SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE – AS ILHAS MARAVILHA QUE GERAM POETAS E CONVIDAM À CONTEMPLAÇÃO E À POESIA - - Por Jorge Trabulo Marques - jornalista e investigador
sábado, 30 de abril de 2022
Alda Graça do Espírito Santo – A Grande Mãe das Ilhas Verdes do Equador, nasceu em S. Tomé a 30 de Abril de 1926 – Deixou-nos há 12 anos, em Angola 9 de Março de 2010
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE – AS ILHAS MARAVILHA QUE GERAM POETAS E CONVIDAM À CONTEMPLAÇÃO E À POESIA - - Por Jorge Trabulo Marques - jornalista e investigador
sexta-feira, 29 de abril de 2022
Ilha do Príncipe – Comemora hoje o 27º aniversário de Autonomia Regional - RAP - O Ministro Jorge Amado, da Defesa e Ordem Interna, representará o Primeiro-ministro Jorge Bom Jesus
Jorge Trabulo Marques - Jornalista desde 1970 - Estes trabalhos são feitos sem fins lucrativos
Hoje é um dia de festa na Ilha do Príncipe - Além
de ação plenária especial na Assembleia legislativa regional, estão previstas atividades
culturais, desportivas e recreativas, com vista assinalar o 27º aniversário da autonomia da
Ilha do Príncipe.
A formosa lha do Príncipe é a segunda maior ilha do arquipélago de São Tomé e Príncipe, administrativamente, desde 29 de Abril de 1995, constituída por uma região autónoma, formada pelo distrito de Pagué. A ilha tem uma área de 142 km² e uma população estimada, em 2006, de 6737 habitantes.. A capital é Santo António.
Meus Parabéns ao Presidente Governo Regional Filipe Nascimento, desejando-llhe os melhores êxitos de progresso económico e de bem-estar às suas populações
MINISTRO JORGE AMADO – Desde segunda-feira, na maravilhosa ilha irmã do Príncipe, disse à imprensa local “sentir-se em casa”,
Refere a STP-Press, que à semelhança daquilo que efetuou em outras regiões militares na Ilha de São Tomé, Jorge Amado que “a ideia é tomar contacto com a situação real, saber como é que militares vivem aqui, as condições sociais
“Há militares que estão distantes dos seus entes queridos [em São Tomé] … e receber essa visita naturalmente que dá-los um outro alento”, disse titular da Defesa.
Jorge Amado, fez-se acompanhar nesta primeira visita oficial à Região Autónoma do Príncipe - RAP - desde que assumiu o pelouro da Defesa Nacional, de alguns membros da hierarquia militar nacional, com destaque para o brigadeiro-general, Idalécio Pachire, chefe de Estado-maior das Forças Armadas - Diz agencia noticiosa santomense
Estive, pela última vez na Ilha do Príncipe, em Janeiro de 1971,
aquando das comemorações do V centenário
da descoberta da Ilha do Príncipe, cerimónias presididas pelo então Governador Cecílio Gonçalves, depois
de, em 1969, ter ligado as duas Ilhas
numa frágil piroga, que me haveria de causar alguns problemas por parte da
PIDE: uns dias nos calabouços, depois de uma valente sova por suporem que eu
teria tentado escapar-me para o Gabão para me juntar ao MSTP, ali sedeado. A
que se seguira uma pesada coima por parte da Capitania dos Portos.
Felizmente, deu-se a circunstância de, nessa altura, se encontrar o chefe de redação da revista angolana, Semana Ilustrada, que me convidaria a contar a história nesta publicação, o que fiz em várias edições, passando então a ensaiar os meus primeiros trabalhos jornalísticos Estas as palavras, com que iniciava a reportagem para a revista Semana Ilustrada, de Luanda, alusiva à efeméride. "A Ilha do Príncipe, a linda irmã Ilha de S. Tomé, teve no passado dia 17 (Janeiro de 1971), um dia de grande festa, ao comemorar com assinalável brilho, a passagem dos 501 anos da sua descoberta.
