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quarta-feira, 4 de março de 2020

Mucumbli em S. Tomé – Ponta Figo Cooperante portuguesa assassinada numa das mais belas instâncias turistas das Ilhas Verdes do Equador, em cujas ilhas prestam voluntariado muitos cooperantes lusos

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PORTUGUESA ASSASSINADA NUM PEQUENO ÉDEN DE UMA ILHA PARADISÍACA E TRADICIONALMENTE PACIFICA - Por elemento da resort - E assim deverá continuar: pois  não se deve cair na tentação de transformar um caso invulgar numa fobia  de medo - Quantos crimes violentos não acontecem em Portugal e em todos os países do mundo?  

  Jorge Trabulo Marques - Jornalista 


Um pequeno paraíso alcandorado sobre o vasto Golfo da Guiné, que tive o o prazer de conhecer, quando voltei a S. Tomé, 39 anos depois daqui ter partido para a tentativa de uma travessia oceânica numa piroga.  que se ergue quase sobre a linha do  Equador, subitamente nas bocas dos média por via de um  inesperado  e violento crime por parte de um elemento da segurança, na sequência de uma discussão, por motivos laborais,  com a portuguesa Catarina Barros de Sousa, 51 anos, responsável pelos serviços administrativos

Magnifico projeto do italiano Tiziano Pisoni, apaixonado pelas Ilhas Verdes do equador, localizado em Ponta Figo, distrito de Lembá, NevesSem dúvida um dos mais belos e acolhedores  de alojamento de turismo, debruçado sobre o oceano, onde ocorreu, nesta última segunda-feira, um brutal homicídio, que deixou em estado de choque os santomenses, bem como a comunidade portuguesa, ali residente, que são justamente as reações expressas nas redes sociais, como já tive oportunidade de constatar.
Estes eram alguns dos termos, com que se teciam elogios ao local e aos serviços, expressos no facebook por clientes: “Os bungalows são grandes e com óptimas condições. O restaurante é muito bom, e tem a melhor vista para o por do sol. No norte da ilha, é o melhor. Funcionários muito simpáticos, ambiente muito tranquilo, relaxante e acolhedor."
Sítio absolutamente perfeito! Todas as palavras serão parcas para avaliar a subtileza deste lugar: a decoração perfeitamente enquadrada e deliciosamente pormenorizada, os quartos fabulosos e confortáveis, o espaço envolvente a saber a trópicos, a limpeza irrepreensível, a simpatia contagiante de todos. À Catarina, o nosso gigante obrigada por tudo!
 Refere o DN que “o homicídio da portuguesa Catarina Barros de Sousa, 51 anos, deixou toda a nação de São Tomé e Príncipe em choque. "A Catarina? Como é possível?" Quase todos a conheciam. Há 12 anos, a portuguesa chegou ao arquipélago africano numa ação de voluntariado com crianças de rua. Acabou por ficar em São Tomé, tendo já a dupla nacionalidade, sendo uma pessoa muito ativa na comunidade e conhecida de todos. Na segunda-feira ao fim da tarde, pouco depois das 18.00, foi assassinada de forma brutal no seu gabinete de trabalho na unidade hoteleira Mucumbli, onde era trabalhava desde 2018.
Era a mulher da motorizada. Todos conheciam Catarina por "andar sempre de scooter" pela ilha de São Tomé, algo raro para uma mulher. Depois do voluntariado, trabalhou em várias empresas e instituições, como a empresa de aviação Africa's Connection. Foi durante anos a guia turística na Corallo, a empresa de chocolate. Fazia as visitas guiadas "e era, por isso, conhecida de todos e de muitos turistas que passaram por São Tomé." Há dois anos foi trabalhar para o Mucumbli, um hotel de turismo rural e ecológico na zona norte da ilha, propriedade um casal amigo de italianos.
"Isto caiu de repente, foi um choque. Surpreendeu tudo e todos. Estamos num sítio muito reservado e tranquilo mas nunca tivemos problemas", contou ao DN Tiziano Pisoni, o italiano que há mais de 30 anos está radicado em São Tomé, sendo já cidadão nacional. Conhecia a portuguesa "há mais de dez anos", mesmo antes de Catarina ir para o Mucumbli. "Quase toda a gente a conhecia." O Mucumbli fica em Ponta Figo, a 50 km da capital.
"Era uma pessoa muito conhecida. Era muito boa, dava-se bem com toda a gente, estava sempre disponível. Fazia muito voluntariado junto de crianças, era simpática", disse Tiziano Pisoni, ainda abalado com a brutalidade do crime para o qual ainda não tem uma explicação.." https://www.dn.pt/mundo/de-voluntaria-para-ajudar-criancas-a-uma-morte-brutal-em-sao-tome-11882907.html

