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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

São Tomé e Príncipe – Perdeu o Médico Guadalupe Ceita, antigo combatente da " Independência Total Cá Cuá Cu Povo Mêcê " –


JORGE TRABULO MARQUES - Jornalista

João Guadalupe Viegas de Ceita, mais conhecido no país por Dr. Guadalupe, foi a enterrar no último sábado 23 de Outubro. Após 92 anos de uma vida social e política preenchida por São Tomé e Príncipe, o funeral aconteceu no cemitério do Alto São João em São Tomé " Diz o Téla Nón.


Autor de “Memórias E Sonhos Perdidos” – Condecorado, em 2019 pelo Estado português com a “A Ordem da Liberdade”

Este era o grito na tarde daquele dia, lançado pelos irmãos Costa Alegre" Independência Total Cá Cuá Cu Povo Mêcê “Independência total é o que povo quer” – Tal como escrevi na revista Semana Ilustrada, de Angola, " o grito, vibrado em uníssono por largos milhares de santomenses, no seu dialeto, numa grandiosa manifestação organizada pela Associação Cívica Pró-Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe independência

A referida manifestação teve lugar no sábado à tarde. Principiou no Riboque, sede daquela Associação, foi engrossando à medida que ia percorrendo as principais ruas e avenidas, e terminou mais tarde no mesmo local num verdadeiro mar de gente, em calorosa exaltação de confiança e de apoio ao novo destino politico que o movimento de libertação destes territórios portugueses, com sede em Libreville, Gabão, pretende dar a estas terras e às suas populações” – excerto

O herói são-tomense, que, no dia 20 de março, foi distinguido no Salão Nobre da Embaixada de Portugal em São Tomé e Príncipe, com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade, partiu para a eternidade

A atribuição honorifica portuguesa é destinada a distinguir serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização e da liberdade e em prol da dignificação do Homem.

Em 2015 lançou o livro “Memórias e Sonhos Perdidos de um Combatente pela Libertação e Progresso de São Tomé e Príncipe”. É ainda autor de vários ensaios e artigos relativos ao combate antipalúdico, publicados na Europa e nos Estados Unidos, tendo realizado conferências em Portugal, Estados Unidos da América e Moçambique.

João Guadalupe Viegas de Ceita, nasceu em São Tomé, a 4 de fevereiro de 1929, vindo a formar-se em medicina escritor e um dos heróis nacionais, sendo um dos cofundadores, reorganizadores e ideólogos do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP) e do projeto de um São Tomé e Príncipe independente.

Tal como é referido no seu prestigiado e vasto curriculo, " o Dr. Guadalupe de Ceita, está ligado à criação, em 1960, do Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe (CLSTP), que em 1972 contribuiu para o nascimento do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP).

Em 1973 concluiu a Licenciatura em Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Fez estágio de Cirurgia no Congo e foi Diretor do Hospital Geral de Bata, na Guiné Equatorial. Durante a sua estada em Lisboa frequentou a Casa dos Estudantes do Império, onde conviveu com vários líderes de movimentos anticoloniais

Numa entrevista, concedidaâ WD, declarou  explicou como ingressou na luta pela independência nacional

GC: Quando completei o liceu, depois do quarto ano, vim de férias para São Tomé com o Miguel Trovoada. O Miguel Trovoada estudava Direito e eu Medicina. Em São Tomé encontramo-nos com Leonel Mário d’Alva, Filinto Costa Alegre e António Barreto Pires dos Santos (Oné). Reunimo-nos algumas vezes em Bobô-Forro e outras vezes em Boa Morte e conseguimos combinar que havíamos de lutar contra o colonialismo.

Ficou combinado que o Miguel Trovoada seguisse para África. Ele já tinha feito o primeiro ano do curso de Direito e estava a caminho do segundo ano. Eu já estava no quarto ano. Por isso, em vez de trocar os estudos por uma vida incerta, o melhor era acabar o curso de Medicina. Então eu voltei para Portugal e Miguel Trovoada seguiu para África. Mas logo que acabei o curso segui para África.

DW África: Naquela altura a comunicação era ainda difícil. No entanto, conseguiam viajar e participar em reuniões. Não era perseguido pela PIDE, a polícia política portuguesa?

GC: Eu tinha o meu nome oficial, Oné tinha o seu nome, Medeiros tinha o seu nome. Quando viajássemos seriam presos, segundo Barreto Pires. A PIDE tinha os nossos nomes, mas nunca conseguiram prender-nos porque não viajamos para os paises com os quais a polícia política portuguesa tinha relações.


DW África: Qual foi o momento mais conturbado durante a luta de libertação de São Tomé e Príncipe? Foi na Guiné Equatorial ou no Gana?

GC: Foi em 1966 quando deram o golpe contra Kwame Nkrumah no Gana. Todos aqueles que tinham relações com a Frente de Liberação de Moçambique (FRELIMO) e com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) tinham representantes no Gana. A África do Sul e a Namíbia também tinham os seus representantes.

E quando se deu o golpe correram com todos, tiveram que deixar o Gana. Subiu ao poder um indivíduo que estava contra Nkrumah e que não queria ver nacionalistas no Gana. Então fui para o Togo, onde estive um ano, e depois fui para o Congo, onde fiquei três anos.

DW África: Encontraram apoio suficiente no Congo?


