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domingo, 14 de abril de 2019

NAUFRÁGIO DO TITANIC FOI HÁ 107 ANOS – – Recordando o dramático afundamento do mais moderno navio do seu tempo - Das 2207 pessoas a bordo apenas 706 sobreviveram, resgatadas pelo navio Carpathia. . Meu tributo poético aos que pareceram nas profundezas das gélidas águas. O naufrágio ocorreu na fatídica noite de 14 de Abril de 1912, durante sua viagem inaugural, entre Southampton, na Inglaterra, e Nova York, nos Estados Unidos, após o choque com um iceberg no Oceano Atlântico, afundando-se duas horas e quarenta minutos depois, já na madrugada do dia 15 de abril, provocando a morte de 1517 pessoas.

Jorge Trabulo Marques - Jornalista - e antigo navegador solitário em canoas


Completam-se hoje 107 anos que  o navio Titanic se afundou. O navio na noite de 14 de Abril de 1912 chocou contra um ‘iceberg’ e desapareceu na madrugada do dia 15. Estavam a bordo 2207 pessoas onde apenas 706 sobreviveram
O Titanic media 270 metros de comprimento, 53 de altura e um peso de quase 50.000 toneladas, capaz de navegar a uma velocidade máxima de 22,5 nós, a cerca de 25 quilômetros por hora. Foi capitaneado por Edward Smith, um experiente marinheiro da White Star que já havia pilotado o Olympic, um navio similar ao Titanic.
 A viagem inaugural foi no dia 10 de Abril onde partiu de Southampton, em Inglaterra, rumo a Nova Iorque. Quatro dias depois, perto da ilha de Terra Nova, no Canadá, o Titanic choca contra um ‘iceberg’. 

Na noite de 14 de abril o navio é “rasgado” a estibordo por um bloco de gelo. No dia 15, desaparece. - Os destroços do Titanic foram encontrados em Setembro de 1985 pela expedição franco-americana chefiada por Robert Ballard, a 3797 metros de profundidade.

Destroços do Titanic condenados a  desaparecer no fundo dos abismos – Em 2012, um estudo dizia que, dentro de 14 anos, a corrosão provocada por uma  bactéria estava  a consumir os restos do navio a uma velocidade fora do normal

 1985 Robert Ballard, oceanógrafo da Universidade de Rhode Island (EUA), descobriu o Titanic, que naufragou a 14 de abril de 1912, provocando 1513 mortos. Encontrou o navio num bom estado de conservação, tendo em conta que estava há 73 anos no fundo do Atlântico Norte. A preservação do Titanic deveu-se à sua localização, a 3,8 km de profundidade, com pouca luz e elevada pressão, o que não permitiu a sua corrosão. Mas atualmente o seu estado mudou de forma radical: o casco está de tal forma enferrujado que os investigadores consideram que não irá sobrar qualquer vestígio do Titanic dentro de 14 anos. https://www.dn.pt/sociedade/interior/titanic-ira-desaparecer-dentro-de-14-anos-8630350.html




Destroços do Titanic passaram a ser  protegidos pela UNESCO As joias e os objetos  que foram recuperados valem fortunas em leilões.

Mais de 5.500 objetos foram recuperados do barco naufragado em 1912. Decisão judicial proibiu que a coleção fosse desmembrada. Objetos recuperados do naufrágio do Titanic foram postos à venda por US$ 189 milhões (R$ 662 milhões) pela empresa Premier Exhibitions, que detém os direitos sobre qualquer coisa tirada do transatlântico afundado. O navio naufragado, encontrado em 1985 pelo explorador Robert Ballard, já resultou em mais de 5.500 objetos recuperados para a Premier, que promoveu oito expedições aos destroços no fundo do Atlântico desde 1987. http://arqueologiaibanez.blogspot.com/2016/06/objetos-do-naufragio-titanic-vendidos.htm
Os vestígios do Titanic estão a cerca de quatro mil metros de profundidade ao largo de Terra Nova. O navio naufragado encontra-se em águas internacionais, pelo que nenhum Estado pode reivindicar a jurisdição exclusiva do sítio”, informa o comunicado da Unesco, lembrando a responsabilidade dos países que assinaram a convenção em proteger aquele património. https://www.publico.pt/2012/04/05/culturaipsilon/noticia/os-destrocos-do-titanic-estao-agora-protegidos-pela-unesco-1540916


Foi na fatídica noite de 14 de Abril de 1912, durante sua viagem inaugural, entre Southampton, na Inglaterra, e Nova York, nos Estados Unidos, chocou-se com um iceberg no Oceano Atlântico e afundou duas horas e quarenta minutos depois, já na madrugada do dia 15 de abril, provocando a morte de 1517 pessoas.

