Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Com várias imagens e videos - Da entrevista a José Fret Lau Chong e da Exposição Sobreviver no Mar dos Tornados, no Centro Cultural Português, em S. Tomé
"A recente independência nacional de S. Tomé e Príncipe, e a consequente libertação do nosso povo do domínio colonial português, reforça a afinidade dum passado histórico comum com o Povo Brasileiro, e daí, a razão de ser de uma irmandade que importa reviver, sempre que possível, para se reforçar.
Assim, aproveitando a travessia atlântica do camarada Jorge Trabulo Marques, que servindo-se de uma simples canoa, vai percorrer o mar, de S. Tomé ao Brasil, evocando a rota por que, na era retrógrada, os escravos eram conduzidos para as plantações da cana do açúcar, o povo de S. Tomé e Príncipe, representado pela sua vanguarda revolucionária, o MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE (MLSTP), saúda fraternal e calorosamente, o povo irmão do Brasil" - Excerto
Em
meados de Outubro, pouco tempo depois da Independência e após a escalada do
Pico Cão Grande, deixaria São Tomé a bordo do pesqueiro Hornet para ser largado
numa piroga na Ilha de Ano Bom, 180 Km a sul da linha do Equador, a fim de
tentar a travessia atlântica - com uma mensagem redigida pelo ministro da
Informação, Justiça e Trabalho
Por via de várias contrariedades, em vez de rumar a oeste fui forçado a navegar para Norte, tendo um violento tornado me deixado sem remos e outros apetrechos, acabando por aportar em Bioko, Guiné Equatorial, onde fui tomado por espião e encarcerado na cadeia dos condenados à tortura e à morte
Por via de várias contrariedades, em vez de rumar a oeste fui forçado a navegar para Norte, tendo um violento tornado me deixado sem remos e outros apetrechos, acabando por aportar em Bioko, Guiné Equatorial, onde fui tomado por espião e encarcerado na cadeia dos condenados à tortura e à morte
JOSÉ CARLOS LEITÃO, - A
imagem e o perfil de um Embaixador do Brasil, em STP, que deixou as melhores
recordações, nestas maravilhosas Ilhas Figura de alto nível na diplomacia
brasileira, que, em Outubro de 2016, transitou para Cabo
Verde
Mensagem redigiada antes da escalada final ao Cão Grande |
Com muita pena minha, não pude atravessar o oceano e a mensagem que me acompanhava, tomou também comigo outro rumo. No entanto, já me dei por feliz ao poder fazê-lo 40 anos mais tarde: não em terra brasileira mas num espaço que é como se fosse o de uma casa brasileira, sim, fazendo a honrosa entrega da mesma mensagem, a uma mui distinta figura, digno portador, na sua qualidade do mais alto representante da Nação Brasileira em S. Tomé e Príncipe - Pude entregá-la ao Sr. Embaixador . José Carlos de Araújo Leitão, que me recebeu no salão nobre da embaixada do Brasil em S. Tomé
Em Novembro de 2014 - Junto à residência de José Fret Lau Chong para lhe oferecer a cópia da mensagem que, de algum modo, me salvou de ser enforcado na famigerada cadeia black Beack, a mando do então ditador Francisco Macías Nguema , por suspeita de espionagem
Nas ondas caprichosas e precipitadas do oceano, aos olhos vagabundos de solitários navegantes em noites errantes, impetuosas, trágicas e sombrias ou sob o pálido e longínquo brilho das estrelas, na densa ou desmaiada treva, em redor de quem voga, tudo assume a imagem tumultuosa e deformada do indecifrável, a intrínseca afetação do desconhecido e do imprevisível!... E, foram 38 as longas e eternas noites e mais o período do dia em que a luz ora se abria em esplendor ora se ofuscava sob um teto tumultuoso de cinza ou de chumbo: - Sim, os meus olhos erráticos e vagabundos, assistiram `aos mais inconcebíveis e imprevistos momentos de assombração ou deslumbramento.
E não eram apenas os meus olhos o testemunho dessa constante e horrível errância mas o que perpassava de dentro para fora ou de fora para dentro do meu coração..
