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quarta-feira, 17 de junho de 2020

Solstício do Verão - 20-06-2020 - Chãs - V.N de Foz Côa A cerimónia decorre, das 19.00 às 20.45 horas - Associe-se à nossa saudação, com os cuidados sanitários aconselhados e partilhe do mesmo esplendor e alegria dos nossos mais longínquos antepassados - Local mágico, pleno de história e de misticismo, dos tais lugares da terra onde a beleza e o esplendor do pôr-do-sol vão repetir-se à mesma hora e com a mesma imagem contemplativa de há vários milénios pelos povos que habitaram a área A previsão meteorológico antevê céu limpo e um luminoso primeiro dia de verão

SOLSTÍCIO DO VERÃO 20-06-2020 -  Celebração em 




Jorge Trabulo Marques - Jornalista  - Autor da descoberta e dinamizador do evento




O Solstício de Verão ocorrerá no dia 20 de junho de 2020 às 22h44 min, marcando o início da estação no hemisfério norte (a mais quente apesar da Terra vir a estar o mais longe do sol a 4 de Julho). O sol neste dia de solstício estará o mais alto possível no céu e aquando da sua passagem meridiana atingirá a altura máxima de 75° em Lisboa. A duração do dia será de 14:53:08 horas, o que é apenas 1 segundo a mais do que no dia seguinte. http://oal.ul.pt/solsticio-de-verao-2020/





Observado de véspera

Por via das restrições impostas pelos cuidados sanitários, não  haverá o tradicional cortejo druida e a presença dos gaiteiros, que costumam dar também o seu brilhantismo à cerimónia evocativa - No entanto, nem por isso deixaremos de saudarmos a entrada da estação mais desejada do ano, com a leitura de recitais de poemas, junto ao altar do majestoso monumento megalítico  

A Pedra do Solstício tem forma arredondada e, no próximo dia 20, sábado, os raios solares "tocam" o seu eixo imaginário, ficando perpendicularmente alinhados "com a crista do monumental megalítico em forma esférica, o circulo evocativo a nascente e o disco luminoso ao esconder-se a poente


MARAVILHA DE UM PORTUGAL DE MISTÉRIOS  E DE VALIOSA HERANÇA ANCESTRAL-   É umas das enormes pedras que os povos da pré-história terão erguido  para celebrar o dia maior do ano, cultuar os seus deuses, num dos cruzamentos ou  veios da Terra, que os radiestesistas classificam de pontos nodais, com propriedades telúricas, energéticas ou talvez mesmo curativas.

Tom Graves, o autor do fascinante livro "Agulhas de Pedra   A Acupunctura da Terra", obra de referência acerca do papel da radiestesia na pesquisa dos Mistérios da Terra, também ali quis estar para testar a sua teoria - 
O investigador de nacionalidade inglesa, deslocou-se, propositadamente da Austrália, onde reside para ali fazer vários estudos, a que nos referimos em http://www.vida-e-tempos.com/2008/10/tom-graves-veio-da-australia-para.html



O majestoso monumento megalítico, configurando o disco  solar e a esfera terrestre, ergue-se, sobranceiro ao aprazível vale da Ribeira Centieira, afluente do Rio Côa (na foz do qual existe um dos mais belos núcleos de gravuras rupestres do paleolítico, classificados  como Património da Humanidade. Destacando-se na vertente do Castro do Curral da Pedra, a curta distância  do Santuário Rupestre da Cabeleira de Nossa Senhora, outro gigantesco monolito, cuja gruta, em forma de semi-arco, na sua base, é  atravessada   pelos raios solares do nascer-do-sol sol nos equinócios.
Visto, perpendicularmente, em direcção ao pôr-do-sol no solstício, assume a forma redonda. Observado, porém, noutro ângulo, deforma-se e  toma a forma de um busto feminino, de perfil a norte e, masculino, de perfil a sul    


De manhã, o solstício do verão, é celebrado ao nascer do sol em Stonehenge, no condado de Wilshire, Inglaterra . E, ao pôr-do-sol, nos Tambores-Mancheia - aldeia de Chãs.



A cerimónia decorre no lugar de Quebradas-Tambores, num planalto sobre o Vale da Ribeira de Piscos, em cujo curso se situam alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade.