O QUE É DITO DO SEU PASSADO HISTÓRICO
S. Tomé 2015 |
A cidade de Santo António foi fundada em 1502 e era um centro de cultivo de cana-de-açúcar. Em 1695, o Forte da Ponta da Mina foi construído na entrada da baía de Santo António. Em 1706 a cidade e a fortaleza foram destruídas por corsários franceses. Em 1753, devido à grande instabilidade em S. Tomé, a capital foi transferida para Santo Antônio do Príncipe, retornando em 1852.
Em Julho de 2012, foi declarada a primeira reserva mundial da Biosfera pela Unesco do arquipélago são-tomense, e a primeira reserva africana a integrar a rede mundial da biosfera costeira. Parabéns ao seu Presidente do Governo Regional, Filipe Nascimento e votos dos melhores progressos na sua economia e no bem -estar das suas popopulações
Ilha do Principe |
O descobrimento das ilhas do Golfo da Guiné está mal referenciado na documentação antiga, motivo esse que têm suscitado alguma controvérsia entre historiadores, contudo, admite-se que tenham sido os navegadores João de Santarém, Pedro Escobar e João de Paiva, contratados por Fernando Gomes, no reinado de D. Afonso V para que descobrissem as terras a sul da Serra Leoa: - Ao afastaram-se do rio Congo, foram descobrindo S. Tomé (21 de Dezembro de 1470), Príncipe (antes Santo Antão, em 17 de Janeiro de 1471); Ano Bom (Pagalu), no 1º de Janeiro de 1472 - A ilha de Fernando Pó (Bioco) teria sido descoberta pelo navegador pelo qual passou a ser conhecida, não havendo a certeza quanto a data exacta, admitindo-se que tenha sido em 1472 ou 73
Ambas as ilhas, foram cedidas a Espanha em 1778, pelo Tratado de El Pardo em troca de terras espanholas na América do Sul, que seriam posteriormente anexadas ao Brasil (faixas de terras do atual Rio Grande do Sul).
António Carneiro em 1500 iniciou a colonização de S. Antão,
depois Ilha do Príncipe, depois de D Manuel lhe ter concedido a doação da
capitania e da alcaidaria-mor. Na mesma data D. Manuel concedeu o primeiro
foral aos habitantes da ilha.
Visando incentivar o seu povoamento, em 1502 tornou-se uma donataria, denominada como "Ilha do Príncipe", sendo-lhe introduzida a cultura da cana-de-açúcar. Fora nomeada ilha do Príncipe por D. João II de Portugal. O rei tanto adorava o seu único filho e herdeiro Afonso, Príncipe de Portugal (1475) que, em sua homenagem, designou como "Príncipe" a ilha mais pequena do arquipélago de São Tomé e Príncipe.
quarta-feira, 27 de abril de 2022
Ação de Socorro ao rebocador italiano Grecale Secondo nas águas do Golfo da Guiné, pelo Navio patrulha “Zaire”, da Marinha Portuguesa – Mares onde a pirataria continua a causar perturbações, sendo motivo, de 25 a 28 de Abril, de uma cimeira na Abuja, capital da Nigéria
O Navio patrulha “Zaire”, da Marinha Portuguesa, operado por uma guarnição mista constituída por militares portugueses e santomenses, nos dias de 19 a 21 de abril, salvou de uma situação difícil o navio rebocador italiano “Grecale Secondo”, construído em 1976, com uma tonelagem bruta 196 toneladas, que se encontrava à deriva nas proximidades do Ilhéu das Rolas, contribuindo para a segurança marítima na zona sul da Ilha de São Tomé.