Não vou aqui descrever o que vivi em duas linhas, senão recordar que, imponderáveis e vicissitudes, de ordem vária, me fizeram rumar a Norte e não navegar a Oeste, ao longo da grande corrente equatorial: este era realmente o rumo que pretendia tomar, ou seja, ligar continente a continente, mas tive que me fazer a Norte: largando da ilha meridional, à que fica quase coladinha à margem setentrional do Golfo da Guiné
A canoa "Yon Gato" foi carregada a bordo do pesqueiro Hornet, em meados de Outubro, de 1975, ao largo da Baía Ana de Chaves para ser largada na corrente equatorial - Porém, contrariamente ao prometido, ao fundear junto à Ilha de Ano Bom (Guiné Equatorial) com o pesqueiro envolvido por enorme agitação noturna, varrido de proa à popa, pelas já habituais tempestades da época das chuvas, que o assolaram nas anteriores noites, o comandante chama-me à câmara de comando para desistir do meu propósito e coloca-me num dilema: ou fico a trabalhar a bordo ou tenho que ser largado com a canoa. De resto, este era também o aviso e a vontade expressa da tripulação: "Jorge! Não vês, como está o mar?!... Vais morrer!!.. Fica connosco!.." Não tendo aceite a sua proposta, obriga-me assinar um termo de responsabilidade, antes de arrear a canoa ao mar
Face à impossibilidade de tomar a rota para oeste, tento o regresso a S. Tomé - Depois de um dia de navegação rumo a Norte, perfeitamente normal, à noite um violento tornado faz-me perder a maior parte dos apetrechos, incluindo o remo e os mantimentos.
DEPOIS DE 38 DIAS DE NAUFRÁGIO, NOS CORREDORES DA MORTE
Ao cabo de 38 penosos dias, ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado,acabo por acostar à Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), onde sou tomado por espião e encarcerado numa cela da Cadeia Central para ser executado, já que este era o destino de quem ali era condenado: entrar vivo e sair cadáver.
DEPOIS DE 38 DIAS DE NAUFRÁGIO, NOS CORREDORES DA MORTE
Ao cabo de 38 penosos dias, ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado,acabo por acostar à Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), onde sou tomado por espião e encarcerado numa cela da Cadeia Central para ser executado, já que este era o destino de quem ali era condenado: entrar vivo e sair cadáver.
Felizmente, é a mensagem, autenticada pelo MLSTP, que havia sido escrita para saudar o Povo Brasileiro - admitindo que pudesse fazer a travessia até ao Brasil - que me vai salvar a vida. Mesmo assim, dada a persistente desconfiança do então Presidente Macias, que nem depois de enviar o seu barbeiro pessoal (o santomense, Sr. Bandeira) se convencera, nem da veracidade da referida mensagem, nem dos meus argumentos, quem acaba por ordenar a minha soltura é o seu sobrinho, o então comandante das Policias e das Forças Armadas, o atual Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, a quem fico a dever a vida
Face à impossibilidade de tomar a rota para oeste, tento o regresso a S. Tomé - Depois de um dia de navegação rumo a Norte, perfeitamente normal, à noite um violento tornado faz-me perder a maior parte dos apetrechos, incluindo o remo e os mantimentos.
DEPOIS DE 38 DIAS DE NAUFRÁGIO, NOS CORREDORES DA MORTE
Ao cabo de 38 penosos dias, ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado,acabo por acostar à Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), onde sou tomado por espião e encarcerado numa cela da Cadeia Central para ser executado, já que este era o destino de quem ali era condenado: entrar vivo e sair cadáver.
DEPOIS DE 38 DIAS DE NAUFRÁGIO, NOS CORREDORES DA MORTE
Ao cabo de 38 penosos dias, ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado,acabo por acostar à Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), onde sou tomado por espião e encarcerado numa cela da Cadeia Central para ser executado, já que este era o destino de quem ali era condenado: entrar vivo e sair cadáver.
