Um
cenário que veio relembrar o drama do princípio de Janeiro. Mas
também de anos anteriores. Desta vez, não houve uma onda gigante mas um
contínuo tropel de ondas enormíssimas, que vieram provocar igualmente muitos
estragos - Abrindo crateras, galgando esporões, que nada serviram de
quebra-mar, insuficientes para não impedirem que a sua fúria
viesse alastrar-se e a estender-se em montões de rolos de espuma
branquejante sobre o principal paredão marginal, provocando
inundações e estragos nalguns dos restaurantes ali situados.
ESPECTÁCULO MARAVILHOSO
E AO MESMO TEMPO PREOCUPANTE E AMEAÇADOR

Se não tivesse a carteira profissional de
jornalista, não teria sido fácil. Nomeadamente o acesso pela marginal, que estava sob vigilância das autoridades marítimas. Pois creio que não podia ter encontrado melhor posto de observação e até
testemunhado o momento em que uma onda vem surpreender a popular figura
benfiquista na restauração. Obviamente, também graças à sua compreensão e
gentileza. Tanto assim que a tarde era mais de ansiedade e de preocupação de que
a prestar atenção aos visitantes.

QUER QUE O NOME DO EUSÉBIO SEJA DADA À ROTUNDA
O Raimundo, velho amigo do "Barbas", acompanhando o pequeno Sebastião, o seu querido neto - Natural da Fonte da Telha, hoje com 67 anos, foi pescador e, depois, nadador-salvador e jogador de futebol do Atlético e do Estoril - Diz que há muitos anos que não via o mar tão bravo.
GASTAM-SE MILHÕES EM VEZ DE CORRIGIR O MAL PELA RAIZ – MAS SE ESSE PAPEL NÃO COUBER AO ESTADO,COM PROGRAMAS ESTRUTURANTES, SERÁ A AVIDEZ DOS INTERESSES IMOBILIÁRIOS A PUGNAR PELA SALVAGUARDA DA NOSSA ZONA LITORAL? - Consta-se que, empresa angolana (já cúmplice noutras sociedades com figuras gradas do regime), estaria de olho em bico numa das mais belas áreas ecológicas da Caparica, para fins imobiliários.
O homem em vez de se preocupar com a preservação e defesa do meio ecológico, pelo contrário, atenta contra a sua harmonia. A dissolução da Sociedade CostaPolis, entidade gestora do Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades (Programa Polis) ,na Costa da Caparica, decidida no final de 2013, segundo se diz, veio inviabilizar as várias ações estruturantes em matéria de valorização e requalificação ambiental e urbana, desta área, designadamente as que visavam prevenir o avanço do mar – Pelos vistos, outros interesses se levantam, de cariz particular, que não os da salvaguarda de pessoas e bens, do interesse colectivo.
GASTOS 3OO MILHÕES - E O PROBLEMA POR RESOLVER
Os defensores da ideologia liberal não nutrem pelo Estado a menor simpatia ou consideração especial. Na sua perspetiva, os dinheiros públicos apenas servem para tapar os buracos do BPN, do Banif e outras desastradas gestões privadas. E é o que tem sucedido e vai continuar a suceder com a ocupação urbana desordenada do litoral – E, sobretudo, agora que o controlo das áreas, mais sensíveis, passa para o domínio privado.
Noticiava-se
em Dezembro de 2009 que “Entre 1999 e 2006 gastaram-se 100
milhões de euros para fazer frente à erosão e nos próximos quatro anos a
factura vai ser ainda maior. Espera-se até 2013 um investimento de 330 milhões
de euros
.
O presidente do Instituto da Água,
Orlando Borges, explica que o dinheiro, muitos milhões, tem vindo a ser
aplicado, sobretudo na contenção das arribas e no enchimento das praias.
