Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Em S. Tomé e no Príncipe, realizaram-se de manhã e de tarde,
manifestações de pesar e luto para com as vitimas mortais e as desaparecidos
no naufrágio do navio Amfitriti, ocorrido na quinta-feira passada - . Na Ilha
do Príncipe, muito condicionadas pela chuva, foi também distribuído um manifesto, pelo qual se acusa o Governo Central de ser "responsável e
politicamente imputável" por este e outros acidentes – Surpreendente é o silêncio do Governo Regional, que nunca
tenha levantado a voz às falácias não cumpridas
do anterior Governo
Em ambas as ilhas, de
manhã e de tarde, realizaram-se várias ações em memória
de todos aqueles que perderam a vida. “Perdi duas jovens (primas), uma já fora
sepultada e outra lá ficou no Mar! – Disse-nos o cantor Gilberto Gil
Umblina, natural do Príncipe, residente em S. Tomé, informando-nos que, esta manhã, eu e o escritor/sociólogo, Lúcio
Amado, a mãe de dois sobreviventes e funcionários do navio Amfitriite e alguns(estudantes) solidarizaram-se com a iniciativa na Praça da
independência e com a deposição de ramos de flores ao Mar na ponte do cais velho
“Por que é que o militar, que já estava dentro do Navio, aquando da sua
partida, resolveu atirar-se a nado para a terra? Foram muitas as
pessoas que assistiram. Ele é natural da
Trindade e disse que o Navio estava super-carregado – Desabafo que nos foi transmito,
em mensagem pelo FB, pelo Cantor Gilberto Gil Umbelina - Que acrescenta ainda
“Teve medo e não prosseguiu a viagem. É natural de São Tomé, a
trabalhar no Príncipe. Duas das vitimas, a mulher e o filho, são naturais de Santana, distrito de Cantagalo. Tenho escrito para
uma court metragem, intitulado "xiquila", em que narava um drama,
quase parecido, com, o destino da malograda, com outra linguagem, depositei - a
na sociedade de autores (Sãtomé e Príncipe) apenas umas partes. Abraço
No Príncipe , a chuva condicionou a a manifestação, que, por via das condições
atmosféricas., esteve "aquém das
expetativas" refere a Lusa
“Ouve manifestação sim, não pudemos sair à rua à
hora marcada e tivemos uma participação um pouco aquém das expetativas, por
causa de muita chuva", disse a Lusa Maria dos Prazeres, da organização.
Marcada
inicialmente para as 09:00 locais (10:00 em Lisboa) a manifestação só começou
cerca duas horas depois, tendo percorrido as ruas da cidade de Santo António
até à ponte do cais da cidade, onde foram deitados ao mar ramos de flores em
homenagem as vítimas mortais e desaparecidos no naufrágio do navio Amfitriti,
ocorrido na quinta-feira passada.
Do acidente foram
resgatados com vida 55 passageiros, oito morreram e outros nove estão dados
como desaparecidos.
A manifestação
tinha inicialmente carater de protesto, sobretudo contra o Governo central, mas
os organizadores alteraram o seu objetivo.
"Essa
manifestação de amanhã deixa de ser uma manifestação de protesto e passa a ser
de solidariedade com as vítimas. Queremos dar tempo ao governo central para
cumprir as promessas feitas na reunião realizada este sábado aqui na região
autónoma do Príncipe", explicou Maria dos Prazeres, em declarações aos
jornalistas no domingo.
A mesma fonte
garantiu, no entanto, que caso os governos central e regional "não façam
nada" para evitar mais mortes na travessia entre as duas ilhas, os
manifestantes são "sair à rua em protesto quantas vezes forem
necessárias".
Entretanto, a
comunidade regional está a recolher assinaturas para um manifesto que diz ser
"contra a marginalização do Príncipe" para ser entregue às
autoridades governamentais.
O documento de
cinco páginas, que a Lusa teve acesso, refere que, "nenhum cidadão
compreende, sobretudo aqueles que vivem na ilha do Príncipe [...] que a adoção
de medidas e decisões políticas do Governo central, com o objetivo de ligação
inter-ilhas e diminuição de assimetrias em termos de desenvolvimento entre
elas, seja, voluntária ou involuntariamente, sinónimo de morte, luto e
frustração, periodicamente, configurando, consciente ou inconscientemente, um
processo gradual e, aparentemente, sistemático".
No manifesto
acusa-se o Governo central de ser "responsável e politicamente
imputável" por este e outros acidentes, sublinhando que estes naufrágios
repetitivos estão a "semear a dor, sofrimento, luto, marginalização,
periferização, angústia e frustração de uma comunidade inteira".
A organização adianta que está a recolher as assinaturas para esse manifesto e, logo que o processo esteja concluído vai entrega-lo ao Governo, disse Maria dos Prazeres.
"Não nos
podem pedir ou exigir, como membros desta comunidade regional, simultaneamente,
diligências procedimentais e organizacionais que, eventualmente, poderão
contribuir, paulatinamente, ao longo dos tempos, para a garantia do equilíbrio
económico-financeiro regional e, consequentemente, dar uma resposta aos
problemas sociais, prementes e futuros, de todos aqueles que cá vivem, de
acordo com o estatuto político-administrativo da Região, dispensando, deste
modo, apoios, ajudas ou iniciativas do governo central", diz o manifesto. https://www.dn.pt/lusa/interior/sao-tome-manifestacao-no-principe-com-adesao-aquem-das-expetativas---organizacao-10845082.html
Nenhum comentário :
Postar um comentário