O vasto Golfo da Guiné é considerado a zona marítima mais turbulenta e
perigosa da pirataria do mundo, fortemente associada ao roubo de cargas de
petróleo e à pilhagem das instalações petrolíferas
Por esse facto, e com vista a fazer face a essa séria ameaça, é que países africanos membros da Comissão do Golfo da Guiné (CGG) acordaram reunir-se numa cimeira de chefes de Estado e de Governo, em Abuja, capital da Nigéria, de 25 a 28 de Abril, durante a qual serão abordados os problemas relacionados com a paz e a segurança,
Angola é membro fundador da Comissão, criada em 1999, e que atualmente inclui Camarões, RDC, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, Nigéria e São Tomé e Príncipe
Tal como é sublinhado, pela STP-Press, o referido navio prossegue a sua
missão, sendo um exemplo em matéria de cooperação bilateral entre os dois
países lusófono e contribuindo, através de um esforço conjunto, para a
segurança marítima das águas santomenses, em particular, e para a segurança
marítima do Golfo da Guiné, em geral.
Após reconhecimento do estado do navio, realizado por militares da
guarnição do “Zaire”, constatou-se que o navio se encontrava com uma avaria
mecânica e sem os aparelhos que permitem que o navio fundeie em segurança. Por
se constituir um perigo à navegação, configurando-se um potencial risco
ambiental, as autoridades santomenses solicitaram que o NRP “Zaire” procedesse
ao reboque do navio, tendo este sido iniciado na manhã de 20 de abril, com
destino à Baía de Ana Chaves
segunda-feira, 25 de abril de 2022
O 25 de Abril 1974 em S. Tomé - Carlos Tiny, um dos heróis Santomense, foi sepultado na tarde sábado - A alvorada da revolução, quase não foi notada - Fui testemunha e jornalista desses factos - Bati-me pela sua defesa numa revista angolana, de que era correspondente – Liberdade de expressão, que me ia custando a vida
Jorge Trabulo Marques - Jornalista desde 1970 - Os textos editados neste blogue, não visam fins lucrativos, não são renumeados por ninguém
O 25 de Abril devolvera a liberdade ao Povo Português e a promessa da libertação dos povos sob o jugo colonial. A censura foi erradicada e a imprensa passou a publicar livremente os seus artigos, reportagens e a exprimir as opiniões. A minha experiência na Roça, fora suficiente dura e dececionante para tomar consciência de que o colonialismo, não servia nem os povos das ilhas nem sequer muitos dos pobres colonos, que para ali iam na esperança de uma vida melhor. Também fora enganado.
Todavia, para que a prosperidade possa abranger o sacrificado povo destas tão maravilhosas e férteis ilhas, onde o ordenado mínimo ronda as 2.500 dobras (cerca de 100 euros), pelos vistos, há ainda muito para fazer
Carlos Tiny,
antigo membro do Comité Central do MLSTP e elemento activo da
Associação Cívica no âmbito da luta pela independência do País, que depois
viria a desempenhar o cargo de ministro são-tomense da Saúde, que faleceu
em Portugal vitima de doença, foi
sepultado no seu pais na tarde de sábado no cemitério de Alto
São João num cenário de dor e consternação entre familiares, amigos e entidades
públicas do País com destaque para Presidente da República, Carlos Vila Nova,
Presidente do Parlamento, Delfim Neves e Primeiro-Ministro, Jorge Bom Jesus. - Refere STP-Presshttps://www.stp-press.st/2022/04/24/o-ultimo-e-doloroso-adeus-a-carlos-tiny/
Viva o 25 de Abril e a liberdade de Expressão – Bati-me pela sua defesa em S. Tomé, numa revista angolana, de que era correspondente – Ia-me custando a vida: uma forca pendurada à porta de minha casa por alguns colonos, pneus do meu carro furados à navalhada, agressões violentas na rua, entre outras diatribes, pelo que tive que me escapar de canoa para a Nigéria
