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sexta-feira, 28 de julho de 2017

Portugal e a Guiné Equatorial - Embaixador Tito Mba Ada: “Portugal é um dos países que beneficiou da integração da Guiné Equatorial na CPLP, em termos de negócios”. “Temos muitas ligações antigas com Portugal, e a Comunidade é uma prioridade para a Guiné Equatorial, e queremos que todos os dias venham portugueses conhecer este belo país” – Três séculos, possessão portuguesa, que o tratado de El Pardo separou contra a vontade do povo nativo: “




Jorge Trabulo Marques -  - Convidado especial  em Bata e Malabo - Guiné Equatorial - 42 anos depois de ter sido encarcerado para ser condenado à pena de morte por Macias Nguema, na famigerada cadeia Central, por suspeita de espionagem, quando ali acostei a bordo de uma piroga, após 38 longos dias de naufrágio   

1771 - Ano Bom
Fernando Pó - 1771
Embaixador Tito Mba Ada: “Portugal é um dos países que beneficiou da integração da Guiné Equatorial na CPLP, em termos de negócios”. “Temos muitas ligações antigas com Portugal, e a Comunidade é uma prioridade para a Guiné Equatorial, e queremos que todos os dias venham portugueses conhecer este belo país Três séculos, possessão portuguesa, que o tratado de El Pardo separou contra a vontade do povo nativo: “convocando o Capitão Mor da sobredita Ilha, e alguns negros mais principaes, lhe propus as ordens de Sua Mag, dizendo lhes hera preciso jurarem obediencia a El Rey Catholico, me responderão que não, e que elles não conheciao senão a El Rey de Portugal, e que do de Espanha nunca ouvirão falar; ao que se sseguio hum motim geral de Homens e/ Mulheres”


Jorge Marques  com o Embaixador Tito Mba Ada


“Cremos que muitos portugueses não conhecem a Guiné Equatorial. Têm que vir conhecer a Guiné Equatorial, investir na Guiné Equatorial, conhecer os guineenses, e trabalhar juntos, porque juntos somos mais fortes e competitivos” – Declarou-me,  o Embaixador Tito Mba Ada, numa honrosa e interessante entrevista, que me concedeu  no Centro de Conferências de Ngolo, em Bata, no encerramento do VI Congresso Ordinário do Partido Nacional Democrático da Guiné Equatorial, que decorreu, na primeira semana de julho, em ambiente de calorosa e significativa participação,  com transmissões diretas da televisão nacional e   das várias cadeias estrangeiras,   sob o Lema A Renovação Continuidade


O referido evento, que foi presidido por Teodoro Obiang, fundador do partido  e Presidente da Guiné Equatorial,  destacou a situação de paz e de progresso político e socioeconómico no seu país, comparativamente ao ambiente de conflitualidade, fome, marginalização, deslocamentos em massa de outras nações africanas.




A Guiné Equatorial foi admitida a 23 de Julho de 2014 como membro CPLP, na X cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, em Díli, na sequência de  um processo de dez anos.

Tito Mba Ada, que é também representante da missão permanente da Guiné Equatorial junto da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), reside em Portugal, pais pelo qual se confessa apaixonado:

Cremos que muitos portugueses não conhecem a Guiné Equatorial. Têm que vir conhecer a Guiné Equatorial, investir na Guiné Equatorial, conhecer os guineenses, e trabalhar juntos, porque juntos somos mais fortes e competitivos

Portugal é uma potência turística, porque acolhe mais de três milhões de turistas, então é um dos países que sabem gerir a afluência turística. A Guiné Equatorial é um destino óptimo, um dos melhores de África, e é uma prioridade para o Governo do meu País, portanto é uma área decisiva.

Questionado em que outras áreas, os portugueses poderiam investir no seu país,  a nível empresarial, respondeu-nos que na “agricultura, na pequena indústria, no mar e pescas, o mar tem recursos importantes para a alimentação e para a ciência, portanto Portugal tem óptima oportunidade de investimento, e também na língua portuguesa – Portugal tem que investir, aqui, na língua portuguesa, para fazer negócios em português. Gostaríamos que Portugal oferecesse bolsas de estudo para que estudantes da Guiné Equatorial possam ir estudar naquele país, sendo uma garantia da integração. Neste campo, a Guiné Equatorial não deve fazer esforços unilaterais.

Você esteve aqui, dia e noite, em qualquer lugar, com a sua câmara, esteve perto do Presidente, foi bem recebido na Guiné Equatorial, e, portanto, queremos que seja o melhor interlocutor, o melhor embaixador da Guiné Equatorial.

