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sexta-feira, 8 de março de 2019

Milhares saem à rua em Lisboa em defesa dos direitos da Mulher no Dia Internacional da Mulher - – Stop à violência doméstica, entre os apelos e coros entoados.

JORGE TRABULO MARQUES – JORNALISTA - MEU PAI ERA UM BOCADO PARA COM A MINHA MÃE , O QUE ME DESGOSTOU IMENSO NA MINHA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA  -LEIA DEPOIS O POST SEGUINTE http://www.odisseiasnosmares.com/2019/03/alda-graca-do-espirito-santo-voz.html


Milhares de mulheres,  a que se juntaram também muitos homens, e até o Primeiro-Ministro, António Costa e sua esposa Fernanda Tadeu, manifestaram-se, ao fim da tarde desta Sexta-feira,  no Terreiro do Paço, em Lisboa, a que chamaram de revolução pacifica, ostentando  cartazes, entoando cânticos e palavras apelando-se ao   o fim da violência contra as mulheres, sobretudo a violência doméstica, que continua a pontuar as estatísticas no país com femicídios. Direitos iguais e efectiva justiça para as mulheres violentadas e discriminadas marcaram as mensagens nos cartazes e palavras de ordem, em que o juiz Neto de Moura foi figura de destaque e alvo constante de apupos e críticas por causa dos seus acórdãos polémicos em casos de violência doméstica. Num cartaz exibido pela delegação do Bloco de Esquerda, liderado pela coordenadora, Catarina Martins, lia-se: “Não queremos flores, queremos justiça e o juiz Neto de Moura fora dela




Costa diz que sociedade deve "gritar nas ruas"

No momento em que nos encontrávamos a  registar o breve  apontamento da manifestação, não nos apercebemos da presença do Primeiro-Ministro, António Costa, mas viemos a saber, pela imprensa, que também ali estava, tendo destacado "a importância de a sociedade reivindicar nas ruas que não aceita a realidade da violência doméstica, considerando que ainda "há muito para fazer" nesta matéria.
A acompanhar o primeiro-ministro, estiveram a sua mulher, Fernanda Tadeu, alguns membros do Governo e deputados socialistas, bem como o cabeça de lista do PS às eleições europeias, Pedro Marques


Falando aos jornalistas, o chefe do Governo lembrou que, "quando há ainda uma diferença de 18% em média no vencimento entre as mulheres e os homens, quando há uma grande disparidade no exercício de cargos políticos e cargos de direção", quando existe "tanta dificuldade na conciliação entre a vida familiar, profissional e pessoal" e quando "existe uma barbaridade como os níveis de violência doméstica e de género" que se registam em Portugal, isso "significa que há muito para fazer".
Apontando que o país tem de continuar a mobilizar-se nesse sentido, o primeiro-ministro considerou que esse é também um caminho a percorrer "ao nível institucional" e "ao nível da cidadania".

"É importante, é muito relevante que o conjunto da sociedade grite também nas ruas que não está disponível para aceitar esta realidade e que viremos seguramente esta página da desigualdade de género", salientou, explicando que foi essa uma das razões pela qual se associou à iniciativa de hoje."A minha presença é só um gesto simbólico a sinalizar que é necessário mobilizar-nos todos coletivamente para batermo-nos pela igualdade, porque houve um grande progresso feito desde o 25 de Abril, em particular com a grande reforma do Código Civil em 1977, mas ainda há muito para fazer", sublinhou.
António Costa disse também que a comissão técnica sobre a violência doméstica "está a avaliar o conjunto de soluções" possíveis para combater este flagelo.
Na opinião do primeiro-ministro, é "manifestamente necessário" melhorar "os instrumentos de recolha da prova, de conservação da prova, para que os processos judiciais possam ter efetivas consequências do ponto de vista condenatório".

"Porque é isso que é essencial também para reforçar a confiança de todas as pessoas que são vítimas da violência, que são testemunhas da violência para que confiem no sistema de justiça, denunciem e que dessa denúncia resultem, efetivas condenações e prisões. Só assim alteraremos essa realidade", frisou.


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