GC: Encontramos apoio atraves do MPLA de Agostinho Neto. Fomos para a China e para Coreia como visitantes políticos. Estivemos na Conferência de Roma. Três anos depois houve outro golpe e tivemos que sair outra vez.

DW África: Foi na Guiné Equatorial que ocorreu o congresso de transformação do Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe (CLSTP) em Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP). O Presidente da Guiné Equatorial na altura tinha algum receio desta reunião? E que motivos levaram a que o congresso, que previa a presença de cerca de 300 pessoas, ficasse confinado a oito pessoas?

GC: Portugal tinha ameaçado os países africanos. Aqueles que dessem apoio seriam atacados. Talvez por isso ele tenha recusado a realização do nosso congresso na ilha e preferido o continente. Entretanto, quando fizemos o congresso éramos apenas oito, entre os quais Miguel Trovoada, Oné, Pinto da Costa e José Fret Lau Chong. O congresso foi feito numa casa e à porta fechada. E Pinto da Costa foi eleito secretário-geral.

DW África: Qual era a ligação que havia entre o CLSTP e os outros movimentos nacionalistas africanos?

GC: Tínhamos boas relações com o MPLA e com a FRELIMO, mas sobretudo com o Gabão.

W África: Manuel Pinto da Costa foi eleito para o cargo de secretário-geral do CLSTP por ser uma figura de consenso na altura?

GC: Eu não queria aceitar. Como não aceitei, ninguém votou em mim. José Fret Lau Chong teve dois votos. Ele votou em si próprio e eu votei nele. Éramos apenas oito. Aquelas centenas de são-tomenses da Guiné Equatorial com quem tinha vivido três anos estavam à minha espera e a reunião, mas não fizemos isso. Pinto da Costa é que foi eleito. Em 300 e tal votos, ele teve oito.

DW África: Recorda-se de algum episódio relevante que, para si, marcou a luta pela independência nacional?

GC: Um homem como eu, que fundou o Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe, que percorreu o mundo falando em nome de São Tomé, que reuniu o CLSTP na Guiné Equatorial, e não me quiseram deixar entrar em São Tomé. Foi um episódio lamentável.

Pinto da Costa disse que eu e os outros podíamos fazer parte do partido. Mas eu disse para comigo: se Gastão d’Alva Torres, que defendeu a nossa tese e foi chefe da delegação no Acordo de Argel [assinado em 25 de agosto de 19741 em Argel, pelos representantes de Portugal e do PAIGC, movimento de libertação da Guiné-Bissau e de Cabo Verde], não pode voltar a ingressar no Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, eu também não. Foi assim que deixei de fazer parte do MLSTP/PSD.

DW África: O que levou ao afastamento de Hugo de Menezes Tomás Medeiros na luta de libertação nacional?

GC: Eu e o Hugo Menezes percorremos o Gana e o Togo. Quando chegamos ao Congo, o MPLA ia para Frente Leste e ele decidiu ir também. Mais tarde, quando ele chegou à Guiné Equatorial, já tínhamos realizado o congresso sem a participação dele. Então, foi-se embora e nunca mais voltou.

DW África: A resolução da Assembleia Geral da ONU das Nações Unidas, que a 14 de novembro de 1972 reconheceu a legitimidade da luta armada em África contra Portugal, ou o Acordo de Argel: qual teve mais peso na independência de São Tomé e Príncipe?

GC: Foi o Acordo de Argel, assinado a 26 de novembro de 1974. Esta é que foi a data histórica principal, porque foi o Acordo de Argel que reconheceu a independência nacional.

DW África: Como é que se explica o rápido declínio socioeconómico de São Tomé e Príncipe nos primeiros 15 anos após a independência?

GC: Um exemplo só: eu percorri São Tomé e Príncipe com o MEP, o Programa de Erradicação do Paludismo, e vi tudo transformado em mata. São Tomé tinha cacau por todos os cantos antes da independência, basta dizer isso. E não se falava disso. São Tomé transformou-se num país independente com possibilidades de singrar, mas não singrou e nós ficamos nessa situação.

DW África: Sente alguma mágoa em relação a isto?

GC: Eu só tenho mágoa de uma coisa: não ter podido transformar São Tomé e Príncipe. Eu, Guadalupe de Ceita, transformava São Tomé.

A partir de 1980, na qualidade de Coordenador Geral de Medicina, trabalhou ativamente no Programa de Erradicação do Paludismo, tendo sido Diretor da Luta Antipalúdica da Região Subsaariana e membro do Painel dos 23 Paludólogos da Organização Mundial de Saúde (OMS). https://www.dw.com/pt-002/guadalupe-de-ceita-lamenta-n%C3%A3o-ter-podido-transformar-s%C3%A3o-tom%C3%A9/a-18008000

COMENTÁRIOS 

Ayres Menezes 25 de Outubro de 2021 at 13:24

De facto o povo de Santome está de luto pela perda do grande patriota, revolucionário, médico chefe de família. O Dr Guadalupe muito amigo dos meus pais desde de Portugal dos anos 50 e posteriormente em Ghana no tempo de
Kuami Nkrumah, onde criaram a CLSTP. Neste comité faziam parte dentre outros o Dr. Guadalupe de Ceita,o Onet, Dr. Hugo José Azancot de Menezes, Dr. Tomás Medeiros. A sua actividade para além da médecina, emitiam programas radiofónicas na rádio de Ghana. Com o golpe de estado que demoveu o presidente Nkrumah tivemos que fugir para o Togo e posteriormente reencontramos-nos no Congo Brazzaville. Este grande patriota honesto coerente e que deu tudo para sua pátria merece por nós o respeito , admiração. Que seu exemplo de patriotismo sirva de referência para a nação.

