma vez ouvi. Era uma segunda e nova vida do mítico «23ª hora» vindo da Rádio Renascença (que nunca ouvi pela simples razão de que ainda não era nascido), mas já aqui os tempos eram outros. Um programa idealizado e concebido pelo grande produtor de rádio, que foi João Martins. A «24ª Hora» teve vários apresentadores (José Nuno Martins, Jorge Pego, Aníbal Cabrita, João Chaves, António Macedo, etc.) sendo Pedro Castelo o mais assíduo. Outros nomes participantes: Tomás Taveira (arquitectura), Paulo Gil, António Rolo Duarte, José Vaz Pereira (cinema). O lugar deixado vago pela “vigésima” ainda continua por preencher devidamente na rádio em Portugal.
Cinco Minutos de Jazz» de José Duarte. Começou em 1966. Conheceu um hiato de vários anos após o 25 de Abril, mas retornou em Outubro de 1983 justamente na 24ª hora. Aí sim, apanhei o acontecimento na hora e sigo os «Cinco Minutos» até hoje.
«O Passageiro da Noite» O programa mais famoso na longa carreira radiofónica de Cândido Mota. O mais famoso e o mais polémico
«Country Music» de Jaime Fernandes. Até hoje, o melhor programa de rádio sobre a canção tradicional norte americana.
«Dança Atlântico», «Trópico de Dança», «A Escola do Paraíso» e «W». O que uniu todos estes projectos? Um homem, um nome, muitas ideias: Miguel Esteves Cardoso. Não esteve sozinho. Ao lado do seu poder de génio, também materializado no mundo da rádio, estiveram João David Nunes, David Ferreira e Margarida Mercês de Melo. Já agora, onde estás tu, MEC?
«Pão Com Manteiga» durou 98 semanas. Uma equipa de luxo liderada por Carlos
Cruz: José Duarte, Mário Zambujal, Joaquim Furtado, Bernardo Brito e Cunha,
Eduarda Ferreira, Orlando Neves.
Parte desta equipa esteve também envolvida em outros programas memoráveis, ainda sob a liderança de Carlos Cruz «Contra Ataque», «Duplex» e «Uma Por Semana». O Senhor Televisão também era um Senhor Rádio. Qualidade acima da média (na altura muito elevada).
Irreverência, intransigência, independência. Alguém consegue pedir mais?
«A Flor do Éter» e «Rebéu-béu Pardais ao Ninho» de Herman José & companhia: Vítor de Sousa, Margarida Carpinteiro, Lídia Franco e Ana Bola. Lembram-se do infindável folhetim «Fedora Fedoreva»? Radio novela humorística. Hoje não existe nada parecido.
«Se7e por Se7e» uma extensão radiofónica do semanário de artes e espectáculos «Se7e», com coordenação do então director da publicação Carlos Cáceres Monteiro.
E que equipa: António Macedo, João Gobern, Pedro Rolo Duarte, entre outros.
«As Noites Longas do FM Estéreo» António Santos no seu melhor momento (monumento) de rádio.
«À Sombra de Edison» de Jorge Gil com locução de Cândido Mota. A arte do som e da palavra num ensaio experimentalista.
«Tardes de Desporto» O futebol era quase sempre ao Domingo. Por vezes, raramente, também ao sábado. Artur Agostinho, Fernando Correia, Jorge Perestrelo, David Borges, Fernando Emílio, Abel Figueiredo (relatadores); António Macedo (como repórter de pista); Carlos Cardoso (comentador de arbitragem); Fernando Neves de Sousa (comentador de futebol); José Augusto Marques, Orlando Dias Agudo, etc. Mas o desporto na Comercial não era só futebol, como hoje acontece nas três maiores estações nacionais (Antena1, TSF, Renascença). Havia transmissões dos campeonatos mundiais e europeus de Hóquei em Patins, o atletismo tinha acompanhamento regular, o automobilismo também, em particular o saudoso Rali de Portugal Vinho do Porto. As inesquecíveis vitórias olímpicas de Carlos Lopes (Los Angeles, 1984) e de Rosa Mota (Seul, 1988) foram relatadas em directo na Rádio Comercial por Fernando Correia. Arrepiante, soberbo.
Tantos e tão bons nomes da rádio feita em Portugal, todos juntos sob o mesmo tecto. Nunca mais aconteceu nada assim.
