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sábado, 31 de julho de 2021

São Tomé - Exposição: “Sobreviver no Mar dos Tornados, 38 dias à Deriva Numa Piroga” – Há seis anos no Centro Cultural Português

 JORGE TRABULO MARQUES - Jornalista   O meu abraço amigo à Embaixada Portuguesa em STP, ao Bom Povo de STP, ao seus dirigentes do Governo e da Presidência, pelo amável acolhimento  e a  todos que  me deram o prazer e a  honra da sua presença. E, nomeadamente, pela generosa estadia numa das residências do Palácio da Presidência da República, então Liderada por Manuel Pinto da Costa  - Com os meus desejos sinceros de que, ambas as maravilhosas ilhas, continuem a ser um belo exemplo de pluralismo democrático e de paz social 


 
Foi em 31 de Julho de 2015  - “Experiência de vida única” que é “também a demonstração do querer humano sobre as adversidades”  “davam um  filme” – Palavras de Olinto Daio”, Ministro Educação, Cultura e Ciência, no encerramento da exposição no Centro Cultural Português, acontecimento cultural, que contou com a presença do Ministro da Educação, Cultura e Ciência, Olinto Daio, Presidente do Tribunal de Contas José António Monte Cristo, da Ministra da Saúde, Maria dos Santos Trovoada e o Secretário do Gabinete do Sr. Primeiro-Ministro, Mário Gomes Bandeira, do Bispo de S.T.P., Dom António Manuel dos Santos, acompanhado pelo Rev. Padre Fausto, - Presidente da Comissão Eleitoral, Alberto Pereira,  vários membros do Gabinete da Presidência da República, nomeadamente, Coronel Victor Monteiro e  Amaro Pereira de Couto,  Chefe da Casa Civil;  Embaixador do Brasil,  José Carlos de Araújo Leitão; ex-primeiro Ministro Leonel D’Alva;  Adido da Defesa da Embaixada de Portugal, Sr. Coronel Lourenço Saúde; Diretora do Centro Cultural Português, Margarida Mendes; os excelentíssimos representantes das embaixadas da Guiné Equatorial e da Nigéria, respetivamente, Teodoro Elangui e Aburime Kenneth, assim como  da poetiza e escritora, Conceição Lima, o historiador e escritor Albertino Bragança, Maria Alves, Luís Beirão, Ambrósio Quaresma, Ana Ribeiro e Nuno Bruno, Cláudio Coralle, Manuel da Trindade Costa, artistas  da Associação Pica Pau, entre outras personalidades, empresários, muitos santomenses anónimos ou dos mais diversos setores de atividades  (a que conto vir ainda a referir-me) e alguns meus compatriotas, residentes ou em gozo de férias

PORMENORES DA DESCRIÇÃO EM https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/perdido-no-golfo-da-guine-37-dia-estou.html  https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/perdido-no-golfo-27-de-nov-1975-38-dia.html   https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/34-dia-perdido-no-golfo-da-guine-nao.html

Nestes últimos três dias, revivi tantas emoções, sim,  ao confrontar-me com as imagens das minhas aventuras, narrando alguns dos episódios, não só às várias personalidades, que me honraram com a sua presença, como também às muitas pessoas anónimas que me distinguiram com as suas palavras amigas, que outra expressão não me ocorre, senão a de começar por expressar  um profundo agradecimentos  a todos.



Imagens recuperadas dum naufrágio subitamente colocado ao contrário pela rápida transformação duma derrota em vitória,” – dizia o poeta e escritor, José do Carmo Francisco, no catálogo da  exposição, que, em meados de 1994, inaugurara no Padrão dos Descobrimentos.



Na verdade, há momentos que, por tão tormentosos e solitários na vasta imensidão oceânica,  são verdadeiras eternidades – Que o digam todos aqueles que passaram pela dramática e dificílima situação de náufragos. Outros, nunca o terão podido expressar, visto terem ficado sepultados para sempre no silêncio eterno do fundo dos  abismos submarinos. Pessoalmente, quis Deus ou o destino que fosse um dos  sobreviventes, de entre os milhares de vitimas, que, por esta ou por aquela razão,  anualmente, são tragados pela voragem dos oceanos e  pudesse transmitir o testemunho daquilo  que o engenho, a força de vontade e o querer humano, poderão lograr, face às maiores provações.