  De sublinhar  que a ciclista portuguesa, Rute Norte, depois de ter pedalado pela China, India e outros países, também  não quis deixar de resistir ao fascínio destas maravilhosas ilhas,  percorrendo ao todo 550 km de bicicleta nas duas ilhas e durante quase um mês: 205 na ilha do Príncipe e 345 na ilha de São Tomé, num fraternal e amistoso convívio com as populações e não deparou com qualquer  hostilidade, bem pelo contrário, tal como o documentaram as suas sedutoras crónicas, profusamente ilustradas

 RECORDO-LHE  O QUE ESCREVI A RESPEITO DO PROJETO MUCUMBLI E DE TIZIANO PISONI



  é nome de uma árvore de grande porte, a que foi atribuída a designação científica de  Lannea Welwitschii com os seus 50 metros ou mais  de altura, usada na medicina tradicional, de cuja seiva os curandeiros nativos extraem os seus “milongos”, com propriedades curativas e mágicas, nomeadamente  para os meninos começarem a andar com o seu pé mais cedo e se libertarem do colo ou das  costas das suas mães . 
Mucumbli  é nome de uma árvore de grande porte, a que foi atribuída a designação científica de  Lannea Welwitschii com os seus 50 metros ou mais  de altura, usada na medicina tradicional, de cuja seiva os curandeiros nativos extraem os seus “milongos”, com propriedades curativas e mágicas, nomeadamente  para os meninos começarem a andar com o seu pé mais cedo e se libertarem do colo ou das  costas das suas mães . .



Muitas foram as mais belas supressas, no meu regresso a S. Tomé, 39 anos depois, com que tive o reconfortante prazer de me maravilhar - E, como já tive ocasião de referir, tantas foram, que o mais difícil é descrever todas as emoções que pude viver, a ordem a dar a qualquer delas – Hoje vou recordar a minha passagem pelo pequeno aldeamento turístico de Mucumbli, outra das áreas costeiras de uma Ilha Paradisíaca, que, só por si, é também um fantástico recorte paradisíaco,  de um exotismo e de uma beleza, verdadeiramente aprazível e surpreendente.

 Oportunidade que pude desfrutar graças ao Coronel Victor Monteiro, Diretor de Gabinete do PR que teve a amabilidade de me levar na sua viatura a vários pontos maravilhosos da sua Ilha, alguns dos quais vistos por mim pela primeira vez, tal foi o caso deste encantador empreendimento turístico, onde o saudável e reconfortante convívio com a natureza, não é mero slogan. – A curta distância da estrada marginal, mas onde o asfalto é deixado lá atrás – Dir-se-ia  que é o mesmo que partir  à descoberta da floresta virgem, em estado primitivo mas onde o homem pode  sentir-se perfeitamente integrado.




IZIANO PISONI

Tiziano Pisoni, fundador e Presidente da Federação de Ciclismo de São Tomé e Príncipe, e também Presidente e Organizador da Volta do CACAU em bicicleta, prova rainha do ciclismo  santomense, 

Porém,  o passado de cooperaçao, de  Tiziano Pisoni, é  bastante mais amplo, frutuoso e  multifacetado - Chegou a São Tomé, em 1992, como cooperante de ONG ALISEI – Uma associação para a Cooperação Internacional, com sede em Milão - Itália, mas com escritórios descentralizados em muitos países do continente Africano, já presente em São Tomé desde 1986.

Sem dúvida,  trata-se de um dos mais antigos e prestigiados rostos da Cooperação, em  São Tomé e Príncipe –  Exemplo de dedicação, de empreendedorismo e de paixão por esta terra e as suas gentes  -  Um caso singular a nível dos cooperantes internacionaisde experiencia multifacetada e enriquecedora, tanto pessoal como profissional, que, segundo confessa, surge um pouco por acaso.
A ideia inicial do seu projeto,  sob concessão do Estado, visava, simplesmente, a recuperação de  um terreno baldio para  agricultura biológica, numa área de sete hectares, que, nos tempos coloniais, era preenchida por plantações de  cacau, bananeiras, coqueiros e palmeiras, e , que, então, se  encontravam praticamente abandonadas e destruídas: quer devido  ao corte sistemático de árvores florestais, quer à extração de pedras e até por via de incêndios.. Para recuperarem a exploração, confessa que já ali foram  plantadas 2.000 árvores, além da   criação de coelhos, galinhas, cabras, ovelhas, burros e exploração apícula... 


