Jorge Trabulo
Marques - Jornalista e investigador
" Nenhum caso
isolado pode servir para alterar o ADN a natureza intrinca do
Povo de São Tomé e Príncipe A cultura da paz! A cultura
do acolhimento, é um apanágio do povo santomense!..- Declarou-nos, no seu
gabinete de trabalho, em Lisboa, o Embaixador de STP, em Portugal,
António Quintas, Espírito Santo, numa recente entrevista que me deu a honra e o
prazer de me conceder
Ente outras
questões, afirmou-nos, que, muito embora sendo duas ilhas pequenas, mas que,
quando há tentativas de alteração, de pessoas que pensam que isso pode ser
adulterado, a sociedade civil está lá para reagi! O clima de
multipartidarismo está lá instalado! E tudo isso contribui
para que STP seja, de facto, um espaço de paz!"
António Quintas
do Espirito Santo, nomeado para exercer as funções de Embaixador Extraordinário
e Plenipotenciário da República de São Tomé e Príncipe na República Portuguesa”
. em junho do ano passado, por decreto presidencial assinado por Evaristo
Carvalho.
Formado em
Ciência da Informação e Comunicação no Brasil, António Quintas, foi também
embaixador santomense. em Taiwan, Secretário de Estado para Comunicação Social,
Assessor do Primeiro-Ministro, Presidente do Conselho de Administração da
Empresa dos Correios entre outros cargos públicos.
BALANÇO POSITIVO NOS CINCO MESES DE MISSÃO DIPLOMÁTICA
"Eu faço um
balanço positivo! Pese embora ter a consciência de estar cá apenas há cinco
meses, na medida em que exerci a função de Embaixador de STP, em Portugal, do
ponto de vista diplomático e da gestão, no seio da cooperação entre os dois
países, sublinhando os contatos que tem tido com as autoridades
portuguesas e com os diversos parceiros da República Democrática de STP,
que também têm cá a missão em Portugal
Nós estamos
aqui num espaço onde se ouve e expressa o português! Também estamos inseridos
no seio da CPLP!... Eu digo que, nesse aspeto, as coisas têm corrido bem!
Embora nós sabemos que temos um conjunto de atividades a desenvolver e que
precisamos de mais tempo para a conclusão dessas atividades
Mas,
deixe-me dizer, meu caro Amigo, Jorge Trabulo, que, em Portugal, nós temos uma
boa representação da Diáspora!
Perguntamos-lhes
que número de satomenses, calcula em Portugal, disse-nos, que embora não possa
assegurar um número exato, até porque, alguns santomenses, estão em
Londres mas continuam a ter um vinculo com a Embaixada, mas fala-se
num numero superior a vinte mil residentes em Portugal: é uma comunidade
bastante expressiva, de uma população de 200 ml habitantes, dividida em vários
escalões: temos aqui os estudantes, as pessoas que se deslocaram aqui
para estudar e na maioria jovens! Temos também os quadros! As pessoas que
se formaram em Portugal e que escolheram Portugal, como local de trabalho: e
alguns estão muito bem inseridos
SAÚDE E AS
DILIGÊNCIAS JUNTO DA ASSISTÊNCIA MÉDICA AO JORNALISTA INTER-MATAMATA- 47 anos de profissão e 43 de comunicação social, dedicados à fotografia de S. Tomé e Príncipe, pelo repórter António Amaral, mais conhecido por Inter-Mamata, uma referência na fotografia e no jornalismo em S. Tomé Príncipe: sem dúvida, a sensibilidade e a humildade de um talentoso fotojornalista,
Quando a
capitulo da saúde, abordamos- lhe também o problema de jornalista
Intermamata, que se deslocou a Portugal para apresentar uma exposição, e que
acabou por ser acometido por uma doença que o obrigou a recorrer a ser
internado num hospital: questionado sobre se tem havido diligências por parte
da Embaixada para o tratar, porém antes de nos responder, a esta questão,
começou por nos comentar o perfil dos seus conterrâneos em
Portugal, declarando-nos o seguinte:
“Eu tenho
relatos das autoridades portuguesas, que encorajam bastante a comunidade
santomense! Dizem-nos que é uma comunidade que não tem dado trabalho. Eu dizia
que, nós aqui, também temos quadros formados, que estão bem inseridos na
sociedade portuguesa!
