expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

quinta-feira, 30 de junho de 2022

Entrevista ao Marechal Francisco Costa Gomes –Chaves 30-06-1914 - O Presidente Português obreiro da democracia e pacifista : declarou-me que mais de metade dos cientistas do Mundo estão ocupados em meios de combate em vez de se empenharem com “os problemas da fome, do analfabetismo, do meio-ambiente e da saúde

Jorge Trabulo Marques - Jornalista  - Desde 1970  - A HONRA  E O PRAZER DE TER ENTREVISTADO UM HOMEM VALOROSO, GENEROSO E PACIFICO - Entrevista dividida em dois videos - Mas há outros excertos que não me foi possível ainda recuperar

Foi o décimo-quinto Presidente da República Portuguesa, o segundo após a Revolução de 25 de Abril.  Natural de Chaves, 30 de Junho de 2014. Faleceu  em Lisboa, aos 77 anos, em 31 de Julho de 2001 - De família numerosa, de onze irmãos (dos quais três vão falecer antes de chegar à idade adulta), muito cedo Francisco da Costa Gomes fica órfão de pai, ainda antes de completar 8 anos. Após terminar a instrução primária, em Chaves, aos 10 anos entra no Colégio Militar, provavelmente falta de posses, para que possa aí prosseguir os estudos, prosseguindo a carreira de armas. Sobre a profissão militar o próprio diria mas tarde: «se pudesse não teria seguido.».

Entrevista -  Registo sonoro de uma antiga cassete - De entre as centenas de entrevistas e apontamentos, que ainda guardo no meu extenso arquivo em memórias de um repórter

Tenho pois  a honra e o prazer de editar o excerto de uma longa e  interessante entrevista, que me concedeu em sua casa, não obstante estar num período de convalescença, por razões de saúde  - "Sabe, que ainda ontem tive 40º graus de febre" - Confessava-me 

COSTA GOMES  - O MILITAR PACIFISTA

O paladino da paz –.Um dos militares mais pacifistas, que, após deixar a Presidência da Republica, não aceita ser  chamado a desempenhar qualquer cargo político, optando pelo  Conselho Mundial da Paz, como terreno de intervenção, seguindo, atentamente e com preocupação, o recrudescimento das armas convencionais e atómicas das duas grandes potências, que, ao invés de olharem mais para os problemas da saúde e das condições de vida das populações, gastam milhões em armas atómicas e convencionais.  –


RETIROU-SE DA POLITICA MILITAR PARA SE DEDICAR À PAZ MUNDIAL

JTM - O Sr. Marechal Costa Gomes é um homem retirado da cena política? É um homem que acompanha atentamente os problemas! Como vê a política: como interveniente ou como observador?

F.C.G. A política nacional vejo-a simplesmente como observador e um observador muito atento, porque, como tenho dedicado a maior do meu tempo, às questões internacionais, sobretudo àquelas que dependem da paz e do desarmamento, e, como isso me leva, muitas vezes, a conferências para fora do país e me obriga a um preparação, quando estou em Portugal, que me faz alhear um pouco da política do dia a dia do nosso país, é claro que eu estou mais a par daquilo que se julga que constitui hoje a política internacional e a situação internacional de propriamente da politica nacional.

JTM - Porquê essa preocupação?

F.C.G - Bom, a preocupação deriva de várias coisas:  em primeiro lugar do facto  de julgar que nós estamos realmente  de baixo da uma ameaça terrível que pode, de um momento para o outro destruir por completo a vida sobre este belo planeta, que é a Terra. É isso. Pode-se dizer  que as pessoas mais lúcidas e aquelas que se têm dedicado mais a este assunto, desde 54, desde o rebentamento da primeira bomba atómica, começaram a prever esta situação. Mas, não  há dúvida nenhuma, que, durante as duas primeiras décadas, praticamente o assunto da era atómica, foi completamente ignorado, as armas atómicas foram completamente ignoradas! Ninguém sabia nada  do que se passava, espacialmente nos países onde a luta começava a ter um cariz de competição muito forte, e, nos anos 70,  o mundo começou a ser surpreendido com a ideia de que, já havia nessa altura, armas suficientes para destruir várias vezes a humanidade.

