"Entendemos que é chegado o momento de dar um novo rumo a nossa agricultura” disse o ministro Francisco Ramos, durante o lançamento do projecto “Apoio à capitalização e valorização de produções hortícolas para a segurança alimentar e nutricional” com apoio de FAO, tendo declarado aposta na produção interna como forma de se reduzir as importações..
De acordo com dados do ministério da Agricultura Desenvolvimento Rural, a economia são-tomense é muito pouco diversificada e agricultura continua a ser o sector predominante com uma contribuição de cerca de 20 por cento para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional, sendo o sector agrícola responsável por quase 60 por cento da população ativa e é praticada por pequenos agricultores. http://www.stp-press.st/2019/09/11/ministro-de-agricultura-defende-aposta-na-producao-interna-como-forma-de-se-reduzir-importacoes/
São Tomé e
Príncipe é considerado “ Um imenso laboratório
farmacêutico que brota da terra, muito estudado por botânicos e
investigadores mas muito mal aproveitado, senão apenas pelos especialistas de
medicina natural,os terapeutas
tradicionais, conhecidos como “tchiladô ventosa, que recolhem da
floresta, da variadíssima flora das ilhas (desde as ervas,
arbustos e árvores)os mais díspares ingredientes naturais para o tratamento e
cura das mais diversas doenças
E a
milagrosa folha e casca da árvore da quina: a medicina natural mais
antiga da ilha contra a malária, febre, indigestão, doenças da boca,
garganta, câncer, queda do cabelo, uma série de doenças – Introduzida
pelos portugueses, da índia e Java, cultura que procuram
desenvolver com outras culturas tropicais – Hoje é só quase conhecida
pelos estudiosos e curandeiros: uma imensa riqueza que se perde – E até se
destrói
Benefícios da
quina - Composta por alcaloides, taninos,
essências, princípios amargos e quinino, a quina possui propriedades
febrífugas, antimaláricas, tonificante, adstringente e cicatrizante. As
propriedades da planta estimulam as funções intestinais, gástricas e hepáticas.
Indicações
- O chá de quina pode ser utilizado para
tratar anemia, convalescênça, febres em geral, inflamações, além de casos de
queda de cabelo.
Manjar dos deuses |
Fradique Menezes - Apreciador dos frutos da Terra |
As folhas da planta em infusão podem ser utilizadas em casos de problemas urinários; o sumo das folhas, em casos de prisão e dores de ventre; as folhas e casca em infusão para o tratamento de dor de dente, sarampo, malária, estimulante do apetite, fadiga geral, diarreia, disenteria, dor de garganta, prevenção de gripes e resfriados, palpitações do coração, funções cardíacas e hemorroidas; as cascas podem ser utilizadas em casos de convalescência; as folhas esfregadas contra o corpo podem tratar caso de sarna; as folhas e casca em infusão pode ser um adstringente para a garganta. http://www.remedio-caseiro.com/beneficios-e-propriedades-da-quina/
A quina quina pertence a família das Rubiáceas. É também conhecida pelo nome de chichona vermelha, casca eruana e casca dos jesuitas. Conhecidas como quina, é a casca que cobre o tronco e os ramos da árvore. Nomes populares da planta Quina Quina : Quina Calisaia, Pó de Condessa,Pó dos Jesuítas,Quina Cinzenta,Quina Parda,Quina Branca,Quina Nova Granada,Quina Real,Quina Amarela,Quina Amarela Real,Quina Vermelha,Quina Vermelha Não Verrugosa,Quina Vermelha Rugosa,Quina do Mato,Quina da Terra,Quina de Porto Alegre,Cascarilha de Folha Grande,Quina Rubra,Quina Vermelha de Uanaco,Quina do Campo,Quina de Velozo,Quina da Serra. Da família da Rubiáceas existem várias outras espécies. As árvores da quina quina são provenientes de lugares montanhosos e com climas tropicais das Américas Central e do Sul. Algumas das espécies são ricas em quinino, e são recomendadas no tratamento de doenças como a malária.
Os
arbustos e árvores tem cor verde, e sua altura pode variar de 15 a 30
metros. Auxilia no sistama circulatório. A quina quina está tratando as doenças
do sangue e as cardíacas. Elas que
estavam sendo normalmente cuidadas com a quina quina. Também essa planta estava sendo utilizada em
casos de varizes e os batimentos cardíacos irregulares.
