Rute Norte, a quem, desde já desejamos, boa sorte e votos de maravilhosas viagens, é talvez um caso único de uma mulher que decide
aventurar-se aos mais diversos e
exóticos percursos, fora do seu país. Mesmo que, ao fim do dia, o rescaldo
do seu esforço seja extenuante ou até lhe deixe algumas bolhas nos pés, nem por
isso perde o sorriso, o à vontade o seu otimismo: é que ela não pedala por pedalar mas para
conhecer gentes e costumes, convivendo e partilhando momentos de saudável
convívio.
E foi justamente esse convívio que pôde partilhar, nas Luxuriantes Ilhas Verdes do equador durante quase um mês, percorrendo ao todo 550 km de bicicleta nas duas ilhas: 205 na ilha do Príncipe e 345 na ilha de São Tomé. Nesta viagem não andou
Depois: banana-prata (a bola de massa). Ou seja, não é banana-pão, aquela usada em São Tomé e Príncipe para cozer e fritar, esta é a banana normal, a fruta que se come. E aquela pasta calha ali que nem uma luva.
E foi justamente esse convívio que pôde partilhar, nas Luxuriantes Ilhas Verdes do equador durante quase um mês, percorrendo ao todo 550 km de bicicleta nas duas ilhas: 205 na ilha do Príncipe e 345 na ilha de São Tomé. Nesta viagem não andou
COM SAUDADE DE S. TOMÉ PRÍNCIPE – E DOS SABOROSOS PRATOS TÍPICOS
Ei-lo, o famoso calulu! Cheira bem! E
também sabe muito bem, posso garantir-vos. Desapareceu tudo. Não sobrou nada. A
Nelta perguntou-me se eu queria mais, e eu disse que não, mas hoje
arrependo-me. Devia ter comido uma barrigada de calulu! Devia ter repetido
várias vezes!
A Nelta explica-me entretanto: o calulu é feito com folhas e
peixe. “Folhas” – é a palavra usada para legumes e plantas. Maquiqué, quiabo,
beringela, folha da mina, libô de água, libô de quintal, otage e outras. No
tempo da gravana é difícil arranjar todas as folhas, diz-me a Nelta. Leva
muitas mais. E eu não faço ideia se os nomes das folhas estão bem escritos.
Depois: banana-prata (a bola de massa). Ou seja, não é banana-pão, aquela usada em São Tomé e Príncipe para cozer e fritar, esta é a banana normal, a fruta que se come. E aquela pasta calha ali que nem uma luva.
Depois: farinha de mandioca, na taça à esquerda, para misturar com
o calulu. E eu misturei e cumpri as regras todas. Os peixes: maxipombo, andala, atum, voador, e outros tantos. Tudo por 50 dobras. Ainda hoje sonho com este calulu.https://rutenorte.com/sao-tome-e-principe/550-km-de-bicicleta-sozinha-29-dias-098/
POR MEGA CAPITAL AMERICANA
Agora a surpreender-nos,
com as suas belas imagens e aliciantes crónicas, sobre outras distantes paragens, começando por dizer sentir-se como "um dos Sete Anões", face a tão gigantescas panorâmicas
- Aqui compartilho com o leitor algumas fotos e excertos das suas palavras
É o que me ocorre dizer
ao pensar nesta cidade gigante – Nova Iorque. Tudo é grande: os edifícios são
grandes, as ruas são grandes, as avenidas ainda maiores, o metro é enorme.
Somos anões numa cidade gigante.
Aterrar em Nova Iorque, entrar no comboio e sair na Penn Station, uma das estações principais em pleno centro de Nova Iorque, subir as escadas do metro e olhar para cima, ainda com as bagagens na mão. Pouco céu se vê, no meio de tantos edifícios. Estamos noutro mundo. Ainda há pouco saímos da pequenina e pitoresca Lisboa, e estamos agora noutro mundo. Em pleno bulício das seis da tarde. Carros apitam, passam pessoas apressadas, três mil táxis tornam as estradas amarelas, e nós tão pequeninos no meio disto.- Excerto https://rutenorte.com/new-york/10-days-chronicle-01//
VIAGEM AÉREA EXCELENTE - SEM OS SUSTOS QUE DE VOLTA E MEIA OSTENTAM AS MANCHETES DOS JORNAIS
“Correu muito bem, vá lá. Nem voos atrasados,
nem perca de bagagens. Estava previsto chegarmos às cinco da tarde ao aeroporto
JFK, e assim foi. Fomos na British Airways até Londres (três horas), e daqui
até Nova Iorque na Virgin Atlantic (sete horas e meia). Com o tempo de ligação
– três horas, mais os tempos de espera no aeroporto, foram ao todo catorze
horas. Nada mau. Depois da viagem até à Austrália, na outra ponta do mundo,
tudo parece fácil.