Felizmente, é a mensagem, autenticada pelo MLSTP, que havia sido escrita para saudar o Povo Brasileiro - admitindo que pudesse fazer a travessia até ao Brasil - que me vai salvar a vida. Mesmo assim, dada a persistente desconfiança do então Presidente Macias, que nem depois de enviar o seu barbeiro pessoal (o santomense, Sr. Bandeira) se convencera, nem da veracidade da referida mensagem, nem dos meus argumentos, quem acaba por ordenar a minha soltura é o seu sobrinho, o então comandante das Policias e das Forças Armadas, o atual Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, a quem fico a dever a vida
Março 2016 |
MOMENTOS E IMAGENS NA VIDA DE UM GRANDE EMBAIXADOR QUE DEIXOU, EM STP, AS MELHORES RECORDAÇÕES -
A embaixada do Brasil, em São Tomé e Príncipe, foi a primeira de 19 embaixadas instaladas em África nos últimos anos, mas o profícuo e intenso trabalho de Cooperação entre Brasil e STP, desenvolvido durante os quatro anos e meio, pelo Embaixador José Carlos Leitão, ainda veio reforçar mais os laços de cooperação com STP
Transformado, a sua embaixada, numa referência cultural na cidade de São Tomé.” – No balanço apresentado, antes da sua partida para Cabo Verde, o embaixador organizou uma conferência, que contou a presença de várias personalidade da vida politica, económica, social e politica santomense, tendo, então, sido sublinhado, que “a promoção da cultura brasileira e são-tomense, ganhou maior ímpeto durante a missão do embaixador cessante. Grupos culturais brasileiros trouxeram aos são-tomenses, as cores da identidade brasileira e descobriram as marcas da santomensidade. De um lado e do outro, os dois povos foram se conhecendo mais, as semelhanças e as diferenças impostas pela história
Mas também voltaria a fotografá-lo noutras cerimónias publicas, em Fevereiro e Março do corrente ano, nomeadamente por ocasião dos cumprimentos dos embaixadores ao então Presidente da Republica Manuel Pinto da Costa – E, em todos os momentos, quer a sua natural forma de exprimir, o seu à-vontade, a forma de sorrir e de comunicar, fosse qual fosse a cerimónia ou o evento ou com quem quer se relacionasse, ali estava um digno respeitante do seu país, um diplomata que não desilustrava a proverbial e calorosa simpatia e comunicabilidade do povo brasileiro. -
Os brasileiros são por natureza calorosos, extrovertidos, alegres e comunicativos: e fazem-no com naturalidade – Porém, num bom diplomata, há estas qualidades intrínsecas e outras a saber dosear, que a sua missão lhe impõe e sem exageros: o justo uso do sabedoria, da oratória e da inteligência, com sobriedade, simpatia e calor humano – Foram estas as qualidades que me chamaram atenção, desde o primeiro momento que cumprimentei e fotografei, o Embaixador do Brasil em São Tomé e Príncipe, José Carlos de Araújo Leitão.
Foi no final da celebração do 12 de Julho, na Praça da Independência, em 2015, quando descia da Tribuna de Honra, ao lado da Embaixadora de Portugal, Paula Silva, que horas depois voltaria a reencontrar no almoço comemorativo, que teve lugar nos jardins da Roça Agostinho Neto, antiga Roça Rio do Ouro, da Sociedade Agrícola Vale Flor
Depois disso, deu-me a honra o prazer de participar na inauguração da minha exposição, Sobreviver no Mar dos Tornados", que apresentei no Centro Cultural Português, com a presença do Ministro da Educação, Cultura e Ciência, Olinto Daio, entre outras personalidades.-
27 de Julho 2015 |
Ministro da Cultura, Olito Daio |
Ciente de que tinha ali um interlocutor, lembrei-me de finalmente poder concretizar um desejo, há muito adiado: a de que pudesse ser ele o portador certo da mensagem que pessoalmente, desde há 41 anos, quis transportar de Canoa de S. Tomé ao Brasil
TRÊS DIAS DE EXPOSIÇÃO MUITO INTENSOS
O mais importante numa exposição, não é propriamente o tempo em que a mesma é exposta mas o seu impacto, simbolismo e adesão – E creio que foi tudo muito expressivo; pois foram três dias muito concorridos e intensos - Além da divulgação que mereceu através dos órgãos de comunicação social - televisões, rádios, imprensa escrita e Internet, a quem também muito fico agradecer a compreensão.
TRÊS DIAS DE EXPOSIÇÃO MUITO INTENSOS
Tal como já tornei público, terminada a referida exposição, é meu desejo que o espólio em causa seja doado ao Museu Nacional de São Tomé e Príncipe – E, se possível, muito gostaria que a próxima inauguração, nesse histórico local, pudesse coincidir com a véspera do 3 de Fevereiro de 2016, uma data com particular significado para a memória do Povo de S, Tomé e Príncipe, pelo que, desde já, aqui expresso esse meu pedido.
Jornal Novo – 25.9.76 “Ele correu perigos que assustariam o mais corajoso, incorreu em temeridades que não visavam o lucro mas uma meta mais longínqua. Um insatisfeito desejo de se afirmar e de demonstrar que moram no homem, e com ele vivem , recursos insuspeitados e adormecidos.Não se pense que se referimos a um aventureiro gratuito, que apenas pretende chamar sobre si as atenções, sem objectivos louváveis. Nada disso.(...) "
"As gravações a que procedeu no mar são empolgantes e transmitem o estado de espírito do homem que se encontra só e não conta senão com ele e com Deus. A resistência do homem á fome, à sede e ao desespero, constituem uma constante do seu relato. É comovente a transcrição do feito de Jorge Marques, o qual justificava a publicação de um livro, contendo, em pormenor, o que a escassez do espaço de um jornal não comporta."
