JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA
Professor, conferencista, escritor, laureado
com o Prémio Internacional “Dag Hamarskjoeld”
da Academia Diplomática da paz “Pax Mundi”, mérito literário e poético 1982,
membro convidado por associações ecologistas e humanistas, bem conhecido em
Portugal, Brasil e África, sobretudo pela juventude que “transforma o mundo",
diretor e fundador do ITAU.
Tive o prazer de conviver e de entrevistar - de entre muitos outros poetas e escritores
- Júlio Roberto – Singularmente
diferente na maneira de estar na vida, de pensar, de editar os seus livro, os seus versos, de os sentir,
de os dizer e de os promover - Até na sua maneira de vestir tinha o seu
estilo próprio – Natural e espontâneo – Uma personagem, verdadeiramente amorosa
e cativante – Nele, a poesia, brotava sem artificialismo, brotando da
sua alma de poeta com cativante sentimento e naturalidade
Do meu vasto arquivo sonoro, pude localizar um
dos belos versos que ele me leu na feira do Livro de Lisboa, num stand do “Centro
Cultural Júlio Roberto”- Sob o titulo A Prenda que eu Queria, que recordo em
video, como meu singelo tributo pela admiração com que fiquei da sua simpatia e
dos seus belos versos.
A sua obra é vasta e foi muito apreciada e distinguida – Estes alguns dos tírulos - Tu és um Ser Humano; Carta urgente sobre a Qualidade de Vida; Uma Revolução para o Homem; Vamos Aprender a Comer; A Descoberta do Amor; Reconstruir o nosso Mundo; Colecção “Cartas”; Todas as Respostas estão em Ti; Poema Ecológico; Portugal à Mesa; Os nossos Alimentos; Reaprender a Viver; Ecologia Humana; Parábolas da Alma; Jardim do Poeta; Pedaços de Mim e dezenas de Posters que correram Mundo. https://aviagemdosargonautas.net/2013/06/17/reconstruir-o-nosso-mundo-de-julio-roberto-por-clara-castilho
Júlio Roberto (1929-2013) foi meu
contemporâneo no Liceu. - Recorda A.Galopim
de Carvalho” Na fase em que partilhei com ele e outros adolescentes com interesses intelectuais, ele
era um curioso na biologia e na filosofia.
Professor, escritor, poeta, ecologista e editor (ITAU), foi conferencista em Portugal e no Estrangeiro, dissertando sobre a natureza, a qualidade de vida e o homem.
Convidado pelo Conselho da Europa para escrever um livro sobre os Direitos Humanos, aceitou o desafio, dando à estampa “Reconstruir o nosso mundo”, com ilustrações de Teresa Soller (ITAU, 1976), tido por um dos primeiros livros a alertar-nos para a destruição da biodiversidade pelo chamado progresso.A. Galopim de Carvalho http://dererummundi.blogspot.com/2017/08/poema-ecologico.html
Professor, escritor, poeta, ecologista e editor (ITAU), foi conferencista em Portugal e no Estrangeiro, dissertando sobre a natureza, a qualidade de vida e o homem.
Convidado pelo Conselho da Europa para escrever um livro sobre os Direitos Humanos, aceitou o desafio, dando à estampa “Reconstruir o nosso mundo”, com ilustrações de Teresa Soller (ITAU, 1976), tido por um dos primeiros livros a alertar-nos para a destruição da biodiversidade pelo chamado progresso.A. Galopim de Carvalho http://dererummundi.blogspot.com/2017/08/poema-ecologico.html
Tal como é referido
por admiradores e seus alunos, “Como
professor, escritor e conferencista, percorreu o mundo falando sobre a
natureza, qualidade de vida e o homem nessa relação, e quanto por ele é
maltratada. Lembro os livrinhos que ia encontrando, sem conhecer o autor, nem a
sua intervenção. Que se percebia um pouco à margem do habitual, questionando o
nosso “estar” social. Director e fundador das Edições ITAU, que há quarenta
anos atrás belos livros nos apresentaram. Recordo um livrinho amarelo “Diálogos
da amizade” que, por preço irrisório, nos fez levar para casa belos excertos de
“O Principezinho”, “O meu pé de laranja lima” e “A criança e a Vida”.
Foi convidado pelo
Conselho da Europa para escrever um livro sobre os Direitos Humanos, que tem
por título “Tu És um Ser Humano”.Este livro “Reconstruir o nosso
mundo”, com ilustrações de Teresa Soller, e editado em 1076, será,
eventualmente, um dos primeiros a alertar-nos para a destruição do mundo devido
ao chamado progresso. Uma preciosidade!”
A Prenda que eu Queria
Se tu me entendesses,
se tu me entendesses,
meu pai, meu professor, meu
amigo
Se tu me entendesses,
eu podia falar contigo
Não na tua linguagem, mas na
minha
Podia até brincar contigo,
contar-te histórias de bichos
de conta,
de borboletas azuis e amarelas,
de estrelas e pássaros
Se tu me entendesses,
se tu pudesses regressar até
mim,
subindo ou descendo
Eu podia abraçar-te, sem mais
nada,
só abraçar-te!