Temos também essa comunidade dos doentes ! São pessoas, que, à luz de um acordo que existe, entre a República de STP e Portugal, são mandados aqui para Portugal para tratamento e junta médica nalgumas áreas especificas que o país não consegue tratar, nomeadamente, oncologia, alguns problemas renais, que requerem hemodialise e algumas outras especialidades, em que há uma parte em que Portugal se responsabiliza! Que tem a ver com o internamento hospitalar! Depois, há a sobrevivência dos doentes, que é da responsabilidade do governo santomense! E também há algumas NGs portuguesas, que nos apoiam! E também outras constituídas pela própria comunidade
Quanto ao à
questão a que se refere, do jornalista Intermamata! Conheço-o bem; aliás
ele deslocou-se a Portugal para Portugal para fazer uma exposição! Nem sequer
veio doente, e, estando cá, teve um problema de saúde grave! Ficou internado!
Mas, claro, que ele nem sequer tem a junta médica mas a Embaixada
está acompanhá-lo! Os nossos serviços sociais estão acompanhar a situação
do nosso Intermamata! Neste momento .creio que já há um pedido da
Junta que foi dirigido ao Serviços de Junta de Saúde. Mas, antes de ter a
junta, teve todos os cuidados num hospital português e nós vamos
legalizar a situação para que ele possa ter o acompanhamento normal como
utente”
Mas, está-me
a falar do Inter-Mamata, que é uma pessoa que eu conheço hã bastante tempo, mas
nós temos aqui, cerca de 2000 mil doentes, e 500 dos quais nós temos estado a
monitorizar; temos contato direto com esses 500 doentes. Que nós temos de
apoiar! De acompanhar a situação!... Porque, há doentes, que até conseguem
algum tratamento! Algumas ligeira melhora, mas, pelo facto de não terem boas
condições de habitabilidade económicas, a nossa Embaixada tem
feito várias diligências para reduzir o grau de dificuldade e o
sofrimento desses nossos concidadãos. Mas também temos feito um trabalho de
fundo para atualizar a lista, para atender, efetivamente, o mais possível,, em
primeira mão aqueles que mais precisam
Eu refiro-me
aos doentes oncológicos, aos que estão a fazer hemodialise, E também a casos de
gente que tem dificuldade de imobilidade, deficiências físicas, por
força dos acidentes que tiveram. Esse casos, estamos a selecioná-los como
casos prioritários de forma a terem um apoio direto. Mas isto não quer dizer
que os outros, que não estiverem nessas condições, sejam esquecidos: mas que
também tenham um lar social!... E nós estamos a trabalhar em diversas vertentes
no sentido de reduzir a dificuldade e de modo a que tenham uma resposta mais
rápida e humana
OS VISTOS DE
ENTRADA DOS CIDADÃOS SANTOMENSES EM PORTUGAL- Outra das nossas perguntas
Se se refere
aos vistos da entrada em S. Tomé e Príncipe, não há bloqueio nenhum. Sabe que,
S. Tomé e Príncipe, tomou a iniciativa de abrir as suas fronteiras para os
cidadãos que vêm da Europa! E não só!... Os vistos, durante 15 dias, são
gratuitos!.. Então, no nosso país, nós demos o exemplo da livre
circulação às pessoas no nosso território; agora, o inverso, há um
problema que se instala, na medida em que, os nossos concidadãos,
têm tido algumas dificuldades em Portugal; até, nalguns casos, por motivos de
estudo! Mesmo os casos dos doentes que não estão vinculados à Junta Médica! E
outros, que até vêm de férias por gostarem deste pais, por encontrarem em
Portugal, o espaço pacifico para desenvolver os seus contatos comerciais! Esse
problema, de facto, existe, mas o que nos conforta é que nós sentimos da parte
portuguesa para tentar resolver ou reduzir essas dificuldades: nós temos tido
contatos com instituições que cuidam desse dossier, nomeadamente a CEF! A nível
do Governo, também há propostas, que foram submetidas. E, no espaço da
CPLP, há uma discussão bastante ativa! Sobre a mobilidade dentro
do espaço da CPLP.
