Jorge Trabulo Marques - Jornalista C
"É QUANDO ESTÁS DE
JOELHOS" Poema de David Mourão Ferreira, escutado por mim na tarde de ontem, no alto do meu terraço, em Lisboa –Coquei as colunas para ver se quebrava um
pouco o silêncio, quase fúnebre, que paira sobre o vasto casario de Lisboa, quando me deparo com
a voz e a poesia do grande poeta português
"É
QUANDO ESTÁS DE JOELHOS
É quando estás de joelhos
que és toda bicho da Terra
toda fulgente de pêlos
toda brotada de trevas
toda pesada nos beiços
de um barro que nunca seca
nem no cântico dos seios
nem no soluço das pernas
toda raízes nos dedos
nas unhas toda silvestre
nos olhos toda nascente
no ventre toda floresta
em tudo toda segredo
se de joelhos me entregas
sempre que estás de joelhos
todos os frutos da Terra."
David Mourão Ferreira - Por H. Mourato |
Considerado um dos maiores poetas
contemporâneos portugueses do Século XX, Ganhou notoriedade junto do grande
público com os poemas de sua autoria cantados por Amália Rodrigues, como
Sombra, Maria Lisboa, Anda o Sol na Minha Rua Nome de Rua, Fado Peniche e
sobretudo Barco Negro, entre outros.[carece de fontes][2] Outros fados da sua
autoria, como Escada sem corrimão ou Lembra-te sempre de mim, serão
interpretados anos depois por Camané[3].
Depois do 25 de Abril de 1974, seria
diretor do jornal A Capital e diretor-adjunto do O Dia.
No governo, desempenhou o cargo de
Secretário de Estado da Cultura (de 1976 a Janeiro de 1978, e em 1979). Foi por
ele assinado, em 1977, o despacho que criou a Companhia Nacional de Bailado.
Foi autor de alguns programas de
televisão de que se destacam "Imagens da Poesia Europeia", para a RTP
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