“MAIS DE METADE DOS CIENTISTAS  DO MUNDO OCUPADOS EM APERFEIÇOAR MEIOS DE COMBATE” – Em vez de se empenharem com “os problema    da fome, do analfabetismo, do meio-ambiente e  da saúde

JTM – Acha que ainda há uma grande tensão entre os dois blocos?

F.C.G. Eu julgo que ainda há uma grande tensão mais forte do que aquela que devia existir, porque há uma desconfiança mútua, não só  do ponto de vista político, com sob o aspeto militar, que inibe e que faz  com que não se possam adiantar e definir determinados assuntos com a lógica, e, sobretudo,  com a necessidade que os mesmos impõem. Veja, por exemplo,  este facto que agora se deu, ultimamente, insólito: pois,  estamos todos à espera que, de um momento para o outro, se possa assinar o acordo  que elimine os mísseis intermediários e os mísseis táticos  da europa. Pois bem, qual é a atitude que a Nato toma perante esta decisão? É que… sim, senhora …vamos acabar com os mísseis mas temos que reforçar as forças convencionais.

Ora, eu acho que esta atitude é uma atitude absolutamente negativa! O que nós precisamos não é de reforçar as forças convencionais  é de reduzir também as forças convencionais! Porque, um dos  maiores problemas que existem no Mundo – e sem a redução dos orçamentos militares, se não será possível resolvê-lo – é o problema    da fome, é o problema do analfabetismo, é o problema do meio-ambiente, o da saúde, enfim, são uma série de problemas  que realmente fazem com que, a maioria da população mundial, dia a dia, veja os seus problemas acrescidos, agudizados e não sinta que há uma luz, que não há uma pequena ação solidária  dos países – que os têm, que, no fundo, os têm assegurado – para melhorar esta esta situação.

Ora, esta situação só pode ser melhorada, diminuindo drasticamente as despesas militares, não só o que diz respeito aos orçamentos. Como também no que diz respeito à investigação científica. Porque, hoje, mais de metade dos cientistas no mundo, estão dedicadas a aperfeiçoar armas e aperfeiçoar  meios de combate, quando, realmente, a todas as pessoas bem intencionadas,  lhes parece que se deviam dedicar as era para o bem-estar  da Humanidade, e, portanto, pró  melhoramento das condições de vida de todos os Povos.

JTM – Acredita na possibilidade de um novo conflito à escala mundial?

F.C.G. -  Acredito! Não porque as pessoas o queiram! Podemos dizer que 90% da população mundial é contra um conflito à escalda mundial  - Mas, com o acumular de armas que existem no mundo e, com os pequenos conflitos locais, que ainda não conseguimos debelar e, outros que se podem desenvolver de um momento para o outro, como é, por exemplo, a situação do Golfo Pérsico, pois, uma destas situações, pode, sem querer, levar a um conflito mundial! E isso é extremamente perigoso, porque, as armas que depois se possuem, são de tal maneira potentes e de tal maneira poderosas, que, se elas forem empregues,  durante muito tempo, será o tempo suficiente  para aniquilar a vida sobre a Terra.



O PERÍODO QUENTE PÓS 25 DE ABRIL

JTM - Outra questão que eu gostaria que o Sr. Marechal recordasse – alguns anos já volvidos sobre aquele período da revolução: um período, naturalmente, muito confusão, como é que a esta distância, o Sr. Marechal. Os recordaria?

F.C.G. – Bom, eu acho que foi realmente um período muito confuso! Muito perturbado! A revolução fez-se, mas, claro, dadas as circunstâncias em que ela teve de se efetuar. Não houve uma preparação, sobretudo para se poder  transitar do regime  que havia para um outro, onde as liberdades e os direitos humanos, estavam salvaguardas e estavam em plena pujança, e isso deu como resultado, que, houve, de facto, durante os primeiros tempos – no primeiro Governo (em todos os governos mais ou menos provisórios – deficiências muito grandes, que, só o trabalho e só a boa vontade e dedicação  de muitos, conseguiram, não digo suprir, mas pelo menos atenuar.

“OTELO TEVE AS SUAS DEFICIÊNCIAS MAS, DE UMA MANEIRA GERAL, FOI UM ELEMENTO POSITIVO  E A REVOLUÇÃO DE ABRIL DEVE-LHE MUITO.

