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domingo, 19 de julho de 2009

“MAR DO SAL DA VIDA E DAS SEPULTURAS POR ABRIR MAS SEMPRE PRONTAS"PORQUE ME ACEITASTE NAS TUAS ONDAS SE NASCI MAIS PERTO DOS RIOS E TÃO LONGE DE TI?!

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“Mar das altas vagas espraiadas,
Mar que respiras com longas e convulsivas exalações
Mar do sal da vida e das sepulturas por abri mas sempre prontas,
Mar que uivas e cinzelas as tempestades, mar caprichoso e requintado,
Eu faço parte de ti, sou de uma e todas as fases."

Walt Whitman
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 (...)
E eu sinto a minha vida de repente
Presa por uma corda de inconsciente
A qualquer mão nocturna que me guia

Sinto que sou ninguém salvo uma sombra
De um vulto que não vejo e que me assombra,
E em nado existo como a terra fria

Fernando Pessoa


Sou dos que procurou na vasta planície dos mares, os caminhos solitários que nos conduzem da luminosa claridade do dia à noite mais imensa e profunda, e, sob o olhar vagabundo e mergulhado nas trevas, a Luz que ilumina e poderá revelar a Verdade Eterna!...




L*


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Depois de ter procurado o genuíno Deus na solidão dos mares ( e julgo tê-lo encontrado - ou pelo menos a consciência de me ter ajudado a descobrir o sentido da vida!) enfrentando tempestades, superando podres calmarias, a fome, a sede, enfim, arrostando as maiores vicissitudes e perigos vários (longe, muito longe, do meu país e da terra que me viram nascer), eis porque, após o meu regresso das lindas Ilhas de São Tomé e Príncipe - deixando para sul o imenso Golfo - me voltasse, não para os vastos e desconhecidos horizontes marinhos, mas de novo para os lugares abençoados do meu berço! Planáltico granítico, onde se circunscrevem, puros e largos espaços, que, desde criança, se me tornaram bem familiares - Cedo aprendi a amá-los e a conhecê-los! Palmilhando-os, porém, quantas vezes descalço, por caminhos e atalhos de fragas e de abrolhos!...

São, pois, estes os sítios mais queridos e abençoados da minha vida! Para onde me dirigi após longa ausência e onde fui retomar a minha sempre insatisfeita e persistente ânsia de procura do divino.

Esse é o meu retiro predilecto, o lugar eleito das minhas fugas da cidade para o campo, onde peregrino, sempre que posso, nos meus devaneios espirituais. Pois é lá, ante a vasta linha daqueles largos horizontes, que eu sinto, bem presente, o vibrar da minha identidade, a suave harmonia das minhas raízes, o genuíno pulsar da minha origem, desde o seu lado mais ancestral até ao mais próximo. Porém, mais de que o torrão que me viu nascer, o que ali revejo e descubro, a cada passo, é a visão de um lugar sagrado, cenário eminentemente espiritual, que convida à contemplação e à purificação do corpo e da alma - À inexplicável percepção de quem tem o privilégio de pressentir ou de escutar um hino de serenidade e de louvor a Deus!

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