Guiducha -26 de Outubro de 2021 at 22:41

Concordo plenamente. Tenho como projeto esclarecer ponto por ponto os detalhes da HISTÔRIA de STP, que muitos já tentam DETURPAR pensando que deixarão os nomes deles na glória…deixarão sim, mas como vilãos que foram ,são e serão sempre, pois que a USURPAÇÄO de títulos , de mentirosos e falsos fundadores do partido para a independência de STP, os RANCOROSOS e golpistas criminosos, prontos a tudo e até mesmo de assaltarem o PODER por megalomania, vão ser bem SUBLINHADOS pelas catástrofes e prejuízos que levaram e instalaram em STP pelas suas ambições DESMEDIDAS.- Excertos de comentários expressos no Téla Nón https://www.telanon.info/politica/2021/10/25/35497/stp-perdeu-um-combatente-pela-liberdade-da-patria/

 


domingo, 24 de outubro de 2021

Ensino em S. Tomé e Príncipe - Tem a melhor taxa de alfabetização dos PALOP - Tem sido das áreas, melhor sucedias, após a independência, com apoios de várias instituições portuguesas e brasileiras

Jorge Trabulo Marques - Jornalista

A imagem de jovens a caminhar ao longo de caminhos e estradas, com as suas sacolas, é já habitual, quer chova ou faça sol -   Escola Albertina Matos, em Madalena, vai ser requalificada – Se bem que, nos últimos anos da colonização, houvesse progressos assinaláveis – Uma das mais antigas escolas de a Albertina Matos, na vila da Madalena está atualmente em obras,  com o  apoio da  GALP – Disse o Téla  Nón – Projeto cofinanciado pela GALP, estão a ser montados cerca de 80 contentores no terreiro de Santa Margarida. Contentores que serão devidamente equipados para funcionarem durante os próximos 3 meses, como salas de aulas para os alunos da região da Madalena.


Referindo que, no quadro do acordo de partilha de produção de blocos de petróleo em fase de pesquisa nas águas nacionais, a GALP assumiu como responsabilidade social financiar alguns projectos de âmbito social, nomeadamente a requalificação da escola Albertina Matos.


Em 1975, com a independência nacional de São Tomé, a instituição foi renomeada, passando a chamar-se Liceu Nacional Paulo Freire. Paralelamente, a única instituição liceal do arquipélago, o "Liceu Nacional D. João II" (renomeado para "Escola Preparatória Patrice Lumumba"), foi transformada em uma escola de ciclo preparatório, fazendo com que a LNSTP fosse, por 36 anos, a única escola secundária do país..

É sublinha por observadores, que “a independência nacional trouxe, numa primeira fase, um incremento significativo da educação em São Tome e Príncipe, tendo-se alcançado resultados muito positivos com a massificação do ensino, logo após 1975. Todavia, passada que foi esta fase, a educação conheceu uma certa desaceleração e os indicadores mostraram alguma estagnação, senão mesmo retrocesso em alguns sub-sectores, como por exemplo, a alfabetização.

Entretanto, é já reconhecido, que, pelo menos 90% dos são-tomenses com mais de 15 anos sabem ler e escrever, a melhor taxa entre os países africanos de língua portuguesa, indica o Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos (PAJA) são-tomens

Governo de São Tomé e Príncipe prevê erradicar o analfabetismo no país até 2022, mas em 1975 tinha uma taxa de analfabetismo estimada em pouco mais de 80% da população.

"Depois da independência, houve uma grande campanha para a redução do analfabetismo, principalmente nos jovens e adultos, começou-se a trabalhar e em 1990 reduziu-se a taxa para 50%", explica a diretora do Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos, Helena Bonfim

As escolas do ensino secundário básico,  localizam-se, de uma forma geral, nas capitais dos distritos e compreendem uma rede de 11 escolas na ilha de S. Tomé e 1 escola na ilha de Príncipe. Enquadram geralmente as classes que vão de 5ª a 8ª em todos os distritos. No entanto, ao nível do distrito de Água Grande existe uma diferença entre as escolas que integram os alunos da 5ª e 6ª classes e o Liceu Nacional, a única escola secundária deste distrito que absorve apenas os alunos da 7ª, 8ª e 9ª classes.

A nível do ensino primário a pressão da população em idade escolar sobre as escolas é maior em Água Grande e em Mé-Zóchi e menor, em Caué e na Região Autónoma do Príncipe. O ratio alunos/professor é bastante maior em Água Grande, indicando uma maior pressão neste distrito.

 

sábado, 23 de outubro de 2021

S. TOMÉ – Junto à "Ponte Que Deus Fez" e a "Boca do Inferno" –

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

Além das belas praias, de águas quentes e cristalinas, são várias as grutas ou cavernas, cachoeiras “Pontes que Deus Fez “ - Na orla marítima de São Tomé, até existe a chamada “Boca do Inferno” - Tal como é referido por estudiosos, esta ilha é um agregado de montanhas graníticas, rochas cristosas, areias e argila vermelha e amarela em que se encontram terras ferruginosas. A mais elevada montanha é a que se chama Pico de S. Tomé, com 2024 metros de altitude no topo. Situa-se no oeste da Ilha de São Tomé. A montanha é arborizada e acessível somente a pé

Há outros picos em forma de pirâmides os quais têm os nomes de Pico de Ana Chaves, Pico Lança, Pico de Adão, Homem da Capa, Pico Moccadom, Pico Cabumbé, Pico Cão Grande, Pico Cão Pequeno, Morro Lembá, Charuto, Morro de Dentro. As Mamas da D. Augusta e outros.