Ó Deus Omnipotente e Salvador!... Ó JESUS CRISTO!...Ó BELO E MAGNÍFICO EXEMPLO  SENHOR MEU!... Que maior tormento e suplício aquele!... Deitado no duro  fundo daquele inconstante, encharcado, tosco e frágil madeiro escavado!… Porém, mesmo assim, quão doce e infinito era aquele meu tormento!... Quantas vezes, me lembrei da tua cruz e do teu calvário!... Quando já estavas prostrado e rendido às leis da morte e da vida para te lançarem estendido ao sepulcro!.. Quantas!... Quantas vezes!... Quando tudo à minha volta me parecia revolto e perdido… Sim, no meio avassalador daquelas espessas trevas e noites de breu, cercado pelo tumulto escuro do mar e do céu! E, ante a imensa e tenebrosa solidão, apenas se me afigurava vislumbrar o perfil do teu piedoso rosto… Embora triste e macilento, banhado de suor e de lágrimas!... Mas coroado de esplendorosa caridade e de compaixão… por aqueles mesmos que te traíram e não compreenderam a tua humana, divina e nobre missão! Mas aos quais a áurea que iluminava a tua face, me parecia resplandecer apenas emanada por  um infinito sentimento de amor e perdão… 



Sim, no meu caso,  muitos foram os momentos de extrema aflição, que me pareceram verdadeiras eternidades, especialmente durante os longos e difíceis 38 dias, enfrentando tempestades, sucessivas, o doloroso sofrimento da incerteza e da fome, o suplício da  sede, com tanta água à minha volta e, por vezes, mesmo bebendo-a, não podendo matar a sede, além de constantes e quase mortíferos ataques de tubarões – porém, de todas as memórias que perduram – e estou certo que perdurarão para o resto da minha vida – o que mais me apraz registar – em todo o imenso somatório das minhas vicissitudes,  é o espírito de  determinação, de coragem e de uma infinita paciência,  o de, nunca, em momento algum, me ter resignado ao extremo abandono e solidão, de lutar, de jamais me ter rendido a  cruzar os braços, face às imensas dificuldades, mas o firme e constante propósito de as poder superar.

E, pelo que  pude depreender,  esta foi justamente uma das mensagens, que julgo ter podido transmitir, com a minha exposição “ Sobreviver no Mar dos Tornados, 38 Dias à Deriva numa Piroga, de 28 a 30 de Julho, no Centro Cultural Português, tanto às várias personalidades, que me quiserem honrar e distinguir com a sua presença, como ao público anónimo, graças à compreensão e ao apoio da Embaixada de Portugal,   na pessoa da Embaixadora Paula Silva,  e todos os seus colaboradores, a quem, penhoradamente, aqui expresso a minha profunda e sincera gratidão 

 Mas também ao gratificante estímulo, à   honra concedia pelos muitos gestos ou expressões, em palavras amigas e calorosos abraços, das várias personalidades governamentais e da presidência da república, assim como às entidades representantes de outras instituições, aos meus compatriotas, que espontaneamente compareceram, aos muitos santomenses, que igualmente me consideram como um dos seus

 Alojamento - Por outro lado, também não seria possível prolongar a minha estadia em S. Tomé, não fosse o facto de, gentilmente,  me ter sido dada a possibilidade de ter ficado alojado numa das vivendas anexas ao Palácio da Presidência da República, gesto que muito me sensibilizou e do qual aqui desejo também expressar público agradecimento

 Não vês, como está o mar?!... Vais morrer!!.. Fica connosco!..