A descrição que passou á deriva numa piroga no Golfo da Guiné, se levada ao cinema, daria um filme memorável, principalmente se o realizador extrair da odisseia a espantosa variedade de facetas que ela oferece.” Excertos do Jornal Novo
Tal como já tornei público, terminada a referida exposição, é meu desejo que o espólio em causa seja doado ao Museu Nacional de São Tomé e Príncipe – E, se possível, muito gostaria que a próxima inauguração, nesse histórico local, pudesse coincidir com a véspera do 3 de Fevereiro de 2016, uma data com particular significado para a memória do Povo de S, Tomé e Príncipe, pelo que, desde já, aqui expresso esse meu pedido.
NÃO CHEGUEI ATRAVESSAR O OCEANO ATLÂNTICO, TAL COMO ESPERAVA MAS CONTINUO ACREDITAR QUE SÃO POSSÍVEIS LONGAS TRAVESSIAS
Comprovei que as canoas vão ao cabo do mundo: naveguei e fui arrastado por centenas de milhas: - Liguei as ilhas e estabeleci ligações de uma delas ao continente
Sozinho e ao longo de sucessivos dias é extremamente arriscado e muito difícil navegar a bordo dessas frágeis embarcações - E, se eu não fiquei no mar, talvez o deva a um feliz acaso - mas não estou arrependido, pois safei-me por três vezes.
Os pescadores (nas Ilhas) aos quais se inculcou o fantasma de que só gente de feitiço é que o tornado leva a canoa ou que o "gandú" não engole "perna de gente" , poderão estar descansados:
Se a tempestade alguma vez os surpreender e os arrastar para fora do alcance ou do horizonte da sua querida Ilha, não se importem; deixem-se levar pelo seu ímpeto
Mas não cruzem os braços e se deem por vencidos: remem ou velejem, sempre que puderem ou então deixem que a canoa vogue à flor das ondas, que o mar não quer nada que lhe seja estranho e a algum ponto da costa, hão de ir parar
Basta que não percam a calma e se alimentem com a pesca: a carne do peixe mata a fome e o sangue, que não é salgado, a sede - E a água das chuvas, com um pouco de água do mar, é ainda melhor
A CANOA SÓ VAI AO FUNDO SE ESTIVER MUITO CHEIA DE PESCADO OU NÃO FOR DE ACÁCIA OU DE ÓCÁ - O MAR BRINCA COM O SEU CASCO E O SEU CASCO DESLIZA E BRINCA COM O MAR.
A vida só tem sentido em prol da ciência, do sagrado e da arte ou da comunidade - vivida, sobretudo, sob o signo da espiritualidade. Se não for pautada por um ideal é um completo vazio. Vale sempre a pena correrem-se os riscos. Mesmo que a morte seja o maior preço a pagar."Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena."
Por minha parte, dei o meu contributo. Não procurei remar contra a história mas ir ao sabor dos ventos que a formaram, ao encontro da sua verdadeira raiz: e, pelos vistos, o que parecia estar esquecido nos bolorentos arquivos históricos, veio dar-me razão - através da demonstração das várias viagens que empreendi em pirogas primitivas.
Claro que me deparei com imensas dificuldades: - duas das três canoas que usei (embora não tendo mais de 60cm de altura por um metro de largura) eram compridas e precisavam de mais dois braços. E, os antigos povoadores, dificilmente teriam partido sozinhos ao seu encontro. Muitas das pirogas que ainda hoje se constroem nos países que bordejam o Golfo, são enormes e podem ser remadas por muitos braços de mulheres e homens
Obrigado por ter viajado comigo ao fundo das minhas mais gratas e intensas memórias, e, eventualmente, também, pela reconfortante sensação de – através do exemplo destas minhas aventuras marítimas, em frágeis pirogas, o ter ajudado a viajar aos mais recuados tempos históricos destas maravilhosas ilhas do Golfo da Guiné - Que eu julgo, há muito abordadas e habitadas por povos da costa africana – Até porque, é a própria história colonial a dar-nos algumas pistas e, ao desvendarem-se os escaninhos de alguns dos mais prestigiados arquivos genoveses, a poder ir-se ao encontro de cartas antigas, muito esclarecedoras.
DIVULGAÇÃO NO SITE E NO FACEBOOK - DO CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS, EM S. TOMÉ - São Tomé e Príncipe: Exposição fotográfica e documental...Centro Cultural Português - São Tomé e Príncipe - Facebook
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