Na ilha do Príncipe, com idênticas caracterizaras vulcânicas à de S. Tomé, existe o Morro Fundão, Morro Caixão, Pico Papagaio, Morro Iõla, Morro Leste, Pico Mencorne, Carrote, Mesa, Bariga Branca, As Mamas, Pico Negro

As ilhas, que formam São Tomé e Príncipe, estão situadas no Golfo da Guiné à altura da linha do equador, a cerca de 250 km da costa noroeste do Gabão. São Tomé e Príncipe é uma continuação da linha vulcânica dos Camarões na África continental. Uma cadeia de ilhas estende-se desde o Monte Camarões, no continente, até ao mar, no sentido sudoeste, até Bioko, passando por Príncipe, São Tomé e Ano-Bom.

Príncipe e São Tomé são ilhas oceânicas, isto é, vulcões que se erguem abruptamente do fundo do mar e rodeados por mares profundos. As ilhas foram formadas de meados ao final do período terciário. Príncipe tem 31 milhões de anos, enquanto São Tomé tem 15,7 milhões de anos.[

A grande maioria da lava que eclodiu em São Tomé durante o último milhão de anos tem se transformado em basalto. A rocha mais nova da ilha tem cerca de 100 000 anos, mas muitos mais recentes cones de escória são encontrados no lado sudeste da ilha

Dizem alguns geógrafos - recorda o Tenente-Coronel João José de Sousa Cruz "que a ilha é de origem vulcânica; Cunha Mattos sem negar a antiga existência de vulcões, entende que ela esteve antigamente ligada ao continente africano do qual foi separada pela força das correntes do sul ao norte e talvez mesmo por algumas convulsões da Natureza, O terreno da ilha é muito rico em vegetação; acha-se coberta por um bosque que parece tão antigo como o mundo; e encontram-se árvores de 100 palmos de circunferência (os Ocás22) e de mais de 200 de altura (os paus capitães23). Não obstante isso sabe-se que houve tempo em que a madeira era tão escassa que não bastava para a laboração dos engenhos de açúcar

 

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Ponte Aérea S. Tomé- Biafra - Recordada no filme “Constelações do Equador”, com o Prémio Especial do Júri».ao realizador são-tomense Silas Tiny retracta a ponte aérea entre São Tomé e Biafra, ocorrido nos anos 60

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

A distinção foi atribuída na  estreia mundial no Sheffield Doc Fest, no Reino Unido,  No dia 26 de Outubro, próxima terça feira, o filme “Constelações do Equador”, terá estreia  em Portugal, «durante o DocLisboa onde irá integrar a competição Nacional», declarou Silas Tiny.

Um filme, muito saudada pela critica da especialidade  -  O autor de filmes como “Bafatá Filme Clube” (2012) e “O Canto do Ossobó” [onde buscava “As imagens que se perderam, e que nunca mais encontrei” da África lusófona] –recebeu elogiosas referências na no Sheffield Doc/Fest  com o seu mais recente projeto, “Constelações do Equador” (Equatorial Constellations), objeto documental que lança um olhar sobre a Guerra do Biafra e o papel de São Tomé, muito próximo geograficamente pela via aérea, no conflito que opôs a autoproclamada República do Biafra e a Nigéria.

JORGE PEREIRA ROSA   JORGE PEREIRA ROSA, EM 7CINEMA,diz estas palavras:

Vagueando por espaços são-tomenses, onde ainda se encontram espaços que remetem ao conflito, e inevitavelmente ao nosso passado colonial, Tiny vai paulatinamente, entre o registo observacional e o ativo, através de depoimentos, imagens de arquivo e apresentação de factos históricos, registando um conflito iniciado em a 30 de maio de 1967, quando o Coronel Odumegwu Ojukwu declarou unilateralmente a independência do Biafra.

São Tomé, na altura um território colonial, viu-se envolvido indiretamente no conflito devido ao apoio “tímido” de Portugal aos independentistas do Biafra, mas sofreu diretamente as consequências devido à sua proximidade aérea, que levaram a uma vaga de refugiados oriundos daquela região, em particular mulheres e crianças, que viajaram para o território através da ponte aérea humanitária cujo nome era “operação Air Lift“. Crianças essas que essencialmente chegavam ali com elevados índices de desnutrição e “cheias de doenças”, como vários testemunhos emocionados demonstram ao longo deste documentário.

Coprodução entre Portugal e São Tomé, “Constelações do Equador” revela-se um objeto raro sobre um pedaço da História desconhecido por muitos, não apenas pelos portugueses, mas igualmente os são-tomenses, que propositadamente e devido ao sistema colonial onde estavam incluídos apenas acediam a informação selecionada pela entidade colonizadora sobre o conflito – estando ainda limitado aos são-tomenses o acesso a esses espaços destinados a acolher as vítimas do conflito.

É  aqui que Silas, recorrendo a depoimentos de pessoas que visitaram e trabalharam nesses lugares de caráter humanitário, mas também militar, entrega-nos histórias únicas e pedaços ocultos do nosso passado, terreno com muito ainda por desbravar no que toca ao cinema nacional, quer na ficção, quer no documentário.

