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quinta-feira, 10 de novembro de 2022

São Tomé - O PM demissionário Jorge Bom Jesus, disponível para uma oposição construtiva - Não abandona o seu país - O Académico e Político, Culto, Humilde e Dedicado, diz sair" com sentimento genuíno de dever cumprido... deixo um país melhor” porque “em quatro anos não se consegue fazer tudo” Declarou na véspera da tomada de posse de Patrice Trovoada, que se ausentou nos últimos 4 anos, após a derrota do seu partido nas legislativas de 2018.

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista  -  Nesta postagem recordando a entrevista, em videos e em texto,  que me concedeu, com o jornalista Intermamata, em Junho passado


 

 




 



Jorge Bom Jesus,  Primeiro-Ministro cessante e líder do MLSTP/PSD, que, após a divulgação dos resultados pelo Tribunal Constitucional, além de ter felicitado o partido vencedor, o ADI, e o seu líder, deixou a promessa de continuar a exercer uma oposição construtiva, para o bem de São Tomé e Príncipe e para o desenvolvimento do país”, - E, já veio reafirmar a sua disponibilidade, bem como os demais líderes  da nova oposição parlamentar.

Para justificar a melhoria observada no País, Jorge Bom Jesus citou as inaugurações das fábricas de água, chocolate, transformação de pimenta, processo de modernização da justiça, saúde, educação, defesa, comunicação social, projecto Compran, porto em águas profundas, empreendedorismo, energia limpa, marginal 12 de julho, entre outras citações.  

“Eu tenho o dever de expressar, a minha gratidão ao povo de São Tomé e Príncipe que me deu a oportunidade de o servir durantes esses quatro anos com todo empenho, toda coragem, toda abnegação, enquanto filho deste país”, – disse Jorge Bom Jesus. Refere o Téla Nón

 “Este é fim de uma etapa, o fim de uma etapa é o princípio da outra”, disse Bom Jesus declarando que “estarei aqui sempre disponível para enfim prestar esclarecimentos, informações relativamente aos vários dossiers que conheço”.

PALAVRAS SUAS   - Proferidas em Lisboa, em Junho passado - "Fomos superando as várias crises"...De facto, é um governo que conseguiu sobreviver... A herança do governo anterior não foi fácil… Ainda se lembram da falta de energia, dos problemas salariais. Problemas que nós herdamos… Fomos superando paulatinamente.

Declarou-me na entrevista, que me concedeu, em Junho passado, na presença do jornalista santomense, Intermamata,  divulgada , na altura em que se deslocou a Lisboa a participar na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas,  que divulguei em duas postagens, da qual aproveito para recordar alguns excertos https://canoasdomar.blogspot.com/2022/07/jorge-bom-jesus-2-parte-da-entrevista.htmlem   https://canoasdomar.blogspot.com/2022/07/jorge-bom-jesus-os-oceanos-andam.htm

 Tendo sublinhado: "De facto, é um governo que conseguiu sobreviver!... Nós vamos chegar ao fim da legislatura!... E quero-vos dizer que não foi fácil!... Muita gente apostava o contrário: era difícil prever que este governo conseguisse sobreviver de uma maioria tão tangente e num mosaico de coligação, que conseguisse chegar ao fim; simplesmente estamos a conseguir


Afirmou no hall de um hotel de Lisboa, o Primeiro-Ministro, Jorge Bom Jesus, no último dia da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, coorganizada pelos governos de Portugal e do Quénia, em declarações aos jornalistas, Jorge Trabulo Marques e Intermamata, repórter da STP-Press,

Referindo que "a herança do governo anterior não foi fácil… Ainda se lembram da falta de energia, dos problemas salariais. Problemas que nós herdamos… Fomos superando paulatinamente.

Como se não bastasse, foi um governo num período de todas as contrariedades… Desde logo a pandemia, que demorou dois anos; as intempéries; as pontes, entre outras… Portanto, fomos superando essas várias crises, tentado fazer o melhor que nos podíamos, dentro desse quadro difícil… E, enfim, não fizemos o que desejaríamos, mas o que nos foi possível –



Quanto às relações institucionais com o atual Presidente, respondeu-nos que, tanto com o atual Presidente, como com a que com o saudoso, que têm sido cordiais, são bastante aceitáveis, até porque, todos nós estamos a concorrer para aquilo que são os desígnios do Estado e do Povo de S. Tomé e Príncipe: que é o bem-estar e o desenvolvimento de todos os órgãos de soberania. 