Recebido pelo Secretário-Geral do PDGE
E, na verdade, nos dias em que ali estive, sentim-me tranquilo e feliz – Quer em Malabo, quer em Bata, Cidade portuária da Guiné Equatorial, capital da Província continental, Mbini (antiga colónia espanhola de Río Muñi)l e  segunda maior cidade do país.- Naquela que é também classificada como a “suíça africana”  - Pelo rasgo e criatividade arquitetónica dos seus edifícios, das suas largas e belas  avenidas marginais, praias de areia fina a perderem-se de vista, a curta distância por excelentes estradas – Creio que mais  livre e mais segura que a generalidade das capitais europeias  –  Naquela que é também classificada como a “suíça africana”  - Pelo rasgo e criatividade arquitetónica dos seus edifícios, das suas largas e belas  avenidas marginais, praias de areia fina a perderem-se de vista, a curta distância por excelentes estradas – Cremos que mais  livre e mais segura que a generalidade das capitais europeias



QUEM É QUE DIZ QUE A  GUINÉ EQUATORIAL NÃO DEVERIA PERTENCER À CPLP? - UM TERRITÓRIO DESCOBERTO POR PORTUGUESES E NA SUA POSSE MAIS DE TRÊS SÉCULOS? - Não foram os pobres  e humiles negros que quiseram deixar de pertencer à coroa de Portugal, bem pelo contrário, até se opuseram violentamente quando foram confrontados com as imposições régias, mas os arranjos palacianos - 

“Nossa Senhora da Graça, aos 30 de Novembro de 1778, fundeado em a enciada da Ilha de Anno Bom  - Attesto em como dando fundo na enciada de Anno Bom em o dia quinta feira 26 de Novembro, e dezembarcando em o dia sabado 28 para dar posse ao Commissario de Sua Mag.de Catholica da sobredita Ilha conforme as ordens de que vinha munido pela minha Soberana, dezembarcando em companhia do sobredito commissario e mais officiaes, que nos acompanhavão para Testemunhas daquelle Acto; nos dirigimos a Igreja, levando em nossa companhia vinte soldados armados, e tendo se celebrado o officio Divino da Missa acabado elle convocando o Capitão Mor da sobredita Ilha, e alguns negros mais principaes, lhe propus as ordens de Sua Mag.de Fidelíssima, para a cessão da mesma, dizendo lhes hera precizo, que juraçem obediencia a El Rey Catholico, como determinava a Nossa Soberana, ao que me responderão o não podião fazer sem convocarem o Povo, estando a este tempo ja todo junto em motim, e propondo se lhe com effeito em altas vozes, as ordens que trazia, em motim responderão todos, que não, e que elles não conheciao senão a El Rey de Portugal, e que do de Espanha nunca ouvirão falar; ao que se sseguio hum motim geral de Homens e/ Mulheres, e sem embargo de muitas deligencias, que todos fizemos para os reduzir e aplacar, nada foy bastante para os podermos conseguir, pelo que tomamos a rezolução de voltar para bordo, intimando lhes, que no dia Successivo voltariamos a Terra, e que levaríamos gente para por força, ou vontade executacem as ordens da Nossa Soberana; com effeito voltamos no dia Domingo com gente suficiente para rebater todo o insulto, e ineaminhando nos à Igreja, nos receberão em motim com Procissoens de Mulheres com Caiveiras e ossos de mortos, e com tanta motinaria, que com muito trabalho, depois muitas deligencias conseguimos dezembaraçar se a Igreja para se poder celebrar o Santo Sacrificio da Missa, e findo este acto, continuamos na deligencia da reducção, sem conseguirmos mais que a continuação da sua pertinacia", 

A ENTREVISTA  ESPONTÂNEA - (registada também no vídeo acima) COM O EMBAIXADOR TITO MABA ADA - QUE MA CONCEDEU POUCO DEPOIS DA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA DO PRESIDENTE OBIANG



Encontro-me, aqui, na sala do Congresso do Partido Democrático, junto do Sr. Embaixador da Guiné Equatorial em Lisboa, o homem que, durante estes três dias, acompanhou os trabalhos, teve aqui, mesmo, a conferência de imprensa. A sala já está vazia, mas ele está aqui presente. O Sr. Embaixador, a quem eu devo, também, a amabilidade de ter vindo aqui. O homem que se interessou pela integração da Guiné Equatorial na CPLP, porque, como é sabido, a Guiné Equatorial tem laços históricos muito antigos com Portugal, quase seiscentos anos.

- Foi promovido, os meus parabéns, a Conselheiro. O que é que lhe vai permitir esta promoção?

