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domingo, 11 de agosto de 2013

REGATA DE CANOAS A REMOS E À VELA GABÃO, S. TOMÉ, PRÍNCIPE, BIOKO - GUINÉ EQUATORIAL- Expedição de canoas no Golfo da Guiné - