JORGE TRABULO MARQUES - Jornalista
Tive o prazer de o entrevistar por duas vezes, de que guardo ainda um breve registo, este sobre um inquérito que eu estava a realizar para a Rádio Comercial-RDP, sobre as férias inesquecíveis, com várias personalidades e anónimos - Que recordo neste video.
José Saramago, há 32 anos:
“Não há vida para além da morte!... Férias, felizes?! “Só da infância!”
Fala-se do escritor José Saramago e menos do poeta – E, José Saramago, também
escreveu muitos versos. Aproveitamos, por isso,
este dia para recordamos alguns
dos seus belos poemas – As imagens foram registadas no dia em que foi recebido pela Câmara Municipal de Lisboa, com a presença de várias personalidades da literatura, das artes e da
politica.
"Venham enfim as altas alegrias,
As ardentes auroras, as noites calmas,
Venha a paz desejada, as harmonias,
E o resgate do fruto, e a flor das almas.
Que venham, meu amor, porque estes dias
São de morte cansada,
De raiva e agonias
E nada.
As ardentes auroras, as noites calmas,
Venha a paz desejada, as harmonias,
E o resgate do fruto, e a flor das almas.
Que venham, meu amor, porque estes dias
São de morte cansada,
De raiva e agonias
E nada.
Química
Sublimemos, amor. Assim as flores
No jardim não morreram se o perfume
No cristal da essência se defende.
Passemos nós as provas, os ardores:
Não caldeiam instintos sem o lume
Nem o secreto aroma que rescende.
Sublimemos, amor. Assim as flores
No jardim não morreram se o perfume
No cristal da essência se defende.
Passemos nós as provas, os ardores:
Não caldeiam instintos sem o lume
Nem o secreto aroma que rescende.
Eu luminoso não sou. Nem sei que haja
Um poço mais remoto, e habitado
De cegas criaturas, de histórias e assombros.
Se, no fundo poço, que é o mundo
Secreto e intratável das águas interiores,
Uma roda de céu ondulando se alarga,
Digamos que é o mar: como o rápido canto
Ou apenas o eco, desenha no vazio irrespirável
O movimento de asas. O musgo é um silêncio,
E as cobras-d´água dobram rugas no céu,
Enquanto, devagar, as aves se recolhem.
Um poço mais remoto, e habitado
De cegas criaturas, de histórias e assombros.
Se, no fundo poço, que é o mundo
Secreto e intratável das águas interiores,
Uma roda de céu ondulando se alarga,
Digamos que é o mar: como o rápido canto
Ou apenas o eco, desenha no vazio irrespirável
O movimento de asas. O musgo é um silêncio,
E as cobras-d´água dobram rugas no céu,
Enquanto, devagar, as aves se recolhem.
Galardoado com o Nobel de Literatura de
1998 - O primeiro e único escritor da língua portuguesa, a receber esse galardão.
. Mas, antes dessa alta distinção
mundial, também lhe foi atribuído, em 1995, o Prémio Camões,o mais importante prémio literário da língua portuguesa.
Tendo, por esse facto, sido considerado o responsável pelo efetivo
reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.
O seu livro Ensaio sobre a Cegueira foi
adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil, Uruguai e
Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Fiel Jardineiro
(filme) e Cidade de Deus). Em 2010 o realizador português António Ferreira
adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome
ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e
Espanha. Também foi adaptado para o cinema o livro O Homem Duplicado, no filme
de 2014 dirigido por Denis Villeneuve e estrelado por Jake Gyllenhaal. O
Memorial do Convento foi adaptado num ópera de Azio Corghi, Blimunda, criada na
Scala de Milão em 1990
Nenhum comentário :
Postar um comentário