Obrigado. Consideramos que a Guiné Equatorial não é muito conhecida em Portugal, e convidamos os portugueses a conhecer a Guiné Equatorial real – não aquela Guiné Equatorial que vêem nos comentários. Por isso, gente como você, agora, são os melhores embaixadores, para comentar, para falar da Guiné Equatorial.

- Eu vou tentar, pelo que vi: pela paz, pela liberdade. Fala-se que não há partidos…

Você esteve aqui, dia e noite, em qualquer lugar, com a sua câmara, esteve perto do Presidente, foi bem recebido na Guiné Equatorial, e, portanto, queremos que seja o melhor interlocutor, o melhor embaixador da Guiné Equatorial.

- Claro que vou ser! Sr. Embaixador, a CPLP, foi um trabalho difícil, não foi?

Devo reconhecer que abrir caminhos, não é fácil. Como primeiro Embaixador junto da CPLP tinha que criar a estrutura física, o escritório, marcar a presença da Guiné Equatorial na Comunidade. E por isso agradecemos o conjunto dos países que, no dia a dia, trataram a Guiné Equatorial como mais um dos seus.

- Há pouco falou-se dum grupo de empresas da CPLP…

No quadro da CPLP, a Guiné Equatorial está a acolher várias empresas…

- E as empresas portuguesas são bem-vindas aqui?

Portugal é um dos países que beneficiou da integração da Guiné Equatorial na CPLP, em termos de negócios.

- Portanto, como já me disse, Portugal beneficiou com a sua entrada na CPLP. Curiosamente, não vimos aqui ninguém do Governo português…

Bom, não posso falar desse assunto.

- Mas Portugal tem muito a lucrar?

Temos muitas ligações antigas com Portugal, e a Comunidade é uma prioridade para a Guiné Equatorial, e queremos que todos os dias venham portugueses conhecer este belo país.

- O que acha que devia ser feito, aqui, por Portugal, para intensificar essa relação? Se, por um lado, a Guiné Equatorial já tem o seu espaço, em Lisboa, já fez esse esforço de integração, o que é que falta

fazer, por parte de Portugal, para que essa integração seja mais profícua, mais intensa?

Creio que faz falta passar da teoria à prática. Cremos que muitos portugueses não conhecem a Guiné Equatorial. Têm que vir conhecer a Guiné Equatorial, investir na Guiné Equatorial, conhecer os guineenses, e trabalhar juntos, porque juntos somos mais fortes e competitivos.

- Está-se a referir a empresas, isto, já não falando no turismo, porque, realmente, já vi que há bonitas praias, há hotéis confortáveis, há condições excepcionais, há tranquilidade, há segurança, respira-se liberdade, portanto, o turismo também é bem-vindo, naturalmente?

Portugal é uma potência turística, porque acolhe mais de três milhões de turistas, então é um dos países que sabem gerir a afluência turística. A Guiné Equatorial é um destino óptimo, um dos melhores de África, e é uma prioridade para o Governo do meu País, portanto é uma área decisiva.

- Em que outras áreas acha que os portugueses poderiam investir aqui, a nível empresarial?

Na agricultura, na pequena indústria, no mar e pescas, o mar tem recursos importantes para a alimentação e para a ciência, portanto Portugal tem óptima oportunidade de investimento, e também na língua portuguesa – Portugal tem que investir, aqui, na língua portuguesa, para fazer negócios em português. Gostaríamos que Portugal oferecesse bolsas de estudo para que estudantes da Guiné Equatorial possam ir estudar naquele país, sendo uma garantia da integração. Neste campo, a Guiné Equatorial não deve fazer esforços unilaterais.

- Portanto, cabe a Portugal, também, tomar essas iniciativas, isto é, a promoção do Português através do ensino a estudantes que queiram frequentar esses cursos.

A pena, para mim, é que este grande acontecimento deveria ser visto em Portugal, e no mundo português…

- …e não há cá ninguém…


Convidámos a RTP África para que estivesse presente, mas, de 25 ou 30 meios de comunicação mundiais, o mundo português perdeu, uma vez mais, a oportunidade. Convidámos, e estávamos à espera da RTP África, que seriam bem-vindos.

- Mas tomaram conhecimento deste Congresso, com certeza?

Pergunta-lhes a eles…

- Claro, claro. Sr. Embaixador, como é possível gerir: é Embaixador da Guiné Equatorial em Lisboa, em Cabo Verde, outros países estão interessados nas suas qualidades, mas está apaixonado por Lisboa, e pela Guiné Equatorial. O que é que o prende aqui?