No uso de imagens do passado, Silas conjuga nelas uma sonoridade tensa e intrusiva que faz lembrar o arranjo que Billy Woodberry deu no inquisitivo “A Story from Africa”, dando assim a este “Constelações do Equador” um tom de permanente questionamento, funcionando desta maneira como uma espécie de início de discussão sobre um tema que merece ainda uma maior intrusão e investigação.

 embora se sinta que por vezes o registo observacional da atualidade serve apenas de transição entre a apresentação de datas, factos históricos (exibidos em texto quase como introdução a novos segmentos), e  testemunhos dolorosos e marcantes, “Constelações do Equador” resulta num exercício bem esquadrinhado por um cineasta que tem aqui provavelmente o seu trabalho mais conseguido até hoje.  https://c7nema.net/artigos/item/100500-silas-tiny-leva-a-guerra-do-biafra-ao-sheffield-docfest.html

 

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Cabo Verde: José Maria Neves - Novo Presidente da República à primeira volta, entre mais seis candidatos

JORGE TRABULO MARQUES - Jornalista 

José Maria Neves, eleito à primeira volta o quinto Presidente da República de Cabo Verde, com 51,5% dos votos, de acordo com apuramento provisório,  sucedendo ao Presidente Jorge Carlos Fonseca, que acaba de cumprir o segundo mandato.

O novo Presidente de cabo Verde, que,  em S. Tomé e Príncipe, goza de gerais simpatias, foi também o mais votado pela comunidade Cabo-Verdiana, que  bem conhece e onde lançou a campanha eleitoral no passado dia 24 de Agosto, tendo pedido à comunidade que se unisse em torno da sua candidatura. «Cima nu tá d´junta món pa sementeira, cima nu tá d´junta món n´hora de kodjeta(colheita), nu d´junta món pa  dia 17 de Outubro»,

José Maria Neves, visitou S, Tomé e Príncipe, em 2004 – Seguiram-se mais três visitas oficias, tendo a última sido em Fevereiro de 2016, que aqui documentamos com algumas imagens e videos, que tivemos o praze de registar   

Era então, Presidente  da República de STP, Manuel Pinto da Costa,  com o qual  teve um encontro oficial no Palácio do Povo, acompanhado pelo Chefe da Casa Civil, Dr. Amaro Couto; pelo Diretor do Gabinete do Presidente, Coronel Victor Monteiro, do assessor diplomático Paulo Jorge.

S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde – Dois países com um passado comum – Disse Jorge Carlos Fonseca, na sua visita oficial a S. Tomé Principe, em Julho de 2015  - "Os nossos dois países fizeram o caminho comum para a obtenção da independência nacional e estão ligados por uma grande presença de uma comunidade cabo-verdiana que está aqui (em são Tomé e Príncipe) sediada há longos anos e já com muitos descendentes originários de São Tomé e Príncipe e portanto com laços de amizade e culturais muito fortes,


“Esta visita vai permitir um maior reforço de amizade e de cooperação, entre S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde, afirmações de Manuel Pinto da Costa, na conferência de imprensa  (conjunta) no final do  encontro que, o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, teve com o seu homólogo

O PRESIDENTE DE CABO VERDE, QUE SUCEDE A JORGE CARLOS FONSECA - Também tem é muito popular em São Tomé e Principe, -  Refere o Jornal Téla Nón que “a figura de José Maria Neves como candidato ao cargo de Presidente da República de Cabo Verde, praticamente diluiu a rivalidade política entre os cabo-verdianos em São Tomé e Príncipe. Rivalidade política entre os que são militantes do PAICV(na oposição) e os que são militantes do partido MPD(no poder). https://www.telanon.info/politica/2021/10/18/35436/novo-presidente-de-cabo-verde-fez-boa-kodjeta-em-sao-tome-e-principe/







A visita oficial do Chefe do Governo Cabo-verdiano, José Maria Neves, em Fevereiro de 2016,  terminaria, horas depois,  após uma visita à Roça Água Izé, onde foi calorosamente recebido pela comunidade cabo-verdiana, que ali reside, acompanhado do Presidente da Câmara Distrital de Cantagalo, Paulo Bacuda, 

Por fim, teve lugar um almoço informal no Clube Santana, oferecido pelo seu homólogo, santomense, Patrice Trovoada.

Considerado como o melhor Primeiro Ministro de um país africano pelas várias instâncias internacionais. 



Palavras do Governante Cabo-verdiano, aos seus compatriotas, na Roça Água Izé,  Ilha de São Tomé, que  lhes veio falar da dupla nacionalidade, do complemento das pensões, do programa saudade, que permite viagens à terra natal, suportadas pelo Governo e de outras palavras em crioulo de encorajamento e de esperança, na sua quarta e última visita a STP,,  enquanto Primeiro-Ministro de Cabo Verde.

"Durante o seu mandato Cabo Verde foi contemplado com o programa do amerícano Millennium Challenge Account [MCA], como apresentou bons trabalhos usando esse dinheiro, Cabo Verde voltou a ser contemplado com mais um pacote do mesmo programa.

