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sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Roças de S. Tomé – 30 de Setembro Dia da Nacionalização das roças de S. Tomé e Príncipe – Um Feriado Nacional com algum sabor amargo, recordado com uma alegre e concorrida Mega Feira Agrícola de frutos da terra - Os feudos coloniais não deixaram à população, as melhores recordações, mas também pouco ou nada se aprendeu com os erros do passado - Mais delas estão irreconhecíveis em estado de abandono ou subaproveitamento

 

Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

2014 


Os santomenses comemoram hoje o DIA 30 DE SETEMBO- mais um feriado do dia da nacionalização das roças coloniais que ocorreu no dia 30 de Setembro de 1975, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 24/75, que sancionou a nacionalização das principais roças exploradas pelos roceiros portugueses em S. Tomé e Príncipe.

O feriado é assinalado hoje com uma Mega Feira Agrícola”, de produtos da terra, Bananas, fruta-pão, mandioca, matabala, batata doce, todo tipo de hortaliças, carnes diversas, ovos, animais vivos ; peixes diversos« Produtos biológicos e ecológicos como Carvão ecológico ; produtos agrícolas biológicos como a pimenta, hortaliças, etc », – lê-se no documento  

Conta com animação de vários grupos musicais  - Refere a STP-Press, que o evento é organizado pelo Ministério da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento, abriu por voltas das 06 horas da manhã , está a decorrer nas 3 ruas em torno da Escola Preparatória Patrice Lumumba, nomeadamente, a Rua Barrão de Água Izé, a Rua de Ponte Tavares, e a Rua entre a Escola e a EMAE, num formato de U ». https://www.stp-press.st/2022/09/30/mega-feira-agricola-marca-hoje-30-de-setembro-dia-da-nacionalizacao-das-rocas/

Caué - 1964

LAMENTÁVEL É  QUE O PATRIMÍNIO DAS ROÇAS, NÃO TENHA SIDO PRESERVADO  - Ao menos, que, as tais antigas propriedades, fossem minimamente limpas e preservadas. E não é isso que acontece,em muitas delas,  para prejuízo do povo destas maravilhosas ilhas

Em 2014 , o então Primeiro-ministro Gabriel Costa, anunciou  que o seu Governo com menos de dois meses de mandato, vai lançar um concurso público internacional, para salvar cerca de duas dezenas dos antigos palácios das roças.

Bom era que, as afirmações, que se têm feito em torno da sua preservação,  passassem das palavras às ações, no entanto, o problema, é que, a Ilha, nomeadamente a maior, onde a natureza é fértil e generosa, oferecendo todo o tido de fruta, ao longo do ano e tem o nome do apóstolo São Tomé – Ora, como é do conhecimento bíblico, São Tomé, um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo,  era muito cético - só vendo é que acreditava. 

Além do mais,  os santomenses fazem parte de um povo pacífico incapaz de matar um cachorro à nascença, pois entendem que todos os bichos têm direito à vida e que cabe à mãe-natureza fazer a seleção natural, mas os políticos, de modo geral, pelo que me é dado depreender, conquanto não sejam agressivos, são exímios na demagogia – Falam, falam, mas, pelos vistos, as obras vão sendo adiadas para o dia de São Nunca – Neste caso, ao jeito da tradição popular em  torno do apóstolo S. Tomé -  Deixando mais dúvidas de que certezas.  Mais ceticismo de que crença.  Mais  desilusões de que esperanças.

MAS HÁ UMA CRUA REALIDADE, QUE NUNCA DEVE SER DESCURADA 

Praia do Uba-Budo - 2014

De facto,  as administrações das grandes propriedades agrícolas nunca valorizaram a mão-de-obra dos forros, dos filhos da terra. É verdade que nunca foram além de meros capatazes, excetuando alguns mulatos, filhos dos brancos administradores ou feitores gerais. 