A canoa "Yon Gato" foi carregada a bordo do pesqueiro Hornet, em meados de Outubro,  de 1975, ao largo da Baía Ana de Chaves para ser largada na corrente equatorial - Porém, contrariamente ao prometido, ao fundear junto à Ilha de Ano Bom (Guiné Equatorial) com o pesqueiro envolvido por enorme agitação noturna, varrido de  proa à popa,  pelas já habituais  tempestades da época das chuvas, que o assolaram nas anteriores noites, o comandante chama-me à câmara de comando para desistir  do meu propósito e coloca-me num dilema:  ou fico a trabalhar a bordo ou tenho que ser largado com a canoa. De resto, este era também  o aviso e a  vontade expressa da  tripulação: "Jorge! Não vês, como está o mar?!... Vais morrer!!.. Fica connosco!.." Não tendo aceite a sua proposta, obriga-me assinar um termo de responsabilidade, antes de arrear a canoa ao mar.

Face à impossibilidade de tomar a rota para oeste, tento o regresso a S. Tomé - Depois de um dia de navegação rumo a Norte, perfeitamente normal, à noite um violento tornado faz-me perder a maior parte dos apetrechos, incluindo o remo e os  mantimentos. 

 DEPOIS DE 38 DIAS DE  NAUFRÁGIO, NOS CORREDORES DA MORTE

 
Ao cabo de 38 penosos dias, ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado, acabo por acostar à Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), onde sou tomado por espião e encarcerado numa cela da Cadeia Central para ser executado, já que este era o destino de quem ali era condenado: entrar vivo e sair cadáver.

  Felizmente, é a mensagem, autenticada pelo MLSTP, que havia sido escrita para saudar o Povo Brasileiro - admitindo que pudesse fazer a travessia até ao Brasil - que    me vai salvar a vida. Mesmo assim, dada a  persistente desconfiança do então Presidente Macias, que nem depois de  enviar o seu barbeiro pessoal (o santomense, Sr. Bandeira) se convencera, nem da veracidade da referida mensagem, nem dos meus argumentos,   quem  acaba por ordenar a minha soltura é o seu sobrinho, o então comandante das Policias e das Forças Armadas, o atual Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, a quem fico a dever a vida

TRÊS DIAS DE EXPOSIÇÃO MUITO INTENSOS

(Com o Embaixador do Brasil, em S. ToméJosé Carlos de Araújo Leitão )

  
O mais importante numa exposição, não é propriamente o tempo em que a mesma é exposta mas o seu impacto, simbolismo  e  adesão – E creio que  foi tudo  muito expressivo; pois foram três dias muito concorridos e intensos  - Além da divulgação que mereceu através dos órgãos de comunicação social -  televisões, rádios, imprensa escrita e Internet, a quem também muito fico agradecer a compreensão.


quinta-feira, 29 de julho de 2021

São Tomé e Príncipe - Crise-politico-eleitoral após corrida de 19 candidatos - Mais a necessitar de coesão de que dispersão - Presidente Evaristo Carvalho, na busca de arbitrar solução, que tem vindo a protelar-se: pois só dois poderão concorrer à 2ª volta: Carlos Vila Nova (ADI) e Posser da Costa (MSTP-PSD, os mais votados

 JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA   (atualização) Tribunal Constitucional vai voltar a reunir-se - De acordo com o porta-voz da reunião, Fortunato Pires, “concluiu-se que o processo eleitoral deve continuar, que o país deve manter-se calmo e tranquilo, porque processo deve continuar” https://www.stp-press.st/2021/07/29/eleicoes-tribunal-constitucional-vai-voltar-a-reunir-se-e-naturalmente-produzir-um-novo-acordao/  Ao fundo deste vídeo, entrevista a Leonel D’Alva

Os candidatos Carlos Vila Nova e Guilherme Posser da Costa  (MLSTP-PSD), passaram à segunda volta das eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe, prevista para 8 de Agosto: todavia,  o Candidato Vila Nova, apoiado por Patrice Trovoada e o seu partido, ADI, rejeita a hipótese de segunda volta e alega ter ganho com mais 50% dos votos – Este tem sido o maior impasse.

A última palavra cabe ao  Presidente da República,  mas que também não poderá contrariar a decisão do Tribunal Constitucional, senão ou rejeitá-la  ou homologá-la   - Dai, que,  desde as 10 horas da manhã desta quinta feira,  o Presidente Evaristo Carvalho e os demais titulares de órgãos de soberania, se  reuniram no Palácio do Povo, com vista a encontrar uma solução. 

