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terça-feira, 4 de agosto de 2020

Maestro Jaime Mendes – Nasceu há 117 anos, em Évora 04.08.1903 – 1997 – Autor de 150 peças de Teatro de Revista – Recordando a entrevista que me concedeu na Brasileira do Chiado, anos 80, numa tertúlia entre amigos “Nenhum artista em Portugal é rico: sou um ilustre reformado da nossa terra” - Todavia, era considerado um dos maiores músicos que dirigiram as nossas orquestras e um compositor muito popular”

Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

Maestro Jaime Mendes – Nasceu em Évora 04.08.1903 – 1997 – Autor de 150 peças de Teatro de Revista –  Chegou a ser convidado para dirigir a orquestra da BBC - Recordando a entrevista que me concedeu na Brasileira do Chiado, anos 80, numa tertúlia entre amigos  “Nenhum artista em Portugal é rico: sou um ilustre reformado da nossa terra” - Todavia, era considerado um dos maiores músicos que dirigiram  as nossas orquestras e um compositor muito popular”  - Fotos de diversas origens - Excepttuando os filmes  - E, naturalmente, a  entrevista


Como dizia, o Eça: eu sou como a República de Andorra, não tenho histórias  - Dizem que nós estamos ultrapassados! Que somos velhos! Mas esquecem-se, quando a gente fala, que a gente não tem presente

Desapontado por  já não existir o  espirito de tertúlia de amizade, como nos outros tempos.  E da importância que já não davam aos artistas: A gente via um autor e tirava-lhe o chapéu



A Orquestra da Emissora Nacional, quase  já não dá concertos e ,quando os dá, já não tem aquele ambiente que tínhamos dantes
Confessou que gostava mais do campo que a cidade: Eu sou campónio, , sou de Évora! Do Alentejo! E que o futebol: é um espetáculo com muita emoção, muito colorido e muito bonito! Alem  do mais, sou sócio do Benfica, desde os bancos da escola
Questionado de haver quem diga que o futebol é alienante, respondeu que que há muito musica que é alienante e é ouvida.
Fiz até uma fita, chamada Bola ao centro” A fita não teve grande êxito, porque, nesse tempo, estava na moda dizer mal dos portugueses
Não sou praticante católico, mas gostava de ser cristão - A mote  para mim é uma coisa que agora a  vejo todos os dias. Não choro por isso; que me chorem os outros, quando morrer.
O melhor prémio que nós tínhamos antes, era ir comer um  bife às duas da manhã ao Café Lisboa

Jaime Mendes (Évora/04.08.1903 – 1997) foi aluno da Casa Pia de Lisboa e nisso tinha orgulho por ter sido lá que aprendera música, arte a que dedicou a sua vida como instrumentista, maestro e compositor, tendo também  estudado no Conservatório de Lisboa as disciplinas de Rudimentos e de Harmonia e Composição. Aos 16 anos o maestro Fernandes Fão foi buscá-lo para iniciar carreira na Banda de Música da Guarda Nacional Republicana. Passou também pela Orquestra do Teatro Nacional de São Carlos e, a partir de 1934 pela Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, dirigida pelo maestro Pedro Freitas Branco, bem como pela Orquestra Sinfónica de Pedro Blanch que dava concertos aos domingos no Teatro Municipal de São Luiz.
Jaime Mendes também musicou inúmeras revistas e operetas, sendo o  autor de mais de 150 peças, tendo a sua estreia nesta área ocorrido em 1926, em «A Feira», uma revista do Teatro do Gymnasio, em Lisboa.

No campo do cinema, compôs música para cerca de 40 filmes portugueses, no período de 1942 a 1979, tendo o êxito de alguns deles muito ficado a dever à música inspirada de Jaime Mendes, sendo de destacar o «Fado da Sina» cantado por Hermínia Silva no filme «O Homem do Ribatejo» (1946), o «Fado Marialva» ou «Fado das Iscas» interpretado por Estevão Amarante ou, o tema  «Ninguém foge ao seu destino» cantado por Laura Alves e Amarante na opereta «José do Telhado» (1944). Destaque-se ainda as suas partituras musicais para os filmes «O Costa do Castelo» (1943), «O Leão da Estrela» e «Fado, História de uma Cantadeira» (ambos em 1947), «A Menina da Rádio» ou «O Noivo das Caldas» (1956), «A Costureirinha da Sé» (1959) e «O Passarinho da Ribeira»(1960).
Em 1951, mudou-se para o Brasil, onde dirige o Orfeão Português, regressando ao país no período de 1958 a 1960 para se radicar no Porto como director da Companhia de Operetas do Porto. Nos 8 anos seguintes volta para o Brasil de onde sai em 1968 para Angola, para trabalhar com o seu filho em teatro de revista, que acumulará com a Orquestra Sinfónica de Luanda, a programação de Música erudita da Emissora Oficial e como professor da Academia de Música de Luanda. Regressou a Portugal em 1975, e aqui faleceu em 1997, com 94 anos. https://toponimialisboa.wordpress.com/2013/12/04/o-compositor-do-fado-da-sina-no-bairro-do-oriente/

Um dos mais prolíficos e populares compositores portugueses dos anos quarenta e cinquenta, o alentejano Jaime Mendes assinou música e canções para alguns dos mais populares filmes portugueses desde sempre.
Natural de Évora, onde nasceu em 1903, Jaime Mendes foi aluno da Casa Pia, de onde transitou para o Conservatório, onde o serviço militar o apanha, levando-o a ingressar na banda da Guarda Nacional Republicana. Daí irá para a Orquestra do Teatro de São Carlos, e, em 1934, para a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, como flautista, embora nessa altura já tivesse escrito e colocado as suas primeiras canções - data de 1926 a sua estreia na composição com A Feira, criada por Leonor d'Eça numa revista do Teatro do Gymnasio, em Lisboa.
No período entre 1934 e 1951 - altura em que se muda para o Brasil, onde dirige até 1959 o Orfeão Português - torna-se num dos mais requisitados compositores portugueses, com especial destaque para as centenas de revistas e operetas que musicou e para as dezenas de filmes para os quais escreveu canções. Devem-se-lhe as partituras musicais e as composições de filmes como O Costa do Castelo, O Leão da Estrela, A Menina da Rádio ou Um Homem do Ribatejo, e criações como o Fado da Sina, o Fado Marialva ou Lenda das Algas. Regressaria fugazmente a Portugal em 1959, retornando ao Brasil em 1960 e mudando-se para Angola em 1968, onde ficaria até 1975. Faleceu em 1997, com 94 anos. http://www.macua.org/biografias/jaimemendes.html

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