Apesar da sua independência, existe uma interdependência, uma convergência nesse sentido: seja a Assembleia Nacional, seja a Presidência , a Justiça, e, nós que somos o Executivo, temos que nos juntar, darmos as mãos para resolver os problemas ingentes que S. Tomé e Príncipe  possui: 

- Como sabe, problemas estruturais, os problemas da pobreza, os problemas económicos e financeiros num contexto cada vez mais difícil!,… A  guerra na Ucrânia, a subida dos preços dos cereais!... Do Combustível… Da energia!... Dos transportes!... Falámos há pouco tempo da pirataria no Golfo da Guiné, que faz aumentar ainda mais o custo dos contentores e dos barcos!... Porque, hoje, as própria seguradoras exigem muito mais verbas.. Portanto, tudo isso acaba por ter um impacto na vida e na politica   são-tomense

S. Tomé -Maio 2019
Lisboa . Junho 2019

À tão sensível questão  dos baixos salário, que  colocámos, ao PM, Jorge Bom Jesus, começou por frisar,  que, de facto, o custo de vida não para de subir, de aumentar!... Até porque estamos a falar de um país que exporta muito pouco!,,, Eu diria quase nada e importa praticamente tudo!... E tudo é comprado no mercado onde os preços não  param de subir, de aumentar!.. Portanto, há uma inflação visível à população, que exige, sobretudo,  aumento de salários… Alguns estão já congelados há muito tempo e há uma grande pressão sobre o Governo

O que nós fizemos no quadro da mitigação do quadro da pandemia, não tendo conseguido um reajusto revolucionário – pois era preciso reformular toda a pirâmide dos salários com muitos subsídios  e proceder a uma reforma salarial muito profunda, nós estamos a proceder a um aumento faseado: começamos agora por o aumento dos salários mais baixos, que eram de mil e cem dobras  e nós procedemos a um aumento de mil e quatrocentas dobras, a que nós chamamos de um suplemento salarial para essas classes que auferem os salários mais baixos; de forma a que, dora avante, possam auferir  duas mil e quinhentas dobras, o equivalente a 100 euros


Sobre o funcionamento da democracia, de que, S. Tomé e Príncipe,  tem sido um caso exemplar em África, salvo um certo período, algo mais conturbado, o  PM Jorge Bom Jesus, concordou com a nossa observação dizendo que, realmente, a cultura democrática, “ é qualquer coisa que nos deve orgulhar, porque nada justifica  a razão da força!... Penso que o Povo é quem mais ordena e é preciso, de quatro em quatro anos, dar a voz à população para julgar  o trabalho dos políticos que têm por obrigação fazer o melhor.. O politico está ao serviço do Povo!... Nós somos os servidores!  E penso que, qualquer politico, que se preze, tem de fazer o melhor para o seu país!... Nem sempre é possível mas é preciso continuar a desafiar e tentando

Em resposta, ao pedido de uma mensagem à comunidade santomense  no exterior,  proposta pelo repórter Intermamata, o Chefe do Governo aproveitou “para felicitar a diáspora da nossa comunidade… Dizendo-lhe que faz parte das nossas ilhas!... Eu diria, até, que nós temos S. Tomé e Príncipe e, a nossa diáspora , é a nossa terceira Ilha e, o santomense,  lá onde estiver, independentemente da localização, a sua contribuição é sempre válida, é sempre a bandeira  de S. Tomé e Príncipe, que é içada cada vez que as competências santomenses se exprimem. É por isso,, que nós dizemos a casa santomense, que é preciso   lutarmos! Trabalharmos muito!... Buscarmos excelência!... Temos que ser muito bons!... Porque, sobretudo nós, os pequenos países, temos que sonhar grande para sermos um pouco maiores!... Só assim é que os grandes nos poderão respeitar

Confessou que nasceu no Riboque da parte paterna e outra parte materna de Changra,  de Santo Amaro