O  aproveitamento turístico,  ficou dever-se , sobretudo, ao entusiasmo manifestado pelas pessoas amigas que  visitavam o casal, a que iam também assegurando a estadia e o  alojamento – E, assim, pouco a pouco, casa a casa,  todas em madeira, com nomes de frutos da terra e perfeitamente integradas  na paisagem, localizadas onde não há vento mas também sem necessidade de ar condicionado, surge  o belíssimo empreendimento turístico de Mucumbl  - Sim, a  integração com o meio ambiente é perfeita, reconhece Tiziano Pisoni, frisando que  não há impacto negativo. Aspeto que considera  importante para se integrar com a população – Já que, por outro lado, toda a equipe que ali trabalha, é constituída por pessoas, que residem muito perto, tendo algumas delas frequentado  cursos de Inglês e Francês. 


O projeto, que integra também trabalhadores rurais,  tem sido um sucesso crescente, superando todas as suas expectativas de Ticiano e Mariangela:  - Os turistas chegam durante todo o ano, especialmente a partir de Portugal, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Gana, Angola e Gabão. Havendo também americanos, canadenses, australianos, italianos, como não podia deixar de ser.  


Sem dúvida, trata-se, com efeito, de uma belíssima aldeia turística, perfeitamente integrada num espaço de atividade agrícola e florestal, de pecuária, de proteção, propiciando o íntimo convívio com o meio ambiente, alcandorada sobre uma alta falésia, da qual se avista uma impressionante panorâmica: -  quer a que se espelha, lisa e calma na superfície líquida (para lá do recorte verde de palmeiras e outra vegetação tropical), ora deserta ora salpicada de pequenas canoas a remos ou à vela,  quer a que se estende  ao longo do litoral, em ambos os sentidos, ou a que se ergue pelo manto verde negro e multicolor acima, a derramar a sua luminosidade exuberante,  sim, desde  a densa cobertura dos contrafortes do maciço vegetal, até às fímbrias mais altaneiras do famoso Pico de São Tomé, onde se descobrem as eternas  neblinas, que ora parecem confundir-se com os céus, ora, diluindo-se, nos remetem a um autêntico éden de maravilha e de sonho, transportando-nos a um outro mundo, que não  propriamente o dos homens, o térreo,  mas a visão irreal, que extasia e deslumbra,  como a mais generosa e profícua dádiva divina,  sobrenatural



Indo através de estreitos caminhos, ora de terra batida ou empedrados com a pedra basáltica do sítio, sempre lado a lado  por frisos de luxuriantes folhas ou cachos de bananeiras,  disseminadas por entre jaqueiras, mangas, fruta-pão, safuzeiros, o pau marapião, pau gogó, coqueiros, palmeiras, pequenas hortas, num lugar povoado de  muitas outras espécie arbóreas e arbustivas, sim, perante uma diversidade de espécies de flora endémicas, que incluem buganvílias e tantas outras flores exóticas, árvores de fruta, ervas aromáticas  e plantas medicinais, no manto do qual, mas já sobre a falésia voltada para o mar, surgem, espaçadamente, como que a lembrar a mítica cabana do marinheiro solitário,  pequenas casas típicas de madeira, os vários bungalows, sempre em perfeita harmonia com o meio ambiente , debruçados com as suas varandas sobre o vasto oceano, rodeados por um deslumbrante jardim tropical, decoradas com peças de artesãos locais, a que foram dados nomes dos frutos da terra, nos quais não falta o indispensável conforto, casas de banho privativa e água quente, redes de isolamento à prova de mosquitos ou de outros insetos, tudo inserido num conjunto arquitetónico  harmonioso, sugestivo e muito bem enquadrado


E, para quem não queira ficar nos bungalows, o sítio dispõe de áreas para instalação das suas tendas, com acesso aos serviços sanitários  e área para grelhados. E, se não quiser confecionar a comida em casa, tem ainda, naquele espaço turístico,  um belíssimo restaurante, também todo ele em madeira local, com varandas de sonho, onde pode saborear dos melhores pratos típicos, a que o Chef  - ou não fossem italianos os seus proprietários - associa alguns ingredientes e sabores da cozinha italiana. - Deliciando-se com autênticos manjares, ao mesmo tempo que ouve o canto do ossobó ou de outros passarinhos, tal foi esse o privilégio que ali desfrutei.