Os 5 juízes conselheiros do Tribunal Constitucional também participam na reunião, com vista a  encontrar uma saída para a crise pós eleitoral que se instalou no país” mas  tem sido, justamente, entre os magistrados que as divisão mais se têm acentuado por força da excessiva partidarização  deste órgão se soberania

Não há acórdão válido sem a assinatura do Presidente do Tribunal” sustentou o Juiz conselheiro Pascoal Daio num comunicado enviado a STP-Press, tendo argumentado que “a vice-presidente [a juíza Alice Vera Cruz] só pode substituir o presidente nas suas faltas e impedimentos ou em caso de delegação de poderes

“O Povo Pequeno”, que é, no fundo o que mais sofre, mas incentivado pelas querelas paritárias, há noticias de que  já saiu à rua para tomar posições por quem  mais se inclina politicamente ou mais o instrumentaliza – sim,  onde o “chamado banho dos votos”, por via de umas “dobras” fez inclinar o prato da balança..

PM JORGE BOM-JESUS JUNTA ESFORÇOS À INCIATIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA   - São de partidos diferentes mas, a ambos, estão confiadas grandes responsabilidades, pelo que urge que se encontre um desfecho para a contenda que se tem arrastado

“Os filhos de São Tomé e Príncipe conseguem encontrar soluções endógenas” – disse Jorge Bom Jesus tendo sublinhado que “penso que bom senso com toda a nossa sabedoria e participação de todos, como caso da Sua Excelência o Presidente da República enquanto garante do funcionamento das instituições… possamos de facto encontrar uma solução” que considera de “demasiado preocupante”  

“A situação prevalecente após divulgação dos resultados eleitorais provisórios é demasiado preocupante e naturalmente que o governo não pode manter-se impávido e sereno diante desta situação que briga com a imagem de São Tomé e Príncipe e tudo aquilo que nós conquistamos”, disse o Primeiro-Ministro. – Refere o Téla-Nõn

 Leonel Mário d´Alva, ex- Primeiro Ministro do Governo de Transição em 1974, uma das figuras históricas da luta pela independência e fundadores da República Democrática de São Tomé e Príncipe   Entre 1975 e 1980, também foi presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe pelo Partido de Convergência Democrática-Grupa de Reflexão (PCD-GR). Na etapa de transição democrática ainda ocupou, entre 4 de março de 1991 e 3 de abril de 1991, a função interina de presidente de São Tomé e Príncipe.

 Uma voz e  um perfil, cujas palavras deverão merecer atenta reflexão – Na breve entrevista que me concedeu, nas comemorações do 12 de Julho de 2015, por ocasião do 40ª aniversário da Independência das maravilhosas Ilhas Verdes do Equador, declarou-me que, cada 12 de Julho é um momento de reflexão, que deve ser aproveitado para refletir sobre as coisas boas que fizemos e também das coisas más, que nós não conseguimos realmente ultrapassar . Mas eu acho que devemos todos reunir as nossas forças



 

 

Igreja Católica, em S. Tomé e Príncipe, na Penúria – Fundos Quase Esgotados - Pandemia veio agravar a situação financeira - Bispo da Diocese. Dom Manuel António, lança apelo aos paroquianos

JORGE TRABULO MARQUES   - jornalista  




Ouça no vídeo o apelo do Bispo  Dom Manuel dos Santos 

Como é do conhecimento público, embora a igreja católica, seja o culto predominante nas Ilhas Verdes do Equador, naquele que é considerado um dos países africanos mais estáveis e democráticos, tanto os cristãos, quanto muçulmanos, convivem pacificamente; incorporando características de crenças nativas africanas.