Otelo Saraiva de Carvalho, detido a 20 de Junho de 1984 pela Polícia Judiciária, no âmbito deste processo. Da FP, com uma pena de 18 anos .De recordar, que o principal operacional do Movimento das Forças Armadas. nunca assumiu a criação das FP-25 nem a militância no grupo. Do tempo total de pena cumpriu apenas cinco anos. Em entrevista, concedida há Lusa, em 2010, Otelo confessou que, no dia em que recebeu a notícia da criação deste partido revolucionário armado, a encarou com "apreensão e perturbação com a ideia". Otelo: FP-25 foram "choque grande e um prejuízo tota
  
JTM – Sr. Marechal. Uma das figuras muito conhecidas e, de grande interveniência, na revolução, é Otelo Saraiva de Carvalho, atualmente preso: como é que vê a prisão de Otelo Saraiva de Carvalho?

F.C.G – Eu, como tive ocasião de dizer no Tribunal,  só conheço regularmente, a ação do Tenente-Coronel Otelo, quando ele parte ou do Conselho da Revolução
, em que me esteve diretamente subordinado.  – No Concelho de Revolução, porque eu era o Presidente do Concelho de Revolução; no COPCON COPCON –, porque o COPOCON estava dependente  do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e eu acumulava as funções de Presidente da República e de Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Ora, nesse tempo, eu posso dizer-lhe que, Otelo teve as suas deficiências,  mas, de uma maneira geral, foi um elemento  positivo e a Revolução de 25 de Abril, deve-lhe muito.

Depois, do 25 de Novembro, praticamente nunca mais tive contactos  com Otelo, mas, daquilo que eu conheço, a forma como eu pus o problema no Tribunal,  eu julgo que o caráter , a   moral e a maneira de ser do Otelo, não são de molde a admitir que ele, direta ou indiretamente, tenha tomado parte em qualquer das ações terroristas.

Era bom que se visse, que se estudasse bem, as ações terroristas, não só a partir  de 1974 mas que se vissem bem as ações terroristas, entre 1975 e 1976, porque, realmente, nessa data houve muito terrorismo em Portugal!  - Terrorismo absolutamente escusado! Terrorismo que que visava, única e simplesmente,  o regulamento do status quo, então estabelecido, em que as pessoas, não hesitara em matar, em destruir, em fazer ações, que realmente todo o mundo hoje as condena, porque, felizmente, o terrorismo hoje está condenado internacionalmente de uma forma absoluta.

JTM – Portanto, em sua opinião, acha injusta a prisão de Otelo?

F.G.C – Não posso dizer que é injusta ou justa. Eu não sei as causas que levaram à prisão de Otelo. Penso que –  nisso acredito, acredito na Justiça Portuguesa -, que o juiz que fez o inquérito  e que promoveu a sua detenção, tinha as suas razões. Podem não ser razões que não sejam razões suficientemente fortes para justificar a prisão durante tanto tempo de Otelo.

Não há dúvida nenhuma é que, Otelo Saraiva de carvalho, tem, em toda a Europa,  uma data de pessoas importantes, sobretudo no campo jurídico, que o apoiam, que o defendem e que estão constantemente  a fazer diligências para a sua libertação.

A entrevista, que, honrosamente me concedeu, continuaria  com  ainda com várias perguntas, desde a sua próxima deslocação a Tóquio, no âmbito das conferências do Conselho Mundial da Paz,  assim como de como recordava as  funções que desempenhou, em Angola,  1970-72, como  comandante-chefe da Região Militar de Angola – Perguntei-lhe, que, tendo também estado,   como militar nesta ex-colónia,  no meu  tempo (1966) se constava que havia quem, dentro do Quartel general, passasse informações do MPLA – Costa Gomes, negou que, de sua parte, alguma vez tivesse tomado essa atitude, não passando de calúnias e de falsidades. Pena não puder reproduzir as suas palavras, visto,  no dia seguinte ter ido fazer uma entrevista ao Monsenhor Moreira das Neves, em sua casa, e, inadvertidamente,  ao usar a mesma cassete, apagado o resto da entrevista.  Contudo, ainda disponho de uma outra entrevista, esta feita no torno de uma conferência, em que ele também participara, que igualmente conto editar oportunamente em vídeo.