Fala-se muito mas desconhece-se o essencial: que eram campos de escravatura. Trabalhei nesses feudos: na Roça Uba-Budo, na Roça Ribeira Peixe e na Roça Rio do Oiro 

Conheci bem a dureza da vida, nessas grandes propriedades, quer para os chamados serviçais, quer para os nativos que ali iam fazer os mesmos trabalhos, mas também para os empregados de mato, que eram igualmente escravizados, mal pagos e que apenas tinham direito à chamada graciosa, de quatro em quatro anos


Roça Rio do Oiro 1977 
2014

Na verdade,  não guardo da roça, as melhores recordações senão o facto de ter apenas 18 anos, ser um jovem  e da surpreendente beleza daquela paisagem, que todos os dias se me revelava, pese a humilhação a que era submetido desde a alvorada  até ao escurecer -  Pois não posso esquecer-me de como era difícil e dura a  vida na roça, tanto para os empregados de mato como para os trabalhadores - E foi esta a categoria que me foi dada, pelo Administrador da Roça Uba-Budo, quando fui para ali estagiar 


 

 


Roça Uba-Budo-2014

A DIFÍCIL VIDA NAS ROÇAS DE MÁ MEMÓRIA  - Para a maioria dos que ainda nelas resistem - sobretudo, de origem cabo-verdiana, com o coração ruído de saudades  das suas queridas ilhas, a situação, em que se encontram, atualmente, não é boa, mas  verdade é que, para quem ali trabalhou, como eu,  esses enormes feudos coloniais, trazem também lembranças de febres palustres e  rosários de humilhações, de muitos sacrifícios e  adversidades 

Roça Agostinho Neto - 2014 - Ex-Rio do Oiro

No meu tempo, a vida por lá também era bem dura e penosa, tanto para os empregados de mato, tal o meu caso, como para os escravizados trabalhadores .Quer  chovesse ou fizesse sol, o trabalho não se suspendia e tinha de começar muitos antes dos seus raios raiarem por entre a floresta ou lá no horizonte do fundo do mar.

 Com os fulgores da  independência, foram nacionalizadas, porém, como,  as suas instalações, careciam de arranjos  periódicos de conservação, depressa passaram a ruínas e a mato.  Agora, naquelas que não foram privatizadas, cada um vai plantando e colhendo o que pode para a sobrevivência pessoal ou familiar. 

Escola Agricola - Num dia da Praxe do Caloiro

Uba-Budo 1963

Tal como  é reconhecido, grande parte da  comunidade cabo-verdiana, em S. Tomé e Príncipe,  continua a viver nas antigas roças em condições muito precárias – De algum modo, abandonados à sua sorte.  

 Desembarquei, em S. Tomé, a bordo do navio Uige, em Novembro de 1963 para fazer o meu estágio de Agente Técnico Agrícola, da Escola Agrícola Conde S. Bento, em Santo Tirso - Não tendo condições, devido à forma desprezível como ali eram encarados os técnicos, por indivíduos que ascendiam apenas à custa dos anos de serviço  e de uma certa brutalidade; acabei por concluí-lo na tropa, quando ali fui encarregado do sector da  Messe dos Oficiais e da  Agropecuária do quartel .  

Eleições em S. Tomé e Príncipe - Patrice Trovoada, líder da ADI, vencedor das eleições, recebe felicitações dos governos dos PALOP e de outros países, entretanto, episódios de polémica não faltam

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

O partido ADI liderado por Patrice Trovoada venceu as eleições autárquicas de domingo em São Tomé, tendo conquistado as câmaras distritais de Agua-Grande, Lembá e Mezochi, deixando Cauê para MCI/PS-PUN dos irmãos Monteiro, de acordo com dados divulgados quarta-feira pela Comissão Eleitoral Nacional, CEN

A última palavra caberá, naturalmente, ao Tribunal Constitucional - Deseja-se é que, depois de uma certa paralização, por via da pandemia, que afetou estas pacíficas e maravilhosas ilhas e todo o mundo, sejam tempos de unidade, de se unirem esforços e de serenidade e nunca de um retorno a alguma perturbação -