Penso que o Presidente da República me confiou uma pasta importante, e tenho que corresponder a essa confiança. Creio que mais vale dormir pouco, mas tenho um grande desafio, gostaria que o tempo que vou estar nestes cargos me permitirá dinamizar a cooperação com os países da minha jurisdição, e também marcara uma boa presença da Guiné Equatorial na CPLP.

- Como é que consegue gerir: estar na Guiné, estar em Cabo Verde, estar em Portugal – é um trabalho de paixão?



Gosto muito do trabalho, não perco tempo, tenho em consideração o trabalho que dá, mas o mais difícil é ter um pé em Lisboa, para marcar a presença na CPLP, mas também tenho que vir aqui, induzir, encorajar, para que a dinâmica da CPLP possa seguir o seu curso aqui na Guiné Equatorial. Agora, os resultados são muito positivos, organizámos a Reunião de Ministros de Defesa da CPLP, aqui em Malabo, o mês passado, organizámos, também uma Reunião Técnica de Energia da CPLP, organizámos uma Reunião de Governo Electrónico da CPLP, organizámos a Reunião Técnica de Polícias e Segurança da CPLP. Em pouco tempo de integração na CPLP, estamos a mostrar a nossa capacidade para atrair, convidar, acolher grandes eventos.

- A nível da imposição da língua, já me disse que Portugal deve dar a sua colaboração e envolvimento.

Não foi imposição. A Guiné Equatorial solicitou entrar na CPLP, e acordou, voluntariamente, adoptar a língua portuguesa como a terceira língua. Agora, ninguém pode aprender, e falar, uma língua em dois dias. Portanto, a Guiné Equatorial, como sabe, agora está a transmitir telejornais em português, estamos a fazer esforços, e precisamos que a nossa Comunidade apoie a Guiné Equatorial, em matéria de língua portuguesa.

- Qual o próximo acontecimento que prevê para a CPLP, aqui?

O próximo acontecimento vai ser a Reunião de Conselho de Ministros, mas em Brasília, que terá lugar no dia 20, daqui a duas semanas.

Mas, agora, falando deste Congresso, que balanço lhe apraz fazer destes três dias?

O balanço do trabalho de 3 dias é positivo. É positivo, porque trata-se do 6º Congresso Ordinário do Partido, onde renovou as estruturas internas, com a incorporação de novos membros. O Partido informou sobre o relatório de actividades do último congresso até agora, que foi positivo. Incorporou ideias: como alargar a estratégia de desenvolvimento do país, para lutar contar a pobreza, e dedicou também algumas tarefas, como a luta contra a delinquência. O Partido tem como base fundamental manter a paz, e a estabilidade, e também denunciou algumas injustiças internacionais.

- O Sr. Presidente falou aqui do que se passa em França, na Justiça. Há ataques, inicialmente, contra o Presidente e, agora, contra o seu filho.

Como disse o Sr. Presidente, trata-se de um juízo sem base legal. Ninguém pode falar em nome da Guiné Equatorial sem autorização. Não há elementos para fazer um juízo contra as ditas personalidades, é um juízo montado.

- Querem transformar este país, como fizeram na Líbia e no Iraque…

Exacto. Querem vir desestabilizar, e depois roubar os recursos naturais.

- Sr. Embaixador Tito, foi um prazer estar aqui consigo ao lado, cumprimenta-lo, a quem eu devo esta vinda aqui, como já lhe disse, o Presidente Obiang salvou-me a vida, e agradeço-lhe a sua sensibilidade, como grande admirador das qualidades do Presidente Obiang. É, realmente, uma pessoa fidelíssima, e apaixonada, que quase não dorme, não consegue dormir, e acompanha os seus passos. Muito obrigado.

Muito obrigado.

A República da Guiné Equatorial é o terceiro maior produtor de petróleo da África Subsaariana, a seguir à Nigéria e a Angola. - Senão tivesse riquezas no subsolo e nas suas florestas, a população podia morrer à fome ou ser atormentada por qualquer enfermidade, que os mercenários não se importavam, simplesmente a ignoravam

A RAPINA AOS RECURSOS  PETROLÍFEROS - ESTA A EXPLICAÇÃO PELA QUAL A GUINÉ EQUATORIAL ´E O ALVO PREDILECTO DA BANDITAGEM INTERNACIONAL E DA MEDIA SERVENTUÁRIA 

Estive em Malabo e em Bata, participei na abertura do 6º congresso do Partido Democrático da Guiné Equatorial, e, no encerramento, assisti, filmei e fotografei a conferência dada pelo Presidente Obiang às várias cadeias de televisão.

