JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA -
E antigo navegador solitário no Golfo da Guine em pirogas santomenses
«Contar-te longamente as
perigosas
Cousas do mar que os homens não
entendem,
Súbitas trovoadas temerosas,
Relâmpagos que o ar em fogo acendem,
Negros chuveiros, noites tenebrosas,
Bramidos de trovões, que o mundo fendem,
Não menos é trabalho que grande erro,
Ainda que tivesse a voz de ferro.
«Vi, claramente visto, o lume vivo
Que a marítima gente tem por santo,
Em tempo de tormenta e vento esquivo,
De tempestade escura e triste pranto.
Não menos foi a todos excessivo
Milagre, e cousa, certo, de alto
espanto,
Ver as nuvens, do mar com largo cano,
Sorver as altas águas do Oceano."
"Sempre enfim
para o Austro a aguda proa
No grandíssimo gólfão nos metemos,
Deixando a serra aspérrima Leoa,
Co'o cabo a quem das Palmas nome demos.
O grande rio, onde batendo soa
O mar nas praias notas que ali temos,
Ficou, com a Ilha ilustre que tomou
O nome dum que o lado a Deus tocou.
No grandíssimo gólfão nos metemos,
Deixando a serra aspérrima Leoa,
Co'o cabo a quem das Palmas nome demos.
O grande rio, onde batendo soa
O mar nas praias notas que ali temos,
Ficou, com a Ilha ilustre que tomou
O nome dum que o lado a Deus tocou.
Luis Vaz de Camões
Sou dos que procurou na vasta planície
dos mares, os caminhos solitários que nos conduzem da luminosa claridade do dia
à noite mais imensa e profunda, e, sob o olhar vagabundo e mergulhado nas
trevas, a Luz que ilumina e poderá revelar a Verdade Eterna!...
PORMENORES EM
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