Segundo dados da CEN, ADI de Trovoada conquistou 14 dos 15 mandatos da câmara de Agua-Grande, deixando apenas 01 mandato para o MLSTP-PSD a semelhança de Mezochi, onde ADI obteve 12 dos 13 mandatos e MLSTP-PSD ficou com 01, enquanto em Lembá ADI conquista 06 dos 09 mandatos e MLSTP obteve 03. - Diz STP-Presshttps://www.stp-press.st/2022/09/29/adi-de-trovoada-vence-eleicoes-autarquicas-e-conquita-camaras-de-agua-grande-mezochi-e-lemba/

Por sua vez, o Tela Nõn, adianta que e Patrice Trovoada Presidente da ADI, reafirmou que ganhou as eleições legislativas com maioria absoluta. O líder da ADI, confirmou que já recebeu mensagens de felicitações de governos de África, Europa e América.

Primeiros-ministros de Portugal, de Cabo Verde, os governos da Guiné Bissau e dos Estados Unidos de América já felicitaram, o povo São-tomense, a ADI, e o próprio Patrice Trovoada pela vitória nas eleições legislativas.

«Recebi e falei obviamente, e várias vezes com o Primeiro-ministro de Cabo Verde e de Portugal», confirmou.

São Tomé e Príncipe, é um dos raros países de África,  onde a vida decorre “moli-moli”, marcada por um ambiente pacifico e acolhedor, onde a liberdade de expressão e o pluralismo democrático, salvo um ou outro episódio,  tem sido exemplares

POLÉMICAS  - No entanto, tal como sucede na generalidade dos atos eleitorais, mesmo nos países onde a democracia, há muito se implantou, a política é sempre algo efervescente nos ânimos, entre as diversas sensibilidades, ou aceitar-se a derrota ou a contestá-la

Agora, é o Presidente da Comissão Eleitoral a denunciar negócio partidário de compra de lugares nas mesas de votação

Numa conferência de imprensa esta manhã face as eleições de domingo, o presidente da Comissão Eleitoral Nacional, José Carlos Barreiro disse que “eu estava no meu gabinete, quando alguém veio ter comigo, Senhor Presidente, disseram-me que o partido A vendeu todos seus lugares [da mesa de voto] do distrito de Cantagalo para o partido B”.

 EPISÓDIOS 

Tal como já foi noticiado, não obstante o apelo do Presidente da República, Carlos Vila Nova, à calma e serenidade o acto eleitoral ficou marcado por alguns incidentes.

Na localidade de Bairro do Hospital, nos arredores da capital do país, os populares ergueram barricadas e queimaram pneus, impedindo o acesso à assembleia de voto, em protesto contra a falta de água.

Para o chefe da missão de observação eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Rafael Vidal, considerou que a votação “correu acima das expectativas”. “Até onde a nossa missão pôde observar, e a nossa missão observou grandes zonas do país, inclusive na Região Autónoma do Príncipe, do ponto de vista da chefia da missão, o pleito correu acima das expectativas e entendemos que as expetativas do eleitorado foram cumpridas

 

 

 

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Eleições em S. Tomé e Príncipe – Patrice Trovoada, líder da ADI –Futuro PM - Vencedor das eleições legislativas 2022 - Dados até agora observados confirmam a vitória da Aliança Democrática Independente - Meus votos de que sejam alcançados progressos para o bem-estar destas maravilhosas


Jorge Trabulo Marques - Jornalista


A Ação Democrática Independente (ADI), liderada pelo ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, venceu as eleições legislativas deste Domingo em São Tomé e Príncipe, com um total de 36.549 votos, segundo os dados preliminares divulgados ontem pela Comissão Eleitoral Nacional (CEN), escreve o Notícias ao Minuto.