Segundo é referido por João Godim, “entre os passageiros estavam quatro portugueses, três deles oriundos da Madeira, que iam para a emigração:  Manuel Domingos Fernandes Coelho, solteiro, de 21 anos, natural da Ponta do Sol; José Neto Jardim, casado, de 21 anos, natural do Lombo das Laranjeiras, Calheta; e  Manuel Gonçalves Estanislau, de 38 aos, natural da Ladeira e Lamaceiros, Calheta; viajavam na terceira classe e embarcaram em Southampton com destino a Nova Iorque. Na segunda classe, viajava José Joaquim de Brito, 32 anos, natural do Continente, que tinha como destino destino final São Paulo, no Brasil. Uma tragédia que "matou" quatro portugueses. - excerto deTragédia do Titanic… "matou" quatro portugueses - r




SÓ QUEM CONHECE NOS OLHOS O TERROR DA VIOLÊNCIA DO  MAR OU  O SUFOCO  E A AFRONTA DAS ÁGUAS SALGADAS,  NA  GARGANTA, PODERÁ AVALIAR QUÃO DUROS SÃO OS MOMENTOS DÉ AGONIA OU DE INCERTEZA

Passei por essa terrível experiência, na minha travessia, a bordo de  uma minúscula e frágil piroga de S. Tomé à Ilha do Príncipe, na noite em que , ao adormecer a canoa me precipitou  na amalgama de uma rodopiante negra  massa líquida.

Posteriormente fiz outras aventuras,  de S. Tomé à Nigéria, em 12 dias, - E, ainda nesse mesmo ano, a tentativa da  travessia da Ilha de Ano Bom ao Brasil,  junto à qual fui largado de um pesqueiro americano, que me conduzira, desde S. Tomé  até às suas proximidades,  para apanhar a grande corrente equatorial. e que acabaria por se saldar em 38 longos dias, grande parte dos quais ao sabor das correntes e dos ventos.

 Tratando-se da época das chuvas, altura em que se registam as grandes tempestades, deu-se o facto do pesqueiro,  por duas vezes, ter sido  assolado por violentos temporais. Face a tais ocorrências, o comandante do Barco chamou-me à câmara do comando e convidou-me a trabalhar a bordo e abandonar a canoa: tendo recusado, não tive outra alternativa senão de ser descido, por um dos guindastes,  com a canoa para o mar,

Só que, no ponto onde fui largado,  quer os ventos como as correntes, em vez de me levarem para a Oeste, puxavam-me para  Norte. Vendo que já havia canoas que se aproximavam de mim  para se apoderarem do meus mantimentos,  nao tive outra alternativa, senão navegar nessa direção, com vista a regressar a S. Tomé e tentar a travessia noutra oportunidade,  sob pena de ser roubado, dadas as extremas carências que então ali se observavam, naquela que então era a ilha mais abandonado do mundo, com apenas uma ligação anual com o resto da Guiné Equatorial,


Então sob o  reinado de terror de Francisco Macias Nguema, que chegou a tecer elogios públicos a Hitler, forçando  a fuga de um terço da .população, tendo sido apeado através de um golpe de Estado, em 3 de Agosto de 1979, pelo  sobrinho Teodoro Obiang,  atual   do presidente, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, 

 Ano-Bom, uma pequena ilha e província da Guiné Equatorial, localizada no Atlântico Sul, a 350 km da costa oeste do continente africano e 180 km a sudoeste da ilha de São Tomé (São Tomé e Príncipe - A ilha constitui a pequena Província de Annobón, uma das sete províncias da Guiné Equatorial. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ano-Bom

Nesse medo dia, e em plena noite, as condições climatéricas agravaram-se: um tornado, vindo do sul, fez-me alijar da maior parte dos alimentos e  água potável, perder o remo principal e um leme, que lhe havia adaptado, além de outros objectos, deixando-me a canoa,praticamente desgovernado .Na manhã seguinte, improvisei um remo, com pedaços da cobertura e de um barrote, mesmo assim, era-me extremamente difícil navegar 