E já agora, retomando e reforçando a saga dos paradeiros de radialistas desta altura:
Parte desta equipa esteve também envolvida em outros programas memoráveis, ainda sob a liderança de Carlos Cruz «Contra Ataque», «Duplex» e «Uma Por Semana». O Senhor Televisão também era um Senhor Rádio. Qualidade acima da média (na altura muito elevada).
Irreverência, intransigência, independência. Alguém consegue pedir mais?
«A Flor do Éter» e «Rebéu-béu Pardais ao Ninho» de Herman José & companhia: Vítor de Sousa, Margarida Carpinteiro, Lídia Franco e Ana Bola. Lembram-se do infindável folhetim «Fedora Fedoreva»? Radio novela humorística. Hoje não existe nada parecido.
«Se7e por Se7e» uma extensão radiofónica do semanário de artes e espectáculos «Se7e», com coordenação do então director da publicação Carlos Cáceres Monteiro.
E que equipa: António Macedo, João Gobern, Pedro Rolo Duarte, entre outros.
«As Noites Longas do FM Estéreo» António Santos no seu melhor momento (monumento) de rádio.
«À Sombra de Edison» de Jorge Gil com locução de Cândido Mota. A arte do som e da palavra num ensaio experimentalista.
«Tardes de Desporto» O futebol era quase sempre ao Domingo. Por vezes, raramente, também ao sábado. Artur Agostinho, Fernando Correia, Jorge Perestrelo, David Borges, Fernando Emílio, Abel Figueiredo (relatadores); António Macedo (como repórter de pista); Carlos Cardoso (comentador de arbitragem); Fernando Neves de Sousa (comentador de futebol); José Augusto Marques, Orlando Dias Agudo, etc. Mas o desporto na Comercial não era só futebol, como hoje acontece nas três maiores estações nacionais (Antena1, TSF, Renascença). Havia transmissões dos campeonatos mundiais e europeus de Hóquei em Patins, o atletismo tinha acompanhamento regular, o automobilismo também, em particular o saudoso Rali de Portugal Vinho do Porto. As inesquecíveis vitórias olímpicas de Carlos Lopes (Los Angeles, 1984) e de Rosa Mota (Seul, 1988) foram relatadas em directo na Rádio Comercial por Fernando Correia. Arrepiante, soberbo.
Tantos e tão bons nomes da rádio feita em Portugal, todos juntos sob o mesmo tecto. Nunca mais aconteceu nada assim.
E já agora, retomando e reforçando a saga dos paradeiros de radialistas desta altura:
O que é feito de Abel Figueiredo? Foi com ele a relatar que o Sporting ganhou o
último título nacional (1981) antes de uma longa travessia de 19 anos. No final
do encontro, o ponta de lança sportinguista Jordão ofereceu a camisola a este
narrador da Rádio Comercial. Ouvi tudo em directo! Em 1986, no verão, eram dele
os relatos em directo – noite dentro – do campeonato Mundial de Hóquei em
Patins no Sertãozinho, Brasil. Lembram-se?
O que é feito Fernando Emílio? Era narrador desportivo (Futebol, Hóquei em Patins, atletismo e ciclismo). Entusiasta, por vezes frenético. Permaneceu na Rádio Comercial após a privatização desta em 1993, mas ainda no decorrer da década de noventa “desapareceu” do éter.
O que é feito de Carlos Cardoso? Especialista em arbitragem de futebol, detentor de uma inconfundível voz rouca. As análises dele ao jogo em directo, principalmente nos grandes encontros de futebol, davam uma outra dimensão aquele tipo de transmissão. Sobriedade e saber, mesmo quando as emoções estavam ao rubro. Já na década de noventa exerceu as mesmas funções na TSF, mas depois disso – já na segunda metade dos anos 90 – nunca mais se ouviu. E se fazem falta análises correctas sobre arbitragem…
O que é feito de Carlos Rebelo? Era o entusiasta repórter de serviço em programas de Ruy Castelar, particularmente nos directos a altas horas da noite na discoteca “Green Hill” na Foz do Arelho. Em que “praia” andará ele agora?
O que é feito de João Gobern? Rádio Comercial e CMR – Correio da Manhã Rádio, onde foi um dos autores do programa «Faces Ocultas». Tem estado com muita regularidade e presença na imprensa escrita. A sua última (?) aparição radiofónica de que ee tenha dado conta foi um cronista na tsf na primeira metade dos anos 90
O que é feito Fernando Emílio? Era narrador desportivo (Futebol, Hóquei em Patins, atletismo e ciclismo). Entusiasta, por vezes frenético. Permaneceu na Rádio Comercial após a privatização desta em 1993, mas ainda no decorrer da década de noventa “desapareceu” do éter.