São Tomé e
Príncipe, tem uma posição clara!... Aliás, o exemplo que se deu, mesmo no
quadro bilateral: de permitir que haja abertura da parte santomense: com
Angola, já temos , São Tomé e Príncipe, já tomou, unilateralmente,
a sua posição; em Moçambique, há uma discussão bastante avançada no
quadro bilateral! Mas, nós , pelo facto de estarmos na CPLP,
também temos exercido a nossa influência no sentido que haja uma posição
da comunidade dos países da CPLP no sentido de encontrarmos um “modus
vivendis” que permita que os cidadãos que falam português, possam ter a
possibilidade de se moverem no espaço!... Nós temos os músicos! Os artistas! Os
profissionais!... E a população também. E, sobretudo, os jovens, que ainda vêm em
Portugal, um espaço para adquirem os seus conhecimentos! Temos, de facto,
diligenciado nesse sentido! E há também, as pessoas que querem vir
cá a trabalhar! Aliás, é público, nós fizemos, inclusive, uma proposta no
sentido de permitir os contratos sazonais: os jovens que queiram ficar por um
período de 9 meses de trabalhar ou renovar o contrato. Esse dossier está
em análise pela parte portuguesa.~
TURISMO E OS
EVENTUAIS REFLEXOS DO FANTASMA DO CORONAVIRUS
Abordada
também a questão do turismo e do coronovirus – Perguntamos-lhe se este problema
tem reflexos no afluxo do turismo e como encara essa situação
Respondeu-nos
que “ é uma questão importante, pois não somos nós; não é o
Jorge Trabulo, nem o António Quintas, que dizem, mas a nível mundial! As
agências de turismo!
De facto,
tem havido uma evolução do produto de STP! É um produto bem apreciado e
bem classificado e solicitado à luz das características das nossas
ilhas!.. Não é em vão que STP volta a ser apontado como um dos dez
destinos mais preferidos!
É preciso,
de facto, da parte, nós santomenses, adaptarmos o nosso comportamento em defesa
dessa divulgação e solicitação que tem sido feita!... Eu penso que tem de haver
esses esforço!.. Tanto do ponto de vista da governação! Como da sociedade
civil! Como do ponto de vista dos nossos jornalistas! Como das pessoas que
fazem a cultura! O desenvolvimento e aperfeiçoamento das qualidades dos
serviços prestados.
Mas é também
preciso reconhecer, que algumas ameaças existem mundialmente! Falou-me do
coronavírus! Mas nós sabemos que há outras ameaças, como o terrorismo, que,
felizmente, ainda bem, não fazem parte das grandes preocupações que
o nosso pais tem! Claro que estamos a seguir com atenção e preocupação: ouvimos
ontem a entrevista do Presidente da República, Prof Marcelo Rebelo
de Sousa e do Primeiro-Ministro, Dr António Costa, que tranquilizou a população
portuguesa. Sim, no fundo, nós que também viemos cá, os nossos concidadãos, que
têm a sua situação frágil , estamos a seguir com atenção!
Em
STP, não há nenhum sinal, que tenha havido até agora!... E esperamos que assim
continue!... Mas há a preocupação das autoridades sanitárias do pais no sentido
de adotarem medidas preventivas! Mas estamos em crer que ainda não há motivos
de alarme!
