Quando as imagens valem por mil palavras - Mas as palavras com belas imagens ainda velem mais - É o marvilhoso exemplo concretizado por Rute Norte, a desportista portuguesa que já pedalou pelas sete partidas do mundo e que também não quis deixar de percorrer por estradas, caminhos, veredas e trilhos nas luxuriantes Ilhas do Equador, que se erguem em pleno Golfo da Guiné, como abençoados paraisos divinos, partilhando sorrisos e convivendo de perto com as suas acolhedoras e amáveis gentes.
Já nos referimos em postagens anteriores às suas façanhas, de que, amavelmente, nos têm dado conhecimennto através das suas calorosas crónicas, sempre bem documentadas Aqui llhe oferecemos, pois, mais alguns excertos das suas fascinantes caminhadas onde nada escapa, tanto à lente da sua máquina fotográfica, como à curiosa retina do seu olhar sensível e atento, até porque cenários paisagisticos e humanos, surperendentes e atrativos, a cada momento, não lhe faltam ao longo dos vários percursos que vai tranquilamente pedalando - Se bem, que, por vezes, nem sempre rolando a descer,
Partida às 5h30. Segundo
a aplicação do Maps.me, são 15 km (e os mesmos 15 para regressar, ou seja, 30
km no total).
Hoje já consegui partir à
hora desejada, aos primeiros raios de luz. Tudo é mais bonito a esta hora. Ver
nascer o sol, ver o mundo a despertar e a ganhar vitalidade. Tudo está calmo e
silencioso agora. Salvo seja, os pássaros e os galos já cantam. Qual silêncio…
o silêncio é relativo. De facto há grande animação entre a passarada – os seus
biquinhos esfomeados já andam ativos. Pois que comam os mosquitos todos, que a
esta hora também estão particularmente ativos.
Saio de Santo António,
passarei pela Nova Estrela, pelo Terreiro Velho, pela Ribeira Fria, até
finalmente chegar ao Infante D. Henrique.
Não sou a única a acordar cedo no Príncipe. De facto acorda-se muito cedo – não só no Príncipe, como em São Tomé também. O facto de anoitecer às 17h30 contribui muito. A maior parte das pessoas não tem televisão, às 20h já parece meia-noite. É propício ao sono. E o facto de já haver luz às 5h30 da manhã, também é propício a levantar cedo. Maravilha.
Eu cumprimento toda a
gente ao passar, com um “Bom Dia”, e todos me respondem.
Eu a pensar que tinha
escapado à subida do Gaspar, e meti-me noutra pior. A subida de Santo Cristo em
direção à Nova Estrela e ao Terreiro Velho, onde estou a ir agora, ainda
consegue ser pior. Santo António está num vale ao nível do mar. Para onde quer
que se vá, tem de se subir. A não ser que nos metamos pelo mar adentro. E esta
é um verdadeiro suplício de Santo Cristo.
Tal como referi na
crónica 10, a maior parte das casas não tem casa de banho, pelo que é normal
ver as pessoas a urinar na rua (de costas); não é considerado indecoroso. As
mulheres baixam-se, levantam ligeiramente a saia e tiram as cuecas para o lado.
Eu assisti por duas vezes a isto, uma delas com muita gente à volta.
Efetivamente não se vê nada. Defecar é que pelos vistos será mais escondido.
Nunca assisti, nem me cruzei com fezes no caminho.
(Este é um tema
escatológico, o qual normalmente abordo nas minhas crónicas – mas isto faz
parte da vida, e são hábitos dum povo – neste caso derivado das suas carências,
creio que não vale a pena esconder o tema). Tive um episódio insólito em Agua
Izé, na ilha de São Tomé, onde duas mulheres gritaram iradas na minha direção.
Eu pensei que estivessem aborrecidas com a fotografia que tirei, na sua
direção. Mas eu não as apanhei, e prontifiquei-me imediatamente a mostrar-lhes
a foto, para provar-lhes que não as tinha fotografado, mas sim outra coisa ao
seu lado. Até me assustei. Ora foi um mal-entendido. Elas não estavam iradas
comigo – elas estavam a dirigir-se ao rapaz que estava ao meu lado, dos seus 15
anos, que tinha feito cocó na cozinha, contaram-me elas. Estavam furiosas e
capaz de matá-lo. Pelos vistos o rapaz não esteve para andar, ou se calhar
deu-lhe uma vontade súbita e incontrolável. Mas não, se assim fosse poderia ter
apanhado e limpado. Aparentemente não fez nada disso.
Mais um cão com sarna.
Creio que é sarna. Infelizmente é muito frequente entre os cães de São Tomé e
Príncipe. Pegam uns aos outros, e a situação torna-se muito complicada.
Efetivamente é um horror diário assistir a isto. Esta infeção é causada por
ácaros e existem vários tipos de sarna, algumas contagiosas para os humanos.
Creio que toda a gente percebe que ter um problema de pele que causa grande
comichão e feridas devido ao coçar é um horror, seja para humanos ou animais. É
premente começar a tomar conta disto, não só pelo sofrimento do animal, como
também por questões de saúde pública. O tratamento passa normalmente pelo uso
de shampoos e cremes, vejo nas publicações especializadas. VEJA MAIS PORMENORES E IMAGENS AMPLIADAS EM http://rutenorte.com/cronicas-de-viagens/sao-tome-e-principe-550-km-de-bicicleta-sozinha-29-dias/#toggle-id-18
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