JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA
Imagem do Téla Nón |
Téla Nón |
Tudo tem um porquê. Acho que para que se Governe um país é
necessário que os governantes amem este país. Este amor pela terra só é possível
se houver um verdadeiro sentimento de pertença, de identidade umbilical com o
país em causa e isto não é, nem de longe, o caso do sr. Patrice Viajante
Trovoada."
O Cacau Santomense, tem qualidade e compradores garantidos imunes à Covid-19- Mas,
a principal exportadora privada, no pais,
que beneficiou da concessão de 2500
hectares, em 2010, com a promessa de dinamizar a produção e exportação do cacau,
gozando de fundos de milhões de instâncias internacionais, prometendo postos de trabalho, mundos e
fundos, com
a instalação de um centro industrial na
antiga roça Morro Peixe, capaz de elevar a produção do cacau das então 4 mil toneladas para 6500 toneladas até
2020. https://www.telanon.info/economia/2012/06/14/10627/agricultores-de-obo-morro-continuam-com-catanas-erguidas-contra-a-satocao-e-o-governo/, vem agora descalçar a bota outros argumentos
Em 2016, “a SATOCAO, fechou as
suas actividades em alguns terrenos concedidos pelo Estado são-tomense na
região norte da ilha de São Tomé, alegando prejuízos, tendo avançado, em 2016, com um despedimento coletivo de 300 trabalhadores, o que, só na totalidade, gerando então” – Noticiava o Tela Nón https://www.telanon.info/economia/2016/11/12/23183/crise-satocao-avanca-com-o-despedimento-de-300-trabalhadores-e-devolve-terras-ao-estado/
“Fradique de
Menezes garante que o Cacau de STP continua a ter mercado no estrangeiro” – Diz
o Téla Nón – Acerca de “Os desafios da exportação em São Tomé e
Príncipe", tema de um debate público, promovido pelo Governo.
Sublinha, que “Homem
de negócio que decidiu abandonar a comercialização do cacau, Fradique de
Menezes, considera que a administração da SATOCAO deve dar uma boa explicação
ao país, sobre esta crise que se regista na compra e exportação do cacau.
«É bom que alguém nos diga qual é a dificuldade
que existe. Se está cá o senhor da SATOCAO ou não, para nos dizer qual é o
problema dele…., e se quiser uma ajuda a gente dá. Não estou cá como antigo
Presidente. Estou cá como antigo homem de negócios, que era o maior exportador
de cacau», precisou.
A crise que se regista na comercialização do maior produto de
exportação do país, o cacau, preocupa o ex-presidente da República e antigo
maior exportador do produto.
«Ouvi que há dificuldades de exportação do
cacau, e que os agricultores estão com dificuldades de escoar os seus produtos.
Sobretudo sabendo que estamos em Agosto, e normalmente entre agosto e Setembro
começa a grande colheita de cacau. E toda gente quer vender cacau…»,
frisou.
A crise que se regista na comercialização do maior produto de
exportação do país, o cacau, preocupa o ex-presidente da República e antigo
maior exportador do produto.
«Ouvi que há dificuldades de exportação do
cacau, e que os agricultores estão com dificuldades de escoar os seus produtos.
Sobretudo sabendo que estamos em Agosto, e normalmente entre agosto e Setembro
começa a grande colheita de cacau. E toda gente quer vender cacau…»,
frisou.
Fradique de Menezes
disponibilizou-se para apoiar as empresas que estão no mercado, a encontrarem
uma saída para a exportação do cacau.
«Vamos dar as mãos e ajudar para sairmos disto.
Porque enquanto não houver algo que substitua, precisamos continuar com o
cacau, e até melhorar e aumentar a produção», concluiu.
Enquanto perdura a crise na comercialização do cacau, o Governo
defendeu no debate sobre os desafios da exportação, a diversificação dos
produtos para exportação. Mais do que diversificar, segundo o Primeiro-ministro
Jorge Bom Jesus, é preciso produzir e exportar com alta qualidade.
«Há outros produtos, por exemplo temos toda a
área das plantas medicinais. Hoje a aposta nos produtos biológicos é
extremamente importante. Temos que alterar este desfasamento em termos da
balança comercial», sublinhou o Chefe do Governo.
No entanto os exportadores de São Tomé e Príncipe, deverão
beneficiar nos próximos tempos, de um vasto mercado. Trata-se da zona livre de
comércio de África. Um projecto pan-africano para desenvolvimento integrado,
que São Tome e Príncipe vai aderir. https://www.telanon.info/economia/2020/08/14/32359/fradique-de-menezes-garante-que-o-cacau-de-stp-continua-a-ter-mercado-no-estrangeiro/
Tudo se produz e cresce
rapidamente nas terras férteis e maravilhosas Ilhas Verdes do Equador
- E quem duvida
que a solução económica de S. Tome e Príncipe não esteja nos seus recursos agrícolas
– É que, o turismo, nestas maravilhosas Ilhas,
só poderá continuar a ser atraente enquanto não for pervertido o seu património urbano e não for devassada a sua paisagem natural com explorações
selvagens ou construções fantasmas - Fradique Menezes é, de facto, uma das pessoas
mais experientes da comercialização do cacau - Deu-me o prazer de me receber em
sua casa, o ano passado, onde falámos, em duas tardes, sobre muitas coisas do passado e da atualidade
E também da agricultura e do cacau.
TERRA LUXURIANTE E GENEROSA QUE PRODUZ TÃO BELOS FRUTOS E EM POUCO TEMPO - - Recordo-lhe um artigo publicado neste site.
