Jorge Trabulo Marques - Jornalista
"3 de fevereiro de 53" - Homenagem aos que, injustamente,
tombaram neste mês e neste ano – Por Olinda Beja na sua página do Facebook
silenciaram-se as palavras nascidas da tua esperança
retalhos frondosos do grito escaldante da floresta
retalhos frondosos do grito escaldante da floresta
palmilhamos ainda a estrada de solidão que percorreram
nossos avós
é nosso o frio das manhãs de 53
manhãs longínquas em caminhos indómitos, sombreados na praia deserta de Fernão Dias
no barro do chão rubro de Batepá
manhãs longínquas em caminhos indómitos, sombreados na praia deserta de Fernão Dias
no barro do chão rubro de Batepá
ainda escorrem em nossas mãos lágrimas
de sangue
ainda há pérgulas sem flores
ainda há praias desertas onde nunca se espraiaram búzios
Olinda Beja (inédito"ainda há pérgulas sem flores
ainda há praias desertas onde nunca se espraiaram búzios
Olinda
Beja, poeta e narradora de São Tomé e Príncipe, nascida em Guadalupe
a 12 de fevereiro de 1946, filha de José de Beja Martins (português) e de Maria
da Trindade Filipe (santomense. - Embora
tendo partido adolesente para Portugal, nem por isso, nas suas veias, deixou de lhe correr a matriz
das raízes da sua ancestralidade africana, genuinamente
santomense, que tem surpreendentemente expressado, quer através dos seus belos
versos, quer em prosa, nomeadamente na singularidade dos seus contos, traduzidos em várias línguas, revelando-se, por isso, desde há vários anos,
uma verdadeira embaixatriz da cultura do seu pais de origem, tanto em récitas
poéticas, como noutros eventos ou iniciativas, em que geralmente se faz
acompanhar à viola e cântico pelo músico e pintor, Filipe Santos,
Ao mesmo tempo que, de entre as múltiplas peregrinações, que faz especialmente pelos PALOP, vai também repartindo o seu tempo por se deslocar até ao seu antigo lar materno onde se vai reencontrar com as memórias mais distantes da sua vida, reforçar o convívio alegre e acolhedor das pessoas, ante a contemplação da paisagem luxuriante e paradisíaca da sua ilha, motivos da sua inspiração, nomeadamente sobre o fatídico massacre de 3 de Fevereiro, até tão presente na lembrança dos sobreviventes
"Enviada por seu pai
para Portugal
(Mangualde – Beira Alta) com quase 3 anos de idade, aqui estudou e obteve o
Diploma Superior dos Altos Estudos Franceses da Alliance
Française e,
mais tarde, a Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas
(Português/Francês), pela Universidade do Porto. Fez ainda o Curso de
Literaturas Africanas de Língua Portuguesa (LALP) pela Universidade Aberta além
de ter feito, na Suíça (onde viveu e leccionou) vários outros cursos inerentes
à sua actividade profissional e literária (professora do Ensino Secundário e
escritora/contadora de histórias). https://pt.wikipedia.org/wiki/Olinda_Beja
OLINDA
BEJA – A Poesia e o Cântico comovente da mulher que tem as suas raízes na aldeia
martirizada do Batepá, casa dos seus
avós maternos, versos que sentem e choram ainda as lágrimas dos dos que tombaram no
fatídico massacre do Batepá. – Récita proferida, em Dezembro de 2013, numa
sessão de lançamento do seu livro “Um Grão de Café”, dedicado às crianças do mundo, mas muito especialmente
, às crianças do S. Tomé e Príncipe., apresentado no Centro de Intercultura da
Cidade, em noites da Roça, em Lisboa – A que nos referimos em http://www.odisseiasnosmares.com/2013/12/olinda-beja-da-poesia-ficcao-cantou-e.html
É referido nas noticias que o primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, na manhã do passado 3 de Fevereiro, “liderou a tradicional marcha da liberdade, partindo, desde a capital de São-Tomé, distrito Agua Grande, até Fernão Dias, distrito de Lobata, por ocasião de 03 Fevereiro, dia dos heróis da liberdade, feriado nacional, que se comemora hoje no arquipélago.
Além de Chefe do governo, participaram ainda o ministro de Trabalho e Solidariedade, Adlander de Matos, Ministro da Juventude e Desporto, Vinício de Pina entre outras entidades públicas e privadas que se juntaram aos jovens nesta edição de marcha da liberdade numa das suas maiores enchentes de sempre.
Tendo-se congratulado com a participação em massa da juventude neste acto de homenagem aos heróis da liberdade, o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus disse que facto demonstra o despertar dos jovens pela valorização cultural, patriótica são-tomense e consequentemente o envolvimento dos mesmos no processo de desenvolvimento do País.
“ Temos de associar liberdade ao desenvolvimento” – disse Jorge Bom Jesus tendo defendido o envolvimento de “sangue novo” a juventude em ações de continuidade as aspirações dos mártires de liberdades no âmbito da conquista do “bem-estar” social e económico para todos são-tomenses. http://www.stp-press.st/2020/02/03/jorge-bom-jesus-lidera-marcha-da-liberdade-em-honra-dos-herois-de-53/
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