Costa Gomes morava na Av. João XXI, próximo do cruzamento da Av. de Roma, em Lisboa. Nessa tarde, que me recebeu, estava sozinho e, curiosamente, os móveis da sala, estavam todos cobertos com lençóis brancos, visto ir para obras, mais parecendo a enfermaria de um hospital. Mesmo assim, teve a gentileza de me receber, já que a entrevista havia sido marcada uns dias atrás e ele não quis faltar ao compromisso. - 


Militar sempre preocupado com a paz, de perfil civilista, indo ao pormenor de, sintomática e simbolicamente, restringir o uso da farda apenas às ocasiões em que tal lhe era exigido, é no entanto, na Guerra colonial, de entre os grandes cabos de guerra, o mais renitente em utilizar a força bélica em grandes e pequenas operações, e, paradoxalmente, o que mais êxito teve em termos operacionais e bélicos.

Costa Gomes foi, com uma antecedência assinalável, em 1961, o primeiro chefe militar a defender claramente que a solução para a guerra colonial era política e não militar, não obstante cumpriu com brilhantismo as suas funções como comandante militar da 2.ª Região Militar de Moçambique, entre 1965 e 1969 (primeiro, como segundo-comandante, depois, como comandante) e, seguidamente, como comandante da Região Militar de Angola.

Após o 28 de Setembro de 1974, com o afastamento do general Spínola, Costa Gomes é nomeado para a Presidência da República, onde lhe caberá a difícil missão de conciliador de partes em profunda desavença, com visões radicais do mundo, algumas verdadeiramente inconciliáveis. Levará sobre os seus ombros tudo quanto se irá passar até à crise de 25 de Novembro de 1975, onde lhe coube o papel capital de impedir a radicalização dos conflitos poupando o país a enfrentamentos violentos e uma possível guerra civil. Costa Gomes é considerado um dos principais obreiros da instauração da democracia em Portugal.



«A APRENDIZAGEM DA ARTE DA «PRUDÊNCIA»

“A figura que sai das páginas de Luís Nuno Rodrigues é a de um general renitente. Da obra ressalta, desde logo, que a carreira militar de Costa Gomes deriva não tanto de um gosto pelas armas, mas sobretudo de uma evolução imposta pelas necessidades materiais da família. Do Colégio Militar à Academia Militar, o percurso de Costa Gomes resulta de uma evolução natural imposta pelas condicionantes familiares. A carreira militar não satisfazia em pleno Costa Gomes, que acabou por frequentar a Universidade do Porto, aí concluindo a licenciatura em Ciências Matemáticas (1939-1944). Este facto não o impediu de percorrer, ainda jovem, um extraordinário caminho como militar, ganhando prestígio no meio castrense, não deixando, contudo, de evidenciar uma renitência: a renitência ao uso e ao abuso da violência. Para o futuro marechal Costa Gomes, a violência (a força armada) só devia ser aplicada enquanto fosse útil ao equilíbrio e à paz na sociedade. O uso excessivo da violência, assim como a utilização da violência de forma inútil, eram-lhe repugnantes.

Na lógica do marechal Costa Gomes, cabia aos militares dosear o uso da violência, tendo sempre como fim assegurar os objectivos de ordem e paz social. – Excerto Relações Internacionais (R:I) - O general «renitente»

 
Marechal  Francisco Costa Gomes -   Uma das grandes personalidades, militares e cívicas,  Membro da Junta de Salvação Nacional desde a madrugada de 26 de Abril, e, como chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas em 30 de Abril de 1974. O primeiro Presidente da República Portuguesa a discursar perante a Assembleia Geral das Nações Unidas - Em Janeiro de 1975 está presente na assinatura do Acordo de Alvor, entre o governo e os movimentos de libertação angolanos, relativo à independência de Angola. Depois de dar posse ao IV Governo Provisório, também chefiado por Vasco Gonçalves (25 de Março de 1975), preside à assinatura, em 11 de Abril de 1975, do primeiro pacto MFA-Partidos.