Se tu me entendesses, eu não
queria nada
do que tu me queres dar
Se tu me entendesses, eu ficava
tão contente
tão contente, que o meu riso
havia
de alegrar o teu mundo triste
Se tu me entendesses, eu… eu
sei lá!
Se tu me entendesses,
eu fazia-te festas,
andava contigo de mão dada,
cantávamos juntos
a canção da vida,
corríamos pela erva verde
Se tu me entendesses, ah! se tu
me entendesses,
não me ralhavas, não me davas
ordens,
não me batias, não me magoavas
Se tu me entendesses, neste
dia,
que dizes que é meu,
Se tu realmente me entendesses
NÃO QUERIAS FAZER DE MIM
UM HOMEM COMO TU
E eu dava-te um beijo
Um menino do mundo
Júlio Roberto
A prenda que eu queria
Lisboa, ITAU, 1978
Júlio
Roberto – Nasceu em Évora em 1929, é professor, conferencista, escritor, poeta
e ecologista e editor. Escreve e fala sobre o “novo homem”, livre dos sistemas
políticos e dos conceitos que impedem a revelação de “Ser”. Mas, pese
embora essa escassa informação, toda a gente que tenha tido contacto com o
mundo da edição, sabe quem é Júlio Roberto e recorda o dinâmico criador do
ITAU, com os seus livros e com os seus restaurantes de alimentação racional.
Clara Castilho vai falar-nos sobre algumas das suas obras.
Meu filho,
Quantas vezes desejo falar-te
e dizer-te tanta coisa que anda comigo.
Quantas vezes quero fazer-te uma festa
e dar-te um beijo dizendo:
Meu filho como te amo!
Porém tu cresceste.
Voaste para o teu mundo
o teu mundo de jovem
Às vezes solitário, outras perdido
outras, alegre e distante.
E entre nós vai crescendo essa separação
Vamos ficando na aparência
um pouco estranhos,
divididos pelas idades
e pelos mundos de cada um.
Quantas vezes desejo falar-te
e dizer-te tanta coisa que anda comigo.
Quantas vezes quero fazer-te uma festa
e dar-te um beijo dizendo:
Meu filho como te amo!
Porém tu cresceste.
Voaste para o teu mundo
o teu mundo de jovem
Às vezes solitário, outras perdido
outras, alegre e distante.
E entre nós vai crescendo essa separação
Vamos ficando na aparência
um pouco estranhos,
divididos pelas idades
e pelos mundos de cada um.
Ah meu filho!
Porquê esta vergonha, este pudor
de te abraçar e de acarinhar?
de te dizer: Olá meu amor!
Porquê este medo que
nos deixa assim,
com o coração cheio de ternura,
mas os gestos parados,
o olhar vazio,
As palavras todas por dizer.
Porquê esta vergonha, este pudor
de te abraçar e de acarinhar?
de te dizer: Olá meu amor!
Porquê este medo que
nos deixa assim,
com o coração cheio de ternura,
mas os gestos parados,
o olhar vazio,
As palavras todas por dizer.
Vamos mudar isto? Queres?
Então abraça-me,
um abraço forte como dois amigos,
mais que irmãos.
Penetra no meu mundo e eu no teu
Demos as nossas mãos
e caminhemos juntos
na procura que tu queres e eu também.
E vamos construir um mundo
em que não há autoridade
nem distância
mas doçura, compreensão
e amor
E assim, como dois jovens
talvez possamos entender a vida
e sermos companheiros na alegria.
E quem sabe, descobrirmo-nos
um ao outro.
Então abraça-me,
um abraço forte como dois amigos,
mais que irmãos.
Penetra no meu mundo e eu no teu
Demos as nossas mãos
e caminhemos juntos
na procura que tu queres e eu também.
E vamos construir um mundo
em que não há autoridade
nem distância
mas doçura, compreensão
e amor
E assim, como dois jovens
talvez possamos entender a vida
e sermos companheiros na alegria.
E quem sabe, descobrirmo-nos
um ao outro.
"Leio este poema de Júlio
Roberto e toda eu, no meu corpo e alma – que é muito de filha mas aqui se
manifesta sobretudo enquanto mãe – sei que é de mãos dadas com
as minhas filhas que quero seguir pela vida.
Não quero abismos, separações
e distanciamentos. Vergonha, culpa, medo e autoritarismo não me servem neste
papel. Esgotam-me energias e roubam-me a alegria de desfrutar desta bênção.
Por isso quero estar
disponível para que se mostrem tal como são, sem julgamentos, capaz de
discernir o que é importante a cada momento, sobretudo os mais
desafiantes, e orientá-las pelos valores que nutrem as mais sólidas e
saudáveis relações. Também eu tenho de me entregar, plena de luz
e de sombra, a este amor de mãe em que confio a minha missão de
vida. Que me importa que elas vejam as minhas cicatrizes?! Quero conhecer
as suas histórias, saber dos meus medos e dores, e com elas vivenciar a alegria
da superação, da entrega sem limites e da transformação a que nos dedicamos
quando queremos mesmo ser e fazer dos outros seres humanos plenos e felizes. https://emocoesaflordamente.pt/tag/julio-roberto/
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