Os dados provisórios da votação nas legislativas foram apresentados à noite na sede da CEN, na capital são-tomense, mais de 29 horas após o fecho das urnas, uma demora que motivou protestos de militantes da ADI, 

 O partido no governo, liderado por Jorge Bom jesus, atual PM, diz que também fez cálculos com base nos editais saídos das mesas de voto, e os resultados são positivos. «Os nossos dados apontam para um resultado de 22 a 24 deputados para o MLSTP, cerca de 6 deputados para o Movimento dos Cidadãos Independentes, e cerca de 2 a 3 deputados para o Movimento Basta», explicou o vice-presidente do MLSTP.

No entanto, os dados provisórios da votação nas legislativas. que foram apresentados à noite na sede da CEN, na capital são-tomense, 29 horas após o fecho das urnas, dão a vitória ao partido de Patrice Trovoada 

 

Primeiro-ministro Patrice Trovoada - Mensagem nos 40 anos de Independência de São Tomé e Príncipe - Lida na STPtv - 

A última presença do antigo primeiro-ministro são-tomense (2014-2018), Patrice Trovoada, em São Tomé e Príncipe remontava a 2018 após o seu partido -  Ação Democrática Independente (ADI) - ganhar as eleições, sem contudo conseguir governar, voltou na derradeira semana das eleições a juntar-se aos militantes do seu partido na campanha eleitoral com vista às eleições de 25 de setembro, prometendo mudar o país, segundo declarações suas na sua chegada apoteótica ao aeroporto Internacional Nuno Xavier, em São Tomé – E, segundo tudo indica,  vai ser o futuro PM de S. Tomé e Príncipe


O presidente da CEN, juiz José Carlos Barreiros, escusou-se a apresentar a distribuição de mandatos por partido, como é habitual, remetendo para o Tribunal Constitucional essa tarefa, justificando que os partidos têm apresentado “discrepâncias” nas suas próprias projecções.

De acordo com os dados da CEN, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), do primeiro-ministro Jorge Bom Jesus, foi o segundo partido mais votado, com 25.531 votos.

O movimento Basta, criado cerca de três meses antes das eleições, teve 6.874 votos, enquanto o Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Socialista (MCI), que concorreu a estas eleições coligado com o Partido de Unidade Nacional (PUN), e que detinha dois deputados na legislatura anterior, obteve 5.120 votos.

A taxa de abstenção foi de 34,33%.

A declaração do presidente da CEN foi presenciada por observadores internacionais.

2016 - Recebido no gabinete de PT

Os 123.301 eleitores são-tomenses votaram este domingo para escolher os 55 deputados ao parlamento, sendo que dois foram escolhidos, pela primeira vez, pelos círculos da Europa e de África por emigrantes em 10 países, incluindo Portugal.

No total, 11 partidos e movimentos, incluindo uma coligação, concorreram às legislativas.

Os eleitores da ilha de São Tomé também escolheram os seis presidentes de câmara, correspondentes aos seis distritos, enquanto no Príncipe, foi votado o governo daquela região autónoma.

Ainda este Domingo, o presidente da ADI, Patrice Trovoada, reivindicou vitória, com maioria absoluta de 30 deputados, nas legislativas, e anunciou que iria assumir o cargo de primeiro-ministro. Já o MLSTP rejeitou que a ADI tivesse conquistado maioria absoluta e disse que as suas projecções apontavam para um resultado entre 22 e 24 deputados para o partido no poder.

BIOGRAFIA DE PATRICE TROVOADA - Filho do antigo Presidente Miguel dos Anjos da Cunha Lisboa Trovoada e de sua mulher Helena e irmão de Yure Trovoada e Deyse Trovoada, Líder da Acção Democrática Independente (ADI), foi ministro dos Negócios Estrangeiros de setembro de 2001 a fevereiro de 2002. Posteriormente ocupou o cargo de assessor do Presidente Fradique de Menezes para as questões petrolíferas. Em 2006, foi candidato à Presidência da República pela Acção Democrática Independente (ADI), tendo obtido 38,8% dos votos. Em fevereiro de 2008, foi nomeado primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, cargo que ocupou até junho do mesmo ano. Mais tarde, em agosto de 2010, voltou à chefia do governo, para a abandonar em dezembro de 2012. Em 25 de novembro de 2014, voltou a ocupar o cargo de primeiro-ministro,[1] ao ser nomeado pelo presidente da república, Manuel Pinto da Costa. Encerrou suas funções em 3 de dezembro de 2018, com a posse de Jorge Bom Jesus, sendo o primeiro chefe de governo do período democrático a encerrar um período governamental sem ser derrubado antes do fim do termo.