Este é um dos raros lugares da Europa – e talvez do mundo – onde ainda persistem calendários pré-históricos alinhados com todas as estações do ano – As festividades evocativas, iniciam-se com o tradicional cortejo druida às 18 horas, acompanhadas pelo Grupo de gaiteiros  Mirandum  -


ALINHAMENTO SAGRADO COM O PÔR-DO-SOL NO SOLSTÍCIO DE VERÃO  - Esta extraordinária imagem, configurando uma gigantesca esfera terrestre ou a esplendorosa configuração de um enorme globo solar projetando os seus dourados raios, a poente, foi registada, pela primeira vez, cerca das 20.45 horas do dia 21 de Junho de 2003 e repete-se todos os anos, ao fim do dia mais longo do ano e à mesma hora, desde que  as condições atmosféricas o permitam.

A partir do ponto onde o sol então se pôs ( e voltará a pôr-se) começa o Verão e, de igual modo, a grande estrela-fiel inicia o movimento aparente da sua declinação para o Hemisfério Sul – E, até atingir esse ponto extremo, no Solstício do Inverno, distam vários quilómetros: ou seja, desde o ponto do horizonte, onde ele se vai pôr, em perfeito alinhamento com a crista do esférico bloco e o centro do pequeno círculo que se encontra cavado, a alguns metros a oriente, na mesma laje da sua base de apoio





NASCER DO SOL NA PEDRA NO SANTUÁRIO RUPESTRE DA PEDRA DE Nª SRª DA CABELEIRA, ASSINALA  A ENTRADA DA PRIMAVERA E DO OUTONO 

Os Equinócios ocorrem duas vezes por ano, na primavera e no outono, nas datas em que o dia e a noite têm igual duração. A partir daqui até ao início do outono, o comprimento do dia começa a ser cada vez maior e as noites mais curtas, devido ao Sol percorrer um arco mais longo e mais alto no céu todos os dias, atingindo uma altura máxima no início do Solstício de Verão. É exatamente o oposto no Hemisfério Sul, onde o dia 20 de março marca o início do Equinócio de Outono. http://oal.ul.pt/equinocio-da-primavera-2019/



 

O enorme penedo está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar



Na verdade, sítios há que são uma tentação, um verdadeiro centro de emanações e de eflúvios, propensos ao deleite, ao esquecimento e à sublimação. Muitas destes espaços graníticos, são um permanente convite, áurea unção e arroubamento aos sentidos. 

Aparentemente, mais lembra terra de ninguém, parda e vazia paisagem de um qualquer pedaço lunar, porém, estou certo que não haverá alguém que, ao pisar o milenar musgo ressequido destas  cinzentas  fragas, ao inebriar-se com os seus bálsamos, subtis fragrâncias, e volvendo o olhar em torno dos vastos  horizontes que se  rasgam  por largos espaços, fique indiferente ao telúrico pulsar, à cósmica configuração e  representação divina, que ressalta em cada fraguedo ou ermo penhasco

Vinde comparar os altares erguidos por nossas mãos
com os sagrados lugares da Natureza, que,
unindo a Terra aos Céus,
não limitam, nem os nossos passos,
nem cerceiam a nossa imaginação,
na infindável procura de se encontrarem,
com paixão e amor,
os laços verdadeiros que nos unem a Deus,
em uníssono diálogo e profundo cântico interior
com a Criação, a Sua Altíssima Vontade,
as Maravilhas e Alegria dos Seus Prodígios!

Vós, a quem humildemente me dirijo,
vinde contemplar, livremente,
em plena paz de espírito,
os genuínos templos celestiais, erigidos
ao culto e em celebração da altíssima
unidade Universal!
Vinde ver estes calmos e míticos lugares
repletos de silêncio, de solidão e de rocha,
povoados por ígneos perfis, fulminadas pedras,
que ora surgem isoladas e se destacam
nas vertentes rochosas, no cimo de duríssimas escarpas,
ora se amontoam, encasteladas, quase se diluem
e confundem,desfiguradas,
por toda a vasta mancha acidentada,
tisnada e calva, da erma paisagem!

Vinde, pois, estender o vosso olhar sobre os grandes espaços abertos,
onde as mais poderosas energias
da terra e do cosmos se fundem e expandem,
subtilmente, vos saúdam e acolhem, alegremente,
para que, assim, bem recebidos,
nos altares destes puríssimos ares,
possais contemplar o que é divino,
aquilo que, a todos, fala a linguagem da imortalidade,
- a silenciosa voz das coisas sublimes,
dádiva generosa que, a todos nós
e por igual, nos é oferecida! 

Jorge Trabulo Marques




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