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terça-feira, 29 de novembro de 2022

S. Tomé - Delfim Neves - LIBERTADO DO ALEGADO GOLPE - Depois de ter sido detido , em sua casa - Delfim Neves, Ex-presidente do parlamento são-tomense, é finalmente libertado sem indícios de envolvimento em ataque a quartel - Ocorre no mesmo dia em que o Parlamento são-tomense aprova o Programa do XVIIIº Governo constitucional chefiado por Patrice Trovoada

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista 


Depois de há quatro dias ter sido detido, em s
ua casa, na sequência do alegado ataque ao quartel militar, o ex-Presidente da AN, Delfim Neves, que entretanto, se candidatou com o recém-criado Basta, foi hoje libertado por falta de "indícios fortes de envolvimento" no assalto ao quartel na sexta-feira, após ter sido detido pelos militares como alegado mandante, disse à Lusa o advogado.

A libertação do ex-Presidente da Assembleia Santomense, ocorreu no dia em que o Parlamento são-tomense aprova o Programa do XVIIIº Governo constitucional chefiado por Patrice Trovoada com declarações políticas favoráveis das bancadas parlamentares do partido ADI  do próprio Trovoada o MCI-PS-PUN de António Monteiro.

Na sua declaração política em apoio ao programa, o líder da bancada parlamentar do ADI, José António sublinhou que o seu partido “congratula-se com a visão do governo espelhado no texto deste programa”.

LIBERTAÇÃO DO EX-PRESIDENTE DA AN DE STP
Diz a Lusa, que "O despacho [de libertação] foi emitido hoje à noite pela juíza de instrução criminal, atendendo a que não existem indícios fortes e sólidos de o mesmo [Delfim Neves] estar envolvido", disse à Lusa o advogado do antigo presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe, Hamilton Vaz.

Segundo a defesa de Delfim Neves, este ficou sujeito a termo de identidade e residência.
O  advogado não esclareceu se existe alguma acusação contra o deputado.


Delfim Neves foi detido às primeiras horas da manhã de sexta-feira pelos militares, quando se encontrava na sua casa, por ter sido alegadamente indicado como um dos mandantes do ataque ao quartel-general do exército.

Na madrugada de dia 25, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense, num assalto que se prolongou por quase seis horas, com intensas trocas de tiros e explosões, e durante o qual fizeram refém o oficial de dia, que ficou ferido com gravidade devido a agressões.

O ataque foi neutralizado pelas 06:00 locais (mesma hora em Lisboa), com a detenção dos quatro assaltantes e de 12 militares suspeitos de envolvimento na ação, que foi classificada pelas autoridades são-tomenses como "uma tentativa de golpe de Estado" e condenada pela comunidade Internacional.

Os militares também detiveram, na sua casa, Arlécio Costa, antigo oficial do 'batalhão Búfalo' que foi condenado em 2009 por uma tentativa de golpe de Estado, e que terá sido igualmente identificado pelos atacantes como mandante.

Três dos quatro atacantes e Arlécio Costa morreram na sexta-feira e imagens dos homens com marcas de agressão, ensanguentados e com as mãos amarradas atrás das costas, ainda com vida e também já na morgue, foram amplamente divulgadas nas redes sociais.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, brigadeiro Olinto Paquete, afirmou que os três assaltantes morreram na sequência de uma explosão quando os militares procuravam libertar o refém e Arlécio Costa porque se "atirou da viatura".

Delfim Neves, eleito nas legislativas de outubro de 2018 pelo Partido de Convergência Democrática (PCD), presidiu ao parlamento são-tomense no anterior mandato, que terminou com a vitória da Ação Democrática Independente (ADI) com maioria absoluta nas eleições de setembro passado.

Nestas legislativas, foi eleito deputado, juntamente com o ex-secretário-geral da ADI Levy Nazaré, pelo movimento Basta, criado em junho do ano passado. Atualmente tem o mandato suspenso.

Delfim Neves também concorreu às presidenciais de 2021, tendo ficado colocado em terceiro lugar na primeira volta, resultado que contestou alegando ter ocorrido uma fraude "maciça".

Lusa




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