 

 



segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Eleições em S. Tomé e Príncipe - Futuro governo, vai ser liderado por um destes rostos - A continuação de Jorge Bom Jesus, MLSTP-PSD ou do retorno de Patrice Trovoada, ADI -

Jorge Trabulo marques - Jornalista

 Eleições em S. Tomé e Príncipe - Futuro governo, vai ser liderado por um destes rostos - A continuação de Jorge Bom Jesus, MLSTP-PSD ou do retorno de Patrice Trovoada, ADI - Depois dos resultados terem sido homologados pela Comissão Eleitoral Nacional e da aprovação do relatório da Missão Eleitoral de Observadores (MOE) da comunidade lusófona, cuja contagem tem sofrido vários atrasos, até devido às chuvas que se têm feito sentir, segundo informação que pudemos recolher



Apuramento geral dos resultados das eleições deste domingo ainda decorre em São Tomé e Príncipe. Movimento de Cauê é a terceira força mais votada, num ato que ficou marcado por um protesto contra a falta de água potável.

As primeiras projeções avançadas pelas emissoras estatais de rádio e televisão indicam que o futuro governo de São Tomé e Príncipe vai estar entre a Ação Democrática Independente (ADI, oposição), de Patrice Trovoada, e o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP/PSD), de Jorge Bom Jesus, candidato à sua sucessão, mas tudo está ainda em aberto.

O professor universitário Eugénio Tiny avança que o Movimento de Cidadãos Independentes de Cauê, partido socialista que está coligado com o Partido de Unidade Nacional, com grande predominância no distrito de Cauê, sul da ilha de São Tomé, são os grandes vencedores destas eleições.

Disputa renhida – Referem observadores

"A disputa está muito taco a taco", disse em entrevista à DW África. "Há uma força que me surpreende bastante, o MCI, movimento de cidadãos que me parece que vai ficar na terceira posição, pelos resultados que estamos a ouvir até agora, podendo até decidir quem vai governar o país nos próximos anos. Isto é uma surpresa ninguém estava a contar com isto. Mas eu previa isto porque depois das últimas eleições houve muitos problemas e o país ficou dividido."

Eleições em S. Tomé e Príncipe 2022 – Filipe Nascimento, presidente do Governo Regional do Príncipe e líder da UMPP, confirmou a continuidade à frente do Governo Regional - Venceu as eleições com a maioria qualificada e Filipe

Jorge Trabulo Marques - Jornalista


Observadores da MOE da UE seguem o apuramento provisório na Comissão Eleitoral Nacional em São Tomé - A votação, em ambas as duas ilhas, “decorreu acima das expetativas”. – Num “ambiente de grande ordem, disciplina, espírito Cívico –Disse o Chefe da Missão Eleitoral (MOE) da comunidade lusófona -

Prossegue a contagem dos votos - A contagem tem sido lenta e a leitura, até à meia-noite deste domingo, exceptuando a do lider da UMPP, Filipe Nascimento, as demais ainda não eram conclusivas- No entanto, quer o MLSTP-PSD, liderado por Jorge Bom Jesus, atual PM, como a ADI, de Patrice Trovoada, os maiores partidos, de entre os 11 concorrentes, alimentam grandes expetativas e têm-se manifestado confiantes da vitória

As urnas abriram às 07:00 e encerraram às 17:00 locais (mais uma hora em Lisboa), apesar de em algumas mesas de voto, cerca de uma hora e meia depois, ainda se votar. Nas duas ilhas que compõem o país, houve um total de 309 mesas de voto para os 123.301 eleitores

A votação para as eleições legislativas, autárquicas e regional de São Tomé e Príncipe, correram de forma pacifica, embora com alguns atrasos, à exceção do boicote no Bairro do Hospital, na capital, segundo a Comissão Eleitoral Nacional (CEN)..