A
TRANQUILIDADE E HOSPITALIDADE SANTOMENSE NÃO É ABALADA POR CASOS ISOLADOS DE
VIOLÊNCIA
Em São
Tomé e Príncipe, nenhum caso isolado pode servir para alterar o ADN a
natureza intrica do Povo de São Tomé e Príncipe A cultura da paz! A
cultura doa colhimento, é um apanágio do povo santomense!..-
Declarou-nos, o Senhor Embaixador de STP, na pergunta que a seguir
lhe fizemos :
Sendo, São
Tomé e Príncipe é um dos países mais pacíficos e hospitaleiros de África! Pelos
sorrisos espontâneos! Pela forma amável e carinhosa, como as pessoas são
recebidas, acha que podemos continuar a contar com esse acolhimento, com essa
generosidade, com esse pacifismo dos santomense?
Respondeu-nos
com esta pergunta: conhece S. Tomé, como eu, porque esteve lá muitos
anos: então pode falar de S. Tomé e Príncipe com propriedade, eu digo, que,
realmente, a cultura da paz! A cultura doa colhimento, é um apanágio do
povo santomense!.. E podemos associar, tudo isto, à cultura da democracia.
Sabe-se, que, embora duas ilhas pequenas, mas lá vive-se
intensivamente a política! A alternância do poder. Mas sempre num
clima de paz social! E, quando há tentativas de alteração, de pessoas que
pensam que isso pode ser adulterado, a sociedade civil está lá para reagir! O
clima de multipartidarismo está lá instalado! E tudo isso contribui
para que STP seja, de facto, um espaço de paz!
Eu tenho
dito, que, nenhum caso isolado pode servir para alterar o ADN , a
natureza intrínseca do Povo de São Tomé e Príncipe! Isso não altera!
Todos nós lamentamos quando há um caso ou outro mas não se pode generalizar.
Mas, do
outro lado, também é verdadeiro! Nós, os santomenses, que estamos na diáspora,
também pode haver um ou outro caso mas não há nada que possa retirar o sossego:
às vezes, as redes sociais, de que nós todos gostamos muito,
dramatizam!... Mas, a nossa postura aqui, enquanto missão diplomática, é
ter uma atitude pedagógica, de seguimento, de aconselhamento, aos nossos
concidadãos e não temos tido razões de queixas, que tem tido uma postura
exemplar
APELO AOS
EMPRESÁRIOS PORTUGUESES PARA CONTINUEM A INVESTIR E A CONFIAR NAS
POTENCIALIDADE DE S. TOMÉ E PRINCIPE -
Por último,
depois de lhe agradecermos a sua tão interessante e amável entrevista e
lhe desejarmos os melhores êxitos na sua vida profissional, falou-nos
ainda do incentivo da classe empresarial portuguesa, apelando para
que “deve continuar a multiplicar os seus esforços por S. Tomé e Príncipe, na
medida há que muitas potencialidades! Há perspetivas! E há essa familiaridade
da língua comum: não só no domínio do turismo mas também no domínio petrolífero.
Perspetivas essas que podem contribuir para alavancar STP e que, tendo em
conta, os conhecimentos que Portugal, tem do nosso país, pensamos que
estão bem posicionados , para ocupar esse espaço e chegar em primeiro!
AS VISITAS
DO PRESIDENTE MARCELO A STP
Recordando-lhe
a visita que, o Professor Marcelo, fez a S. Tomé e Príncipe, em que o
acolhimento foi espantoso! , sublinhou que, também o Prof. Marcelo, ele aprecia
bastante o nosso país! E tem contribuído, também, para a divulgação da imagem do
nosso país! Quando lá está, visita as praias! Tem contato direto com as
pessoas!, E, como isso, é referido pela imprensa internacional,
sim, são várias formas de aproximação e divulgação do nosso país. Temos
sido gratos por essa divulgação!... E também o inverso, é verdadeiro!... Os
dirigentes santomenses, têm em Portugal, uma porta de entrada, sobretudo para a
Europa.
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