Andei à vontade e tranquilamente  por onde quis: usei a Internet, sem restrições, editando postagens neste site - Não fui, como jornalista mas como convidado especial - Privei e convivi com diplomatas, altas figuras do Estado, tendo tido mesma a assistência médica do próprio médico pessoal do Presidente, devido a um desarranjo intestinal, que me vinha preocupando, desde há dois anos,  e convivi com o administrador do seu palácio e um dos seus familiares; fui recebido pelo Secretário-Geral do PDGE - Com Obiang ficou prá agendar. pois ele lembra-se de mim e manifestou também desejo em receber-me  Falámos e sorrimos com gente simples e anónima. 

A Guiné Equatorial foi admitida a 23 de julho de 2014 como membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na X cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, em Díli, concluindo um processo de dez ano


Os primeiros europeus a explorar as quatro ilhas do  golfo da Guiné, (1470-71-72) S: Tomé e Participe, Ano Bom e Fernando Pó, foram os navegadores portugueses, comandados por João de Santarém, Pero Escobar e Fernando Pó,  nome pela qual passaria a ser conhecida a atual Ilha de Bioko, depois de ter sido inicialmente batizada por Ilha Formosa, talvez  devido  à  formosura luxuriante  da sua vegetação, tal como, de resto,  ainda hoje se apresenta aos olhos maravilhados dos visitantes 

Sem se pretender entrar em pormenores, que  dão páginas de história, todas as ilhas  permaneceram em mãos portuguesas até Março de 1778. "Depois do Tratado de Santo Ildefonso (1777) e do Tratado de El Pardo (1778), as ilhas de Ano Bom e Fernando Pó,  foram cedidas a Espanha, em troca de territórios localizados na América do Sul, que haveriam de demarcar o Brasil que hoje é.


"Durante o chamado "reinado do terror", o ditador macias Francisco Macías Nguema liderou quase um genocídio  (...) Nos últimos anos de seu governo,  a Guiné Equatorial, chegou mesmo a ser conhecida como a "Auschwitz da África"
"Guineans believed their first president had supernatural powers. Using the knowledge of witchcraft he inherited from his sorcerer father, President Francisco Macias Nguema built a huge collection of human skulls at his homestead to beat his subjects to submission" In FRANCISCO MACIAS NGUEMAThe mad man from Equatorial

.
A 3 de agosto de 1979, seu sobrinho Teodoro Obiang Nguema Mbasogo organizou, com a ajuda de parte do exército, um golpe de estado que derrubou Francisco Macías.”  –  E foi justamente ele, que, três anos antes, quando ali aportei, nos finais de Dezembro de 1975,  contrariando as ordens de seu tino, me libertaria do famigerado cárcere e da iminência de se condenado à forca Quando ali aportei, nos finais de Dezembro de 1975.









Gracias Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo! Gracias Embajador Tito Mba Ada - Que Dios bendiga para el progreso y el bienestar del Pueblo de Guinea Ecuatorial - Pela oportunidade que me deram de voltar a um país, bem diferente daquele que eu conhecera há 42 anos, oprimido pelo despotismo e pelo terror extremamente pobre - Sendo agora a Nação mais próspera, maravilhosa e tranquila, entre as nações do grande continente africano - Andei por onde quis, sozinho ou acompanhado; ninguém me molestou, só encontrei sorrisos e gestos de amabilidade e simpatia - Dias inesquecíveis que vão perdurar para o resto da minha vida - Sim, o sonho foi além da imaginação - Agora já Deus me pode levar quando quiser - 

Pormenores da minha odisseia vivida há 42 anos  - Descrita neste site em: https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/perdido-no-golfo-27-de-nov-1975-38-dia.html

https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/34-dia-perdido-no-golfo-da-guine-nao.html

Tito Mba Ada, Embaixador da República da... - União Exportadores .... Missão Permanente da Guiné Equatorial junto da CPLP inaugura .... Embaixador diz que “Portugal é uma das prioridades da Guiné .. Secretária Executiva recebe Embaixador da Guiné Equatorial junto da …...Guiné Equatorial garante estar a cumprir roteiro definido com a CPLP……Empresários da CPLP apontam para reforço do comércio .... Missão da Guiné Equatorial na CPLP, atribui - odisseias nos mares Audiência ao Embaixador da República da Guiné Equatorial em ....... Embaixador diz que “Portugal é uma das prioridades da Guiné ….Embaixador garante compromissos assumidos com a CPLP |Embaixador da Guine Equatorial Tito Mba Ada em Setubal ....... Bombarral e Guiné-Equatorial unidos por Fernão do Pó - Município do ...