Declarações inéditas de Francisco Costa Gomes, uma vez que,  da longa entrevista, que  honrosamente me concedeu, na qualidade de repórter da extinta Rádio Comercial RDP, apenas escassos minutos foram transmitidos. O  tema principal da minha deslocação a sua casa, versava sobre questões relacionadas com  o armamento atómico e convencional  das duas grandes potências e  o  papel do Marechal na Conferência Mundial da Paz, que, por agora, apenas reproduzo em texto .

E, de facto,  foi a propósito  destes assuntos, num tempo em que pareciam desanuviar-se algumas tensões, entre os dois blocos, que começaria por fazer as primeiras perguntas. Contudo, outros temas acabariam por ser abordados, nomeadamente, o que pensava do período quente pós 25 de Abril e da prisão de Otelo Saraiva de Carvalho  -   Conteúdo editado em vídeo. – Porém,  é minha intenção,  vir a editar,  no Youtube, também outra interessante entrevista, sobre este tema

 “Francisco da Costa Gomes toma posse como Presidente da República na sequência da renúncia de António de Spínola, a 30 de Setembro de 1974. Em pleno processo revolucionário terá de enfrentar situações de grande complexidade.

Nascido em Chaves, no seio de uma família numerosa, a sua infância é marcada pela morte do pai nas vésperas do seu 8.º aniversário. As dificuldades económicas da família levam a que, terminada a instrução primária, ingresse no Colégio Militar em Lisboa. A solução não lhe agrada, sobretudo devido ao afastamento da família.

Adicionar legenda
Com uma carreira militar brilhante, várias comissões de serviço nas colónias e estágios no Quartel-General da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), acabará por ser convidado, em Agosto de 1958, pelo ministro da Defesa, general Botelho Moniz, para o cargo de subsecretário de Estado do Exército. Começa assim uma carreira política que, depois de várias vicissitudes, o projectará ao mais alto cargo de Estado: a Presidência da República.

(…)Apesar da ambiguidade de que muitos o acusam, todos lhe reconhecem o mérito de ter conseguido evitar a guerra civil.

Ao ocupar a cadeira presidencial, uma das suas primeiras preocupações parece ser a de garantir a estabilidade, apesar da conjuntura revolucionária que se vive. Demonstra-o, primeiro, ao reconduzir Vasco Gonçalves para o cargo de chefe do governo (III Governo Provisório, em 1-10-1974). Depois, durante a viagem que efectua aos EUA onde procura não só estabelecer contactos com vista à cooperação entre os dois países, sobretudo económica, como também tranquilizar a comunidade internacional quanto ao rumo da transição portuguesa” – Excerto de . Biografia completa - Museu da Presidência da República



Teodoro Obiang - Presidente da Guiné Equatorial, a escolha do seu sucessor "depende do povo" - Nós não dependemos de França – A lei penal está no Parlamento e perto de ser ratificada – Considera excelentes as relações comerciais do seu país com Portugal


Jorge Trabulo Marques  - jornalista  - Editado Vídeo nests post















video com as declarações do Presidente Obiang
com imagens da Guiné Equatorial

Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu a meio da tarde de terça-feira, dia 29,  no Palácio de Belém,  entre outras figuras, o seu homólogo,  Teodoro Obiang Nguema, que aproveitara parte do dia para se deslocar ao santuário de Fátima e concretizar um dos seus antigos desejos.  


Audiências que se seguiram à   margem da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, a decorrer desde o dia  27 de junho a 1 de julho 2022., em Lisboa, com representações de mais de 140 países e fazendo convergir  ao Parque das Nações, milhares de visitantes,  tem cabido ao Presidente da República Portuguesa, o papel de anfitrião, recebendo  um vasto leque de personalidades.

No final do referido encontro, o Presidente da República da Guiné-Bissau, foi instado pelo jornalistas a pronunciar-se sobre o  balanço que fazia das relações económicas bilaterais com Portugal, além das perguntas  que já fazem parte  do ritual mediático internacional - Sim, porque, o seu país, tem importantes recursos petrolíferos  há que impor também por lá, a pretexto da democracia mascarada a “primavera árabe” para que o caos torne mais fácil a sua cobiça.

