JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA
OS MEUS PARABÉNS E RECORDANDO UM GESTO NOBRE E CORAJOSO - Do herdeiro da monarquia portuguesa no dia em que um colono, em São Tomé, me IMPEDIA A ENTRADA NO SEU RESTAURANTE - Pormenores mais à ferente
DOM DUARTE
DUQUE DE BRAGANÇA - Foi o primeiro filho de D. Duarte Nuno de Bragança e de D. Maria Francisca de Orléans e Bragança. Os seus padrinhos de baptismo foram, por representação, o Papa Pio XII, a Rainha-viúva D. Amélia de Orleães e a Princesa Aldegundes de Liechtenstein.-
O herdeiro da Casa
Real Portuguesa, Nasceu em Berna, no dia 15 de Maio de 1945, na Embaixada
Portuguesa, oito dias depois da rendição da Alemanha. -
Tenho uma grande admiração pela sua sensibilidade
cultural e humanística. Conheci-o, pela primeira vez, em S. Tomé, em 1972 – Num gesto de grande coragem, onde pretendia desenvolver um projeto agricola. Mas inviabilizado por, nesse ano, ter sido expulso de Angola pelo regime fascista de Marcelo Caetano, ao ter organizado , com um grupo multiétnico angolano, uma lista independente de candidatos à Assembleia Nacional, onde, aliás, havia cumprido o serviço militar, como tenente da Força Aérea Portuguesa

Conhecendo já os meus artigos na revista Semana Ilustrada, de Luanda, da qual eu era correspondente em S. Tomé e Príncipe, ao ver-me na rua, veio junto de mim para me perguntar a minha opinião: “Sei que a sua revista já me criticou mas eu não me importo de falar consigo” – Eu sou o Duarte Pio, Duque de Bragança e gostaria de saber o que a acha da exploração de ananases na ilha ou a quem eu podia dirigir-me para me dar informações técnicas sobre esta cultura“
Tendo-me oferecido, nesse dia, o almoço na sua mesa - E, curiosamente, devido a este inesperado facto:Ao aperceber-se que, o dono do restaurante Palmar, me impedia de ali entrar devido a um artigo que publicara na semana Ilustrada, com o qual chamava de Exploradores, ao donos dos bares, pelo facto de a cerveja estar a ser vendida mais cara, que a margem de lucro prevista no Boletim Oficial, dono do restaurante, ao aproximar-me da porta. veio ao meu encontro, abrindo desabridamente os braços, nestes termos: Você não entra aqui em minha casa! – Foi, então, que, de lá de dentro, ouço, numa das pessoas , a voz de Dom Duarte Pio de Bragança, que teve um gesto à altura dos pergaminhos da sua nobreza, dizendo: Por favor, deixe entrar esse senhor, que é meu convidado. - E lá fui sentar-me à mesa do corajoso Príncipe, para minha reconfortante surpresa e satisfação. Gesto este que acabaria por consolidar um relacionamento muito cordial e honroso, que se prolongaria, desde então, até aos dias de hoje
Não vim a saber se chegou a deslocar-se a essa propriedade – Mas, se o fez, talvez essa até fosse uma das razões pelas quais
também não lograria fixar-se em S. Tomé, dadas as conhecidas posições politicas da família Espírito Santo ao colonialismo português. – Depois desse dia, não o voltei
a ver, pelo que presumi que tivesse regressado à “Metrópole”
No entanto, após ter regressado
a Portugal, na sequência da minha atribulada aventura dos 38 dias, sozinho, a
bordo de uma canoa, várias foram as vezes com o qual tive oportunidade de
trocar diálogos muito cordiais e de até o ter entrevistado para a Rádio
Comercial – Curiosamente, numa das vezes, num programa da noite, de Rui
Castelar. No final da entrevistar, acompanhei-o na viatura de reportagem desta
estação, na companhia do Assistente de Realização Mário Marques, e, a dada
altura, quando já nos aproximávamos ad sua residência, em Sintra, ao
apercebermo-nos do princípio de incêndio, que deflagra próximo da estrada, ele
próprio toma a iniciativa de nos pedir para parar a viatura e irmos apagar o
Inocêncio: e assim fizemos: enquanto não se extinguiu a última labareda, com
ramos de mato, ninguém arredou pé.
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| Dom Henrique |
Este era o teor de uma das noticias, que
dava conta do seu projeto – “O Herdeiro da Casa Real Portuguesa, após
apresentar cumprimentos ao Presidente da República, Evaristo Carvalho,
acompanhado pelo Bispo da Diocese de STP, D. Manuel António Mendes dos Santos,
em declarações à imprensa, falou dos objetivos da sua visita,
Duque de Bragança cria lar de estudantes
em São Tomé e Príncipe - Título de uma noticia no JN
(...) Duarte de Bragança encontra-se de visita
de cinco dias ao arquipélago e foi hoje recebido em audiência pelo Presidente
são-tomense, Evaristo Carvalho.
Disse a saída que esse lar destina-se a
albergar os alunos do interior do país e frequentam as aulas na capital.
O duque de Bragança citou ainda a
agricultura familiar como outro projeto de caráter social que pretende
desenvolver em São Tomé e Príncipe, tendo dito que nesse domino já iniciou
alguns expedientes.
(...) Esta é a décima visita
do duque de Bragança a São Tomé e Príncipe. Duque de Bragança cria lar de estudantes em São Tomé e
Príncipe

