JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA - C
Com entrevistas de minha autoria mas não aquela que AQUI revelo pela primeira vez
Título: Cadernos de Reportagem Fevereiro/ Março 1984
"Quando mato alguém fico um bocado deprimido"
Criminosos entrevistados na cadeia por Jorge Trabulo Marques
Direcção Fernando Dacosta
Relógio D'Água Editores Lda
"Quando mato alguém fico um bocado deprimido"
Criminosos entrevistados na cadeia por Jorge Trabulo Marques
Direcção Fernando Dacosta
Relógio D'Água Editores Lda
Dir-se-ia que entrevistei a nata do crime portuguesa, além de um elemento da ETA, em Las Palmas : Desse lote destaco as que fiz a Manuel Alentejano, Muleta Negra, Dragão, Zé da Tarada e muitos outros tarados - Um dos quais me encostou o cano da pistola à garganta à saída do metro dos Restauradores: "eu sou o pai do rapaz que tu entrevistaste quando foi apanhado a roubar numa montra" - Sim, era verdade, numa rusga à civil que acompanhei com a PSP) - "Perdoo-te porque gostei da entrevista que me fizeste num dia de Natal"
Mas não só entrevistei cadastrados; no meu arquivo ainda guardo o registo de centenas de entrevistas a pessoas anónimas, sob os mais variados pretextos e às mais diferentes personalidades . Incluindo as mais altas patentes militares - num convívio da Academia Militar
A entrevista que aqui também divulgo, num dos meus sites, era para ser incluída no apontamento que ontem dediquei ao dia mundial da Rádio, tendo optado por editar a a que fiz ao Rui Veloso, nos anos 80
A CRIMINALIDADE VIOLENTA BAIXOU EM PORTUGAL - Ainda bem
Referem noticias de que a "Criminalidade em Portugal baixou "significativamente" – Mas nos anos 80, a violência criminosa, deixou rastos das piores memórias, notabilizou-se pelos episódios mais graves e insólitos: desde fugas maciças das cadeias a assaltos armados e mortíferos a carros celulares – Entrevistei alguns desses perigosos figurantes: entre os quais um dos cúmplices do assalto à carrinha celular e o autor da fuga de Alcoentre - DN A última evasão prisional, de dois presos de Leiria, parece uma brincadeira quando comparada com a maior fuga coletiva, de 124 presos, em 1978, ou a dos Cavacos de Pinheiro da Cruz, em 1986” - . – E é verdade
CONFISSÕES DE UM DOS AUTORES DA FUGA E MORTE NO ASSALTO AO CARRO CELULAR , REVELA OS DETALHES DO PLANO QUE ACABARIA POR PROVOCAR A MORTE DE UM GUARDA PRISIONAL E VÁRIOS FERIDOS COM GRAVIDADE - Entrevista divulgada pela primeira vez
“Houve ali dinheiro, pá! Umas massas e coisa e tal! E um planeamento!.. O Garrido, o guarda, não era para ser morto! Não era para ser morto ninguém! É pá! Lamento!!.. Nunca matei ninguém! Nunca roubei ninguém! Passei uns cheques sem cobertura, sim senhor! É pá! Mas a coisa tinha que se dar!... Porque havia alguém internacional! Neste caso era o Kadir!... O Kadir era um rapaz com quem eu me dava bem dentro da cadeia! Magnificamente Era um gaijo simpático! Toda a malta sabe como é que isso se processa!.. Os estrangeiros são totalmente diferentes dos Portugueses! Não compreendem a nossa língua! Abanam a cabeça, como o chinês
Enquanto o guarda dorme, o marginal imagina na cabeça para ver qual é o programa fuga e a coisa realmente realiza-se! Isto não quer dizer que os guardas são otários! É tão otário o preso, como é otário o guarda!... É assim mesmo! Mas, de qualquer das maneiras, a coisa realizou-se! Houve mortes, realmente! Eu ainda tratei o motorista! Que levou duas balas!
Mas você creia numa coisa! É que, os Serviços prisionais, não vivem só de palavras! Não vivem só de irem à TV a dizer meia dúzia de larachas, como eu já assisti ao Sr. Dr. Fernando Duarte, que é uma pessoa que eu considero muito!, - parece-me a mim que está afastado do serviço – para irem lá falar da escola de Leiria, pá! Isso não interessa!
A malta passa fome! A malta não tem dinheiro e é necessário voltar a roubar para comer e para beber
Mas o que lhe digo uma coisa! É que, o Diretor que a Penitenciária tem, que a malta chama na gíria, o Leão da Estrela!...não é gajos para essas, pá!
