JORGE TRABULO MARQUES - Jornalista
Galopim de Carvalho, conhecido como “O Avô dos Dinossauros”, pelos estudos que a eles lhe
dedicou e da preservação das suas pegadas em Carenque, nasceu em Évora, em 11 de Agosto de 1931, vai
a caminho dos 89 anos – Esta entrevista, ocorreu, há 6 anos, na Feira do Livro de Lisboa – Naquela altura, o investigador Galopim de Carvalho,
professor jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, confessava-nos que levava uma vida, quase
conventual, em sua casa, dedicado exclusivamente à escrita, alheio à vida social e falava-nos do seu 15º livro
pela Âncora Editora, apresentada pelo
Prof. Doutor José Barata-Moura, em setembro 2014, na Sala de Conferências da
Reitoria da Universidade de Lisboa, com a chancela da Âncora Editora, pretendendo ser
um tributo, aos que, "desde a Antiguidade, pedra sobre pedra, ergueram o
maravilhoso edifício que alberga as ciências da Terra.
.” Entrevistámo-lo, junto ao pavilhão da âncora Editora,
numa sessão de autógrafos – Em cima de mesa, entre vários títulos, as
“Conversas com os Reis de Portugal Histórias da Terra e dos Homens" - Obra
que lhe levou três anos a escrever e que que pretende “ensinar geologia aos
professores de história e ensinar história de Portugal aos professores de
geologia” procurando combinar a História de Portugal com as Ciências da Terra,
ensaiando percorrer um novo caminho na ligação entre as humanidades e as
ciências, recheado de animadas conversas com os Reis de Portugal. Indicado para
profissionais, ensaiando percorrer um novo caminho na ligação entre as
humanidades e as ciências. Também nós quisemos aproveitar uns breves momentos
de diálogo, com um prestigiado cientista e um amável e excelente comunicador,
uma personalidade simples mas fascinante.
ESTE ANO CONTA PUBLICAR “ÉVORA, ANOS 30 E 40"
Entretanto, soubemos, numa entrevista ao Jornal I, em junho
do ano passado, que tenciona publicar este ano, um livro que se chama Évora, Anos 30 e 40 –, baseado nas suas
memórias do que era a vida naquele
período, da Guerra Civil de Espanha. Recordando que “havia uma estrutura no
tempo do Estado Novo que era a Legião Portuguesa. Combateram em Espanha ao lado
do Franco. Fomos vê-los chegar, vieram a pé de Badajoz. Tinha oito anos quando
a guerra acabou. Foram tempos terríveis. Morreram muitos, outros foram
fuzilados. Os anarquistas e comunistas portugueses iam combater ao lado dos
republicanos, os fascistas e falangistas estavam ao lado de Franco. Quando os
republicanos perderam, muitos foram fuzilados em Badajoz. Marcou-nos muito” -
Confessou.
A ESCRITA COMO ÚNICO OFÍCIO
Os autores da escrita que alicerçam os seus
conhecimentos no saber profundo, preferem o isolamento à vida mundana –
Procedem tal como os monges nos seus retiros espirituais, contemplativos e
intelectuais. Assim fez o poeta Sebastião da Gama, ao isolar-se, nos últimos
anos da sua vida, na Serra da Arrábida. José Mattoso, historiador
medievista e professor universitário, recordo-me, que, quando o
prémio Fernando Pessoa, lhe foi atribuído, é justamente num remoto casebre -
creio que algures no Minho - que o foram encontrar. Ele que, durante vinte
anos foi monge da Ordem de São Bento, vivendo na Abadia de Singeverga, e usando
o nome de Frei José de Santa Escolástica Mattoso”, não consegue dispensar o
isolamento. .Algures na serra da Arrábida onde, também, se refugiou
Pedro Tamen, poeta, tradutor, antigo administrador da Fundação Gulbenkian .
Com Galopim de Carvalho, quase se passa a mesma coisa.
Não procura o isolamento no silêncio de uma serra mas encontra-o na
intimidade de sua casa, na companhia de sua esposa e dos seus
livros.
Entrevistámo-lo por ocasião da Feira do Livro em
Lisboa, junto ao pavilhão da âncora Editora, numa sessão de autógrafos – Em
cima de mesa, entre vários títulos, as “Conversas com os Reis de Portugal
Histórias da Terra e dos Homens" - Obra que lhe levou três anos a escrever
e que pretende “ensinar geologia aos professores de história e
ensinar história de Portugal aos professores de geologia” procurando combinar
a História de Portugal com as Ciências da Terra, ensaiando percorrer um novo
caminho na ligação entre as humanidades e as ciências, recheado de animadas
conversas com os Reis de Portugal. Indicado para profissionais, ensaiando percorrer
um novo caminho na ligação entre as humanidades e as ciências.