O que é feito de Carlos Cardoso? Especialista em arbitragem de futebol, detentor de uma inconfundível voz rouca. As análises dele ao jogo em directo, principalmente nos grandes encontros de futebol, davam uma outra dimensão aquele tipo de transmissão. Sobriedade e saber, mesmo quando as emoções estavam ao rubro. Já na década de noventa exerceu as mesmas funções na TSF, mas depois disso – já na segunda metade dos anos 90 – nunca mais se ouviu. E se fazem falta análises correctas sobre arbitragem…
O que é feito de Carlos Rebelo? Era o entusiasta repórter de serviço em programas de Ruy Castelar, particularmente nos directos a altas horas da noite na discoteca “Green Hill” na Foz do Arelho. Em que “praia” andará ele agora?
O que é feito de João Gobern? Rádio Comercial e CMR – Correio da Manhã Rádio, onde foi um dos autores do programa «Faces Ocultas». Tem estado com muita regularidade e presença na imprensa escrita. A sua última (?) aparição radiofónica de que ee tenha dado conta foi um cronista na tsf na primeira metade dos anos 90
1993, A PRIVATIZAÇÃO A empresa proprietária do CMR-Correio da Manhã Rádio compra a Comercial e assim se estragam duas casas. Acabou o CMR que até dada altura, isto é, até começar a copiar a TSF, era a rádio mais bela de Lisboa. Uma estação de charme, fascinante em muitos aspectos, com inegáveis bons profissionais. E acabou a Comercial que até então conheceramos. A fusão não podia dar certo e não deu mesmo. Depois de uma longa agonia de indefinição, novos proprietários transformaram a Rádio Comercial (exclusivamente com emissão em FM) na «Rádio Rock», dirigida por Luís Montez, entretanto saído dos defuntos projectos XFM e NRJ-Energia/Radical. Estávamos já em 1997. O formato «Rádio Rock» foi adoptado após um estudo em que dava conta das preferências dos ouvintes portugueses. Afinal, o que o povo queria era Rock! O modelo (playlist, quase ausência de programas de autor) deu resultados positivos na óptica do mercado e das audiências, mas da Rádio Comercial enquanto Rádio Comercial e enquanto conceito, já só restava o nome, os emissores nacionais e o mágico corredor da Sampaio Pina. De resto, toda a magia tinha sido substituída pela Radio Format Target.
O método fez doutrina e, em meados da primeira década do século XXI, todas – ou quase todas – as estações seguem o método. Até quando?
RÁDIO COMERCIAL 2006
É uma estação de matriz musical, quase totalmente preenchida por playlist (de tops, comercial). Beneficia de uma boa cobertura nacional e é esse facto que lhe dá vantagem em relação às tantas outras rádios comerciais/musicais que por aí andam (afinal o tamanho conta…). Tem como objectivo destronar a RFM da liderança de audiências. Para atingir esse fim começou, desde 2003 (com a entrada em funções administrativas do ex-RFM Pedro Tojal) a copiar a estação rival mais directa. Desde finais de 2005 que a Rádio Comercial tem nova direcção. Desconheço se os objectivos estratégicos serão os mesmos, mas até à data, nada de muito diferente aconteceu, com a excepção – justa – do regresso de António Sérgio e a criação do programa «80 à Hora».
Repito: Até à data, nada de muito diferente aconteceu. Vai acontecer
Francisco Mateu
O CALCULISMO MATEMÁTICO DE CAVACO SILVA, QUE PRIVATIZOU A RÁDIO COMERCIAL E LHE DEU A GRANDE MACHADA
De facto, ele já sabia, que mais tarde ou mais cedo, GENRO, Luís Montès, VINHA A SER UM DOS CAMPEÕES DO PLURALISMO DEMOCRÁTICO EM PORTUGAL Mosquito e Montez formalizam entrada na Controlinveste
De facto, ele já sabia, que mais tarde ou mais cedo, GENRO, Luís Montès, VINHA A SER UM DOS CAMPEÕES DO PLURALISMO DEMOCRÁTICO EM PORTUGAL Mosquito e Montez formalizam entrada na Controlinveste
– Luis Montez, dono da lusocanal e accionista da Controlinveste DN;JN e TSF
Cavaco vetou a lei do pluralismo e da não concentração dos meios de comunicação social, alegando não haver motivo que justifique a urgência na publicação de um diploma desta natureza e deste alcance - PR: Cavaco veta Lei do pluralismo e não concentração
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