Outro curioso encontro, que aqui recordo numa
fotografia, ocorreu no antigo solar dos
Visconde Banho de Almendra, correspondendo ao convite dos familiares deste belo
e vetusto edifício, no qual um dos generais de Napoleão se aquartelara, na
altura das invasões francesas.
Considera
que "a ligação do homem com a terra é fundamental. É o começo da humanidade. E,
depois, é uma questão de sobrevivência. A única produção verdadeiramente
indispensável é a de comida: pesca e agricultura é que são indispensáveis. Tudo
o resto pode ser mais útil, menos útil, mas não é indispensável. Se não
tivermos mais nada, continuamos a viver só com a produção alimentar. Por outro
lado, desde criança percebi que a natureza estava a ser destruída, que
estávamos a estragar o futuro do nosso planeta e que, se continuássemos nesta
atitude irresponsável, íamos todos acabar muito mal. Para um Papa considerar que
é um tema essencial para uma encíclica de facto dizer que temos de respeitar o
ambiente, quer dizer que não o estamos a respeitar. E grande parte da miséria
do mundo vem daí."
D. Duarte Pio: "Saída do euro
seria um benefício económico para Portugal"
E do regresso a Portugal?- Declarou numa entrevista ao DN
Isso foi uma atitude altamente irresponsável da parte de quem negociou a nossa adesão. Em troca de alguns benefícios a curto prazo, nomeadamente dinheiro para fazer infraestruturas - que, ainda por cima, muitas vezes não eram prioritárias -, vendeu-se a nossa produção de riqueza. A agricultura e as pescas como, em parte, a indústria.
O atual Presidente da República tem responsabilidades diretas nessa realidade?Acha que foi um erro?
Foi um erro total e gravíssimo. Qualquer economista responsável, na época, explicava que não estávamos preparados economicamente para termos uma moeda muito valorizada. Mas não tiveram ainda a coragem para assumir essa responsabilidade do erro que cometeram. Os países que não entraram no euro, em geral, estão muito melhor do que os que entraram.
E acha que Portugal está preparado para uma eventual saída do euro?
Há uma mentira, creio que por ignorância, que tem sido repetida por muita gente, que é: se sairmos do euro é uma desgraça porque, se desvalorizarmos a nossa moeda digamos que 10% ou 15%, a nossa dívida externa aumenta na mesma proporção. Bem, em primeiro lugar, grande parte da nossa dívida não é externa, é nacional. Mas, por outro lado, é verdade que a dívida aumentaria mas também é verdade que toda a nossa produção industrial e agrícola e o turismo teriam um impulso muito grande, porque ficavam automaticamente 10% ou 15% mais baratos. O gravíssimo problema com que todos os governos se confrontam também ficava resolvido. Sobretudo a diminuição dos nossos custos iria favorecer um aumento de exportações e esse dinheiro serviria para pagar a dívida.
Portanto, não
seria uma tragédia se saíssemos do euro.
Acho que seria, em certa medida, um
benefício económico. Provavelmente, seria um benefício, parecendo que não.
Aliás, alguns países, como a Grécia, já admitem que não é possível pagarem a
sua dívida mantendo esta moeda e que tinham de fazer qualquer coisa. No caso de
Portugal, também me parece que é muito difícil pagarmos a nossa dívida se
continuarmos no euro. Excerto de https://www.dn.pt/portugal/d-duarte-pio-saida-do-euro-seria-um-beneficio-economico-para-portugal-4713835.html