[Nota: apenas começaram a
haver voos diretos entre Lisboa e Nova Iorque a partir de 2016. Esta viagem
decorre em 2012].
Chegados ao JFK a verdade é que não
fazíamos ideia de como ir até ao centro da cidade. Achei tão vulgar, a verdade
seja dita, ir do aeroporto JFK para o centro de Nova Iorque, que nem me macei a
investigar previamente. Com certeza que alguém há-de dizer-nos. É bom ir assim,
sem preocupações, esta viagem é fácil. Sabia que havia metro e comboios, isso
sabia. Quais e onde, é que não fazia ideia. O meu namorado muito menos – desde
cedo me elegeu a guia oficial e depositou essas canseiras nas minhas mãos
Olhei à volta e considerei que exagerei na
despreocupação, confesso. Bom, agora há que perguntar a alguém.
E de facto foi rápido e simples. À saída do aeroporto estava uma mulher
fardada, forte e de cor negra, em pé no meio do passeio, com uma placa ao peito
a dizer “Customer Services”. Então diga-nos lá para onde vamos, se faz favor.
(Gosto mesmo disto, de não saber para onde vou). Depois de lhe dizermos que
queríamos ficar na Penn Station, ela pensou um pouco (ainda teve de pensar?) e
enquanto nos dava as instruções deu um grito. Viu o meu relógio. Já estou
habituada, este relógio acompanha-me para todo o mundo e faz sucesso em todos
os continentes – o norte-americano inclusive, está visto. Abri o relógio,
fechei o relógio, ela deliciada e disse “Somos mesmo raparigas!…” – enquanto o
meu namorado pacientemente nos observava, divertido. (Estas agora ficam aqui a
falar do relógio e não se despacham…)
Ela disse então que era hora de ponta e que não era aconselhável irmos de metro com as bagagens. Disse-nos para apanhar o “Air Train” até à Jamaica Station, e daqui apanhar o “LIRR”. (Apanhar o quê?, perguntei-lhe, e ela repetiu… É mesmo giro estar numa cidade grande e não saber patavina. O LIRR é um comboio).
Informou-nos ainda dos preços de tudo, sem sequer perguntarmos, e lá fomos. Temos aqui um bom Customer Service.
Ela disse então que era hora de ponta e que não era aconselhável irmos de metro com as bagagens. Disse-nos para apanhar o “Air Train” até à Jamaica Station, e daqui apanhar o “LIRR”. (Apanhar o quê?, perguntei-lhe, e ela repetiu… É mesmo giro estar numa cidade grande e não saber patavina. O LIRR é um comboio).
Informou-nos ainda dos preços de tudo, sem sequer perguntarmos, e lá fomos. Temos aqui um bom Customer Service.
O “Air Train” é uma espécie de metro aéreo não pilotado que viaja entre os
vários terminais do aeroporto até à estação de metro e de comboios chamada
“Jamaica Station”. O bilhete custa cinco dólares e apenas se paga à saída. Bem
que procurámos onde tirar o bilhete, antes de entrar, mas não havia máquinas
nem ninguém para informar-nos. Bom, entremos, quero ir-me embora, de certeza
que eles vão arranjar maneira de cobrar-nos. E assim foi.
E depois o LIRR, no qual tirámos o bilhete na máquina automática – uma senhora apressada atrás de nós ajudou-nos. Nós a clicar nos botões todos, sabemos lá onde está a Penn Station nesta máquina.
E depois o LIRR, no qual tirámos o bilhete na máquina automática – uma senhora apressada atrás de nós ajudou-nos. Nós a clicar nos botões todos, sabemos lá onde está a Penn Station nesta máquina.
E foi rapidíssimo. Em vinte ou trinta minutos estávamos no hotel.
Tudo correu bem nesta viagem, maravilhoso.https://rutenorte.com/new-york/10-days-chronicle-02/
Tudo correu bem nesta viagem, maravilhoso.https://rutenorte.com/new-york/10-days-chronicle-02/
Não se iludam com os hotéis no centro, não
pensem que são mais caros do que os dos arredores. Não corresponde totalmente à
verdade. Sim, um hotel no centro é mais caro, porém já existem muitas ofertas
com preços idênticos aos outros.