Por fim, ao pedir-lhe que fizesse um balanço da sua atividade politica nos últimos quatro anos, respondeu-nos: “Eu penso que – modéstia à parte, o balanço é positivo, sobretudo quando nós comparámos a dificuldade do percurso!...  As contrariedades!... Os contratempos!...  E aqui, toda a gente sabe do que estou a falar!... Da pandemia!... As intempéries!... Os preços da guerra!... Tudo isso…

Bem, estamos a falar de factos… Isto ao nível internacional, àquilo que se passou no mundo!... Mas também internamente!... Nós herdamos constrangimentos de mais de quatro décadas!... Os problemas estruturais! Que um Estado frágil, em desenvolvimento, tem há muito tempo!... Basta relembrar que, S. Tomé e Príncipe, vem de cerca de 20 Governos!... Portanto, fomos superando!,.. Esta pobreza, quase  crónica!... Enfim, o Governo tentou!.. Tentou!... Em problemas de dívidas!... Em problemas energéticos! De infraestruturas, entre outros!,,,

E penso, que, estando a chegar ao final de uma legislatura, colocámos também a nossa pedra, o nosso tijolo na construção de S. Tomé e Príncipe. E penso que demos alguns passos em frente!

2016- Baía Ana Chaves 

Quem viu a cidade  de S. Tomé, sensivelmente  há 4 anos atrás – estou a falar em 3 Dezembro de 2018, quando nós entramos – tínhamos a cidade completamente esburacada!...Desfigurada!... Hoje  as coisas mudaram bastante!

Em termos de liberdade de expressão!... Penso que, hoje, o santomense se sente muito mais 

Obras que há muito se impunham

livre de expressão! Das suas ideias!... E penso, que, nalguns casos, a liberdade até roça a libertinagem!... Que é preciso corrigir!... Nós também não podemos deixar descambar a democracia!... A democracia não é libertinagem, não é anarquia!.., Mas, enfim, é um país  muito mais livre!... Nós encontrámos um país muito crispado!... De gente com medo de falar!... Enfim, são factos que nós temos como ativos  deste Governo!

Mas também ao nível social!... Como disse, houve vários investimentos! Vamos aumentar agora os salários!... Houve investimento ao nível das 16 famílias renumeradas, que auferem 1800 dobras de dois em dois meses!... Portanto, isto significa para o Governo, uma injeção na economia, de dois em dois meses, de um milhão e duzentos mil dólares!... Mas também ao nível do empreendedorismo, entre outros, o balanço no computo geral é encorajador.



 
BIOGRAFIA  -Confessou-nos que nasceu no Riboque, no histórico bairro de capital, com origem da  parte paterna e outra parte materna de Changra,  de Santo Amaro, em 26 de Julho de 1962 -  De seu nome completo, Jorge Lopes Bom Jesus  acadêmico, linguista e político santomense, membro do MLSTP-PSD 

Entre 2008 e 2010, sob o governo de Rafael Branco, foi Ministro da Educação e Cultura e de 2012 a 2014 atuou como Ministro da Educação, Cultura e Ciência no governo de Gabriel Costa- Líder da oposição  entre julho e novembro de 2018, tornou-se primeiro-ministro do seu país em 3 de dezembro do mesmo ano

Na juventude rumou para a Europa onde formou-se em literatura francesa e portuguesa, com mestrado em língua portuguesa e especialização em literatura africana pela Universidade de Toulouse, na França.

Na Faculdade de Letras da Universidade do Porto concluiu as especializações em pedagogia do francês como língua estrangeira e pedagogia da língua portuguesa. Ainda possui PhD em administração pública pela Universidade de São Tomé e Príncipe.

Sua carreira profissional inclui os cargos de assessor do Ministro da Cultura e Informação, Diretor Geral de Educação e Treinamento, Secretário Geral da Comissão Nacional para a UNESCO, Diretor de Planejamento e Inovação Educacional, diretor da Biblioteca Nacional de São Tomé e Príncipe, Diretor da Escola de Formação de Professores e Educadores (EFOPE; atual Instituto Superior de Educação e Comunicação da Universidade de São Tomé e Príncipe), Presidente da Aliança Francesa e vários anos como professor


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