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quarta-feira, 26 de julho de 2017

Em S. Tomé há dois anos – Exposição “SOBREVIVER NO MAR DOS TORNADOS – 38 DIAS À DERIVA NUMA PIROGA” - No Centro Cultural Português, em S. Tomé - 28 a 30 de Julho “Contar-te longamente as perigosas/ Cousas do mar, que os homens não entendem,/ Súbitas trovoadas temerosas,/ Relâmpagos que o ar em fogo acedem”….

Exposição - No Centro Cultural Português, em S. Tomé - 28 a 30 de Julho

SOBREVIVER NO MAR DOS TORNADOS
38 DIAS À DERIVA NUMA PIROGA

Finalmente, graças à compreensão e ao louvável acolhimento da Embaixada de Portugal em São Tomé e Príncipe vou poder concretizar um velho sonho: apresentar, na capital destas maravilhosas ilhas, e no Centro Cultural Português, a exposição fotográfica e documental, que esteve patente no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, de 10 de Março a 10 de Abril de 1999, inserida no espírito da Expo98, “Os Oceanos”, subordinada ao título: SOBREVIVER NO MAR DOS TORNADOS – 38 DIAS À DERIVA NUMA PIROGA.


Sou natural da aldeia de Chãs (20 de Janeiro de 1945) do concelho de Vila Nova de Foz Côa, onde, nos últimos anos, após ali ter descoberto, em 2002, vários alinhamentos pré-históricos, com os equinócios e solstícios, tenho sido o responsável pela coordenação de vários eventos culturais. Sou jornalista (da ex-Rádio Comercial RDP), tendo vivido vários anos em São Tomé – ilha onde desembarquei, em Novembro de 1963, para um estágio, na Roça Uba-Budo, da Companhia Agrícola Ultramarina, do meu curso de Agente Rural, da Escola Agrícola de Santo Tirso. Várias foram as profissões que aqui exerci, até os primeiros passos do jornalismo, assim como também muitas foram as vicissitudes, bem como os dias mais felizes da minha vida, aqui vividos, entre aquela distante data e Outubro de 1975, cujas histórias dariam talvez matéria para alguns livros. Mas ficará para ocasião oportuna.



O objetivo desta exposição é associar-me ao espírito das comemorações do 40.º aniversário da Independência de São Tomé e Príncipe; mostrar à população destas encantadoras ilhas, às generosas e pacíficas gentes deste jovem país, das quais tenho as mais gratas recordações, um conjunto de várias fotografias, artigos, excertos do meu diário de bordo, entre outros documentos, das minhas aventuras marítimas e da escalada do Pico Cão Grande, com a colaboração de uma corajosa equipa de santomenses. Espólio que, no termo da exposição, gostaria de doar ao Museu Nacional de São Tomé e Príncipe.

                    “Contar-te longamente as perigosas
                      Cousas do mar, que os homens não entendem,
                       Súbitas trovoadas temerosas,
                       Relâmpagos que o ar em fogo acedem,
                       Negros chuveiros, noites tenebrosas,
                       Bramidos de trovões que o mundo fendem,
                       Não menos é trabalhos que grande erro,
                        Ainda que tivesse a voz de ferro.”

                                      Camões

Em resumo, direi que sou autor de várias travessias em pequenas pirogas primitivas, nos mares do Golfo da Guiné, por força de muitos treinos, sempre que me era possível, de praia em praia, nas frágeis canoas dos corajosos pescadores de São Tomé, aos quais desejo aqui expressar um abraço de reconhecimento e de admiração, não apenas pela dureza e risco das suas vidas, em que se expõem, sempre que partem para o mar, como também pelos ensinamentos que me prestaram, já que foram eles os meus melhores mestres.

Depois de me sentir suficientemente preparado, que simplesmente a empreender as habituais saídas de canoa, na praia Maria Emília ou ir até à Fortaleza S. Jerónimo, na piroga que ali comparara a um velho pescador por 200$00, decidi fazer um teste um pouco mais ousado, indo de canoa desde a Baía Ana de Chaves até à praia de Anambô. Este é o local onde se encontra o padrão que assinala a chegada dos primeiros navegadores portugueses, justamente no ano em que se realizavam as comemorações do V centenário do seu desembarque, em destemidas e frágeis caravelas, filhos de um pequeno país, mas que, graças à sua notável valentia, à grande gesta destes e de outros navegadores portugueses, haveriam de mudar a história e a geografia do mundo, em admiráveis epopeias marítimas, cantadas nos épicos versos de Luís de Camões, corajosas façanhas que muito admiro, contrariamente a vários aspetos da colonização, cuja dura realidade também a senti no corpo e no espírito. A viagem de ida e volta, foi bem sucedida, não me oferecendo grandes dificuldades, concluindo que estava habilitado a outros desafios mais arriscados.