Também nós quisemos aproveitar uns breves momentos de
diálogo, com um prestigiado cientista e um amável e excelente comunicador, uma
personalidade simples mas fascinante. Depois de nos ter falado do livro que a
editora se preparava para lançar, numa das semanas seguintes, mas que, só
agora, nos finais de Setembro, veio à estampa, foi-nos dizendo que, já não faz
investigação no terreno mas lê muito e escreve muito. Além dos livros que publica,
vai publicando muitos textos e crónicas na imprensa ou em blogues.
“Como sou um grande surdo, não convivo socialmente
nada, passo muito tempo em casa, e, estar em casa, estou a escrever.
Habituei-me a convier comigo próprio. Esta situação propicia, facilita a
interiorização, só leio e só escrevo; faço muitas crónicas"
UMA VIDA DEDICADA À INVESTIGAÇÃO, À DOCÊNCIA E À
ESCRITA
“O Professor Galopim de Carvalho é um dos
nomes grandes da divulgação da ciência em Portugal. Mais do que ninguém foi
responsável pela promoção das Ciências da Terra entre nós, através de uma uma
acção incansável ao longo de décadas que passou pelas suas aulas e pela sua
investigação na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, pelos seus
livros (ainda recentemente publicou um muito útil Dicionário de Geologia),
pelas suas palestras de divulgação por todo o país e no mundo, pelo seu
diligente trabalho à frente do Museu Nacional de História Natural (onde esteve
durante mais de dez anos) e noutros locais (ainda há pouco abriu em Viseu o
Museu do Quartzo, em larga medida da sua inspiração), e pelas suas sábias
intervenções na imprensa escrita, na Internet, na rádio e na televisão. PREFÁCIO
A "CONVERSAS COM OS REIS DE PORTUGAL"
Galopim de Carvalho, Professor Jubilado da Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa, autor de várias obras de geologia, entre outras, possuidor
de um currículo vastíssimo, conhecido em Portugal como "o avô
dos dinossauros" por ter sido o responsável pela organização da
exposição sobre dinossauros-robôs que, em 1992, levou à Rua Politécnica mais de
três centenas e meia de milhares visitantes e pela sua denodada defesa
das pegadas dos dinossauros de Carenque, às portas de Lisboa, Mas também por
ser o fundador da Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis..
Dirigiu inúmeros projectos de investigação,
de que são exemplo a "Paleontologia dos vertebrados fósseis do Jurássico
superior da Lourinhã e Pombal" e "Icnofósseis de dinossáurios do
Jurássico e do Cretácico Português". Dirige e integra diversos organismos
nacionais e internacionais, nomeadamente a comissão Oceanográfica
Intergovernamental da UNESCO. Foi colaborador dos Serviços Geológicos de
Portugal e trabalhou no Centro de Estudos Geográficos, do Instituto de
Geografia da Faculdade de Letras de Lisboa e no Centro de Estudos Ambientais.
Foi consultor científico da RTP para as séries
televisivas de divulgação científica na área das Ciências da Terra. Participou
e dirigiu várias exposições. Contudo, devido ao enorme impacto causado,
sobressai a famosa "Dinossáurios regressam a Lisboa", que contou com
347 000 visitantes em apenas 11 semanas.
Em 1993, foi agraciado com o grau de Grande Oficial da
Ordem de Sant’Iago da Espada e foi distinguido pela Casa da Imprensa com o
prémio "Bordalo" para a Ciência, em 1994. – FonteGalopim
de Carvalho – Wikipédia
No dia 14 de Janeiro de 2013, “O Comité Português
para o Programa Internacional de, homenageou-o pelo seu grande
contributo para o conhecimento das Geociências, enquanto professor da Universidade
de Lisboa, e na divulgação e promoção das Geociências, em particular do
património geológico, junto da sociedade”, explica Artur Abreu Sá, presidente
do Comité Nacional para o Programa Internacional de Geociências. Tributo
a AM Galopim de Carvalho - Faculdade de Ciência
EXCERTOS DO ÚLTIMO LIVRO: "EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
GEOLÓGICO"
A chamada Antiguidade Clássica refere um longo período
da História da Europa, com especial incidência na metade oriental do
Mediterrâneo, entre o surgimento da poesia grega de Homero [1], no século VIII
a.C., e a queda do Império Romano do Ocidente, na segunda metade do século V
d.C., durante o qual as antigas civilizações grega e romana, para além de
outros aspectos relevantes, abriram as portas ao conhecimento científico, entre
o qual se encontra o que conduziu à geologia.. 1. evolução do pensamento
geológico no contexto filosóf
Situada entre aproximadamente os séculos V e XV, a
Idade Média foi um tempo de alastramento do cristianismo e da vida cultural na
Europa ocidental, sobretudo através do surgimento de mosteiros da Ordem dos
Beneditinos. - 2. evolução do pensamento
geológico no contexto filosófic
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