RESULTADOS ELEITORAIS


Segundo dados atualizados no fim da noite deste domingo (17.10) pela Direção Geral de Apoio ao Processo Eleitoral (DGAPE) e pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Maria Neves contabilizava 93.149 votos (97% das mesas apuradas), enquanto o principal opositor, Carlos Veiga, também antigo primeiro-ministro (1991 a 2000), voltou a falhar a eleição, pela terceira vez (2001 e 2006), garantindo 77.018 votos, equivalente a 42,6%.

Numa declaração pelas 21:10 locais, Carlos Veiga admitiu o resultado e disse que já felicitou telefonicamente José Maria Neves "pela eleição a Presidente da República".

"O povo falou e a democracia triunfou", afirmou Carlos Veiga, que nesta candidatura contou com o apoio do Movimento para a Democracia (MpD, no poder) e da União Caboverdiana Independente e Democrática (UCID).

Atualmente professor universitário, José Maria Neves, 61 anos, contou nesta candidatura com o apoio do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), que liderou e pelo qual foi primeiro-ministro cabo-verdiano de 2001 a 2016.

José Maria Neves já foi dirigente partidário - presidente do PAICV e militante há cerca de 40 anos - deputado nacional, presidente de câmara (Santa Catarina) e ministro.

Nestas sétimas eleições presidenciais o candidato Casimiro de Pina arrecadou até ao momento (97% das mesas apuradas) 3.254 votos (1,8%), Fernando Rocha Delgado 2.509 votos (1,4%), Hélio Sanches 2.102 votos (1,2%), Gilson Alves 1.546 votos (0,9%) e Joaquim Monteiro 1.365 votos (0,8%).

Taxa de abstenção de 51,7%

Votaram (com 97% das mesas apuradas) 186.991 eleitores, que por sua vez corresponde a uma taxa de abstenção de 51,7%.

Esta foi a primeira vez que Cabo Verde registou sete candidatos a Presidente da República em eleições diretas, depois de até agora o máximo ter sido quatro, em 2001 e 2011.

04 observadores internacionais

As eleições presidenciais de Cabo Verde foram acompanhadas em todo o país por 104 observadores internacionais, sendo 30 da União Africana, numa missão liderada pelo diplomata e antigo ministro angolano Ismael Gaspar Martins, 71 da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e três da embaixada dos Estados Unidos da América na Praia.

Cabo Verde já teve quatro Presidentes da República desde a independência de Portugal em 1975, sendo o primeiro o já falecido Aristides Pereira (1975 - 1991) por eleição indireta, seguido do também já falecido António Mascarenhas Monteiro (1991 -- 2001), o primeiro por eleição direta, em 2001 foi eleito Pedro Pires e 10 anos depois Jorge Carlos Fonseca.

As anteriores presidenciais em Cabo Verde, que reconduziram o constitucionalista Jorge Carlos Fonseca como Presidente da República, realizaram-se em 2 de outubro de 2016 (eleição à primeira volta, com 74% dos votos).

ALGUNS DADOS BIOGRÁFICOS DO GOVERNANTE CABO-VERDIANO
José Maria Pereira Neves (Santa Catarina, 28 de Março de 1960) é um político cabo-verdiano e primeiro-ministro de seu país, desde 1.º de Fevereiro de 2001.
Foi deputado da Assembleia Nacional (A.N.) de 1996 a 2000, eleito pelo Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV), à época na oposição, pelo Concelho em que nasceu. Como membro da A.N., ocupou os cargos de 2.º Vice-Presidente da Assembleia e Diretor da Comissão Especial para a Administração Pública, Governo Local e Desenvolvimento Regional.
Nas eleições autárquicas de março do ano 2000, Maria Neves foi eleito Presidente da Câmara (equivalente ao cargo de Prefeito Municipal, no Brasil) do Concelho de Santa Catarina, cuja sede é a cidade de  Assomada, , segunda maior cidade da Ilha de Santiago e sua terra natal.
Após ter sido eleito Presidente do PAICV em junho de 2000, seu partido saiu-se vitorioso das eleições legislativas de 14 de janeiro de 2001, contra o partido no poder, o MpD – Movimento para a Democracia. Como resultado, José Maria Neves foi designado Primeiro-Ministro de Cabo Verde pelo Presidente da República, e assumiu o cargo em 1.º de fevereiro de 2001. Novas eleições legislativas foram realizadas em 22 de janeiro de 2006, e, tendo seu partido vencido novamente, foi ele reconduzido à Chefia do Governo de Cabo Verde no dia 7 de março de 2006, para mais um mandato de cinco anos. – Excerto de José Maria Neves 


 

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Guiné Equatorial – Celebra hoje o 53º aniversário da sua independência - Proclamada em 12 de outubro de 1968, pelo Governo da ditadura franquista – Colónia Portuguesa de 1471 a 1977- - Cedida a Espanha pelo tratado de San Ildefonso – País membro da CPLP; desde de 2014 –

Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista  - E antigo navegador solitário em várias travessias de pirogas de S. Tomé, no Golfo da Guiné    Tendo, na dos últimos dos 38 dias, aportado numa pequena baía de Bioko, em finais de 1975 - Dado como espião, fui conduzido à prisão das execuções, salvo por Obiang, a quem devo a vida, atual Presidente da Guiné Equatorial, no dia em que ia caminhar para a forca,  que o depôs, 4 anos depois , através do chamado Golpe da Liberdade , sobrinho de Macias,    - Cujo relato recordo em  https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/perdido-no-golfo-27-de-nov-1975-38-dia.html

