Funeral da Luso-Santomense, Catarina Barros de Sousa, realizou-se a meio da tarde de hoje, no cemitério dos Prazeres em Lisboa, marcado por lágrimas e sentimentos de comovente consternação e de profunda dor e pesar
Jorge
Trabulo Marques - Jornalista - Com Video do último Adeus
Na imagem o pai, Luís
Sacadura, chora vertido em doloroso pranto, debruçado sobre a última morada da
sua querida filha. Catarina Barros de Sousa - O Adeus
Num dia de sol – Com ramos e coroas de rosas e de flores mas com
profunda tristeza. - Partem cedo aqueles que os deuses amam,
deixando, porém, órfãos e muito tristes os que lhe são mais queridos e os
muitos amigos –- "A pneumónica levou a minha querida tia, aos 22 anos! Era
muito bonita!.. Eram todos muitos bonitos! A Catarina era linda! – Diz o seu
pai, Luís Sacadura, de origem Madeirense, num desabafo de profunda dor,
vertido de lágrimas. Confessou-nos o seu orgulho pela sua família:
O avô Barros e Sousa, foi juiz e era da Madeira. O seu pai foi comandante
militar em Vendas Novas e em Coimbra
O corpo de Catarina
Figueiredo Mascarenhas de Barros e Sousa, este o seu nome completo. nascida em
Lisboa, em 25 de Julho de 1969, que completaria 51 anos, dentro de poucos
meses, assassinada brutalmente a golpes de catana no gabinete do hotel em que
trabalhava, no passado dia 2, episódio criminoso que surpreendeu e chocou São
Tomé e Príncipe, foi a meio da tarde de hoje conduzido ao Cemitério dos
Prazeres, em Lisboa, depois das cerimónias fúnebres que decorreram na Basílica
da Estrela.
O funeral contou
com a presença de seu pai, Luis Sacadura, irmãs, sobrinhos, genros, netos e amigos
da família, além de pessoas anónimas de nacionalidade
portuguesa, santomense, cabo-verdiana, brasileira e de outras nacionalidades, que
fizeram questão de vir testemunhar a sua solidariedade
e sentimentos de pesar à família enlutada.
Eram, sensivelmente quatro
horas da tarde, quando a viatura, que transportava a urna, coberta de coroas de
flores, entra na arcada do portão principal do segundo maior cemitério de
Lisboa, que, após alguns momentos de abraços de pesar de breves mas
sentidas condolências, depois se encaminhou, seguida de
perto de todos os presentes, para junto
da parede de uma ala, onde a urna iria ser colocada num dos caixões
de mármore e, sob o sopé, depositadas várias coroas e ramos de
flores, após a mesma ter sido posta sobre uma mesa articulada para o
último adeus, onde o pai da inditosa Catarina, amparado por familiares, se
debruçou em comovente choro de lágrimas de muita dor e emoção.
E
o corpo daquela graciosa mulher, que, há 12 anos chegou de Portugal a este maravilhoso arquipélago
africano numa ação de voluntariado com as crianças de rua. sim, que até há uns dias atrás,
era alegria de muitos rostos infantis, com quem partilhava muito do seu tempo,
em manifestações de apoio e carinho, tendo já a dupla nacionalidade, pessoa muito ativa na
comunidade, conhecida e muito admirada, ali iria repousar na
cidadela do silêncio e da paz eterna, deixando profundas mágoas de
tristeza e dor nos corações dos seus entes queridos e de todos quantos ali lhe
quiseram prestar a sua singela homenagem e solidarizar-se em horas de tão
grave dor e consternação.
Situado no quadrante
Ocidental, o Cemitério dos Prazeres, onde há ruas, números de portas, bairros nobres e caros e outros mais simples
e modestos, mas onde a arte fúnebre, arquitectura, escultura e genealogia. se
expressa sob as mais diversas formas ou requintes artísticos, como verdadeiros
museus ao ar livre, cidadela onde milhares
de vidas, desde há quase 200 anos, com ou sem obras valorosas, vidas sem
glórias e anónimas mas sofridas, por desencantos, desgostos ou por
qualquer outro tormento, “Se vão da lei
da morte libertando”
Reza a sua história,
que foi aberto nos terrenos de uma quinta de que herdou o nome, Prazeres.
Construído em 1833, na sequência de uma violenta epidemia de cólera morbus, que
sedestinava a terminar, finalmente, com
os enterros nas igrejas, nas capelas ou em claustros de conventos, que
comprometiam a saúde pública. E onde repousam grandes figuras da história
nacional portuguesa, nos mais diversos ramos, sobretudo nobres, políticos,
actores, cantores, escritores, pintores e apresentadores de televisão. além de
milhares de outros cidadãos, onde impera o silêncio e a paz dos restos mortais
dos que já partiram, lugarsossego convida
à contemplação
“Espaço de 12 hectares, que, já no século XVI, serviu de refúgio a
muitos enfermos das várias epidemias que então assolaram a cidade de Lisboa.,
cortado por inúmeras ruas ladeadas de enormes ciprestes, amais antiga
concentração de Peninsula Hibérica, onde
o silêncio e a tranquilidade imperam. O sossego convida à contemplação e todas
aquelas construções nos falam do passado, das pessoas que as mandaram fazer,
das que partiram para sempre, das que ficaram com a saudade. "A fé
conserva unidos os que a Morte separa", pode ler-se numa lápide. https://pt.wikipedia.org/wiki/Cemit%C3%A9rio_dos_Prazeres
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