Segundo o  porta-voz da CEN, Victor Correia, num ‘briefing’ à imprensa. “globalmente todas as mesas de assembleias de voto abriram”, com exceção do Bairro do Hospital, onde “os moradores reclamam água e condicionaram a  a votação”.

Nesta circunscrição, adiantou, não haverá votação hoje, porque a lei indica que se não for possível iniciar em duas horas após a abertura oficial das urnas (07:00 locais, mais uma hora em Lisboa), “a assembleia de voto deixa de funcionar”.

Victor Correia indicou que “houve ligeiros atrasos” no início da votação em “algumas assembleias de voto”, um pouco por todo o país, o que justificou com problemas de transporte que o Governo disponibilizou para o envio dos materiais para as mesas de voto. “Infelizmente o transporte não chegou a tempo nem em quantidade”, referiu o porta-voz

Outro dado interessante, é que cerca de duas mil pessoas com deficiência em São Tomé e Príncipe puderam votar nas eleições, graças a um acordo entre as associações representantes e os taxistas, com o apoio das Nações Unidas, afirmou hoje uma responsável da organização.

Presidente da República Carlos Vila Nova, apelou  aos são-tomenses que considerem o voto como “um dever cívico”, que deve ser feito com responsabilidade, “porque os próximos quatro anos vão depender da acção de cada um”.

No total, 11 partidos e movimentos, incluindo uma coligação, concorreram aos 55 lugares da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe. Pela primeira vez, 14.692 cidadãos residentes em 10 países da Europa e África elegem um deputado por cada círculo.

Os restantes 53 deputados são escolhidos pelos seis distritos da ilha de São Tomé e pela região do Príncipe.

 

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Dia da Mulher de S. Tomé e Príncipe – 19 de Setembro - Assinalado de véspera, em Lisboa, no III congresso da Associação das Mulheres de São Tomé e Príncipe em Portugal,

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista 


O dia 19 de Setembro é o Dia da Mulher de São Tomé e Príncipe. Data instituída em honra à histórica manifestação de 19 de Setembro de 1974, protagonizada por um grupo de mulheres que saiu à rua da capital são-tomense para exigir do governo colonial a independência dessas duas ilhas equatoriais. A Independência viria a ser conquistada um ano depois, a 12 de Julho de 1975.

Nos últimos anos esta efeméride tem sido comemorada com várias atividades, designadamente, políticas, culturais e recreativas, espalhas por vários quadrantes do País.


Foi o que sucedeu, na manhã e tarde, deste último domingo,  no Fórum lisboa, sito na Avenida de Roma, em  Lisboa Portugal,  com a realização do III Congresso da Mulher de São Tomé e Príncipe em Portugal, organizado pela “ A Mén Non – Associação das Mulheres de São Tomé e Príncipe em Portugal”, subordinado ao tema: “O contributo do legado africano para a construção de uma sociedade global”, tendo por horizonte fomentar uma reflexão sobre a importância das raízes culturais de um povo.

Os objetivos do evento, que congregou  vários oradores e participantes, teve como finalidade   especifica Juntar homens e mulheres de São Tomé e Príncipe em geral e em particular os imigrantes espalhados pelo mundo, em torno da questão do património da imigração como expressão cultural nas suas múltiplas facetas, valorização da herança cultural de grupos de imigrantes para construção de identidades coletivas. 

