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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

São-Tomé – Jorge Bom Jesus e Ulisses Coreia e Silva – Criam Comissão-Mista para concretizar projetos: “temos de trabalhar de mãos dadas para encontrarmos nossas soluções!”

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

Desejo manifestado pelo Primeiro-Ministro de S. Tomé e Príncipe de STP no termo da visita oficial  ao seu país, do seu homólogo cabo-verdiano.

Roça Água Izé - 2015 - Vista de Jorge Fonseca 

De facto, à razões de sobra para que esse desejo passe dos discursos à ação: a comunidade cabo-verdiana em S. Tomé e Príncipe, é bastante expressiva, desde o tempo colonial – Muitos cabo-verdianos, que para aqui tinham vindo como contratados, não regressaram às suas ilhas e por cá ficaram, tal como os seus filhos e netps, sendo, ainda, uma das principais comunidades a manter alguma atividade viva nas antigas roças  

A saudade magoa o coração de cada cabo-verdiano, mas a sedução a uma terra equatorial, onde abundam frutos todo o ano e não padece das secas extremas de Cabo Verde, por um lado, e, por outro,    a dificuldade em arranjar meios de retorno ou mesmo de trabalho no seu pais de origem, têm-se constituído como fatores  de fixação nas Ilhas Verdes do meio do mundo 

– Daí que as visitas de governantes cabo-verdianos a STP, tenham sempre uma especial  relevância e significado, quer a nível ministerial  ou presencial, tal como a que pudemos acompanhar do Presidente Jorge Fonseca, em Julho de 2015

Ambos os governantes, manifestaram o desejo  “de arregaçar as mangas para podermos implementar, sair do papel para concretização porque os nossos os Países e povos esperam de facto por resultados”, disse Jorge Bom Jesus, sublinhando que “temos de trabalhar de mãos dadas para encontrarmos nossas soluções”.

JORGE BOM JESUS  - RETRIBUIRÁ COM UMA VISITA A CABO-VERDE EM JANEIRO

No termo da  visita oficial de cinco dias ao pais irmão das Ilhas Verdes do Equador, do Governante cabo-verdiano, em declarações a imprensa, refere a STP -Press, que,  Ulisses Correia e Silva disse que “em janeiro o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe estará em Cabo-Verde para a Comissão Mista”, tendo sublinhado que “esperemos que seja um momento marcante das nossas relações”.

O primeiro-ministro cabo-verdiano acrescentou que “além da cooperação bilateral, pudemos desenvolver o máximo possível a cooperação tripartida entre São Tomé e Príncipe e um terceiro País, já temos Luxemburgo, estamos em fase avançada com Espanha”.

“Queremos envolver outros parceiros em áreas e matérias que interessam ambos os Países”, disse Ulisses Correia, sublinhando que “estamos a falar as áreas de desenvolvimento do capital humano, ensino superior, formação profissional, turismo sustentável, energia renovável, economia azul, transformação digital, conectividade, transporte e comercio”.

Entretanto, ficou também a saber-se que – “Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde (ANMCV) acaba de anunciar a concessão de dois autocarros a Região Autónoma do Príncipe, para viabilizar a mobilidade das crianças em idade escolar nessa parcela do arquipélago de São Tomé e  Príncipe. 

A notícia foi, porém, revelada, nas últimas horas, após assinatura de uma convenção neste sentido entre o Cabo-verdiano Hermínio Fernandes, Presidente ANMCV e Felipe Nascimento, Presidente do Governo da Região Autónoma do Príncipe. 

Falando a propósito da subscrição deste documento, no âmbito da visita de cinco dias do Primeiro-ministro Cabo-verdiano Ulisses Coreia e Silva, já concluída a São Tomé e Príncipe, Hermínio Fernandes, afirmou que o propósito da oferta consiste em garantir com satisfação o “impacto” da iniciativa na esfera da mobilidade assim como na “qualidade de vida” das crianças da Região Autónoma do Príncipe. 