A pandemia veio agravar as dificuldades das populações mais carenciadas, em todo o mundo - E o papel da igreja católica, tem sido relevante, por via de doações à disponibilização de estruturas, distribuição de vale-refeição e confeção de máscaras doadas gratuitamente

 

OPORTUNISMO DO SALVE-SE QUEM PUDER  - Campeando nos tempos que correm - Infelizmente, em muitas paragens, sem distinção de credo e de cor 

 

Empreiteiro meteu 18 mil euros ao bolso e não fez a obra ajustada - Ficou de fazer obras na igreja de S. Pedro da Praia do Pantufo, meteu falência - Lamentou-se, o Bispo  Dom Manuel dos Santos, em nota pastoral

Tendo declarado que a igreja apenas dispõe de 80 mil euros, em Lisboa e graças a uma herança que recebemos da Madeira e cerca de vinte mil euros em S. Tomé, frisando que, mesmo este dinheiro que tem recebido está todo hipotecado em projetos


Diz a referida nota, que “o Bispo da Diocese de São Tomé e Príncipe, Dom Manuel António Mendes do Santos, apresentou publicamente a todos os Cristãos e ao público em geral a situação económica da Diocese lida numa nota pastoral, no final da Missa televisa, a partir da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, Zona Pastoral três, apelando à colaboração de todos – Refere a nota veiculada pela Rádio Jubilar e divulgada pela Voz do Vaticano.

TEXTO. VIDEO E IMAGENS POSTADO EM AGOSTO DE 2015 - Na altura havia outro optimismo - Acreditamos que voltem  melhores dias de eperança.


Tal como então, referi, "noutros tempos, a diocese de São Tomé, teve fama e grandeza – Agora, as preocupações, a par da ação religiosa, vão para as ações  sociais da Igreja, “no combate à pobreza e às necessidades e carências crónicas de boa parte da população». - São Tomé e Príncipe (STP), já foi diocese,  abrangendo Angola, Moçambique e toda a bacia do Golfo da Guiné, até 1842, constituída sui iure a 31 de Janeiro de 1533 pelo Papa Clemente VII por desmembramento da Arquidiocese do Funchal - In À conversa com D. Manuel António Mendes dos Santos ...).

Disse-nos, Dom Manuel dos Santos,  que o  papel da Igreja Católica, na educação, em São Tomé,  sempre foi muito importante, recordando  que “os nossos missionários, já antes da independência criaram várias escolas primárias, tanto em S. Tomé como no Príncipe. Criaram a Escola de Artes e Ofícios, que teve um papel importante neste pais, e estiveram também na fundação do Liceu Nacional .

Já comDom Abílio Ribas,  criaram o instituo Diocesano de Formação, com currículo Português, desde o principio apoiado pela cooperação portuguesa- Mas é uma escola, que neste momento tem algumas dificuldades de sustentabilidade e, por isso mesmo, fizemos um protocolo com o Ministério de Educação de Portugal, para que a Escola fosse assumida como escola portuguesa,

Estamos nessa fase de transição, de passar o testemunho para o Ministério da Educação de Portugal. Para além disso, temos outras escolas e vários jardins de infância . Portanto, continuamos a ter um papel importante na educação.

Se me pergunta: então que grande sonho é que teria com a Educação em São Tomé?

Bem. Se eu tivesse dinheiro – mas é preciso, de facto, muito dinheiro -  gostaria de ver neste pais um grande parque escolar, com escola, desde o pré-escolar, escola primária, escola secundária, um ensino técnico profissional  - Eventualmente, até, algum Instituto superior ou assim. E também, sobretudo, uma escola de formação de professores, que era  muito importante que aqui se fizesse. Estão a dar-se  passos nesse sentido – Para mim, de facto,  é algo fundamental. Já  que, se um país quer acreditar no futuro, quer construir o futuro, tem de começar pela educação





DOM MANUEL DOS SANTOS  – ORIUNDO DE UMA  HUMILDE FAMÍLIA BEIRÂ, O  5º  DE 9 FILHOS – “TODOS VIVOS!  - GRAÇAS A DEUS”

D. Manuel António Mendes dos Santos, bispo diocesano de São Tomé e Príncipe, desde 1 de Dezembro de 2006, que faz parte da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe. 

Sacerdote claretiano desde 1985, um olhar atento e uma voz amiga do povo são-tomense, um  “veterano” de África e destas ilhas, que já conhece desde Dezembro de 1993 .  

Natural da Beira Alta, da pequena aldeia de São Joaninho, concelho  de Castro Daire, distrito de Viseu. De origem humilde, o 5º de uma família de nove irmãos, ainda  vivos.