- Trocar experiências culturais (interculturalidade) entre imigrantes (países de origem e os países de acolhimento). - Identificar e debater violência de género no contexto social em São. Tomé e Príncipe e em Portugal. - Identificar e debater as questões para prevenção da saúde mental e vulnerabilidades, em tempos de pandemia e suas condicionantes.


domingo, 18 de setembro de 2022

S. Tomé e Príncipe - Eleições legislativas ao rubro - Patrice Trovoada, líder da ADI e candidato a deputado, regressou a S. Tomé com manifestações de apoio e desagrado, na tarde deste domingo, prevendo-se, assim, que a última semana seja mais ativa e participada

 Jorge Trabulo Marques  - Jornalista 

Pelo vistos, com a chegada do ex-PM, Patrice Trovoada, a carnaval eleitoral vai esta semana conhecer o seu epilogo, com a participação de 11 formações políticas, que vão  

 disputar 55 deputados ao Parlamento são-tomense, em 123 mil eleitores dia 25, incluindo dois da diáspora pelos círculos eleitorais da Europa e de África. 


O presidente da Ação Democrática Independente (ADI), chegou ao Aeroporto Internacional Nuno Xavier num voo privado pelas 12:45 (mais uma hora em Lisboa), onde era aguardado no exterior por milhares de apoiantes, vestidos com t-shirts e bonés amarelos e azuis, as cores da ADI.

Nas primeiras declarações aos jornalistas, Trovoada disse sentir “uma grande emoção” e que o seu desejo é “falar com os são-tomenses”.

Além dos milhares de apoiantes que esperavam Patrice Trovoada, algumas dezenas de pessoas quiseram mostrar o seu desagrado com o regresso do antigo governante. Em cima de carrinhas de caixa aberta, homens completamente vestidos com panos pretos dirigiam-se hoje de manhã para o aeroporto.

"Estamos de luto. Para nós, Patrice morreu", disse à Lusa um dos homens, que criticava a ausência do ex-primeiro-ministro do país durante quatro anos.

Patrice Trovoada, que chefiou executivos são-tomenses em três ocasiões, a última das quais entre 2014 e 2018, com maioria absoluta, saiu do país pouco após as eleições legislativas de outubro de 2018, que o seu partido venceu, mas não conseguiu formar governo perante um acordo pós-eleitoral entre o MLSTP/PSD e a coligação PCD/UDD/MDFM, que reclamaram maioria absoluta. https://www.asemana.publ.cv/?Patrice-Trovoada-regressa-a-Sao-Tome-e-Principe-para-reta-final-da-campanha-das&ak=1

Jorge Bom Jesus mostra-se convencido que vai ganhar as eleições legislativas de 25 de Setembro  -Pelo lado do MSLTP-PSD, partido fundador da nacionalidade santomense, as manifestações de apoio nas ruas, também têm sido calorosas e muito participadas – O atual PM, acredita na vitória do seu partido.

Falando no auditório do Palácio dos Congressos onde se realizou o congresso electivo da juventude do MLSTP, em Água Grande, justificou a sua esperança em “trabalho feito em favor da juventude do país”. 

“Nós acreditamos que a juventude do MLSTP vai, no dia 25 exercer o seu papel, fortalecendo a política do partido de modo que nós, o MLSTP, ganhemos no dia 25 essas eleições legislativas, autárquicas e regional na ilha do Príncipe”, concluiu Bom Jesus. 

Neste congresso, os mais de 600 jovens delegados presentes elegeram Abdul Silva, natural de São Marçal, novo secretário distrital da JMLSTP em substituição de Vinício de Pina, actual ministro da Juventude, Desporto e Empreendedorismo. 