Filipe Nascimento, agradeceu o gesto da ANMCV com o qual reiterou e acolheu a vontade das partes desenvolverem uma cooperação trilateral envolvendo Luxemburgo, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde. 

domingo, 19 de setembro de 2021

Dia das Mulheres de São Tomé e Príncipe - Onde a beleza é formosa e sorri mas a realidade da vida das mulheres é bastante desigual e adversa

Jorge Trabulo marques - Jornalista e investigador

As Mulheres santomenses comemoram neste dia 19 de Setembro de 2021, o quadragésimo sétimo aniversario do seu Dia Nacional.

19 de Setembro é Dia da Mulher de São Tomé e Príncipe. A data foi instituída em honra à histórica manifestação de 19 de Setembro de 1974, protagonizada por um grupo de mulheres que saiu à rua da capital são-tomense para exigir do governo colonial a independência dessas duas ilhas equatoriais. A Independência viria a ser conquistada um ano depois, a 12 de Julho de 1975

NÃO ESQUECER TAMBÉM QUE “Muitas mulheres perderam o seu emprego. Nós somos as maiores vítimas da crise provocada pela Covid-19 em São Tomé e Príncipe”, conclui a porta-voz da Plataforma que promete lutar pelas mulheres no país.

Em São Tomé e Príncipe há muitas famílias monoparentais ou seja mulheres que são chefes de famílias e na maioria dos casos estas têm dificuldades de garantir o sustento das suas educandas.

A crise pandémica da Covid 19,veio acentuar a prostituição de adolescentes devido o agravar de problemas financeiros, com o governo adotar algumas medidas em parceria com as organizações internacionais e não governamentais para debelar o problema.

A ONU afirma que as disparidades entre homens e mulheres são hoje a principal barreira ao desenvolvimento humano, pelo que a igualdade de género ainda é um projecto em construção. Porém, as diferenças ficam mais evidentes em realidades onde a pobreza se faz presente, sendo as mulheres mais atingidas pelas injustiças sociais no mundo e em São Tomé e Príncipe em particular
 

Morreu, em França, o historiador e sociólogo português, José-Augusto França, aos 99 anos -

Uma personalidade, discreta e afável, muito dedicada ao seu trabalho de historiador, da investigação cultural, das letras e artes - Tive o prazer de o entrevistar e de com ele estabelecer enriquecedores diálogos – - Era um frequentador assíduo da Biblioteca Nacional, onde o encontrava, sempre que ali me deslocava - E foi também aí a última vez que o deixei de ver - Ficámos de nos encontrar no Jardim da Estrela, para fazer um registo de vídeo, tendo-me dito que era um dos sítios de Lisboa, onde gostava de ir a tomar o seu café - Entretanto, vim a saber que tinha ido para França por razões de saúde - Agora, é a noticia que nos é divulgada 

 Jorge Trabulo marques – Jornalista e investigador

É referido pela imprensa de que "José-Augusto França morreu, este sábado, na casa de saúde de Jarzé, perto da cidade francesa de Angers, onde estava internado há vários anos. Há cerca de três meses tinha sofrido um AVC.

A notícia foi avançada pelo jornal "Público", tendo sido confirmada pela amiga do historiador e da família, a pintora e antiga presidente da Sociedade Nacional de Belas-Artes, Emília Nadal.

Natural de Tomar, José-Augusto França foi responsável por estudos pioneiros sobre a reconstrução da Baixa Pombalina após o terramoto de 1755, ou sobre figuras como Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros ou Rafael Bordalo Pinheiro. A sua vasta obra ultrapassa os cem livros e centenas de artigos, divididos entre história da cultura, história da arte, estudos olisipográficos, monografias, ensaios e ficção. Foi condecorado com a Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1991), a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2006) e a Medalha de Mérito Cultural (2012)."

DN - ..Diz que ."a família de José-Augusto França mudou-se de Tomar para Lisboa quando este tinha cinco meses. Começa a sua extensa colaboração na imprensa aos 18 anos, ao escrever crítica de cinema para O Diabo. Em 1945, na sequência da morte do pai, que tinha negócios em Angola, passa um ano em África, mas não se adaptou e regressou a Lisboa, onde publicou um dos primeiros romances críticos do colonialismo, Natureza Morta. É nesta fase que se integra no movimento artístico e intelectual, aquando da criação do Grupo Surrealista de Lisboa, onde se dá com Mário Cesariny, Alexandre O"Neill ou Vespeira, tendo inclusive feito uma incursão na pintura e exposto no primeiro Salão Surrealista, em 1949.

