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domingo, 8 de setembro de 2019

SÃO TOMÉ - EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA DE INTER MAMATA, NO CENTRO CULTURAL DO BRASIL - EM PROL DE UM OLHAR MAIS ATENTO DO PATRIMÓNIO

Jorge Trabulo Marques - Jornalista. fotojornalista e investigador
Inter Mamata, nascido em Bioko, Guiné Equatorial, mas desde criança em STP, seu pais adotivo e sua terra muito querida - Ele tem o registo fotográfico do meu agradecimento ao Presidente da Guiné Equatorial, na Cimeira da CPLP no Centro Cultural de Belém, em 2008 por me ter poupado de ser condenado à forca na prisão Black Beach – Foi um cumprimento, muito rápido, surpreendendo o protocolo, quando abandonava a referida cimeira, na altura em que a Guiné figurava como país observador, pelo que espero um dia prestar-lhe a  merecida e singela homenagem, seja onde for

Inter Mamata, uma referência na fotografia e no jornalismo em S. Tomé Príncipe: sem dúvida, a sensibilidade e a humildade de um talentoso fotojornalista, que, tem feito da sua vida, um verdadeiro sacerdócio em prol da divulgação, através da imagem fotográfica, não só dos acontecimentos mais importantes do seu país, como do património paisagístico, artístico, cultural, religioso e  histórico – Ele está sempre onde o momento ou o instante deve ser perpetuado – Agora, com mais uma interessante exposição

Conheço-o desde os princípios da década 70, na altura em que, com outros jovens santomenses, entre os quais, também o Constantino Bragança, que também haveria de me acompanhar na escalada do Pico Cão Grande.  semanalmente colaboravam na distribuição da revista, angolana, Semana Ilustrada, da qual  era o seu correspondente

EXPOSIÇÃO NO CENTRO CULTURAL DO BRASIL - Congratulo-me pela inciativa, associando-me aos parabéns pelos seus 42 anos de intensa e proficua atividade profissional.

O fotojornalista santomense,  António Amaral, vulgarmente conhecido por Inter Mamata inaugurou, na passada, sexta-feira, no Centro Cultural Brasil – São Tomé, em São Tomé, uma exposição fotográfica alertando para preservação do património cultural, no seu 42º aniversário como profissional

A referida mostra, intitulada de “Património em Perigo, composta  por pouco mais de quatro dezenas de fotografias, que já havia sido apresentada no Centro Cultural Português, em Julho passado,  retrata sobretudo, aspectos ligados ao património cultural e arquitetónico de São Tomé e Príncipe.

Refere a Agencia SYTP-Press que, “de a cordo com Inter Mamata, “está é uma chamada de atenção para a melhor preservação da nossa riqueza, que são as manifestações culturais e a arquitectura secular”.

Durante a cerimónia, o fotojornalista homenageou com Diploma de Mérito, a título póstumo o seu antigo mestre, Sr. Ramos Costa, entregue pelo Vice-presidente do Conselho Superior de Imprensa, Manuel Dênde a um dos filhos do malogrado, o também fotógrafo Olívio Costa.

Manuel Dênde disse que este gesto se revela de grande simbolismo para si porque também deu os primeiros passos na Comunicação Social, sob a orientação do Sr. Ramos Costa.

Olívio Costa manifestou-se emocionado com o gesto do fotojornalista Inter Mamata e agradeceu em nome de toda a família.

A Directora do Centro Cultural Brasil – São Tomé, Leila Quaresma enalteceu o profissionalismo do fotojornalista e expressou a vontade do Centro acolher este tipo de iniciativas.

Recorde-se que Inter Mamata já havia apresentado parte desta exposição, no Centro Cultural Português, por ocasião das celebrações do 44º Aniversário da Independência de São Tomé e Príncipe.  http://www.stp-press.st/2019/09/07/intermamata-expoe-fotos-alertando-para-preservacao-do-patrimonio/

Video gravado em Novembro de 2014 -

Diálogo com Inter Mamata - Nov de 2014 – , o Jornalista e repórter fotográfico, natural da Ilha da ilha Bioko( ex-Feranndo Pó), mas desde criança em S. Tomé, seu pais adotivo e sua terra muito querida – É uma figura muito estimada e muito popular nas Ilhas Verdes do Equador. Com um notável currículo jornalístico – 

Foi ele que testemunhou o meu agradecimento ao Presidente da Guiné Equatorial, na Cimeira da CPLP no Centro Cultural de Belém, em 2008, numa reunião da CPLP, por me ter poupado de ser condenado à forca na prisão Black Beach (Espanhol: Playa Negra, na capital de Malabo, uma das cadeias mais sinistras de África, onde havia sido encarcerado por suspeita de espionagem, quando ali aportei após os meus 38 longos e penosos dias à deriva numa piroga - 