 O que então se passou, desde aquela horrível noite, é inimaginável para quem nunca tenha vivido  tão difícil provação  - Parcialmente já  foi descrito neste site, através dos registos que pude fazer para um gravador e de várias fotografias, graças a um contentor de plástico onde pude salvaguardar o diário gravado e os registos fotográficos. 
 Dia 34º  - Deitado no fundo da canoa...Não tenho comida... Sinto uma grande dureza no estômago - Este o titulo da postagem, que pode ser lida, com a indicação de outros linkes em  Dia 34º - Deitado no fundo da canoa...Não tenho comida... Sinto uma grande dureza no estômago

Então sob o  reinado de terror de Francisco Macias Nguema – da independência, em 1968, a sua derrubada, em 1979, que  forçou a fuga de um terço da .população e ficou conhecido de maneira polêmica por ter elogiado publicamente a figura de Adolf Hitler, que, o golpe de Estado em Guiné Equatorial uem 3 de agosto de 1979, logorou afastar pelo  sobrinho, atual   do presidente, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo,



A fraqueza é imensa e deixa-me bastante debilitado. Tenho-me mantido num profundo silêncio - Foi um  dos dias em que não meti nada à boca e  falei muito pouco para o meu gravador.

 Somente ao fim da tarde, tive a coragem de abrir o meu baú (um contentor de plástico do lixo), onde o preservo da violência do mar e senti vontade de dizer algumas palavras.  Remeti-me a um profundo e resignado mutismo: sem lágrimas mas também sem nenhuma alegria. Sem desespero mas possuído de uma enorme angustia a perturbar-me a alma.  Com o sentimento de um enorme desconforto, em todos os aspetos: sem poder dormir, cheio de fome e no meio de um mar bravio, fortemente batido pelas vagas.




Perdida  nas brumas do  tempo e das trevas... 
Longe vai a noite centenária e impiedosa, sombria e mortal da tragédia!
Que atormentou e sepultou o mais luxuoso navio do mundo  - o lendário Titanic.
No seu percurso inaugural de Inglaterra à América.
A quatro dias de viagem, em águas calmas do Atlântico, muito  afastadas do  Ártico,  
mas subitamente transformadas em aragens de afrontosas ameaças e de arrepio!
Semeadas por  flutuantes e perigosos icebergues,
cujo brilho azulado a  noite ofusca sob límpido mas negro céu.
 Em latitudes onde a Primavera tarda, é fria 
e tem,  da cor da fuligem, o sinistro véu!
- Porém, eu, náufrago, sobrevivente
em atribulados mares de outras paragens,
por natural associação às longas horas
que por mim foram vividas,
ainda diviso, debaixo da treva e do assombro  da ímpia noite sideral
o perfil do luxuoso e imponente navio
que, sulcando o mar em imprudente marcha veloz, vai embater e raspar
nas gélidas arestas de  enorme bloco de gelo,
sofre duro rombo a estibordo, e, desamparado,
 perde-se para sempre e naufraga!
- Consequência de monstruoso temporal, casuais fatalidades ou flagelos inevitáveis?!..
 Oh, não,  nada o salvará!... Os caprichos do destino são incontornáveis,  
porém, mais graves e propensas serão ainda as ameaças,
quando, às adversidades,  ao incerto e obscuro,
se junta a  negligência, a vaidade e a insensatez!..
.

Pelo telégrafo surgem avisos e alarmes vários
 a que  não se dá crédito. Aumenta-se até a velocidade
 para se apressar e festejar a chegada -.
Às 23h40, do dia 14 de Abril de 1912, com o navio a navegar  
a 640 km dos Grandes Bancos da Terra Nova,  "os vigias do mastro, 
Frederick Fleet e Reginald Lee, 
avistaram um iceberg bem em frente do navio". 
Quando o sino de alerta do alto toca três vezes a rebate, já é tarde!.
- Por isso, haverá maior culpado que a mente humana
quando  despreza e descura
as  hostis e adversas   forças da Natura?!..



