Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Teatro Só é
uma companhia portuguesa de teatro, sediada oficialmente em Berlim, Alemanha  e também em Odemira, Portugal. Pertence  à plataforma 
Performance  Artists in Bethanien
e é membro  da  Associação 
de Teatro de Rua . Diz estar a  “desenvolver 
um trabalho multidisciplinar relacionado com  artes circenses, técnica de
máscara, teatro físico  e artes plásticas”.  E que “todas estas  componentes convergem
para um teatro  imagético, mudo, visualmente poético  em que a
comunicação entre os atores e o público desenvolve-se pela gestualidade”. 
Peça teatral SOMBRAS da TEATRO SÓ  - Indubitavelmente, um caso singular de teatro  gestual e de equilíbrio em andas, ao longo de 45 minutos, apenas com ligeiras paragens sobre um empilhado de malas no centro do palco para dar seguimento a novas roupagens ou expressões da vida da personagem vitimizada 
Apresentada no passado sábado e domingo, a meio da tarde, no Centro Cultural Malaposta, Olival Basto, Odivelas, pelo TEATRO SÓ, representada pela atriz principal Ana Gabriel – Uma iniciativa teatral que acredita num teatro de rua de intervenção social, reflexivo e humanista e crê por isso que é dever do entretenimento ser educativo e sensibilizador. 
Fenomenal expressão artística, solitária,  representada por uma única atriz em mímica gestual, acompanhada pela composição musical de Ferdinand Breil – Só na ponta final é que a atriz desceu do palco e foi convidar à plateia algumas pessoas para segurarem em peças de roupa que ostentavam   aparentes  manchas de sangue da personagem  representada, a cujo friso  se juntou a figurinista do elenco., Ana Baleia,  sob a Direção Artística de Sérgio Fernandes e a Cenografia de Tó Quintas,  Máscara de Nuno Pino e Custódio Sérgio Fernandes.
Esta peça, que  segue  um estilo de encenação que tem sido característico do TEATRO SÓ, “SOMBRAS”, propõe  uma reflexão sobre o mundo emocional de uma vitima de violência domestica. 
Sendo o teatro de rua por natureza acessível e popular, a direção artística, contudo, sempre optou pela abordagem de temas de difícil teor de entretenimento e socialmente estigmatizados, procurando trazer uma dimensão pedagógica e redentora.
Confessou-nos, a atriz Ana Gabriel, no final do espetáculo, em caloroso ambiente familiar e de amigos, que, conquanto reconheça que, a violência não a atingiu no seio familiar, mas tem consciência de que atinge muitas mulheres, muitas vitimas
As suas próximas atuações, vão ser apresentadas na Alemanha, depois, de novo em Portugal, seguindo-se num festival Polónia, entre outros espetáculos.
O seu percurso artístico, recua a  1999,tendo participado em várias companhias e em diversas representações principalmente no estrangeiro, onde foi distinguida com vários prémios
É referido na informação divulgada pela companhia TEATRO SÓ que os temas em cena tocam diretamente is estigmas sociais, transversais a diversas culturas e gerações, nos quais o público é testemunha de si mesmo, náo só pelo uso da palavra, mas pela poesia visual e linguagem emocional do corpo.
Esta aparente simplicidade do TEATRO SÓ, representa a própria simplicidade da condição humana , uma gragilidade que qualquer um de nós entende independentemente da nacionalidade, religião ou condição social.
 
Nenhum comentário :
Postar um comentário