Foi editor do Grande Dicionário de Língua Portuguesa e entre 1951 e 1956 editou o conjunto de cinco publicações Unicórnio, Bicórnio, Tricórnio, Tetracórnio e Pentacórnio, que antologiava inéditos de autores contemporâneos como Almada Negreiros, António Sérgio, Jorge de Sena, Eduardo Lourenço, Vitorino Nemésio, entre outros

.Em 1959, ruma a França, que já tinha visitado em 1946, e onde conhece figuras da cultura como Roland Barthes ou André Breton. Discípulo de Pierre Francastel, é aí que se licencia em Ciências Históricas e Filosóficas, tendo mais tarde completado doutoramentos em História (sobre a reconstrução pombalina de Lisboa, 1962) e em Letras (sobre o romantismo português, 1969) na Sorbonne. Anos mais tarde, entre 1980 e 1986 é diretor do Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian."

Com o 25 de Abril regressa a Portugal, onde cria o curso de História de Arte na Universidade Nova de Lisboa, mas, casado com uma historiadora de arte francesa, acaba por dividir-se entre Portugal e França.

Entre os cerca de cem livros que publicou escolheu 16 em 2017 para serem reeditados pela Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM). Entre estes destacam-se Lisboa Pombalina e o Iluminismo, A Arte em Portugal no Século XIX, A Arte em Portugal no Século XX, História da Arte Ocidental, 1750-2000 e Lisboa, História Física e Moral. Mas também são uma referência as suas monografias sobre Almada Negreiros e Amadeo de Souza-Cardoso. DN

 

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

S. Tomé – Antigos hospitais coloniais abandonados e em ruínas - Governo de Jorge Bom Jesus, quer recuperar o da Roça Monte Café para internar doentes de coronavírus

Jorge Trabulo Marques - Jornalista 
Antigo Hospital da Roça Monte Café

O Primeiro-ministro São-tomense, Jorge Bom Jesus, de volta ao seu país, após alguns dias em Lisboa, onde tomou parte em representação do Chefe de Estado São-tomense nas exéquias fúnebres do antigo Presidente de Portugal, Jorge Sampaio,  já dá sinais de retoma da sua intensa atividade governativa



Estado do antigo Hospital da Roça Rio do Oiro

Depois de ter anunciado, à sua chegada que vai receber,  para breve, uma visita oficial do seu homólogo Cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, a São Tomé e Príncipe em finais deste mês de Setembro, já veio também declarar  - segundo diz a STP-Press, quer recuperar o da Roça Monte Café para internar doentes de coronavírus

Rio do Oiro - atual Agostinho Neto

De facto, as instalações das antigas roças, foram praticamente votadas ao abandono, muitas das quais em estado  de ruinas e desfigurado, tal como muitas das suas plantações – Pena que ao menos não se soubesse preservar uma herança, que também foi obra do suor de milhares de trabalhadores escravizados e de muitos colonos que não ficavam atrás de miseráveis salários pagos aos nativos e contratados, 200$00, foi o que me davam ao fim do mês na Roça Uba- Budo, depois dos descontos

Monte Café

Passados 46 anos, é lamentável que pouco ou nada se tenha feito para recuperar esse importante património - Em todo caso, nunca é tarde de mais, quando se tomem boas iniciativas – Tal parece ser o caso da que hoje é noticiada pela STP-Press, dizendo que O governo são-tomense vai reabilitar uma parte do Hospital de Monte-Café para internar doentes de Covid-19, prevendo ainda para este ano a reparação de toda a infraestrutura de modo a melhor o sistema de Saúde do País – anunciou quinta-feira o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus.

Sede da antiga Roça Uba-Budo - JTM

Bom Jesus explicou que a recuperação do Hospital de Monte Café, inoperante há mais de 15 anos, surge como uma “solução rápida” para internamento de doentes em estado grave por coronavírus, tendo em conta o aumento significativo de casos nos últimos dois meses.

