JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA
São os antigos contratados, cabo-verdianos, então chamados de serviçais e os seus filhos e netos, que ali vão ainda conseguindo manter alguma vida . Após a independência, , abandonados à sua sorte, sem meios, sem condições, buscam na agricultura o pão-nosso-de-cada-dia.
Segundo a
imprensa cabo-verdiana, "fazem das roças abandonadas, seu antigo posto de
trabalho, o local de residência, onde exploram a terra numa agricultura de
subsistência. As casas onde habitam, normalmente não têm as mínimas de
condições de salubridade.
No entanto,
apesar de todas as dificuldades, a comunidade tem tentado organizar-se de modo
a ajudarem uns aos outros, no chamado “Djunta-Mó”.
Foi nesse
sentido que criaram duas associações: A “Ké Morabeza”, na Ilha do Príncipe e a
“Djunta Mó”, em São Tomé, ambas a funcionarem como espaço de formação,
informação, convívio e solidariedade entre os cabo-verdianos e não só.
Para
complicar a situação, a relação entre os cabo-verdianos e os santomenses não é
a melhor. A colonização deixou marcas que até hoje são difíceis de apagar. De
acordo com o Instituto das Comunidades, muitos santomenses olham para os
cabo-verdianos como pessoas que em muitas situações estiveram mais perto dos
colonos do que dos nativos santomenses e, consequentemente, terem beneficiado
desse relacionamento, em detrimento da população local.
Esta
animosidade tem levado a que muitos descendentes de cabo-verdianos escondem as
suas origens em diversas situações, com medo de serem discriminados.
Se muitos desejam regressar a Cabo Verde, alguns que conseguiram esse intento tiveram de voltar para São Tomé e Príncipe, por falta de adaptação. Ao chegarem às ilhas de Cabo Verde, ao depararem com um nível de desenvolvimento superior, e por terem níveis de formação profissional e académica bastante baixos, que não lhes permite arranjar emprego, são obrigados a voltar para S. Tomé, para o meio rural subdesenvolvido.
(...) A
situação dos cabo-verdianos em S. Tomé só poderá ser resolvida com acções
concertadas entre os Governos de Cabo Verde e S. Tomé, com alto apoio do
Governo Português, responsável pela emigração forçada de muitos cabo-verdianos
para as ilhas santomenses. https://noticias.sapo.cv/actualidade/artigos/cabo-verdianos-em-s-tome-e-principe-precariedade-sem-fimgado
Estas imagens foram registadas na Roça Água Izé, em Fevereiro de 2016, durante a visita do Chefe do Governo do arquipélago de Cabo Verde, José Maria Pereira Neves, depois de ter sido recebido, em audiência, pelo então Presidente Manuel Pinto da Costa, que aproveitou a visita oficial a STP para constatar com algumas comunidades originárias do seu país.
O Primeiro-ministro de Cabo Verde, fazia-se acompanhar pela Ministra das Comunidades de Cabo Verde, Fernanda Fernandes, um seu assessor e a Encarregada de Negócio de Cabo Verde em S. Tomé; e pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Teodorico Campos – Encontro este de cortesia, que serviu para se passarem em revista vários projetos de cooperação, que unem os dois países e povos, assim como da atual situação política internacional
Palavras do Governante Cabo-verdiano, aos seus compatriotas, na Roça Água Izé, Ilha de São Tomé, que lhes veio falar da dupla nacionalidade, do complemento das pensões, do programa saudade, que permite viagens à terra natal, suportadas pelo Governo e de outras palavras em crioulo de encorajamento e de esperança, na sua quarta e última visita a STP,, enquanto Primeiro-Ministro de Cabo Verde.
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