Um mês depois, aí estava eu, tal como aqueles intrépidos navegadores, e à semelhança dos arrojados pescadores destas maravilhosas ilhas, quando o tornado os arrasta para o desconhecido, a desafiar a vastidão do mar, num simples madeiro de ocá escavado.

Larguei à meia-noite, clandestinamente, pois sabia que se pedisse autorização esta me seria recusada, dada a perigosidade da viagem, levando comigo apenas uma rudimentar bússola para me orientar. No regresso de avião a São Tomé, fui preso pela PIDE, por suspeita de me querer ir juntar ao movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, no Gabão, o que não era o caso. Levei três dias e enfrentei dois tornados. À segunda noite adormeci e voltei-me com a canoa em pleno alto mar. Esta era minúscula e vivi um verdadeiro drama para me salvar, debatendo-me como extrema dificuldade no meio do sorvedouro denegrido das águas.

Cinco anos depois, numa piroga um pouco maior, fiz a ligação de São Tomé à Nigéria. Uma vez mais parti sem dar a conhecer os meus propósitos, ao começo da noite, servindo-me apenas de uma simples bússola. Ao cabo de 13 dias chegava a uma praia ao sul deste país africano, tendo sido detido durante 17 dias por suspeita de espionagem, após o que fui repatriado para Portugal. Os jornais nigerianos destacaram em primeira página o feito.


Os objetivos destas travessias visavam demonstrar a possibilidade de antigos povos africanos terem povoado as ilhas, situadas no Golfo da Guiné, muito antes dos outros navegadores ali terem chegado, contrariamente ao que defendem as teses coloniais, que dizem que as ilhas estavam completamente desabitadas. E a verdade é que, entretanto, já foram encontradas antigas cartas em arquivos, com nomes árabes que testemunham esses contactos. Contributos esses que, de modo algum, poderão pôr em causa o mérito dos ousados feitos dos navegadores portugueses.

Regressado a São Tomé, ainda no mesmo ano, e já com São Tomé e Príncipe independente, tentei empreender a travessia ao Brasil, com o propósito de reforçar a minha tese, evocar a rota da escravatura através da grande corrente equatorial e contribuir para a moralização de futuros náufragos, à semelhança de Alan Bombard. Segundo este investigador e navegador solitário, a maioria das vítimas morre por inação, mais por perda de confiança e desespero, do que propriamente por falta de recursos, que o próprio mar pode oferecer. Era justamente o que eu também pretendia demonstrar. Navegando num meio tão primitivo e precário, levando apenas alimentos para uma parte do percurso e servindo-me, unicamente, de uma simples bússola, sem qualquer meio de comunicar com o exterior, tinha, pois, como intenção, colocar-me nas mesmas condições que muitos milhares de seres humanos que, todos os anos, ficam completamente desprotegidos e entregues a si próprios. Porém, quis o destino que fosse mesmo esta a situação que acabasse por viver. 

A canoa foi carregada num pesqueiro americano para ser largada, na corrente equatorial, um pouco a sul de Ano Bom. Porém, à chegada a esta ilha, o comandante propôs-me abandonar a canoa e ficar a trabalhar a bordo, alegando que a mesma estorvava e que a aventura era muito arriscada. Na impossibilidade de ser levado para a dita corrente, decidi-me pelo regresso a São Tomé para tentar a viagem noutra oportunidade. Foi então que uma violenta tempestade me surpreendeu em plena noite, tendo perdido a maior parte dos víveres, os remos e outros apetrechos. Ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado, é difícil imaginar pior situação. Mesmo assim, com a canoa completamente desgovernada, não cruzei os braços e nunca me dei por vencido. Peguei num dos mastros e coloquei-o de través para garantir algum equilíbrio. Um dos bidões foi amarrado a uma corda e largado para servir de âncora flutuante. No dia seguinte improvisei um remo com um dos barrotes do estrado da canoa e pedaços da cobertura, a fim de conseguir dar alguma orientação. Mas de pouco me haveria de valer face à fúria dos constantes tornados. Como bóia de salvação utilizei o resto do estrado e adaptei-lhe um pequeno colchão de ar; frágil recurso para forças tão descomunais!