O primeiro-ministro sustentou que “nós não podemos ter doentes a dormir no chão e a serem cuidados no chão, por isso nós vamos agir rapidamente e mobilizar sinergias”.


antiga Roça Rio do Oiro
Tendo considerado “uma emergência”, de modo a “albergar os doentes com maior dignidade e decência”, Jorge Bom Jesus sublinhou trata-se “uma estrutura bastante grande, com várias valências” numa perspetiva de “desafogar, nesta primeira parte, o Hospital Central e a própria delegação de Saúde do distrito de Mé-zóchi”.Apesar de ter assegurado que as obras serão suportadas pelas verbas oriundas do Orçamento Geral de Estado”, Jorge Bom Jesus admitiu ainda a hipótese do seu executivo vir “bater portas aos parceiros, como já é habitual”.

Tendo declarado que “hoje, o Hospital [Central] está a encher e o governo vê-se a braços”, com situação de aumento de casos da Covid-19, Jorge Bom Jesus assegurou que alguns doentes de Covid-19 vão ser colocados para unidade hoteleira no centro de São Tomé, até a conclusão das obras de reabilitação do hospital de Monte-Café.


São Tomé - Conceição Lima - UMA VOZ "ALÉM DO FIM DO MUNDO" - A Jornalista e Poetiza das Ilhas Verdes do Equador, foi nomeada Coordenadora do Movimento Poético Mundial para São Tomé e Príncipe. É a primeira vez que STP tem representação no MPM.

Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

"Sinto-me muito honrada, felicito efusivamente as novas coordenadoras e coordenadores de outros países e comprometo-me a trabalhar em estreita sintonia com os poetas e as poetisas são-tomenses, condição imprescindível para o êxito das ações do Movimento. Agradeço, desde já, a disponibilidade e a colaboração de todas e de todos. Abraços poéticos e fraternos." - Palavras expressas na sua página do facebook

 

Com o Presidente de Cabo Verde, Jorge Fonseca

"ALÉM DO FIM DO MUNDO" -Diz Guilherme de Souza Bezerra Gonçalves, que "a poesia de Conceição Lima é fortemente marcada pela distopia pós-independência. Em uma realidade social e politicamente fraturada, seu fazer poético não passa sem perceber as situações que a rodeiam. Se, por um lado, seu olhar analisa criticamente essa situação, por outro ele também demonstra um cuidado maior com a poesia e sua construção estrutural: aliando os dois pontos de vista, Conceição cria um novo mundo a partir de velhas e dominantes estruturas de poder"




São Tomé e Príncipe é uma terra onde a poesia está na sua paisagem, no azul do mar que a envolve e no rosto das suas gentes: os verdes multicolores são próprios das ilhas tropicais mas nestas ilhas as suas tonalidades assumem uma magia especial  - O nosso planeta é vasto mas , além de não haver duas terras com as mesmas singularidades, estas ilhas têm  o condão de se situarem no meio do Mundo – Nomeadamente, S. Tomé. A Ilha do Príncipe, fica a 150 Km mais a Norte e é tida como a princesa do Golfo da Guiné. No entanto, quer uma quer outra, para quem as demande, é amor à primeira vista - Não é por acaso que a poesia ali floresce, até das raízes das árvores que mais tempo se agarram ao solo, mesmo quando o mar as deixa nuas e quase  agarradas às rochas.

Raízes (do secular)  Micondó de Conceição Lima espalham-se pelo Brasil

Conceição Lima, que,  nas maravilhosas ilhas do equador é mais conhecida por São de Deus Lima,  creio que em resultado da  admiração, do carinho e da popularidade, que goza no seu país, é o nome mais traduzido da literatura são-tomense, nomeadamente nas línguas alemã, árabe, francesa, italiana,  galega, espanhola, inglesa, servo-croata, turca e shona. 

Autora de três livros de poesia, publicados pela Editorial Caminho, um dos quais, “A Dolorosa Raiz do Micondó’ acaba de ser lançado pelo Ministério da Educação do Brasil com uma tiragem de 32 mil exemplares.