"É um problema que depende do povo (...). Nós não dependemos de França. A França está a fazer a sua justiça porque França quer confiscar um bem que é do povo da Guiné Equatorial, portanto não pode ser um problema para o processo político na Guiné-Equatorial", disse Teodoro Obiang quando questionado se a condenação do seu filho pode ser um obstáculo a que lhe suceda como candidato à Presidência.

. Depois da ratificação, será abolida a pena de morte”, disse o chefe de Estado equato-guineense aos jornalistas, na sequência do encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em Lisboa.

Na tarde de ontem, assistimos também aos cumprimentos de Marcelo Rebelo de Sousa, com  o Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló;com Sua Alteza Real Vitória, Princesa Herdeira da Suécia. com o Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Qu Dongyu;. com   Conselheiro de Estado da República Democrática de Timor-Leste, Xanana Gusmão; com o Vice-Presidente da República da Tanzânia, Philip Mpango.

 

 

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Cimeira dos Oceanos em Portugal - O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, em visita à sede da CPLP. assegurou que o português, que era considerado língua estrangeira na Guiné Equatorial, está em fase de crescimento - Finalmente pude agradecer-lhe ter-me salvo a vida do enforcamento-

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e antigo navegador solitário em pirogas  - O dia de ontem, terça-feira. foi um dia para mim muito feliz, isto, porque foi a   realização de um  antigo sonho - Tal como já foi noticiado pela Dw- deutsche welle  https://www.dw.com/pt-002/teodoro-obiang-encontra-se-com-portugu%C3%AAs-que-salvou-da-morte/a-62294600 e pelo site oficial do Governo da Guiné Equatorial https://www.guineaecuatorialpress.com/noticias/actividades_de_la_pareja_presidencial_en_lisboa finalmente, pude agradecer ao Presidente Obiang, ter-me salvo do enforcamento, há 47 anos, em cerca de meia-hora ou talvez mais, mas, como as emoções, são tantas e estão ainda muito vivas, prefiro editar as imagens e falar desta honrosa e gratificante audiência, de mais de meia hora, noutra oportunidade 








Teodoro ObiangNguema Mbsasogo, uma das altas figuras de Estado convidadas para a conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, que decorre em Lisboa até 1 de julho e que se encontra desde domingo à frente de uma  delegação de alto nível, acompanhado de sua esposa, Constância Mangue de Obiang,  do ministro das Relações Exteriores, Simeon Oyono Esono, bem como o moçambicano Murade Muragy,  ex-secretário executivo da CPLP que assume o posto de Conselheiro Especial de Obiang para a Língua Portuguesa, visitou esta terça-feira, pelas 11.30 da manhã a sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) , tendo sido recebido  em sessão solene pelo Secretário Executivo da CPLP, Zacarias da Costa, e pelos Representantes Permanentes dos Estados-Membros junto da CPLP.  

Esta  é a primeira visita do Chefe de Estado da Guiné Equatorial à sede da CPLP.


Embaixador Tito Mba Ada


A República da Guiné Equatorial fo
i admitida como membro de pleno direito da CPLP na X Conferência de Chefes de Estado e de Governo, realizada a 23 de julho de 2014, em Díli. - Em boa parte, graças ao dinamismo do Embaixador Tito Mba Ada, representante permanente da Guiné Equatorial junto da CPLP, embaixador da Guiné Equatorial em Portugal e simultaneamente embaixador não residente em Cabo Verde, Guiné Bissau e Timor-Leste.

"Nós estamos dispostos, estamos a organizar-nos para cumprir todas as condições que exigem todos os países membros da CPLP", disse o Presidente equato-guineense em declarações à imprensa, e , referindo-se  ao processo de abolição da pena de morte no seu país, prometeu cumprir todas as recomendações de adesão exigidas pela organização.


Ladeado por Zacarias da Costa, secretário-executivo da CPLP, Obiang assegurou que o português, que era considerado língua estrangeira na Guiné Equatorial, está em fase de crescimento, sobretudo porque muitos jovens já aprendem a língua nas escolas.

O chefe de Estado da Guiné Equatorial tem tido vários encontros bilaterais, entre os quais com o presidente da Assembleia Geral da ONU, Addulla Shahid; esteve na Feira Internacional de Artesanato (FIA) e vau ser recebido esta  quarta-feira pelo seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa,  tencionando ainda visitar o Santuário de Fátima.