                   “QUEM SOU” – VEJA O VÍDEO OU LEIA – NA PRIMEIRA PESSOA

“Sou da Beira, de facto: de São Joaninho de Castro Daire, distrito de Viseu. Sou o 5º de nove filhos, vivos ainda, graças a Deus.

Aos 11 anos fui para o seminário de Resende, do seminário de Lamego. Saí de lá aos 18 anos para entrar na Congregação dos Missionários Claretianos; ordenado padre, em 1985, na minha terra, por Dom António Xavier Monteiro, que era então o Bispo de Lamego,

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Após a minha ordenação, fiquei a trabalhar nos Carvalhos, durante 9 anos. Em Novembro de 1993, vim para África; estive um mês em Luanda e “aterrei” em 6 de Janeiro de 94 nas terras de São Tomé. Foi então que pela primeira vez pisei o território são-tomense. Impressionou-me, na altura, logo o verde desta Ilha: de facto, era um verde tão intenso, que, um ano e meio depois, quando regressei a Portugal,   vi que não havia comparação possível, com os verdes desta terra..
- Jorge Marques – E os perfumes!...
– Dom Manuel dos Santos - Bem, os perfumes... Eu, como nasci no meio da montanha, no meio do tojo, das urzes, não me impressionaram, porque, lá também há perfumes muito intensos! Eu fui criado, no meio do campo! Sempre trabalhei no meio do campo, mas, sobretudo, o verde desta terra, de facto, impressionou-me muito.
 
Cinco dias depois, acabei por ir para Roma, onde regressei a Portugal, tendo sido escolhido  Vigário Provincial, às comunidades claretianas:

 Nessa qualidade, continuei a visitar constantemente São Tomé, e, em 2007, vim então para aqui, como Bispo de São Tomé e Príncipe.

 IGREJA CATÓLICA CONTINUA A SER A INSTITUIÇÃO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL MAIS REPRESENTATIVA 

- Jorge Marques – No meu tempo, não havia aqui tantas igrejas: como é que Igreja Católica, neste momento, consegue superar esta concorrência?

- Dom António dos Santos: “Nós temos que perceber  que a vivência de uma  fé, também se vive dentro de uma  cultura, que os povos vivem. E, a cultura de hoje,  é uma cultura fragmentária, de auto-realização, se pode dizer assim, centrada muito na pessoa. 

Então, muitas vezes, a religião, é a procura de algo que me satisfaça pessoalmente, em que eu muitas vezes me assuma como sacerdote dessa religião. Claro que  depois cada um acaba por escolher a religião que mais lhe parecer adequada à sua verdade. Daí, o surgimento, dessa cultura fragmentária, dessas religiões e de todas essas ceitas.

A  Igreja Católica, no entanto, continua a afirmar as suas convicções: é  uma igreja nascida de Cristo, feita por santos e pecadores! Continua ao serviço deste Povo! Continua a ser a Instituição de Solidariedade Social, ainda maior deste país! Continuamos, portanto, a acreditar no futuro! A trabalhar com esperança! Para que este Povo continue a ter metas de vida, a ter futuro, num amanha de esperança!

Jorge Marques: “ E acha que há motivos para isso?

Eu costumo dizer que sou um otimista realista. Ou seja: é óbvio que vivo um otimismo próprio de quem acredita em Cristo, e quem acredita em Cristo, sempre acredita que Deus é mais forte que o demónio! Que Deus é mais forte de que todas as coisas. 
Agora, também vivo esta minha esperança, na realidade de todos os dias! No confronto das situações em que este país vive, com a cultura, hoje, muito paganizada, em que estamos inseridos. Portanto, sabendo que não é fácil num ambiente destes, nós conseguirmos fazer passar  a nossa mensagem cristã de vida, de serviço, de atenção ao outro e não aos interesses pessoais: não é uma tarefa fácil

Mais: a maior dificuldade, ainda é, nós mesmos, os cristãos, encontrarmos as pessoas, que são capazes de  acreditar, de lutar, de liderar, elas mesmas: - não apenas os sacerdotes mas também os leigos; em se  empenharem na vivência séria de uma fé! De acreditarem que é possível fazer alguma coisa diferente.