De recordar que, Duarte Pio, aquando da
sua visita a S. Tomé, no âmbito da peregrinação da imagem da nossa
senhora de Fátima a estas ilhas, ofereceu ao então Presidente da
República de São Tomé e Príncipe, Fradique de Menezes, algumas armas
"históricas" da sua família.
Em S. Tomé deliciou-se com a vegetação tropical e foi recebido numa colónia engalanada e em festa. Em Angola os Sobas, na sua Presença, e perante expressivos arranjos musicais dos instrumentos locais, prestaram-lhe as sentidas homenagens e juraram-lhe fidelidade. Depois, em Lourenço Marques, foi recebido, a 29 de Julho, com vivas ao Príncipe e à Pátria Portuguesa e desfilou nas ruas por entre arcos enfeitados a rigor e perante uma entusiástica população que aplaudia o seu Príncipe Real. Depois foi à Rodésia e por fim à África do Sul, onde teve um acolhimento singular da comunidade local que lhe rendeu diversas homenagens.https://plataformacidadaniamonarquica.wordpress.com/2015/06/26/viagem-do-principe-real/
Mais informação sobre a histórica viagem em http://monarquiaportuguesa.blogs.sapo.pt/principe-real-d-luis-filipe-visita-as-95254
BIOGRAFIA - (...) Duarte Pio estudou em Portugal,
iniciando o seu percurso no Colégio das Caldinhas, situado nas Caldas da Saúde,
em Santo Tirso, que frequentou entre 1957 e 1959. Em 1960 ingressou no Colégio
Militar em Lisboa, em simultâneo com o seu irmão Miguel.[8] Mais tarde,
frequentou o curso de engenharia agrónoma, contudo sem obter a licenciatura, e
estudou no Instituto para o Desenvolvimento da Universidade de Genebra

Entre 1968 e 1971 cumpriu o serviço militar em Angola como tenente-piloto da Força Aérea Portuguesa, passando, em 1972, para a vida civil. Nesse mesmo ano organizou, com um grupo multiétnico angolano, uma lista independente de candidatos à Assembleia Nacional, iniciativa que terminou com a sua expulsão do território angolano por ordens de Marcello Caetano, então Presidente do Conselho de Ministros do Estado Novo (1933-1974)[carece de fontes].
A 25 de abril de 1974,
divulgou um comunicado enquanto pretendente ao trono, onde afirmou: "Vivo
intensamente este momento de transcendente importância para a Nação. Dou o meu
inteiro apoio ao Movimento das Forças Armadas e à Junta de Salvação
Nacional".[9]
Duarte Pio foi o
presidente da campanha Timor 87, uma campanha de apoio à independência de
Timor-Leste (colónia portuguesa que era, na época, ocupada pela Indonésia) e
aos timorenses residentes em Portugal e noutros países. Tal iniciativa deu
destaque à causa timorense, unindo personalidades como Maria Cavaco Silva,
esposa do então primeiro-ministro de Portugal; João Soares, ex-presidente da
Câmara Municipal de Lisboa; o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas
Portuguesas e os representantes das centrais sindicais portuguesas (a
Intersindical e a UGT).[carece de fontes] Com esses e outros apoios, Duarte Pio
conseguiu a construção de um bairro de quarenta casas para timorenses
desalojados. Através da Fundação Dom Manuel II, a que preside, enviou ainda
ajudas para Timor-Leste no valor de várias centenas de milhares de euros
https://pt.wikipedia.org/wiki/Duarte_Pio_de_Bragan%C3%A7a

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