A referida obra poética,  publicada em 2011 no Brasil pela editora Geração Editorial, de São Paulo  e, que, por ocasião da 2ª Bienal da  Feira do Livro de Brasília, que decorreu de 12 a 16 de Abril,   já havia sido selecionada pelo Programa Nacional de Bibliotecas Escolares do Brasil, num conjunto de mais de 400 títulos»,  vê  agora confirmado seu lançamento, e, consequentemente, o reforço da visibilidade dos seus livros no maior país de expressão de língua portuguesa.

Em recentes declarações ao Téla Nón, Conceição Lima disse estar muito feliz pelo reconhecimento da sua obra e pela projeção que isso representa da literatura são-tomense. «Saber que contribuo para elevar o nome e a cultura de São Tomé e Príncipe é muito gratificante e deixa-me realmente muito feliz», 11 Dez 2014 Livro de poesia de Conceição Lima com tiragem de 32 mil exemplares no Brasil

Trata-se, com efeito, de “uma obra poética que tem sido  objeto de vários estudos de Mestrado e de doutoramento em universidades portuguesas e sobretudo brasileiras.” Referência do Téla Nón quando  “A Dolorosa Raiz do Mincondó, começava a dar nas vistas - Já se dizia: "Nesta coletânea de 27 poemas da poetisa são-tomense Conceição Lima, o micondó, árvore considerada sagrada em diversas regiões da África, simboliza origem, casa, morada ancestral. A evocação de tais raízes é dolorosa devido a acontecimentos históricos, como a escravidão e a colonização, que imprimiram profundas feridas e rupturas na identidade nacional, e na própria poetisa, cujos antepassados foram trazidos à força para o arquipélago africano e mais tarde enviados para outras terras como escravos. Íntima, pessoal e sofrida, a poesia de Conceição Lima é também dotada de um lirismo e esteticismo sublimes, presenteados aqui pela primeira vez ao público brasileiro. Embora a dor seja uma constante em seus versos, o sentimento que os perpassa é o da sutil esperança de que a mesma memória que resgata os fatos traumáticos ajude a fazer germinar algo novo dos escombros, como o micondó que, com suas profundas raízes e frondosa copa, fez florescer o alfabeto poético de Conceição Lima. 03/04/2014. Raízes de Micondó de Conceição Lima espalham-se pelo Brasil...3 livros para celebrar o Dia da Consciência Negra

SÃO ASSIM OS POETAS ...

Com Sofia de Melo Breyner
Desde os anos 80  que Maria da Conceição Costa de Deus Lima, descobriu os caminhos da poesia, contudo, e, como geralmente acontece aos maiores poetas, a poesia é como voo de ave: voa ou  voga, simplesmente,  através dos grandes espaços ou  mares da sensibilidade e da imaginação, sem, todavia, ter pouso seguro. Vão-se fixando instantes, na sebenta do dia a dia, sem contudo haver a preocupação de os transformar em livro ou de lograr um porto de arribação – Em suma, vai-se viajando: 
“Os barcos regressam
carregados de cidades e distância

Adormecem os grilos
Uma criança escuta a concavidade de um búzio.
 
Talvez seja o momento de outra viagem
Na proa, decerto, a decisão da viragem”

Conceição Lima nasceu em Santana, na ilha de São Tomé, em 1961. Estudou jornalismo em Portugal. Em São Tomé e Príncipe trabalhou e exerceu cargos de direcção na rádio, televisão e na imprensa escrita. É licenciada em Estudos Afro- Portugueses e Brasileiros pelo King’s College de Londres e mestre em Estudos Africanos, com especialização em Governos e Políticas em África, pela School of Oriental and African Studies (SOAS), de Londres. Foi durante vários anos jornalista e produtora dos Serviços de Língua Portuguesa da BBC. Presentemente é jornalista da TVS, Televisão São-Tomense. Tem poemas dispersos em jornais, revistas e antologias de vários países. Publicou nesta editora O Útero da Casa e A Dolorosa Raiz do Micondó