Ainda entrevistei algumas das vítimas - "Prenderam-me durante 45 dias. Houve a ideia de arranjar mão-de-obra gratuita. E daí surgiram as prisões, mais prisões sem quaisquer razões para isso. Procurava-se emprego e não se encontrava. No entanto, as rusgas sucediam-se e as pessoas que encontravam eram presas. É claro que houve um ou outro que reagiu sobre essas atitudes." Declarações de Bartolomeu Cravid
NÃO ME MATARAM PORQUE ME ESCAPEI NUMA CANOA PARA A NIGÉRIA - Largando à noite, discretamente, da Praia Melão, em quase 13 dias de terríveis tempestades e podres calmarias -
MAS ANTES DE PARTIR, CHEGUEI A ESTAR REFUGIADO NO MATO EM CASA DE AMIGO SANTOMENSE – DENTRO DO QUE ME FOI POSSÍVEL, FIZ O REGISTO DA CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS E TESTEMUNHEI HISTÓRIA -
Ao saírem do palácio, depois de insultarem, o Governador, Pires Veloso – mal me viram sentado na esplanada do Restaurante Palmar, – onde pretendia inteirar-se daquela estranha ocorrência -, imediatamente correram furiosos atrás de mim! E eram umas largas centenas. Se me apanhassem, naquele momento, estou convencido que me tinham esmagado e linchado. -
A minha casa ficou irreconhecível, num monte de destroços. Como não me apanharam lá no seu interior, deixaram-me à porta o laço da prometida forca de corda. Pelos vistos, em qualquer parte do mundo, os jornalistas são sempre as primeiras vítimas. É neles que descarregam todos as iras e ódios. Ainda hoje, ao escrever estas linhas, se me toldam os olhos, tal os maus momentos por que passei. Ao meu modesto carro, por duas vezes, lhe furaram os pneus à navalhada.- Não me importo de ser confrontado com os elementos da natureza mais hostil, mas ser atingido pelo ódio humano é mil vezes pior!...Não é medo é um sentimento de profunda tristeza e revolta
PIRES VELOSO ALUDE, NO SEU LIVRO: “VICE-REI DO NORTE – Memórias e Revelações” À INESPERADA INVASÃO DOS COLONOS AO PALÁCIO DO GOVERNADOR
Frente ao Portal da Praia da Roça Uba Budo anos 60 |
«S. Tomé-25. O dia amanheceu sereno e calmo como outro qualquer. As pessoas dirigem-se para os seus locais de trabalho habituais. Um sol resplandecente e equatorial banha de luz e de vida a pequena cidade de S. Tomé. A vida parece continuar com a mesma rotina dos demais dias da semana. Porém, para um número muito restrito de cidadãos, começam a chegar os primeiros rumores de que algo de estranho se passava na capital do País. Há interrogações. Expectativa geral. Tudo o que se fala e se sabe, é escutado de estações de rádio estrangeiras. Por isso a dúvida subsiste. As perguntas sobre o que há ou não, de verdade, sobre a situação em Lisboa, começam a suceder-se a cada instante. E a não encontrar uma resposta exacta, Tudo o que se fala é incerto e impreciso.
Pois se as estações estrangeiras já àquela hora estavam fartas de deitar cá fora a noticia do golpe militar aos quatro ventos. Um caso mais ou menos consumado, era a ideia que começava já a prevalecer em muita gente, tal a veracidade e o pormenor com que o desenrolar dos acontecimentos passavam a ser pelas mesmas relatados. Uma sensação de alívio notava-se nas pessoas, se bem que juntamente com alguma inquietação pela incerteza que, não obstante, ainda pairava. Oficialmente nada de concreto se sabia, apenas o conteúdo daquela comunicação que, àquela hora, e dada de maneira como foi redigida, terá sido bastante inoportuna. S. Tomé-25. E a hora de fechar o Emissor Regional. Ouvem-se os últimos acordes do Hino mas até àquele momento a grande verdade, de que já muita gente não tinha dúvidas, não chega a ir para o éter pelas ondas hertzianas desta Voz Portuguesa no Equador. E isto porque a Emissora Nacional, de que faz parte, continua no seu mutismo em relação à sua emissão para o Ultramar. Continua com a sua normal programação, apenas com a diferença dos noticiários serem demasiado breves.
Fermino Bernardo - Meu antigo camarada do ERSTP |
O prémio da travessia de S. Tomé ao Principe |
2014 |
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