“Só! – Ao ermita sozinho da montanha
Visita-o Deus e dá-lhe confiança:
No mar, o nauta, que o tufão balança,
Espera um sopro amigo que o céu o tenha...
Visita-o Deus e dá-lhe confiança:
No mar, o nauta, que o tufão balança,
Espera um sopro amigo que o céu o tenha...
Só! – Mas quem se assentou em riba estranha,
Longe dos seus, lá tem ainda a lembrança;
E Deus deixa-lhe ao menos a esperança
Ao que a noite soluça em erma penha...
Longe dos seus, lá tem ainda a lembrança;
E Deus deixa-lhe ao menos a esperança
Ao que a noite soluça em erma penha...
Só! – Não é quem a dor, quem nos cansaços,
Tem um laço que o prenda a esta fadário,
Uma crença, um desejo... e ainda um cuidado...
Tem um laço que o prenda a esta fadário,
Uma crença, um desejo... e ainda um cuidado...
Mas cruzar, com desdém, inertes braços,
Mas passar, entre turbas , solitário.
Ir é ser só, é ser-se abandonado|”
Mas passar, entre turbas , solitário.
Ir é ser só, é ser-se abandonado|”
Antero de Quental
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