Estes belos pés de ananases. da propriedade de Alberto da Graça do Espírito Santo Vasconcelos, que as imagens documentam do próprio agricultor, editadas na sua página do Facebook, fazem-me lembrar os excelentes exemplares de uma plantação de ananases que o Engenheiro Salustino Graça do Espírito Santo, tinha próximo da então Vila da Trindade, que tive o prazer de conhecer, tanto em sua vida, onde um dia um feliz acaso me levara, como depois da sua morte, quando era encarregado da Agropecuária do quartel (CTISTP), a cuja propriedade me desloquei, por várias vezes, com alguns soldados, sim, para ali, na maravilhosa pequena Roça S. Vicente, que legara, como um dos mais exemplares modelos da pequena agricultura familiar santomense, comprar alguns cestos de pés de ananases e algumas socas de bananeiras para as plantações que estava a efetuar naquela área militar.
Uma das vezes, encontrava-se presente, o Dr. Mário Soares (deportado para S. Tomé pelo regime Salazarista), ao lado do filho João Soares, que me pareceram muito curiosos e deslumbrados por aquelas exemplares plantações.
Neste encontro, que ocorreu debaixo de um telheiro e junto à balança onde pesava ananases e abacaxis, apenas ali me deslocava com o propósito de levar estes suculentos frutos para a cantina dos oficiais, que também estava à minha responsabilidade
De recordar que. o nome de Engº Agrónomo, Salustino da Graça do Espírito Santo Salustino da Graça do Espírito Santo , é, pois, uma das figuras incontornáveis ao falar-se das barbaridades infligidas, a milhares de santomenses nos criminosos atos do Massacre de Batepá em 3 Fevereiro de 1953, pelo então Governador Carlos Gorgulho
A recusa da população da Trindade em ir receber Gorgulho no aeroporto aquando do seu regresso de Portugal em Outubro de 1951, onde então morava o Eng.º Salustino da Graça do Espírito Santo, a quem Gorgulho imputava toda a rebeldia e a irreverência da população local, culpabilizando-o da inventada conspiração comunista dos negros contra os brancos, que culminaria com a tenebrosa repressão de Fevereiro de 1953, apontado em todos os autos de “confissão” dos presos como (…) chefe da revolução, seu instigador, seu preparador e futuro Rei da Ilha
Alberto da Graça Do Espírito Santo Vasconcelos - Sr. Jorge Trabulo, sou parente muito próximo do falecido Engenheiro Salustino Graça e se recorda quando ia a Roça S. Vicente para adquirir o suculento fruto de ananás quem o recebia e vendia os produtos era o Sr. Armando Vasconcelos, meu querido pai, já falecido há quatro anos.
Para lhe dizer embora aquando da morte de Salustino Graça em 1965, eu tinha oito anos, com essa idade gostaria de ser engenheiro como ele para que pudesse produzir ananases em quantidade e qualidade iguais aqueles que eram produzidos naquela época.
Concluído os estudos liceais, até tive oportunidade de concretizar o meu sonho, fazer agronomia, mas tinha sido seleccionado para Cuba. Recusei , porque na altura não quis ir à Cuba , mas não estou arrependido, embora não tenha feito a minha formação preferida, formei-me em Língua e Cultura Portuguesa, na vertente Pedagógica na Faculdade de Letras de Lisboa e lecciono. Aos fins de semana e nas férias faço o que mais gosto, contribuindo na minha dieta alimentar e ganhando mais alguns tostões para ajudar com o magro salário que se usufrui nas Terras de Amador.
Concluído os estudos liceais, até tive oportunidade de concretizar o meu sonho, fazer agronomia, mas tinha sido seleccionado para Cuba. Recusei , porque na altura não quis ir à Cuba , mas não estou arrependido, embora não tenha feito a minha formação preferida, formei-me em Língua e Cultura Portuguesa, na vertente Pedagógica na Faculdade de Letras de Lisboa e lecciono. Aos fins de semana e nas férias faço o que mais gosto, contribuindo na minha dieta alimentar e ganhando mais alguns tostões para ajudar com o magro salário que se usufrui nas Terras de Amador.
Um abraço amigo Trabulo!
As suas palavras comovem-me e deixam-me com os olhos banhados de lágrimas: por um lado pelas memórias distantes a que me transportam; por outro por belo exemplo que me transmitem: de ver que, apesar de não ter seguido a carreira de Eng.º Agrónomo, se dedica com especial amor e devoção à agricultura, que era realmente esse o empenho do saudoso Eng. Engenheiro Salustino Graça do Espírito Santo, além do distinto patriota que tanto sofrera, em prol do povo santomense, com as perseguições movidas da polícia do regime.
Sim, Caro Amigo Alberto, faz-me muito bem aproveitar os seus tempos livres nessas tarefas, até porque, como reconhecerá, a terra é generosa e fértil e sabe retribuir, com os mais saborosos frutos, a quem amanha e cultiva
O abraço amigo
"Salustino Graça do Espírito Santo 1894-1965. - Nasceu no dia 9 de julho de 1892 na freguesia da Trindade, ilha de São Tomé. Após concluir o ensino primário na sua terra natal, viajou para a capital portuguesa onde fez os estudos secundários, mais exatamente na Escola Académica de Lisboa. Posteriormente, finalizou (em Março de 1922) o curso de Agronomia no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, tendo regressado pouco tempo depois para junto dos seus patrícios. São Tomé e Príncipe foi, a par com o desenvolvimento da raça negra, o principal objeto da esperança de Salustino Graça, e fator da verdadeira guerra que protagonizou até à hora da morte, ocorrida quando tinha setenta e três anos de idade. Este engenheiro nativo foi, sem dúvida, símbolo da luta do seu povo, a quem paulatinamente e com hábil mestria, determinação e coragem foi ensinando os difíceis caminhos da liberdade, da justiça e do progresso.
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