Felizmente, acabaria por acreditar na minha versão e de me poupar a tão horrível morte. Neste brevíssimo vídeo com Inter Mamata, não cheguei , no entanto, a recordar aquele meu encontro, que ele fotografou com Obiang, senão noutro posterior momento amistoso, mas apenas para lhe prestar a minha singela homenagem a um excelente profissional e um dedicado santomense, que colaborou com a distribuição da revista Semana Ilustrada, quando eu era ali correspondente desta revista angolana, que, segundo ele, acabaria de o motivar para abraçar a carreira do jornalismo – Sendo, atualmente, além de fundador da Rádio Jubilar, jornalista e repórter fotográfico da Agência RTP-Press e colaborador do Téla Nón


Finalmente, 38 dias depois junto a frondosa Costa
Mal me arrastava de fraqueza mas sentia-me como se estivesse a viver as aventuras de um inesperado Robinson Crusoe - E, mesmo ainda hoje, não sei se sentiria vontade de sair dali tão cedo. Porém, quando me apercebi de que havia um carreiro, muito batido, que ali desembocava e que poderia ser sinal de que a praia não era totalmente selvagem (de resto, pouco depois do nascer do sol e antes de a abordar, já ali tinha visto, na pequena língua do negro areal, um homem à cata de ovos de tartaruga) pelo que não tive outro remédio senão seguir aquele mesmo careiro, que me levaria a uma finca  - à sede de uma plantação de cacau.  Tal facto, ia-me custando a vida.


Macias era mesmo um Dabo

Tomado por espião e depois de ter passado a primeira noite nos calabouços de uma esquadra, fui transferido algemado para a cadeia central, o famigerado  cárcere,  no qual foram encarcerados, torturadas até à morte  centenas de pessoas - Da minha miserável e nauseabunda cela, pessoalmente pude testemunhar os gritos lancinantes de sofrimento e de pavor de algumas dessas vitimas, ao serem espancadas  pouco antes de serem enforcadas, o que acontecia todos os dias a partir da meia-noite.stante fraco...

.Uns dias depois de ali ter sido encarcerado, fui conduzido ao edifício do Comando da Polícia e das Forças Armadas (aliás, contiguo à cadeia) onde se encontrava, Teodoro Obiang, sendo ele, então, o supremo  comandante,  que me mandou chamar ao seu gabinete - Foi o primeiro gesto de cortesia que eu encontrei a nível das autoridades policiais - Estou ainda hoje  plenamente persuadido de que foi ele que me salvou de ser condenado.  -
MAIS PORMENORES EM  HTTP://WWW.ODISSEIASNOSMARES.COM/2012/08/BIOKO-VISTA-ILHA-DO-DIABO-FRANCISCO.HTML


"Foram navegadores portugueses os primeiros europeus a explorar o golfo da Guiné, em 1471. Fernão do Pó situou a ilha de Bioco nos mapas europeus nesse ano, ao procurar uma rota para a Índia: ele baptizou a ilha Formosa (no entanto, foi no início conhecida pelo nome de seu descobridor).

Em 1493, D. João II de Portugal proclamou-se, juntamente com o resto dos seus títulos reais, como Senhor da Guiné e o primeiro Senhor de Corisco. Os Portugueses colonizaram as ilhas de Fernando Pó, Ano Bom e Corisco em 1494, e converteram-nas em postos para o tráfico de escravos.

Fernando Pó - 1771
As ilhas permaneceram em mãos portuguesas até Março de 1778. Depois do Tratado de Santo Ildefonso (1777) e do Tratado de El Pardo (1778), as ilhas foram cedidas a Espanha, juntamente com os direitos de livre-comércio num sector da costa do Golfo da Guiné entre os rios Níger e Ogoué. Em troca, Portugal recebia garantias de paz em diversas zonas de influência da América do Sul, como a retirada espanhola da Ilha de Santa Catarina e a demarcação de fronteiras no Brasil, mas renunciava à Colônia do Sacramento e aos direitos sobre as Ilhas Marianas e Filipinas. Em 1909, as colónias espanholas de Elobey, Ano Bom, Corisco, Fernando Pó e Guinea Continental Española foram unidas sob uma administração única, formando os Territorios Españoles del Golfo de Guinea ou Guinea Española. Em 1935, a colónia foi subdividida em dois distritos: Fernando Pó (a ilha de Ano Bom, com a capital Santa Isabel) e Guinea Continental (com a capital Bata, e as pequenas ilhas de Corisco e Elobey). Em 1960, os dois distritos tornaram-se províncias ultramarinas de Espanha e designadas Fernando Póo e Rio Muni. Em 1963, as províncias foram combinadas na região autónoma da Guinea Ecuatorial e, finalmente, em 12 de outubro de 1968, tornaram-se num país independente.


Foi governado por dez anos, na década de 1970, por Francisco Nguema, que assassinou milhares de opositores. Nguema usou a ignorância do povo e muita propaganda para se manter no governo pelo terror, até que foi deposto, em 1979




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