Essa planjta também ajuda no tratamento da arritmia, vários laboratórios
especializados fabricam diversos medicamentos de prescrição. Estes
medicamentos contém derivados da planta. Cada cápsula contém 40 a 50 pequenas
sementes que são tão claras e tão leves que é necessário aproximadamente 75000
sementes para obter 30 g. Além disso, as árvores do quina quina são
encontradas em lavouras na África e no Sudeste asiático. O mais importante
composto químico, pode ser encontrado em todas as espécies citadas da Familia
Rubiaceae. http://remediodaterra.com.br/beneficios-do-cha-de-quina-quina/
ÁRVORE DA QUINA EM
S. TOMÉ- RELATÓRIO COLONIAL DE 1943
"Começou por
ser introduzida, mais com a finalidade de ser usada no tratamento da Malária,
mas depois também se procurou intensificar a sua produção, nalgumas
roças, para ser associada às exportações do café, cacau e outras culturas
tropicais, porém, as baixas cotações nos mercados internacionais, onde havia
uma forte concorrência com os principais produtores, tanto das índias (pelos
ingleses) como das américas (pela colonização espanhola) , não foram os motivos
mais encorajadores.
"Pelo
inquérito a que procedemos em cumprimento da portaria n- 541 de 20 de Fevereiro
de 1943, são onze em S. Tomé as roças produtoras de quina.: Diogo Vaz; Monte
Café; Monte Forte: Nova Ceilão; Nova Moca; Ponta Figo; Ribeira
Palma; Rio do Ouro; São Nicolau: Trás-os-Montes; Zampalma" - Hoje as roças
estão irreconhecíveis, não há sinais desta cultura, senão as que se disseminaram
espontaneamente pelo mato. - A produção do cacau, embora constitua
cerca de 90ª do valor das exportações, é meramente residual, comparativamente
aos tempos áureos desta cultura no período colonial
Referia o mesmo
relatório: "Na maior parte de tas roças as colheitas de quina têm variado
muito de ano para ano por as propriedades não estarem em geral preparadas para
uma produção anual com pequenas oscilações, sobretudo porque em
longos períodos (anos por vezes e não poucos)
Não tem valido a.
pena fazer colheitas em razio da baixa cotão ou cotação da casca das
quineiras. Mas embora as roças em S. Tomé não estejam em
geral preparadas, como acabámos de dizer, para darem todos os anos a
mesma produção de quina ou produções que não se diferenciam
extraordinariamente umas das outras,
atualmente poder-se-ão conhecer de cacas de quina os
seguintes pesos anuais aproximados:.
Na maior parte das
roças as colheitas de quina têm variado muito de ano para ano por as
propriedades não estarem em geral preparadas para uma produção anual com
pequenas oscilações, sobretudo porque em longos períodos (anos por vezes
e não poucos)
Não tem valido a.
pena fazer colheitas em razio da baixa cotão ou cotação da casca das
quineiras. Mas embora as roças em S. Tomé não estejam em geral
preparadas, como acabámos de dizer, para darem todos os anos a mesma
produção de quina ou produções que não se diferenciam extraordinariamente
umas das outras, atualmente poder-se-ão conhecer de cacas de quina
os seguintes pesos anuais aproximados:
Diogo Vaz 2500 K;
Monte café 20.000;Monte Forte 2000; Nova Ceilão 3000; Nova Moca 6000;Ponta Figo
1000; Ribeira Palma 500; Rio do Ouro 2.500; São Nicolau 2000; Trás-os-Montes
5000; Zampalma 4000.
S. Tomé atualmente
Não está porém
estacionária a produção da quina nesta ilha. Já no corrente ano de l.943 se
poderão colher mais que esses 48.500 de casca de quineiras, e dentro de
poucos anos a produção estará duplicada, e as colheitas, se as cotações forem
compensadoras, poderão subir, número redondos, para
100.000,quilogramas, assim distribuídos:
Diogo Vaz 5000
quilos; Monte Café 40.000; Monte Forte 2.000; Nova Ceilão (Milagrosa)
4.000;Nova Moca 6.000; Ponta Figo 1.000; Ribeira Palma 500; Rio do Ouro
10.000; São Nicolau 4.000; Trás-os-Montes 8.000; Zampalma 7.00 – Num total de
87.500
12/10/2012 São
Tomé e Príncipe, tal como outras ilhas do golfo da Guiné como Bioko, Pagalu, é
um dos países da costa oeste africana que mais preponderância assume quando a
questão em causa é a biodiversidade. Devido a este facto, desde os finais do
Séc. XIX, as “Ilhas maravilhosas do Equador” têm despertado um enorme encanto a
investigadores internacionais.
