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sábado, 19 de novembro de 2022

“História de São Tomé e Príncipe” - A chegada dos Portugueses às Ilhas Verdes do Equador, é uma árvore já muito antiga e despida de folhas verdes mas ainda tem muitos ramos e fundas raízes, com muitas histórias para contar - Novo livro do escritor santomense, Armindo de Ceita do Espírito Santo, vem explicar mais pormenores

Jorge Trabulo Marques -Jornalista 

História de São Tomé e Príncipe”  - Novo livro do escritor santomense, Armindo de Ceita do Espírito Santo, vem explicar mais pormenores, pretende retratar a chegada dos navegadores portugueses às ilhas de STP, no terceiro quartel do século XV, os conflitos, as crises, as revoltas e as relações humanas e institucionais da época. Vai ser apresentado no dia 29 de novembro, às 18 horas, no auditório da UCCLA, em Lisboa

Tal como é reconhecido, “o conhecimento histórico, conforme sabemos, nunca esteve acabado nas linhas da última obra que investiga um fato passado. Sendo uma matéria que dialoga com um extenso número de fontes, permite que uma determinada compreensão vigente seja revisada por uma outra perspetiva capaz de renovar nosso olhar sobre o passado.

Pelo que depreendo, é o que pretende demonstrar ao autor do livro “História de São Tomé e Príncipe”. Armindo de Ceita Espírito Santo

O livro explica como foi que os navegadores portugueses chegaram às ilhas de São Tomé e Príncipe no terceiro quartel do século XV e transformaram-nas num contexto social para o seu desenvolvimento, mas em que as relações humanas e institucionais foram complexas e, em muitos casos, difíceis para os grupos sociais mais desfavorecidos, particularmente na ilha de São Tomé.

Explica os conflitos de toda a ordem que se agravaram particularmente depois da transição da sociedade de habitação para a de plantação, com a intensificação de atividades do tráfico negreiro e da produção e exportação do açúcar. E manteve-se durante o período da dominação da elite nativa desde o século XVII, marcado em torno das principais famílias que disputavam o acesso ao poder e o controlo da riqueza.

O livro mostra que, apesar da sua dureza, o modelo escravocrata colonial tinha dinâmicas de mobilidade social que permitiram que alguns escravizados se tornassem livres e outros chegaram a ser poderosos em termos económicos e políticos, ainda no decorrer do século XVI, vindo a ser dominantes até meados do século XIX.

Faz enfoque sobre o papel da ilha de São Tomé no tráfico negreiro atlântico e transatlântico, a crise económica já em finais do século XVI, as revoltas de negros e mestiços, invasões estrangeiras e a relação entre iniciativas para a abolição do tráfico negreiro e a situação da economia das ilhas. O livro desconstrói os mitos sobre o naufrágio e Amador rei dos «angolares» e apresenta crioulos da resistência ao regime escravocrata colonial.

Biografia:

Armindo Silvestre de Ceita do Espírito Santo é licenciado e mestre em economia pelo ISEG-UL (Instituto Superior de Economia e Gestão – Universidade de Lisboa) e doutorado em economia pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE -IUL). Tem formação em oficialato da Marinha de Guerra.

Frequentou o curso de Administração Naval (não concluído) na Escola Superior de Oficialato da Marinha de Guerra em Alfeite. Tem formação em Psicologia Aplicada. É professor coordenador da ESCAD do IPluso da Universidade Lusófona das Humanidades e Tecnologias e investigador do Centro de Estudos sobre África e desenvolvimento (CEsA) do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG-UL).

Foi professor associado convidado da Universidade Moderna entre 1992 e 1996, professor do Instituto Superior de Hotelaria e Turismo (ISMAG/ISHT da ULHT) entre 1996 e 2000 e professor de Universidade Lusófona entre 1996 e 2002 e 2004 a 2007. Foi membro do Centro de Estudos Africanos do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-UL). Foi presidente do Conselho de Administração do Banco Internacional de São Tomé e Príncipe no triénio de 2016-2019.

É especialista de impostos (inspetor tributário e aduaneiro) da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) desde 1989 e, presentemente, assessor da Direção de Serviços de Formação da AT. Já lançou diversos livros, a saber: Economia de S. Tomé e Príncipe entre o regime do partido único e o multipartidarismo, Lisboa, Edições Colibri, 2008; S. Tomé e Príncipe: problemas e perspetivas para o seu desenvolvimento, Lisboa, Edições Colibri, 2009; Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe. Empresariado como fator de desenvolvimento e transformação social. Outros olhares sobre a economia, Lisboa, Gradiva, 2013; Olhares Cruzados sobre a Economia de São Tomé e Príncipe, Lisboa, Colibri, 2013 (publicado em coautoria).

 

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