A visita à sede da CPLP permitiu ainda ao Presidente   guinéu-equatoriano,realizar um encontro com os embaixadores representantes permanentes dos 9 Estados-Membros em Portugal e na organização multilateral. - Diz o site oficial da Guiné Equatorial 

Em declarações à imprensa, o Chefe de Estado da Guiné Equatorial explicou as razões pelas quais a Guiné Equatorial aderiu à CPLP.

Embaixador Anónio Quintas e o repórter Intermamata

Imediatamente a seguir, a delegação da Guiné Equatorial chefiada pelo Chefe de Estado e pela Primeira Dama deslocou-se para a sede diplomática do nosso país em Lisboa. Ali, o Presidente felicitou a comunidade estudantil pela dedicação às tarefas formativas, recomendando ao mesmo tempo que se adaptassem à idiossincrasia do país. As fotos da família e o anúncio da entrega de um valor econômico para este bairro finalizaram os detalhes do encontro. 

Outra das audiências do Presidente foi a concedida ao navegador português Jorge Trabulo, de 77 anos, que foi libertado pelo então comandante do exército nacional, Obiang Nguema Mbasogo, a quem agradeceu por lhe ter salvado a vida quando já esperava morrer nas prisões da Guiné de triste memória. Trabulo foi acusado de ser subversivo por ter chegado às margens da ilha de Bioko em consequência de um naufrágio. Por último, e para encerrar a agenda desta terça-feira, os responsáveis de duas empresas dedicadas à área da medicina dirigiram-se ao Presidente para manifestar o desejo de implementar as suas actividades na Guiné Equatorial.

Presidente da Guiné Equatorial defende recursos dos países da CPLP contra a miséria - Palavras oferecidas pelo Presidente Obiang na abertura da Cimneira dos Oceanos 

Foi então noticiado pela Lusa que o  Presidente da Guiné Equatorial,  em Lisboa, a rentabilização dos "enormes recursos" dos países da CPLP para a minimização da fome, da miséria e das doenças que afetam a maioria das populações dos países lusófonos.

Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que se encontra em Portugal, onde participa na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, fez uma declaração no final de uma visita à sede do secretariado-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.

Sobre o processo de integração plena da Guiné Equatorial na CPLP, Obiang disse que este está a evoluir "positivamente" e que espera "em breve" ultrapassar os obstáculos que ainda subsistem para o cumprimento do roteiro estabelecido em 2014, aquando da adesão do país à organização lusófona.

A este propósito, recordou que a Câmara dos Deputados e o Senado da Guiné Equatorial já aprovaram o novo código penal -- que prevê a abolição da pena de morte -, encontrando-se na fase de finalizar os procedimentos internos.

Também no caminho da integração, a Guiné Equatorial aprovou a introdução do ensino da língua portuguesa no sistema escolar, a partir do próximo ano letivo.

Obiang Nguema Mbasogo considerou importante que a CPLP continue a aproximação aos seus povos, tendo em conta os "enormes recursos" que os respetivos países possuem, que podem ser rentabilizados para minimizar a fome, a miséria e as doenças que a grande maioria das suas populações ainda sofre.

E congratulou-se com a assinatura, na cimeira de Luanda, em julho passado, do acordo de mobilidade no espaço comunitário, que na sua opinião será "um instrumento decisivo" para a circulação dos cidadãos nestes países. A Guiné Equatorial ainda não ratificou este instrumento.

O secretário-executivo da CPLP, Zacarias da Costa, sublinhou os avanços da Guiné Equatorial no processo de integração, embora compreenda que "cada país tem a sua forma de lidar com as questões".

"O mais importante é que o compromisso está a ser feito e notamos progressos significativos", disse à Lusa, no final da visita de Obiang à sede da da CPLP.

Zacarias da Costa gostaria de ver o processo concluído antes da próxima cimeira da CPLP e a Guiné Equatorial "plenamente e efetivamente integrada".

Quando tal acontecer, disse, será possível a realização de mais reuniões em Malabo, capital da Guiné Equatorial, bem como este país assumir a presidência da organização