Náufragos das pirogas santomenses – 10 dias à deriva do sul de S. Tomé aos Camarões - Frequentes os naufrágios nos mares dos tornados e tubarões no Golfo da Guiné

Jorge Trabulo Marques - Jornalista

Não há episódio mais dramático, que o protagonizado por um náufrago. Já o vivi. Mais uma vez o drama tocou a dois corajosos pescadores, Severino e Octávio, que, por avaria do motor, depois de terem partido para a faina no mar de Porto Alegre, estivaram 10 dias a deriva no alto mar antes de terem passado por uma ilha cujo nome não fixaram para três dias depois chegarem a fronteira dos Camarões, onde permaneceram por vários dias, tendo regressado a S. Tomé, 45 dias depois de terem sido dados como desaparecidos no alto mar do arquipélago.



De acordo com as declarações a STP-Press, ambos pescadores congratularam-se com a solidária intervenção do cidadão Delfim Neves, Presidente do Parlamento que em parceria com Consolado são-tomense nos Camarões conseguiu colocá-los de regressa ao território são-tomense.


Em Julho de 2014, Idalécio, de 22 anos, e, José António, de 49, pescadores nas canoas da Praia Melão, em São Tomé, andaram cinco dias perdidos no mar, viveram um drama, que dificilmente jamais esquecerão para o resto da vida, até serem resgatados por uma traineira na costa nigeriana - Quando se viram sozinhos na canoa, na solidão imensa do mar, o cenário pareceu-lhes o fim do mundo – Rezaram e pediram que Deus lhes desse coragem - E a fé – que é um bom suplemento à confiança – salvou-os!

É tema, de ontem, de hoje e de sempre. Seja qual for o oceano, há em todas as águas, em todos os mares, vidas tragadas pela violência das vagas ou que sucumbem, vítimas da incerteza ou do desespero, do um atroz sofrimento da fome e da sede.

Só quem passou por essa terrível situação, sabe avaliar quão angustiosos são esses dias e noites de abandono e incerteza – Especialmente a bordo de uma frágil canoa – E, de facto, são muito frequentes os desaparecimentos de pescadores nas canoas, nos mares em torno destas maravilhosas Ilhas do Equador. De volta e meia, sucedem noticias destes dramas. Por vezes, com desfecho feliz, porém, mais das vezes, é o pescador que parte ou pescadores que partem da sua praia e nunca mais voltam.

Já me referi a esta questão, em postagens anteriores deste meu blogue – Nomeadamente, a uma reportagem que cheguei a publicar, antes do 25 de Abril, na Revista na revista Semana Ilustrada, de Luanda, de que era correspondente, em São Tomé – Porém, creio que pela primeira vez, já que estes dramas, geralmente passavam à ,margem das preocupações coloniais.


"Foi no dia 12 de Junho de 1972, que Manuel Quaresma e Fernando Afonso - aquele com 32 e este com 40 anos - se fizeram na sua canoa ao mar. Largaram de manhã cedinho, como habitualmente. O sol, muito brilhante nesse dia, nascera-lhes lá fora, ao largo. Com eles, outros companheiros de faina, partiram em suas canoas. Iam pescar, para algumas milhas mas com a Ilha sempre à vista. A tê-la constantemente a seu lado, pois nenhum deles possui processos de orientação. Pescar era pois o objectivo de todos. E o de voltar, como não podia deixar de ser. Porém, para Manuel Quaresma e Fernando Afonso, tal não aconteceria. Um tornado surpreendeu-os, deixou-os desorientados e completamente à deriva. Eram mais ou menos duas da tarde quando isso aconteceu. O mar ficou de calema, segundo a linguagem sua, a ilha encoberta por densa neblina e o horizonte esfumou-se. A partir de então ficaram sem saber em que ponte se encontravam e para onde navegavam.

(...) Salvos cinco dias depois

Não foi tanto a fome que os martirizou mas a sede - "Para mitigar a sede, sobretudo a secura dos lábios e da boca, que a ardência de um sol forte, equatorial, impiedoso, os causticava, valeram-se de óleo de palma (imagine o leitor qual não terá sido a aflição dos pobres homens para chegar a este ponto!) e chuparem os próprios chumbos para criarem saliva na boca" (....) Eram decorridos já cinco dias e cinco noites, quando finalmente, viram contornos de terra