Três séculos, possessão portuguesa, que o tratado de El Pardo separou contra a vontade do povo nativo: “convocando o Capitão Mor da sobredita Ilha, e alguns negros mais principaes, lhe propus as ordens de Sua Mag, dizendo lhes hera preciso jurarem obediencia a El Rey Catholico, me responderão que não, e que elles não conheciao senão a El Rey de Portugal, e que do de Espanha nunca ouvirão falar; ao que se sseguio hum motim geral de Homens e/ Mulheres”



Meus votos de progresso, paz e prosperidade ao seu povo  - País, onde aportei numa piroga em finais de 1975 e ali voltei em Julho de 2017 para agradecer a quem me salvou da ser executado pelo regime de Francisco Macías Nguema,  que recebera o infeliz apelido de africano Auschwitz , por via das inúmeras execuções políticas e assassinatos em massa, tendo elogiado publicamente a figura de Adolfo Hitler - Em 1979 foi derrubado por um golpe liderado por seu sobrinho e chefe do sistema penitenciário, Teodoro Obiang, atual Presidente.

Em 3 de agosto de 1979, Teodoro Obiang Nguema derrubou Francisco Macías Nguema e assumiu o poder na Guiné Equatorial. Sua ação, aplaudida pelos guineenses e pela comunidade internacional, foi totalmente justificada: o país estava em um beco sem saída, esmagado pela tirania brutal imposta por seu primeiro presidente, eleito democraticamente onze anos atrás, quando aquela nação da África Central conquistou sua independência da Espanha, em 12 de outubro de 1968”. - Webe - Várias fontes. - Foi graças à sua intervenção que fui poupado da forca e libertado - Devo-lhe a vida.

É noticiado pela página oficial do Governo da Guiné Equatorial, que foram várias as personalidades, internacionais e nacionais que enviaram mensagens de felicitações ao Presidente da República, H.E. Obiang Nguema Mbasogo, por ocasião da celebração em 12 de outubro do Dia da Independência Nacional.  – Onde se destaca que este “país está atualmente assumindo uma posição de destaque no cenário internacional, no seu processo de consolidação de fortes laços com o resto do mundo”

GUINÉ EQUATORIAL - ESTEVE MAIS TEMPO SOB O DOMINIO COLONIAL PORTUGUÈS QUE ESPANHOL 


A Guiné Equatorial foi admitida, e com inteira justiça,  a 23 de julho de 2014 como membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na X cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, em Díli, concluindo um processo de dez ano




De referir  que os primeiros europeus a explorar as quatro ilhas do  golfo da Guiné, (1470-71-72) S: Tomé e Participe, Ano Bom e Fernando Pó, foram os navegadores portugueses, comandados por João de Santarém, Pero Escobar e Fernando Pó
 nome pela qual passaria a ser conhecida a atual Ilha de Bioko, depois de ter sido inicialmente batizada por Ilha Formosa, talvez  devido  à  formosura luxuriante  da sua vegetação, tal como, de resto,  ainda hoje se apresenta aos olhos maravilhados dos visitantes 


RECORDO OS DIAS TRANQUILOS QUE ALI VIVI -  - Em Julho de 2017  - 41 ANOS DEPOIS De  TER SIDO ALGEMADO E CONDUZIDO À CADEIA DAS EXECUÇÕES - 

De miserável náufrago a perigoso prisioneiro - 38 de sofrimento na vastidão do Golfo da Guiné:  depois de pisar arreia macia, algemado e conduzido a um escuro calabouço e dali a  uma sinistra cela do reino de terror  de Macias Nguema 

E libertado pelo então jovem comandante das Forças Armadas e Policiais,  Obiang Nguema Mbasogo, que três anos depois  derrubaria seu tio, em 3 de Agosto de 1979, através do chamado   Golpe de Libertad

Na verdade, após ali ter ido parar, depois dos longos 38 dias de solidão no mar, muitos dos quais sem comida e bebendo água das chuvas ou água salgada,  só vim a saber que era a Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), quando me pus a caminho  pelo mato adentro, até à sede de uma Finca (roça). Ali fui bem recebido, porém, quando o sargento da Polícia chegou, tudo mudou de figura - Este desatou logo aos berros a incriminar o funcionário da Finca por me ter acolhido e dado de comer. Seus Traidores! Seus encobridores! - "Amanhã quero que se apresentem no meu gabinete! 

Recebido pelo Secretário-Geral do PDGE
Embaixador Tito Mba Ada

Recebido pelo Secretário-geral do Partido Democrático da Guiné Equatorial, Jerónimo Osa Osa Ecoro, na véspera do VI Congresso Ordinário do Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), acompanhado pelo Embaixador da Guiné Equatorial da CPLP, em Lisboa, Tito Mba Ada, a quem devo o amável e honroso convite,  que diligenciou a  minha deslocação, a fim de poder apresentar, numa das intervenções do Congresso, o  público testemunho do meu reconhecimento por tão  corajoso e nobre gesto humanitário, muito antes de ascender à Presidência, contrariando as ordens recebidas do então auto-proclamado presidente vitalício, que insistia no meu enforcamento, não obstante o seu barbeiro pessoal - um santomense que enviou ao meu cárcere - lhe ter mostrado uma mensagem do MLSTP, que se destinava ao Povo Povo Brasileiro, caso concretizasse a travessia oceânica pela corrente equatorial, antiga rota da escravatura - Mesmo assim, ainda mais  desconfiado  ficou


No regime de Francisco Macias Nguema 

Fui preso nas masmorras do Odiondo regime de Francisco Macias Nguema  
 – Ele “era conhecido por ordenar a execução de famílias e aldeias inteiras, forçou dezenas de milhares de cidadãos a fugir com medo de perseguição e proteger sua segurança pessoal. Intelectuais e profissionais qualificados eram um alvo específico (…)No final de seu governo, quase toda a classe educada do país foi executada ou forçada ao exílio, Entre os métodos de tortura utilizados estavam . "O balanço" (amarre o prisioneiro pelos pés e mantenha-o pendurado enquanto é espancado, Dada a brutalidade desses métodos, muitos prisioneiros morreram sofrendo com eles. Grande parte dos mortos durante a ditadura de Macías passou pela prisão”(…)  A ilha de Fernando Pó, renomeada como "Isla Macías Nguema".

"Fernando Pó, o navegador português que, em 1471/2, aportou à ilha, agora chamada de Bioko, verificou que já era habitada. No entanto, como a desenhou nos mapas de navegação, esta ficou com o seu nome durante séculos. (…) As ilhas que constituem a actual Guiné Equatorial não tiveram alteração desde que Espanha tomou posse delas. Mas, no referente à parte continental, chamada de Rio Muni ou Mbini, só em 1900 ficou definida, pelo convénio Franco Espanhol dessa data.
Inicialmente, em 1777, pelo Tratado de San Ildefonso, Portugal cedia a Espanha no Golfo da Guiné as ilhas já mencionadas, e a exploração do litoral continental entre os Cabos Formoso e o Lopez. Este acordo foi ratificado pelo Tratado d’El Pardo, de 1778, o qual constituiu a base jurídica da presença espanhola no continente africano, nas latitudes da Guiné equatorial. encontra-se a capital Malabo, antigamente chamada de Santa Isabel, pelos espanhóis.- Excerto de https://www.revistamilitar.pt/artigo/1073

Palavras do Embaixador Tito Mba Ada - há dois anos, em Bata 


Jorge Marques  com o Embaixador Tito Mba Ada

Tendo declarado que “Portugal é um dos países que beneficiou da integração da Guiné Equatorial na CPLP, em termos de negócios”. “Temos muitas ligações antigas com Portugal, e a Comunidade é uma prioridade para a Guiné Equatorial, e queremos que todos os dias venham portugueses conhecer este belo país 

“Cremos que muitos portugueses não conhecem a Guiné Equatorial. Têm que vir conhecer a Guiné Equatorial, investir na Guiné Equatorial, conhecer os guineenses, e trabalhar juntos, porque juntos somos mais fortes e competitivos” – Declarou-me,  o Embaixador Tito Mba Ada, numa honrosa e interessante entrevista, que me concedeu  no Centro de Conferências de Ngolo, em Bata, no encerramento do VI Congresso Ordinário do Partido Nacional Democrático da Guiné Equatorial, que decorreu, na primeira semana de julho, em ambiente de calorosa e significativa participação,  com transmissões diretas da televisão nacional e   das várias cadeias estrangeiras,   sob o Lema A Renovação Continuidade

Tito Mba Ada, que é também representante da missão permanente da Guiné Equatorial junto da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), reside em Portugal, pais pelo qual se confessa apaixonado:

Cremos que muitos portugueses não conhecem a Guiné Equatorial. Têm que vir conhecer a Guiné Equatorial, investir na Guiné Equatorial, conhecer os guineenses, e trabalhar juntos, porque juntos somos mais fortes e competitivos

Questionado em que outras áreas, os portugueses poderiam investir no seu país,  a nível empresarial, respondeu-nos que na “agricultura, na pequena indústria, no mar e pescas, o mar tem recursos importantes para a alimentação e para a ciência, portanto Portugal tem óptima oportunidade de investimento, e também na língua portuguesa – Portugal tem que investir, aqui, na língua portuguesa, para fazer negócios em português. Gostaríamos que Portugal oferecesse bolsas de estudo para que estudantes da Guiné Equatorial possam ir estudar naquele país, sendo uma garantia da integração. Neste campo, a Guiné Equatorial não deve fazer esforços unilaterais.

Você esteve aqui, dia e noite, em qualquer lugar, com a sua câmara, esteve perto do Presidente, foi bem recebido na Guiné Equatorial, e, portanto, queremos que seja o melhor interlocutor, o melhor embaixador da Guiné Equatorial.


E, na verdade, nos dias em que ali estive, senti-me tranquilo e feliz – Quer em Malabo, quer em Bata, Cidade portuária da Guiné Equatorial, capital da Província continental, Mbini (antiga colónia espanhola de Río Muñi)l e  segunda maior cidade do país.- Naquela que é também classificada como a “suíça africana”  - Pelo rasgo e criatividade arquitetónica dos seus edifícios, das suas largas e belas  avenidas marginais, praias de areia fina a perderem-se de vista, a curta distância por excelentes estradas – Creio que mais  livre e mais segura que a generalidade das capitais europeias  – Sim, nos dias em que ali estive, senti-me tranquilo e feliz – Naquela que é também classificada como a “suíça africana”  - Pelo rasgo e criatividade arquitetónica dos seus edifícios, das suas largas e belas  avenidas marginais, praias de areia fina a perderem-se de vista, a curta distância por excelentes estradas – Cremos que mais  livre e mais segura que a generalidade das capitais europeias