Jorge Trabulo Marques
Decorreu, na noite
de segunda-feira, 12 de abril, pelas 19 horas, um recital de poesia, pela
poetiza Olinda Beja e o músico Tonecas
Prazeres, no que foi defenido por uma
miscelânea de canções que espelham o exotismo e a História dessa terra que o
Equador atravessa e onde os aromas do cacau e do café inebriam os corações!
A noticia, veiculada pela imprensa madeirense e redes sociais, citando Olinda Beja, diz que este recital de "Palavras da Terra Longe”, é a voz do País do Tchiloli, numa miscelânea de poemas e canções, que espelham o exotismo e a História dessa terra que o Equador atravessa e onde os aromas do cacau e do café inebriam os corações!”
É dado
também destaque ao currículo dos intervenientes, recordando que Olinda Beja,
escritora lusófona, nasceu em S. Tomé ,(1946) na cidade de Guadalupe. Com quase
3 anos de idade é enviada para Portugal (Mangualde –Beira Alta) não tendo sido,
portanto, responsável nem pela mudança de território e muito menos pela
história que lhe foi sequestrada. Em Portugal estudou e obteve o Diploma
Superior dos Altos Estudos Franceses da Alliance Française e, mais tarde, a
Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas (Português/Francês), pela
Universidade do Porto. Fez ainda o Curso de Literaturas Africanas de Língua
Portuguesa (LALP) pela Universidade Aberta. Na Suíça,onde foi professora
durante dez anos,fez outros cursos inerentes à sua profissão docente e
literária.Aos 37 anos redescobre a sua ilha natal e dedica-lhe as suas obras. A
partir de 1992 publicou: Bô Tendê? (poemas); Leve, Leve (poemas);15 Dias de
Regresso (romance);No País do Tchiloli, (poemas);A Pedra de Vila Nova
(romance); Pingos de Chuva (conto); Quebra-Mar (poemas); A Ilha de Izunari
(romance);Pé-de-perfume, (contos);Água Crioula(poemas);Aromas de Cajamanga
(poemas), Histórias da Gravana(contos);O Cruzeiro do Sul(poemas-livro bilingue
–Port./Espan.); A Casa do Pastor(contos –trad. para inglês); Um Grão de Café
(conto infantil); À Sombra do Oká (poemas); Tomé Bombom (conto juvenil); Chá do
Príncipe (contos).Em 2005 e 2007 é-lhe atribuída (como prémio) uma Bolsa de
Criação Literária para escrever as obras: Pé-de-Perfume e Histórias da
Gravana.Em 2012 é nomeada para o prémio PTLiteratura tendo sidofinalista com a
obra “Histórias da Gravana”. http://www.cecs.uminho.pt/wp-content/uploads/2018/02/Olinda-Beja_nota-biografica.pdf
Tonecas Prazeres nasceu a 5 de maio de 1963 no Príncipe, a ilha mais
pequena de São Tomé e Príncipe. Aos 5 anos, mudou-se com a família para Angola,
para a região de Benguela, depois de o pai, um técnico de Finanças, ter ganho
um concurso administrativo. Fez por lá a escola primária, mas regressaram a
casa depois da independência em 1976. O regresso ao Príncipe foi curto, pois
teve de mudar-se para São Tomé quando entrou para o liceu. "Fui para um
lar de estudantes, onde havia lá sempre viola e a malta de lá, a malta do Príncipe
tocava. Havia um lar em São Tomé específico para os estudantes que vinham do
Príncipe. Naquele lar havia todas as condições para se aprender a tocar, embora
eu já vinha com alguma tendência desde Angola. O meu irmão mais velho tocava
num grupo e levava sempre as violas para casa". Foi também nesta época,
por volta de 1981, que, sob a orientação do maestro Felício Mendes, fez parte
dos Canucos das Ilhas Verdes. "Fazíamos grande sucesso porque eram uns
miúdos a tocar", recorda. Em novembro de 1984, vem finalmente para Lisboa.
"Uma pessoa faz a tropa, depois vai para o Técnico e começa a levar com
aquelas matemáticas todas. Foi complicado, mas foi giro. Nunca tinha estado em
Portugal, foi um choque", recorda entre risos. Fez o primeiro ano, o
segundo, e entretanto começou a tocar no Bairro Alto. O curso acabou por ser
abandonado ao terceiro ano, mas ainda ficou mais uns anos no Técnico como
funcionário. – Mais pormenores em https://www.dn.pt/mundo/sao-tome-perdeu-um-engenheiro-e-portugal-ganhou-um-musico-8681133.html
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