JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA
Neste 1º de Junho, Dia Mundial da Criança, recordo alguns poemas da Antologia Poética Juvenil de S. Tomé e Príncipe, publicada em 1977, sobre o 1º ano da Revolução -
Referem estudos que, “à medida que a pandemia ocorre em todo o mundo,
poucos grupos são tão vulneráveis quanto as crianças que dependem das ruas para
obter comida e abrigo, que correm o risco de serem estigmatizadas e
criminalizadas ainda mais quando as cidades trancam. Na segunda cidade do Quénia, um toque de recolher das 19h às 17h foi imposto, e o medo está
aumentando.
"Estamos todos muito
preocupados", diz Bokey Anchola, diretor da Glad's House, uma ONG que
trabalha com dificuldade para alcançar jovens no Quênia . “As crianças de rua estão passando
por momentos difíceis durante o toque de recolher. Comida
e água são um problema real, pois hotéis e restaurantes onde normalmente
receberiam comida fecharam. O movimento é restrito. ” https://www.theguardian.com/global-development/2020/apr/15/will-we-die-of-hunger-how-covid-19-lockdowns-imperil-street-children
Estima-se que cerca de 120 milhões de
crianças vivem nas ruas do mundo
Nas Ilhas Verdes do Equador, mais de 70% das crianças são-tomenses são pobres - A natureza, em S. Tomé e Príncipe, é fértil e generosa e salva as crianças desse flagelo, mas, certamente que maioria teria o índice de mortalidade infantil maior, caso não fosse o apoio prestado por várias associações humanitárias, que chama a si o cuidado, o esforço e carinho de fornecerem alimentos, cuidados de saúde, educação e a mais variada assistência, a elevado número das crianças santomenses.
-19: UNICEF admite que a pandemia
pode perturbar o calendário de vacinação anual em São Tomé e Príncipe
Refere a (STP-Press, que “uma responsável da UNICEF em
São Tomé admitiu, que a pandemia do Covid-19 pode atrapalhar o calendário de
vacinas, anuais para as crianças em São Tomé e Príncipe.
Apesar desse constrangimento, Maria Vitória Balota, disse que a
UNICEF vai efectuar todos os esforços para cumprir com a campanha de vacinação
anual a todas as crianças do arquipélago, incluindo mais 30 mil em idade
escolar.
“E nesse aspecto, nós sempre contamos com a cooperação do
Governo de São Tomé e Príncipe”, adiantou em entrevista nas últimas 72 horas à
televisão pública São-tomense, TVS. http://www.stp-press.st/2020/06/01/covid-19-unicef-admite-que-a-pandemia-pode-perturbar-o-calendario-de-vacinacao-anual-em-sao-tome-e-principe/
Os brinquedos x que imaginação vai recorrer |
Embora não falte banana no mato, assim como a jaca e a fruta-pão, alimentos básicos na dieta alimentar, mas se precisam de medicamentos, vestuário e outros bens essenciais, onde estão as dobras?
E a maioria das crianças, se querem brinquedos, têm que os fazer ou então brincar com a lâmina de um machim, que é a catana, usada como instrumento de trabalho e fazer do mesmo o seu passa-tempo, tal como pude comprovar numa antiga senzala da Roça Uba-Budo, são usadas como animais de carga: - carregam grandes gamelas ou grandes pesos à cabeça e executam as mais diversas tarefas, sem dó nem piedade.
Há 4 anos era esta a conclusão de um relatório da UNICEF - 12/5/2016, 21:00 - Um relatório do Fundo das nações Unidas para Infâ ncia indica que mais de 70% das crianças são-tomenses são pobres e "apresentam maior vulnerabilidade relativamente a situação da proteção social". . Um relatório do Fundo das nações Unidas para Infância (Unicef) indica que mais de 70% das crianças são-tomenses são pobres e “apresentam maior vulnerabilidade relativamente a situação da proteção social”. São Tomé e Príncipe tem 70% das crianças afectadas pela pobreza
Ainda o que vai valendo é a generosidade da natureza |
Dia Mundial da Criança - Meu Tributo às sorridentes crianças de S. Tomé e Príncipe - Com poemas dedicados ao 1º Junho – Extraídos da Antologia Poética Juvenil de STP – 1975-1977 - Vídeo gravado no coração de Neves, com um grupo de amorosas crianças e suas amáveis mães, quando, em Maio passado, ali me desloquei numa romagem de saudade – Para encontrar o Pescador que me fez a canoa num velho ocá da Floresta, que me levaria a conhecer uma das mais dermáticas epopeias das minhas aventuras marítimas, ao longo de 38 atribulados dias
A melhor maneira de tornar as crianças
boas, é torná-las felizes....