A Costa da Caparica é um dos casos mais conhecidos de intervenção na costa
para evitar o avanço do mar. Os habitantes dizem que com o passar do tempo
muito mudou com o oceano a avançar pelo area Portugal gasta milhões de euros para
travar avanço do
mar
O PIOR ESTÁ PARA VIR
Jorge Carmo Vaz, num trabalho que apresentou no Instituto Superior Técnico(Licenciatura em Engenharia Civil 1º Semestre 2006/2007 -Mineralogia e Geologia), o qual teve por tema “A ocupação antrópica e o mau ordenamento do território como condicionantes no caminho para o desenvolvimento sustentável, referindo-se ao então declarado estado de emergência na Costa da Caparica devido ao repentino avanço das águas do mar que “roubaram” mais de 15 metros de terra ao continente, diz que:
(…) "A ocupação intensa das praias
trouxe consigo as pessoas e as construções. Em geral as construções
permanentes, bares, restaurantes e parque de estacionamento estão construídos
sobre as chamadas dunas primárias pois todos querem ficar perto do mar."
(…) “Estima-se que, em termos
médios, em Portugal, a erosão costeira actual seja cerca de 10 vezes superior à
que se verificaria naturalmente devido à elevação do nível médio do mar.” (in
As Zonas Costeiras e o Desenvolvimento Sustentável -Prof. João Alveirinho Dias –
Excerto de Tema: Eroso na
costa da Caparica - geomuseu
ALERTAS NÃO FALTAM
"A
costa perdida"
"Batalha sem fim à vista
Com a proteção natural fragilizada, a investida do mar
tornou-se difícil de conter. Só não piorou porque desde 2007 se fez a
alimentação regular e artificial de areia, além de obras de reparação e
manutenção de esporões e de estruturas aderentes (vulgarmente conhecidas por
“paredões”). São tantas as obras que, hoje, vista do céu em voo de gaivota, a
orla costeira faz lembrar os dentes de um pente.
Todavia, a “Costa” é apenas a ponta do icebergue, porquanto existem muitos outros casos de risco para as populações de norte a sul, e alguns deles bem mais alarmantes. Os mais graves já exigiram, nos últimos anos, intervenções de emergência – Excerto . A costa perdida - Super Interessante
Todavia, a “Costa” é apenas a ponta do icebergue, porquanto existem muitos outros casos de risco para as populações de norte a sul, e alguns deles bem mais alarmantes. Os mais graves já exigiram, nos últimos anos, intervenções de emergência – Excerto . A costa perdida - Super Interessante
VÃO DESAPARECER 15 METROS DE AREAL NOS PRÓXIMOS 45 ANOS
Outro estudo refere
que “ A subida do nível do
mar é um assunto incontornável em cidades como a Costa de Caparica onde o recuo
da linha da linha de Costa se faz sentir com cada vez mais intensidade. Como já
aqui fiz referência, os nossos decision makers, após décadas de
erros, continuam a aplicar o seu modelo de (sub) desenvolvimento como se este
problema fosse ficção. Pois bem, um novo estudoreferente à
subida do nível do mar em Portugal e Espanha, concluíu o seguinte:
"O estudo realizado por especialistas da Universidade de Cantábria para o Ministério do Ambiente espanhol aponta para que o aumento do nível do mar faça desaparecer, em média, 15 metros de areal nas praias do país vizinho nos próximos 45 anos.Desde o ano 2000 têm sido feitos estudos em Portugal sobre o efeito das alterações climáticas na costa portuguesa. Os resultados foram semelhantes aos agora revelados para Espanha.O nível das águas do mar está a subir devido ao degelo dos glaciares e ao aumento da temperatura que faz dilatar a camada superficial dos oceanos.Os especialistas dizem que vai continuar a haver um recuo das praias na costa da Península Ibérica. Perante o avanço do mar, a solução é uma menor pressão humana na orla costeira.Uma das medidas recomendadas é a redução da quantidade de construções em zonas costeiras, através do cumprimento da lei de costas espanhola que impede a construção nos primeiros cem metros do litoral.Por isso, o documento da Universidade de Cantábria recomenda que seja introduzido o factor das alterações climáticas no planeamento e ordenamento do território."
Os efeitos do aquecimento
global, mudanças climáticas e degelo dos glaciares são relativamente
imprevisíveis e de dúbia interpretação. Contudo, é inegável que o recuo da linha
de Costa está intrínsecamente ligado, pelo menos parcialmente, a estes
factores- Excertos de .Caparica Futurista: A SUBIDA DO NÍVEL MÉDIO
DO MAR
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