Ó Deus Omnipotente e Salvador!... Ó JESUS CRISTO!...Ó BELO E MAGNÍFICO EXEMPLO SENHOR MEU!... Que maior tormento e suplício aquele!... Deitado no duro fundo daquele inconstante, encharcado, tosco e frágil madeiro escavado!… Porém, mesmo assim, quão doce e infinito era aquele meu tormento!... Quantas vezes, me lembrei da tua cruz e do teu calvário!... Quando já estavas prostrado e rendido às leis da morte e da vida para te lançarem estendido ao sepulcro!.. Quantas!... Quantas vezes!... Quando tudo à minha volta me parecia revolto e perdido… Sim, no meio avassalador daquelas espessas trevas e noites de breu, cercado pelo tumulto escuro do mar e do céu! E, ante a imensa e tenebrosa solidão, apenas se me afigurava vislumbrar o perfil do teu piedoso rosto… Embora triste e macilento, banhado de suor e de lágrimas!... Mas coroado de esplendorosa caridade e de compaixão… por aqueles mesmos que te traíram e não compreenderam a tua humana, divina e nobre missão! Mas aos quais a áurea que iluminava a tua face, me parecia resplandecer apenas emanada por um infinito sentimento de amor e perdão…

Na verdade, há momentos que, por tão tormentosos e solitários na vasta imensidão oceânica,  são verdadeiras eternidades – Que o digam todos aqueles que passaram pela dramática e dificílima situação de náufragos. Outros, nunca o terão podido expressar, visto terem ficado sepultados para sempre no silêncio eterno do fundo dos  abismos submarinos. Pessoalmente, quis Deus ou o destino que fosse um dos  sobreviventes, de entre os milhares de vitimas, que, por esta ou por aquela razão,  anualmente, são tragados pela voragem dos oceanos e  pudesse transmitir o testemunho daquilo  que o engenho, a força de vontade e o querer humano, poderão lograr, face às maiores provações.

Sim, no meu caso,  muitos foram os momentos de extrema aflição, que me pareceram verdadeiras eternidades, especialmente durante os longos e difíceis 38 dias, enfrentando tempestades, sucessivas, o doloroso sofrimento da incerteza e da fome, o suplício da  sede, com tanta água à minha volta e, por vezes, mesmo bebendo-a, não podendo matar a sede, além de constantes e quase mortíferos ataques de tubarões – porém, de todas as memórias que perduram – e estou certo que perdurarão para o resto da minha vida – o que mais me apraz registar – em todo o imenso somatório das minhas vicissitudes,  é o espírito de  determinação, de coragem e de uma infinita paciência,  o de, nunca, em momento algum, me ter resignado ao extremo abandono e solidão, de lutar, de jamais me ter rendido a  cruzar os braços, face às imensas dificuldades, mas o firme e constante propósito de as poder superar.

Acabei por ser arrastado pelas correntes até à Ilha de Fernando Pó, já no limiar da minha resistência física, onde fui tomado por espião, algemado e preso numa cela de alta segurança, a mando do então Presidente Macias Nguema, após o que fui repatriado para Portugal, tal como me acontecera na Nigéria. Mas, agora, graças a uma pequena mensagem que levava do então jovem Governo de São Tomé e Príncipe, que recentemente tinha ascendido à sua independência, para saudar o povo irmão brasileiro, quando eu aportasse na sua costa.

registada com a máquina fixada no mastro, disparada com pau
Os objetivos dessas minhas travessias foram vários: antes de mais, o fascínio que o mar exerceu em mim desde o primeiro dia que desembarquei, do velho Uíje, ao largo da baía azulinha da linda cidade de São Tomé; o desejo de me encontrar a sós com a solidão e a vastidão do oceano e, de perante esse cenário, me poder interrogar, ainda mais de perto, sobre a presença e os mistérios de Deus. Mas também por outras razões de carácter histórico-científico e humanitário, tais como evocar a rota da escravatura, ao longo da grande corrente equatorial, lembrar esses ignominiosos tempos do comércio de escravos e chamar atenção para esse grave problema que, sob as mais diversas formas, continua afetar a existência muitos seres humanos na atualidade. Mais, demonstrar a possibilidade de antigos povos africanos terem povoado as ilhas, situadas naquele imenso Golfo, muito antes dos navegadores portugueses ali terem chegado. Por último, contribuir para a moralização de futuros náufragos. Felizmente quis a minha boa estrelinha e, creio, com ajuda de Deus, que pudesse resistir a tantos dias de angústia, de sobressaltos e de incerteza.

Já se passaram vários anos, porém essa minha experiência ainda está muito presente na minha memória. E duvido que algum náufrago possa alguma vez esquecer os seus longos momentos de abandono e de infortúnio.

Jorge Trabulo Marques


São Tomé