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terça-feira, 1 de junho de 2021

Dia Mundial da Criança - Tributo às crianças de S. Tomé e Príncipe - Com momentos de poesia - Da Antologia Poética Juvenil de STP – 1975-1977 E também por Dom Manuel dos Santos, Bispo da Diocese de STP

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador 


A melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-las felizes.... Disse Oscar Wilde.  Mas as crianças de São Tomé já são boas e amáveis por natureza – O que é preciso é saber corresponder aos gestos e afetos  de espontaneidade  e  à doçura que se espelha nos sorrisos dos seus rostos de uma tez negra ou morena mas luzidia como é o brilho dos seus olhos ou a alvura que ressalta de entre os seus lábios . Abrem-se em rasgados sorrisos ao visitante, com a mesma simplicidade com que vivem o dia a dia. Nunca regateiam um  sorriso de alegria e de  calorosa inocência mesmo que  não sejam correspondidas – De resto, as expressões de simpatia e afabilidade são timbre das gentes deste pequeno mas maravilhoso país.

Embora não falte banana no mato, assim como a jaca e a fruta-pão, alimentos básicos na dieta alimentar,  mas  se precisam de  medicamentos, vestuário e outros bens essenciais, onde estão as dobras?

E a maioria das  crianças, se querem brinquedos, têm que os fazer ou então brincar com a lâmina de um machim, que é a catana,  usada como instrumento de trabalho e fazer do mesmo o seu passa-tempo, tal como pude comprovar numa antiga senzala da Roça Uba-Budo, são usadas como animais de carga: - carregam grandes  gamelas ou grandes pesos à cabeça e executam as mais diversas tarefas, sem dó nem piedade.

VIDEO  - Registo de uma das celebrações dos Solsticios e Equinócios, na aldeia de Cfãs, de Vila Nova de Foz Côa, Portugal e  também com imagens  gravadas em São Tomé  Meu Tributo às sorridentes crianças de S. Tomé e Príncipe - Com poema extraído da Antologia Poética Juvenil de STP – 1975-1977 - 

Nas Ilhas Verdes do Equador, mais de 70% das crianças são-tomenses são pobres - A natureza, em S. Tomé e Príncipe, é fértil e generosa e salva as crianças desse flagelo, mas, certamente que maioria teria o índice de mortalidade infantil maior, caso não fosse o apoio prestado por várias associações humanitárias, que chama a si o cuidado, o esforço e carinho de fornecerem alimentos, cuidados de saúde, educação e a mais variada assistência, a elevado número das crianças santomenses. S. Tomé, é talvez dos poucos países onde a pobreza não tem o rosto da fome, que caracteriza a maioria dos países de África- A terra é fértil e generosa e oferece os melhores frutos. Contudo, nem só de fruta pão (ou de outros frutos), se pode ter uma existência saudável e condigna: há muitas mais carência, nomeadamente a nível de medicamentos, de apoio escolar, vestuário e de outros alimentos, que são imprescindíveis a um crescimento saudável e que não estão ao alcance da maioria da população.

Jorge Trabulo Marques  - Jornalista

 D. Manuel António Mendes dos Santos, sem dúvida, um olhar atento e uma voz amiga do povo são-tomense, um “veterano” de África e destas ilhas, - Bispo diocesano de São Tomé e Príncipe, desde sua nomeação em 1 de Dezembro de 2006, pelo Papa Bento XVI - Tendo sido ordenado na manhã de 17 de Fevereiro,2007, no Santuário de Fátima, pelo Cardeal D. José Saraiva Martins.