 











Todavia, evoco o vosso sofrimento, ó lúgubre navio e lágrimas choradas!
Vivendo a incerteza  e angústia, ainda não sarada, daqueles meus longos e penosos dias,
 cujo lastro  tenho bem presente  na alma  ferida por longas e tormentosas noites de vigílias,
vejo-vos e  ouço-vos, corações atormentados! Escuto  os ais e os gritos aflitos,
as desolações que se afundam! -  Nitidamente descortino,
no tropel confuso da tragédia humana que vos enlutou,  
 e, sob a  capa da mais gélida e sideral atmosfera, 
o imenso poço que vos submergiu e afundou!
Ouço os vossos soluços e claramente  vos revejo e situo ó  almas  perdidas!  
Através da luz sombria que ficou  memorizada nos meus olhos, 
das muitas imagens que a minha retina em desvairadas tempestades fixou,
ainda consigo descobrir,  já engalfinhada  por mãos de terríveis  sacrilégios,
 a majestosa e  iluminada esfinge que vos transportava,  
agora enxague e ferida por  um dos enormes escolhos vítreos 
que boiavam soltos, que tragicamente a romperam e traíram
e que não tardará a desvanecer-se...
 - Qual sopro de vela que flutua acesa e depois se afunda e apaga

   



É noite de Lua Nova! Noite mais propensa 

ao surgimento dos indiscifráveis mistérios
 que, a  rompê-los ou a desvendá-los - Em redor 
não há claridade alguma. Não se enxerga nada.
- O mar é a imensa planície escura mas tranquila.
A noite é gélida mas aparentemente pacífica e calma.
Os habituais ventos que sopram em noites frias e aziagas, 
parece terem-se apaziguado  ou feito algumas tréguas - Não uivam!
Não há nevoeiros compactos, coalhados de densa maresia, que se enfiam
 pelas narinas, têm o sabor do sal, toldam ainda mais a vista e quase sufocam.
Quem espreitar pelas vigias, não descobrirá os brumosos  novelos que lembram fantasmas, 
as leitosas névoas ensanguentadas que ofuscam o sol poente ou antecedem as noites de agoiro, 
o tumulto das tempestuosas marés que tudo envolvem e arrastam.
O céu está descoberto e estrelado! Não há sinais 
de  cerrados tectos ou sinistras  e fúnebres abóbadas!
 Haverá, no entanto,  sortilégios, esconjuros  e temíveis perigos
de que  há noticia mas que se negligenciam e ignoram.




As eternas constelações aparentemente fixas,

fazem o seu giro no firmamento. O sol ilumina outros cantos da Terra 
e, quem vai no interior  do faustoso paquete, espera que, no dia seguinte,
volte acordar  sob a grande luz cósmica  - Esta volte a raiar do fundo das águas!
- O céu é escuro mas não  espesso.  Prevalece, contudo,  o brilho rutilante das estrelas, 
que, por tão longínquas, vão manter-se indiferentes e alheias ao drama e ao infortúnio  
do mais tenebroso caleidoscópio, que, a horas nocturnas e malditas, caladas e surdas,
vai desenrolar-se sob a frieza do mais inesperado  e horrível presságio - Em cenário
desolador  e árido, que ondula rumorejante, quase silencioso, mas escuro e gelado!  



Eu, que sozinho voguei sob noites equatoriais povoadas de assombro e trevas

e habituei  meus olhos e  meu  instinto 
a ver o  que as sombras e nevoeiros nocturnos ocultam ou encobrem,
mesmo à distância do espaço e do tempo,
claramente ainda diviso  o pronúncio sinistro das mais trágicas horas de luto!... 
 Distingo o perfil  inconfundível de esbelto  e moderno navio - O seu  vulto!
Através dele  o casco e as  linhas aprimoradas que lentamente se afundam e suspiram, 
que lentamente soçobram e  asfixiam,  que lentamente mergulham, vergam e se  revolvem
na líquida massa negra azulada, movediça, ondulada e informe,

coalhada de pedaços de gelo do mesmo icebergue, que depois de lhe deferir 
duro golpe fatal, ali mesmo o vai sepultar!... Com idêntica crueldade e gélido  brilho 
ao que espelham as mortuárias águas!... O mesmo que é reflectido
do sideral firmamento, no qual as estrelas continuam silenciosas mas rutilam.

 

Vejo-o e distingo-o, como se aquela noite de tragédia 
se  fixasse no éter para sempre,
perpetuada  na atmosfera vítrea  da amortalhada imensidade! 
Espelhada no rosto dos astros - No calendário programado 
dos grandes naufrágios do mar ! - Afrontosa crueldade
marítima, cuja hora idêntica ainda hoje perpassa
clarissima pela minha mente, 
tantas vezes a vivi e a revivo
 desde a infância na memória!


EVOCAÇÃO COMPLETA NESTE SITE EM  -  MEMORY OF THE TITANIC  WRECK - A Singela Homenagem de quem viveu o sufoco aflitivo das ondas

.

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