Como é de conhecimento público, as ilhas de São Tomé e Príncipe, são as que possuem uma maior riqueza na flora, encontrando-se aqui  cerca de 100 espécies vegetais endémicas das ilhas do golfo da Guiné, sendo ambas classificadas como a 17ª área protegida a nível mundial– Justamente por esse facto, é que este empreendimento turístico rural, tem como  principal preocupação o encontro com Mãe Natureza, a salvaguarda, a proteção  do seu património natural

Sem dúvida, trata-se, com efeito, de uma belíssima aldeia turística, perfeitamente integrada num espaço de atividade agrícola e florestal, de pecuária, de proteção. propiciando o íntimo convívio com o meio ambiente, alcandorada sobre uma alta falésia, da qual se avista uma impressionante panorâmica: -  quer a que se espelha, lisa e calma na superficie líquida (para lá do recorte verde de palmeiras e outra vegetação tropical), ora deserta ora salpicada de pequenas canoas a remos ou à vela,  quer a que se estende  ao longo do litoral, em ambos os sentidos, ou a que se ergue pelo manto verde negro e multicolor acima, a derramar a sua luminosidade exuberante,  sim, desde  a densa cobertura dos contrafortes do maciço vegetal, até às fímbrias mais altaneiras do famoso Pico de São Tomé, onde se descobrem as eternas  neblinas, que ora parecem confundir-se com os céus, ora, diluindo-se, nos remetem a um autêntico éden de maravilha e de sonho, transportando-nos a um outro mundo, que não  propriamente o dos homens, o térreo,  mas a visão irreal, que extasia e deslumbra,  como a mais generosa e profícua dádiva divina,  sobrenatural! 




(vídeo) São Tomé – Mucumbli – O sonho do paraíso ao alcance do turista - Este vídeo foi registado na visita que fiz a aldeia turística de Mucumbi, distrito de Lembá,  na companhia do Coronel Victor Monteiro

– Ao deixar de descrever o cenário que tinha perante os meus olhos e na sequência de uma breve pausa de silêncio, de entre os vários sons das aves na floresta e do  mar, que se desfruta do alto da falésia, surge, inesperadamente, o canto  do ossobó, da ave do paraíso – Xuva! Xuva! Xuva Xuva!” , que normalmente costuma anunciar a chuva – Distingue-se perfeitamente dos chilreios e dos cantos de outros passarinhos. Pouco depois era o Coronel Victor Monteiro, a chamar-me a atenção para o seu canto, numa árvore ali em frente da esplanada do restaurante. Ainda o tentei filmar mas,  como estávamos muito próximos, o nosso falar silenciou-o. Confesso, porém, que só,  mais tarde,  ao visionar o registo, me dei conta de  que, afinal, sem querer, já o tinha gravado.




O MAR TÃO PERTO,  AZUL SUAVE E CONVIDATIVO..
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Do alto da falésia, onde o mar parece ao mesmo tempo tão perto como inacessível, há, no entanto, a possibilidade de acesso direto a uma praia de areia basáltica (5 minutos de distância) frequentada por tartarugas marinhas (espécie “mão branca”), que aí vêm desovar. 
 Sugestões de passeios acompanhados por guias de Mucumbli


A observação de cetáceos com a ONG MARAPA, partindo da Praia de Mucumbli, também conhecida por Praia das Furnas,  em excursões marítimas acompanhadas por agentes formados em técnicas de observação e de aproximação  dos animais no seu meio natural

A descoberta da imponente Cascata de Angolar, atravessando os túneis da conduta de água da central hidroelétrica, desfrutando de magnífica paisagem de montanha. Visitas às Roças da Ribeira Palma, Rosema, Bindá e Ponta Furada, por caminhos que oferecem uma vista panorâmica  sobre a cidade das Neves. E, para  os mais aventureiros, um passeio à volta da Ilha, ligando a zona norte à do sul da Ilha, que não  é acessível a veículos, atravessando o interior do Parque Natural do Obó de São Tomé, por entre riachos, rios, pântanos e manganal

Outros passeios atraentes: ir ao encontro  do colorido e do canto das  aves, da descoberta da flora endémica, ao longo da floresta secundária ou  subindo ao majestoso e sempre desafiador Pico de São Tomé.

 Dizem os folhetos turísticos  - e com plena justificação -  sim, “mais de que um agradável espaço turístico, o Mucumbli é um verdadeiro jardim tropical, onde todas as atividades são realizadas com o envolvimento da população, contribuindo para a criação de emprego e a fixação da população no distrito de Lembá, considerado entre os distritos com o maior índice de pobreza de São Tomé e Príncipe e com menos oportunidades de trabalho. Só por esse falto é, pois, de louvar e de enaltecer

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