É um problema muito grande quando os reclusos sabem o dia das consultas! E a partir daí começaram a fazer o plano! E transmitiram para as pessoas o dia, que o carro celular saía.. Então eles, através daquelas gradezinhas, introduziam um papelzinho ! Punham uma indicação no carro em que eles iam
Eu acho que os serviços prisionais nunca devem indicar a ninguém qual é o trajeto do carro celular! Eu vou-lhe explicar porquê? É necessário falar com os médicos para que as consultas não sejam marcadas nos mesmos dias: cirurgia à terça! Oftalmologia! Porque a malta cá fora sabe!
Recentemente, o Ministro da Administração anunciou, no Parlamento, uma descida considerável no número de crimes violentos e graves
Portugal tem vindo a ser reconhecido como um dos países mais seguros do mundo e 2018 reforçou essa tendência com uma nova baixa muito significativa, perto de 9%, dos últimos valores ainda não finais disponíveis, da criminalidade violenta e grave”, disse Eduardo Cabrita. https://tvi24.iol.pt/sociedade/crime/criminalidade-em-portugal-baixou-significativamente
Guarda prisional “conheceu os piores criminosos de Vale de Judeus – Eu entrevistei alguns deles em várias cadeias.
Real Soares foi guarda prisional durante 30 anos. Testemunhou uma grande fuga, privou com homicidas e tentou controlar traficantes de droga. Vive perto da cadeia, mas não quer abandonar Alcoentre. “Esta já é a minha casa”, confessou a O MIRANTE
(…) Está reformado há dez anos, mas Tina, a esposa, ainda trabalha no refeitório daquele que já foi considerado o estabelecimento prisional mais seguro do país.
´”E verdade que lidou com os reclusos mais perigosos, mas gosta de recordar os “bons rapazes”: muitos deles criminosos condenados a penas pesadas, mas que as cumpriam sem tiques de submissão. “Ainda tinham vida dentro deles e refilavam...”. Mas Real Soares não era o guarda “bacano”: “Verbalmente eu podia ser bastante duro, mas não gostava de complicar. Havia quem gostasse de o fazer”.
Por isso, aconteciam os motins... “Há muita tensão dentro das cadeias. Lembro-me que existia um chefe que obrigava os reclusos a andarem com o colarinho apertado mesmo em dias de muito calor, quando isso nem sequer estava no regulamento”.
(…) violência sempre existiu, assim como a violação dos novos que chegavam: “Não havia muito que pudéssemos fazer. A não ser que eles se queixassem e, claro, eles não se queixavam, com medo de represálias”. Os dramas e os terríveis episódios da vida dentro da cadeia, Real Soares sempre deixou do lado de fora de casa. “Não eram coisas que eu gostasse de contar à mesa de família”. Contou-as num livro que chamou “30 anos de vida nas prisões e outras estórias”, uma edição de autor, que ofereceu aos amigos.
Em três décadas, conheceu a “pior geração de bandidos”, ali a meio dos anos 80, mas também a passagem para outra realidade - a do tráfico de drogas. “Conheci homicidas, mas estes geralmente cumprem as regras da prisão. Os traficantes são um conflito em si mesmos”.
Fugitivos foram beber café e regressaram à cadeia - Dos 124 reclusos que escaparam pelo túnel, a grande maioria foi capturada nos dias que se seguiram à fuga. “As pessoas de Alcoentre garantem que alguns deles até foram tomar café e regressaram, pelo túnel, à prisão”. Um dos locais por onde um dos fugitivos terá passado foi precisamente o Café Ponderosa, ao km 57, na EN1. “Só os cabecilhas da fuga é que tinham tudo planeado e meios para desaparecerem, uma vez cá fora. Alguns, ainda hoje, não se sabe para onde foram nem o que lhes aconteceu”, conta Real Soares.https://omirante.pt/semanario/2016-09-15/sociedade/2016-09-15-Ele-conheceu-os-piores-criminosos-de-Vale-de-Judeus
A maior fuga de sempre envolveu 124 presos e um túnel de 35 metros
A última evasão prisional, de dois presos de Leiria, parece uma brincadeira quando comparada com a maior fuga coletiva, de 124 presos, em 1978, ou a dos Cavacos de Pinheiro da Cruz, em 1986. https://www.dn.pt/portugal/interior/a-maior-fuga-de-sempre-envolveu-124-presos-e-um-tunel-de-35-metros-4229652.html
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