AUTOR DE VÁRIOS LIVROS DE POESIA - Foi Alda Graça Espírito Santo , a matriarca da poesia santomense, que, ao tomar conhecimento dos seus versos, o estimulou a dar a conhecer a sua poesia

 DOM MANUEL DOS SANTOS - O PASTOR E O POETA






 Os Meninos da Minha Rua! - Com a voz do Bispo da diocese de STP, ilustrado com imagens de crianças São-Tomenses  -  Dom Manuel António Mendes dos Santos ​– O Bispo das Beiras que abraçou o coração das Ilhas Verdes Sacerdote claretiano desde 1985, um olhar atento e uma voz amiga do povo são-tomense, um “veterano” de África e destas ilhas, que já conhece desde Dezembro de 1993


Foi Alda Graça Espírito Santo , a matriarca da poesia santomense, que, ao tomar conhecimento dos seus versos, o estimulou a dar a conhecer a sua poesia – Confessou-nos, Dom Manuel dos Santos, num diálogo informal, que decorreu durante o almoço oferecido na Quinta Calcaterra, concelho Meda, na sequência de uma visita que fez à Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, no equinócio do Outono, em Chás, Foz Côa

Encontrei umas folhas, com uns poemas seus, mas isso tem de ser publicado” Disse, um dia,  Alda Graça Espírito Santo, a Dom Manuel dos Santos. A grande matriarca da poesia santomense, que faleceu a 10 de Março de 2010, já não pôde assistir à publicação de nenhum dos livros do Bispo de São Tomé e Príncipe, mas foi ela que o estimulou a editá-los, que saíssem do anonimato dos seus cadernos – E também do seu computador para onde  vai como que debitando os seus momentos de inspiração, numa espécie de diário poético: não apenas de cariz eminentemente  bíblico e espiritual mas também sobre os mais diversos temas do quotidiano e  recordações, nomeadamente das  terras que o viram nascer. 


Dialogo Informal com Dom Manuel dos Santos, Bispo de São Tomé e Príncipe, na Quinta de Calcaterra, em Marialva, na sequência da sua deslocação à aldeia de Cãs, em V. Nova de Foz Côa, tendo-nos falado de alguns dos seus trabalhos religiosos e sociais, bem como na sua vida poética e literária - Confessou-se ser um habitual colaborador da Rádio Renascença, nos textos das orações da manhã à quarta-feira

Um português de São Joaninho, concelho de Castro Daire, de origem humilde, que, desde há vários anos, faz das ilhas de São Tomé e Príncipe, como terra sua, fazendo da sua aldeia e destes espaços do Equador, os lugares mais marcantes da sua vida


Tal como é dito, no prefácio do livro “Momentos de Verde e Mar”,  autor de poemas  que “evocam sentimentos íntimos do poeta e retratam a sua a subjectividade  do seu mundo interior que ora se encontra muito próxima  do real ora se afasta dele para se recolher na intimidade  das palavras” Ou, tal como é escrito, em Poemas de Fé de Vida e Fé, pelo Fr. Fernando Ventura: “Não tendo medo das palavras nem dos afectos encontrados na vida e na história, o autor dá às palavras o gesto sereno da contemplação vivida, o som profundo das sonoridades da África, o gosto do mar das ilhas e das gentes de um país à espera de si próprio e do seu futuro, um futuro que tarda em chegar, num presente que é um «ainda não» mas que permite abrir o coração do poeta ao ininteligível da esperança no leve-leve de um devir que se faz tarde.

Percorrer este livro, é ir ao encontro do mar, da paisagem que a ilha aperta mas que o mar alarga, é ouvir a voz do cacaueiro, o riso da fruta-pão, é abrir a alma ao perfume da flor do café, à segurança do embandeiro que resiste ao tempo, ao colorido do vozear das crianças, ao marulhar do oceano que abraça feliz a areia da praia só contaminada pela ignomínia indizível dos assassinos dos sonhos. 

DOM MANUEL DOS SANTOS - Setembro 2018

AVISO SÉRIO - "A pobreza vê-se em todo o lado em S. Tomé”Preocupação expressa, em  entrevista  à VATICAN NEWS pelo Bispo de S. Tomé e Príncipe, que, uma vez mais expressa a sua angústia e preocupação, por, segundo declarou .  “Continuo a ver o meu povo sofrer com a pobreza”, sublinha ao portal da Santa Sé D. Manuel António dos Santos, Bispo de S. Tomé e Príncipe.

Declarações à margem da assinatura, em Lisboa, do protocolo entre a sua diocese e o Instituto de Estudos Avançados em Catolicismo e Globalização tendo em vista o desenvolvimento social e cultural do país.

A melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-las felizes.... Disse Oscar Wilde. Mas as crianças de São Tomé já são boas e amáveis por natureza – O que é preciso é não as deixar passar fome -

Os brinquedos sabem como improvisá-los o que não conseguem improvisar é quando lhes falta quase tudo em casa e, para se alimentarem, só indo à floresta à procura de banana, da jaca  ou de fruta-pão. Mesmo assim, suportando as maiores carências, abrem-se em rasgados sorrisos ao visitante, com a mesma simplicidade com que vivem o dia a dia. Nunca regateiam um sorriso de alegria e de calorosa inocência mesmo que não sejam correspondidas


"Noutros tempos, a diocese de São Tomé, teve fama e grandeza – Agora, as preocupações, a par da ação religiosa, vão para as ações  sociais da Igreja, “no combate à pobreza e às necessidades e carências crónicas de boa parte da população». - São Tomé e Príncipe (STP), já foi diocese,  abrangendo Angola, Moçambique e toda a bacia do Golfo da Guiné, até 1842, constituída sui iure a 31 de Janeiro de 1533 pelo Papa Clemente VII por desmembramento da Arquidiocese do Funchal - In À conversa com D. Manuel António Mendes dos Santos ...).


Numa entrevista que nos concedeu, há  6 anos, Dom Manuel dos Santos,  disse que o  papel da Igreja Católica, na educação, em São Tomé,  sempre foi muito importante, recordando  que “os nossos missionários, já antes da independência criaram várias escolas primárias, tanto em S. Tomé como no Príncipe. Criaram a Escola de Artes e Ofícios, que teve um papel importante neste pais, e estiveram também na fundação do Liceu Nacional .

Já comDom Abílio Ribas,  criaram o instituto Diocesano de Formação, com currículo Português, desde o principio apoiado pela cooperação portuguesa- Mas é uma escola, que neste momento tem algumas dificuldades de sustentabilidade e, por isso mesmo, fizemos um protocolo com o Ministério de Educação de Portugal, para que a Escola fosse assumida como escola portuguesa,



Um Parque Escolar em São Tomé " - O maior sonho do Bispo D. Manuel A. Santos – 2015


Estamos nessa fase de transição, de passar o testemunho para o Ministério da Educação de Portugal. Para além disso, temos outras escolas e vários jardins de infância . Portanto, continuamos a ter um papel importante na educação.

Se me pergunta: então que grande sonho é que teria com a Educação em São Tomé?

Bem. Se eu tivesse dinheiro – mas é preciso, de facto, muito dinheiro -  gostaria de ver neste pais um grande parque escolar, com escola, desde o pré-escolar, escola primária, escola secundária, um ensino técnico profissional  - Eventualmente, até, algum Instituto superior ou assim. E também, sobretudo, uma escola de formação de professores, que era  muito importante que aqui se fizesse. Estão a dar-se  passos nesse sentido – Para mim, de facto,  é algo fundamental. Já  que, se um país quer acreditar no futuro, quer construir o futuro, tem de começar pela educação





São Tomé – D. Manuel António Mendes dos Santos  – O Bispo das Beiras que abraçou o coração das Ilhas Verdes


D. Manuel António Mendes dos Santos, bispo diocesano de São Tomé e Príncipe, desde 1 de Dezembro de 2006, que faz parte da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe. 

Colégio Univ. Pio XXII - Onde D. Manuel estudou
Sacerdote claretiano desde 1985, um olhar atento e uma voz amiga do povo são-tomense, um  “veterano” de África e destas ilhas, que já conhece desde Dezembro de 1993 . 

Manuel António Mendes dos Santos nasceu a 20 de Março de 1960, em São Joaninho, concelho de Castro Daire, diocese de Lamego. Foi ordenado sacerdote em 13 de Julho de 1985. Entre 1993 e 1995 teve a ser cargo as paróquias de Guadalupe e de Neves, e, durante algum tempo, também a de Santo Amaro, em São Tomé e Príncipe. Estudou em Roma, nos anos seguintes; e entre 1997 e 2001 foi pároco em Setúbal. Desde Setembro de 2001, era superior provincial dos Claretianos