As
suas florestas foram classificadas pela organização internacional WWF como uma
das duzentas mais importantes áreas em termos de biodiversidade no mundo. São o
habitat para cerca de 25 espécies de aves endémicas, um número extraordinário e
comparável ao “Arquipélago das Galápagos (22 espécies), com tamanho oito vezes
maior que São Tomé e Príncipe e mais do dobro do mesmo índice para as
Seychelles (11 espécies), que são dum tamanho ligeiramente inferior a São Tomé
e Príncipe”.
Na
década de noventa a Birdlife International incluiu as florestas de São Tomé e
Príncipe entre as “Important Bird Areas (IBAs)” [en] de África, posicionadas no
top 25% das 218 “Endemic Bird Area (EBAs)” do mundo. 2 Desflorestação põe em causa a biodiversidade em São Tomé e Príncipe
O professor Júlio Henriques foi, juntamente com o Governador da Ilha de S. Tomé, Custódio de Borja, o grande impulsionador da Exploração Botânica da ilha de S. Tomé7 realizada em 1885 pelo jardineiro-chefe do Jardim Botânico de Coimbra, Adolpho Frederico Moller
(Em 1866, Júlio Henriques foi nomeado lente substituto extraordinário da Faculdade de Filosofia da UC (Fernandes, 1991). Este professor que adoptava nas suas aulas livros modernos e mais adequados aos cursos, foi também a primeira pessoa em Portugal a divulgar os trabalhos de Charles Darwin, nomeadamente na sua dissertação do Acto de Conclusões Magnas, em 1865, intitulada As espécies são mudáveis?. Nesta dissertação de título sugestivo manifesta o seu apoio à teoria da selecção natural sendo, por isso, considerado como o primeiro darwinista a manifestar as suas opiniões entre a conservadora comunidade académica portuguesa (Pereira et al., 2007)
(…)A forte incidência da malária tanto em Portugal continental como nos territórios ultramarinos, na década de 60 do século XIX esteve na origem da decisão de introduzir a cultura da quina3 em Angola, Cabo Verde, Moçambique e S. Tomé (Fernandes, 1982). Para isso, Júlio Henriques investigou qual das espécies produziria casca com maiores níveis de quinino e qual o território mais adequado à cultura destas plantas (Fernandes, 1991). Para tal, solicitou a diversas instituições, principalmente ao Jardim Botânico de Büitenzorg em Java, sementes de diferentes espécies do género Cinchona que semeava e mantinha nas estufas do Jardim Botânico de Coimbra. Com a colaboração dos Serviços de Agricultura, dos Governadores e de fazendeiros de várias províncias africanas, foram seleccionados locais e realizados diversos ensaios (Fernandes, 1982). Depois dos ensaios e da análise da quantidade de quinino produzida, a ilha de S. Tomé foi considerada a região mais propícia a essa cultura (Paiva, 2005). Alguns anos após o inicio da cultura da quina em S. Tomé, já se produzia quinino em quantidade suficiente, não só para satisfazer as necessidades dos territórios portugueses, mas também para ser exportado (Fernandes, 1982). Esta história de sucesso constitui apenas um exemplo do enorme interesse que Júlio Henriques sempre manifestou, desde o início das suas funções na direcção do Jardim Botânico em 1874, pelo desenvolvimento agrícola dos territórios ultramarinos.