Disse Oscar Wilde. Mas as crianças de São Tomé já são boas e amáveis
por natureza – O que é preciso é saber corresponder aos gestos e afetos de
espontaneidade e à doçura que se espelha nos sorrisos dos
seus rostos de uma tez negra ou morena mas luzidia como é o brilho dos seus
olhos ou a alvura que ressalta de entre os seus lábios . Abrem-se em rasgados
sorrisos ao visitante, com a mesma simplicidade com que vivem o dia a dia.
Nunca regateiam um sorriso de alegria e de calorosa
inocência mesmo que não sejam correspondidas – De resto, as
expressões de simpatia e afabilidade são timbre das gentes deste pequeno mas
maravilhoso país.
Vídeo registado no coração da aldeia das Neves, em Maio passado, com grupo de alegres crianças e algumas mães- - Bons momentos, vividos naquela tarde, cantaram o Hino Nacional - Em que ali fui procurar o pescador que me construirá a canoa ou alguém que ainda se lembrasse - Essas recordações. só depois quando desci até à praia com um grupo de pescadores. - De que conto vir a recordar noutra oportunidade
Regressado a São Tomé, ainda no mesmo ano, e já com São Tomé e Príncipe independente, tentei empreender a travessia ao Brasil. A canoa foi construída num tronco de ocá, por um Pescador, numa encosta de Neves – Dali levei-a à vele a remos para um pesqueiro americano, a fim de ser largadas na corrente Equatorial a Sul de Ano Bom Porém, à chegada a esta ilha, o comandante propôs-me abandonar a canoa e ficar a trabalhar a bordo, alegando que a mesma estorvava e que a aventura era muito arriscada. Na impossibilidade de ser levado para a dita corrente, decidi-me pelo regresso a São Tomé para tentar a viagem noutra oportunidade. Foi então que uma violenta tempestade, me surpreendeu em plena noite, tendo perdido a maior parte dos viveres, os remos e outros apetrechos. Foram momentos indescritíveis. Ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado, durante 38 dias, é difícil imaginar pior situação.
EM S. TOMÉ E PRÍNCIPE HÁ REALMENTE MUITAS PRIVAÇÕES - NO ENTANTO, NÃO SE VÊEM ALI AS MESMAS IMAGENS DE CRIANÇAS DESNUTRIDAS E ESFOMEADAS DO RESTO DE ÁFRICA -
Não tanto por bondade dos homens mas graças à generosidade da Natureza: as crianças são gentis e afetuosas, exprimem sorrisos amáveis e de inocente extemporaneidade e alegria -
- Oh menino que estás ali sentado
no chão, que tens ?
Estás triste choramingando
Porque não brincas como os outros
meninos que estão ali no jardim do povo
Não sabes que dia é hoje?
- Sei que hoje é 1 de Junho, dia
Internacional da Criança e não
Posso brincar com elas
São diferentes de mim porque sou doente.
-Não penses nisso, criança, tens
os mesmos direitos iguais aos deles.
Também és livre.
Brinquem de braços dados olhando
para o dia de amanhã.
Imagem do Télanon |
DIA DAS CRIANÇAS
1ª de Junho, dia alegre 1.º de Junho, dia de sol
1.º de Junho, dia sem chuva PORQUÊ?
Crianças saltando, rindo e gritando Todo o mundo alegre
Todo o mundo ri
Porque é o dia das crianças. É o dia das crianças.
No céu o sol brilha;
É o dia das crianças.
No céu as estrelas cintilam. Aqui, ao pé de mim
Crianças saltando, cheias de vida
Riem, comem e dão largas ao seu dia.
Além, onde só existe miséria
Onde só existe frio,
Onde só existe fome,
Crianças pobres
De esperança, dirão: É o nosso Dia no sorriso.