Relativamente ao nosso hotel – o New Yorker Hotel – na Oitava
Avenida a uns cinquenta metros da Penn Station, e a quinhentos metros da Times
Square, deixou-nos completamente satisfeitos. Foi uma excelente escolha e
conseguimos melhores preços dado que comprámos a nossa estadia ainda em Janeiro
(fomos em Julho). Este hotel tem uma presença histórica na cidade, existe desde
1930, tendo sofrido uma série de obras de remodelação. Neste hotel, pode ler-se
no seu website, ficaram personalidades desde Muhammad Ali, Nikola Tesla, o
Presidente John F. Kennedy, até Jennifer Hudson, entre outras.
Dado que nas minhas viagens procuro sempre hotéis históricos –
desde a nossa cidade do Porto até à Índia – o New Yorker Hotel foi sem dúvida
uma boa escolha. O pessoal era simpático e tivemos um frigorífico no quarto,
para deixar as bebidas bem frescas para o dia seguinte. Fomos em regime de
apenas alojamento, ou seja, o pequeno-almoço não estava incluído. Questionei-os
por email sobre o pequeno-almoço, e a resposta foi que era doze dólares por
dia, por pessoa, e que durante a semana era Continental (croissants, flocos de aveia,
iogurtes, sumos, café, cereais, queques) e ao fim de semana era Americano, o
qual já inclui ovos, carne, waffles e panquecas. Optámos por não ter
pequeno-almoço, assim. Levámos cereais, comprámos leite e ficámos despachados.
Entramos diretamente na tarde do segundo
dia.
O primeiro foi a viagem e a chegada ao hotel às seis da tarde – ainda houve oportunidade para dar uma volta pela Times Square, levantar uns bilhetes reservados, e jantar fora: o primeiro hambúrguer com batatas fritas
O primeiro foi a viagem e a chegada ao hotel às seis da tarde – ainda houve oportunidade para dar uma volta pela Times Square, levantar uns bilhetes reservados, e jantar fora: o primeiro hambúrguer com batatas fritas
.No segundo dia estávamos ainda decididos a não andar carregados com a máquina
nem a tirar fotos a uma cidade cujas imagens se vêem constantemente na
internet, televisão ou cinema, e com muito melhor qualidade do que as nossas. E
eu muito menos a escrever crónicas. Pelo que a máquina ficou no hotel. O que
fizemos? Começámos pelo tradicional Hop on Hop off, o autocarro de dois andares
com o último piso descoberto, para ter uma primeira visão da cidade. Calhou a
ser feriado – estamos a 4 de Julho, o famoso Dia da Independência. Foi pura
sorte, e assim o autocarro percorreu muito mais facilmente as ruas, por vezes
quase desertas às nove ou dez da manhã. Dado que foi a nossa primeira manhã em
Nova Iorque, e tratando-se de uma quarta-feira, estranhámos haver tão pouco
movimento, sobretudo após a noite anterior, com um bulício louco na Times
Square às onze da noite. Não nos lembrávamos que era feriado. Esta gente só sai
à noite? Não vai trabalhar de manhã? Estão presos no trânsito fora de Nova
Iorque para entrar na cidade?…
Que ingenuidade a nossa. Bom, mas a frase “The city that never sleeps” não corresponde totalmente à verdade. No feriado de manhã estão todos a dormir.
Que ingenuidade a nossa. Bom, mas a frase “The city that never sleeps” não corresponde totalmente à verdade. No feriado de manhã estão todos a dormir.
Neste passeio tivemos o primeiro contacto com a parte “downtown”
de Nova Iorque: o SoHo, a Little Italy, Chinatown, East Village, Chelsea,
etc, etc. Havemos de cá voltar. Para perceber rapidamente o que é “downtown” e
“uptown”, basta olhar para o mapa da crónica anterior. A parte sul, onde se vê
a Estátua da Liberdade, é a “downtown”. Aí ficava originalmente a cidade de
Nova Iorque, e aí se situa hoje o seu centro financeiro. À medida em que a
cidade foi crescendo – para norte, claro – essas novas áreas foram sendo
identificadas como “uptown”. Hoje tornou-se num termo relativo: qualquer coisa
ao sul pode ser entendida como a “parte baixa.” Inversamente, qualquer coisa ao
norte é a “parte alta.”
Mas voltando ao nosso passeio.
Terminado o Hop on Hop off, perto do meio dia, subimos nos rapidíssimos elevadores até ao 21º andar do New Yorker Hotel. Agarrei finalmente na máquina.
Ok, vamos tirar fotos.
Terminado o Hop on Hop off, perto do meio dia, subimos nos rapidíssimos elevadores até ao 21º andar do New Yorker Hotel. Agarrei finalmente na máquina.
Ok, vamos tirar fotos.
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