(…) O professor Júlio Henriques foi, juntamente com o Governador da Ilha de S. Tomé, Custódio de Borja, o grande impulsionador da Exploração Botânica da ilha de S. Tomé7 realizada em 1885 pelo jardineiro-chefe do Jardim Botânico de Coimbra, Adolpho Frederico Moller, com o objectivo de efectuar herborizações naquela ilha (Carrisso e Quintanilha, 1929- 30; Carrisso, 1934). Moller desempenhou a sua tarefa com muita eficiência e êxito e, para além de ter colhido espécimes de plantas de todos os grupos vegetais em S. Tomé, preparou ainda um colector, Francisco Dias Quintas, que deu continuidade a este trabalho em S. Tomé e na ilha do Príncipe8 após o seu regresso a Coimbra (Carrisso, 1934). Os estudos realizados sobre o material colhido por Moller e, posteriormente, por Quintas permitiram realizar enormes progressos no conhecimento da flora de S. Tomé (Carrisso, 1934). Em 1903, tendo já completado 65 anos e, apesar de todas as dificuldades inerentes às viagens naquela época, Júlio Henriques deslocou-se a S. Tomé para colher mais exemplares para herbário, observar o habitat e estudar a distribuição das plantas espontâneas e cultivadas da ilha (Coutinho, 1929- 30). Depois do regresso a Coimbra intensificou as suas pesquisas sobre a ilha de S. Tomé resultando na monografia “A Ilha de S. Tomé sob o ponto de vista histórico-natural e agrícola”, publicada em 1917, no volume 27 do Boletim da Sociedade Broter
A ilha de S. Tomé foi a região acerca da qual Júlio Henriques mais trabalhos publicou. Nos volumes 4 (1886), 5 (1887) e 10 (1892) foram sucessivamente publicados catálogos da flora de S. Tomé, resultantes das colheitas de A. Moller e F. Quintas. Júlio Henriques contou com o auxílio de diversos especialistas como Baker, Müller, Stephani, Winter, Nylander, Agardht, Nordstedt, Hauck, Flahault, Ridley, Oliver, Engler, Hoffmann, Schumann, C. de Candolle, Cogniaux, Planchon, Lindau e Pax, entre outros, no estudo destas plantas. O catálogo “Contribuições para o estudo da flora d’Africa. Flora de S. Thomé.
Em S. Tomé Agosto 2015 |
Primeira roda de pedra - Internet |
(…) A monografia “A Ilha de S. Tomé sob o ponto de vista histórico-natural e agrícola”, publicada no volume 27 (1917), apresenta um estudo muito detalhado sobre a ilha de S. Tomé com base nos dados que Júlio Henriques recolheu quando a visitou em 1903, nos trabalhos publicados nos volumes anteriores do Boletim e num grande volume de publicações de outros autores sobre diversos aspectos desta ilha. Este trabalho divide-se nos seguintes capítulos: 1) Resumo histórico da ilha, 2) Posição geográfica e orográfica, 3) Estrutura geológica, 4) As rochas de S. Tomé11, 5) Clima, 6) A Fauna, 7) A Flora, 8) A Agricultura, 9) A Floresta e 10) Um problema (relacionado com um achado arqueológico). Na parte final desta extensa obra encontra-se o “Catalogo das espécies de animais e plantas até hoje encontradas na ilha de S. Tomé”, sendo a parte relativa à fauna baseada em publicações de autores estrangeiros e nacionais e a parte relativa à flora uma revisão, com correcções e algumas adições, ao que já havia sido publicado nos volumes anteriores do Boletim. Para a determinação das espécies vegetais de S. Tomé, Júlio Henriques, contou com a colaboração de inúmeros botânicos estrangeiros (Winter, Bresadola, Roumeguère, Berlese, Nylander, Nordstedt, Hariot, Stephani, Muller, Hackel, C. de Candolle, Cogniaux, os botânicos do Jardim Botânico de Berlim, dos Jardins de Kew e do Museu de História Natural de Paris) e portugueses (Veríssimo de Almeida e M. Sousa da Câmara). Embora S. Tomé tenha sido a ilha que despertou maior interesse a Júlio Henriques, a flora dos outros territórios africanos também foi estudada como se pode ver pela análise dos seguintes trabalhos. Júlio Henriques contributo para o conhecimento da diversidade vegetal e o desenvolvimento agrícola dos PALOP
Júlio Augusto Henriques, filho de António Bernardino Henriques e Maria Joaquina, nasceu em Arco de Baúlhe (Cabeceiras de Basto), no distrito de Braga (Portugal), no dia 15 de Janeiro de 1838. Em 1854, foi para Coimbra, fazer os preparatórios para Direito. Entra como aluno interno no colégio de São Bento (edifício onde se encontra o Departamento de Botânica da FCTUC), onde lhe é destinado um quarto, que veio a conservar como morada até ao dia da sua morte. Matricula-se no curso de Direito em 10 de Setembro de 1855, que conclui em 22 de Junho de 1859, tornando-se Bacharel em Direito. Complementa a sua formação com um curso de Direito Administrativo, que lhe vem a ser muito útil na execução de tarefas de gestão inerentes os vários cargos executivos de que se ocupou ao longo da vida. Nesta época, o curso de Direito incluía as cadeiras de Química, Física, Mineralogia, Zoologia, Botânica e Agricultura, da Faculdade de Filosofia, que, por certo, alimentaram o interesse que já detinha pelos estudos científicos. – Mais informação detalhada em Júlio Henriques - Biblioteca Digital de Botânica – E também em Júlio Augusto Henriques – Wikipédia,
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