NO RESTO DE ÁFRICA, E´GRANDE A PREOCUPAÇÃO DAS ONGs
“ONGs estão preocupados para danos colaterais da pandemia na África – “Organizações alertam que medidas de combate ao covid-19 no continente estão fazendo com que crianças não sejam vacinadas, outras doenças sejam negligenciadas, enquanto fome ameaça matar milhões de pessoas.Já em fevereiro, quando o surto do novo coronavírus estava restrito quase exclusivamente à China, os especialistas soaram o alarme: uma vez que o vírus chegasse à África, uma catástrofe incontrolável ocorreria ali devido aos sistemas precários de saúde. Até agora, no entanto, os números da covid-19 não fornecem um cenário de catástrofe para o continente africano ? provavelmente também porque os governos locais reagiram cedo...
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 100 mil pessoas foram comprovadamente infectadas pelo novo coronavírus na África. Mesmo que o número real de casos seja provavelmente maior devido à falta de testagem ? já está claro que o transcurso da pandemia no continente é menos fatal que, por exemplo, na Europa. Até agora, na África, foram relatadas 3.100 mortes relacionadas à doença pulmonar covid-19. Em comparação: quando 100 mil casos de infecção por coronavírus foram relatados na Europa, ali já se contabilizavam 4.900 mortes. A análise inicial sugere que a taxa de mortalidade relativamente baixa pode ter a ver com a estrutura demográfica do continente africano.
Até agora, na África, foram relatadas 3.100 mortes relacionadas à doença pulmonar covid-19. Em comparação: quando 100 mil casos de infecção por coronavírus foram relatados na Europa, ali já se contabilizavam 4.900 mortes. A análise inicial sugere que a taxa de mortalidade relativamente baixa pode ter a ver com a estrutura demográfica do continente africano, onde mais de 60% da população tem menos de 25 anos. Sem vacinação de rotina para crianças
SEM VACINAÇÃO DEE ROTINA PARA AS CRIANÇAS
Portanto, é ainda mais necessário analisar os "danos colaterais" da luta contra o coronavírus, afirma Anne Jung, responsável de saúde global na organização humanitária Medico International. Ela ressalta que, devido aos abrangentes lockdowns em muitos países africanos, vacinas de rotina não puderam ser aplicadas em crianças, como contra o sarampo. Anne Jung diz temer que medidas diretas para conter a pandemia de covid-19 possam levar a um aumento de outras doenças infecciosas, especialmente em crianças.... –
Estudos atuais da OMS parecem confirmar os receios de Jung: 117 milhões de crianças em 24 países, a maioria deles na África, não puderam receber a vacina contra o sarampo devido à pandemia. Gavi, uma aliança de vacinas e imunização, calcula que 13,5 milhões de pessoas não receberam importantes vacinas por causa da suspensão de campanhas de vacinação. Por sua vez, isso pode levar ao ressurgimento de doenças infecciosas, como sarampo ou poliomielite
DOBRO DOS CASOS DA MALÁRIA
"Com ou sem o coronavírus: a malária é e continua sendo de longe a principal causa de morte na África, especialmente crianças são afetadas", diz Javier Macias, médico espanhol que atua como consultor há mais de 30 anos em vários países africanos e que agora trabalha em Angola. Em conversa com a DW, Macias alertou que, este ano, o número de mortos por malária na África poderá ser o dobro de anos anteriores, se a luta contra essa doença for dificultada pela pandemia da coronavírus....
"Aqui em Angola já é fato que remédios contra malária e mosquiteiros não estão conseguindo chegar aos afetados. Tudo isso porque o sistema de saúde está concentrado principalmente no combate à covid-19", explica Macias. O médico relatou um caso específico em Huambo, segunda maior cidade do país: um vendedor ambulante com sintomas agudos de malária foi para o hospital, mas foi enviado para casa com a observação de que "apenas os casos mais urgentes, bem como os casos de covid-19 estão sendo tratados." ... -
FOME COMO DANO COLATERAL
Mas os danos colaterais do coronavírus não se restringem apenas às consequências de outras doenças, enfatiza Reimund Reubelt: "O coronavírus também pode matar pela fome". O chefe da organização humanitária Hope Sign alertou em entrevista à DW: "Grande parte do território africano vem sendo abalado há décadas pela fome, que afeta atualmente até 250 milhões de pessoas. E agora vem um vírus que acirra ainda mais a má situação alimentar."... -Veja mais em https://www.bol.uol.com.br/noticias/2020/06/01/ongs-alertam-para-danos-colaterais-da-pandemia-na-africa.htm?cmpid=copiaecola
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