"Aos 11 anos fui para o seminário de Resende, do seminário de Lamego. Saí de lá aos 18 anos para entrar na Congregação dos Missionários Claretianos; ordenado padre, em 1985, na minha terra, por Dom António Xavier Monteiro, que era então o Bispo de Lamego

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Após a minha ordenação, fiquei a trabalhar nos Carvalhos, durante 9 anos. Em Novembro de 1993, vim para África; estive um mês em Luanda e “aterrei” em 6 de Janeiro de 94 nas terras de São Tomé. Foi então que pela primeira vez pisei o território são-tomense. Impressionou-me, na altura, logo o verde desta Ilha: de facto, era um verde tão intenso, que, um ano e meio depois, quando regressei a Portugal,   vi que não havia comparação possível, com os verdes desta terra..
- Jorge Marques – E os perfumes!...
– Dom Manuel dos Santos - Bem, os perfumes... Eu, como nasci no meio da montanha, no meio do tojo, das urzes, não me impressionaram, porque, lá também há perfumes muito intensos! Eu fui criado, no meio do campo! Sempre trabalhei no meio do campo, mas, sobretudo, o verde desta terra, de facto, impressionou-me muito.
Cinco dias depois, acabei por ir para Roma, onde regressei a Portugal, tendo sido escolhido  Vigário Provincial, às comunidades claretianas:

 Nessa qualidade, continuei a visitar constantemente São Tomé, e, em 2007, vim então para aqui, como Bispo de São Tomé e Príncipe.

 O CATOLICISMO AINDA CONTINUA A SER O CULTO MAIS PRATICADO  E  A SER A INSTITUIÇÃO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL MAIS REPRESENTATIVA - Pese a intensa e hábil propaganda das ceitas religiosas, com a descarada ação  manipuladora das consciências, através da venda dos seus "milagres" que se instalaram após a independência em vários países africanos e até na Europa, onde têm protagonizado os maiores escândalos, com fins unicamente  mercantis e de enriquecimento dos seus arvorados pastores.

RELIGIÃO EM S. TOMÉ E PRÍNCIPE – 1972 - "A forma de aculturação de S. Tomé e Príncipe levou a que dos 76 000 habitantes, aproximadamente, com que conta no presente. 94% pratiquem o catolicismo e 4% o protestantismo.


A diocese de S. Tomé foi criada por Clemente Vll, em 1533, como  parte  da província eclesiástica  do Funchal. Mais tarde passou, ·sucessivamente, por sufragânea de Lisboa, da Baía, novamente de Lisboa e, a· partir de 1940, de Luanda, pelo que é governada pelo Arcebispo de Luanda, corno administrador apostólico, por intermédio de um vigário-geral.


Existem 12 paróquias e 33 capelanias, trabalhando na diocese sacerdotes  e irmãos do Congregações do Coração de Maria, Franciscanas   Hospitaleiras de Nossa Senhora e das Canossianas.  O número total de sacerdotes irmãos e religiosos eleva-se a 35

Há também, missões protestantes, com 5 missionário e 28 auxiliares".

- Jorge Marques – No meu tempo, não havia aqui tantas igrejas: como é que Igreja Católica, neste momento, consegue superar esta concorrência?

- Dom António dos Santos: “Nós temos que perceber  que a vivência de uma  fé, também se vive dentro de uma  cultura, que os povos vivem. E, a cultura de hoje,  é uma cultura fragmentária, de auto-realização, se pode dizer assim, centrada muito na pessoa. 

Então, muitas vezes, a religião, é a procura de algo que me satisfaça pessoalmente, em que eu muitas vezes me assuma como sacerdote dessa religião. Claro que  depois cada um acaba por escolher a religião que mais lhe parecer adequada à sua verdade. Daí, o surgimento, dessa cultura fragmentária, dessas religiões e de todas essas ceitas.

A  Igreja Católica, no entanto, continua a afirmar as suas convicções: é  uma igreja nascida de Cristo, feita por santos e pecadores! Continua ao serviço deste Povo! Continua a ser a Instituição de Solidariedade Social, ainda maior deste país! Continuamos, portanto, a acreditar no futuro! A trabalhar com esperança! Para que este Povo continue a ter metas de vida, a ter futuro, num amanha de esperança!




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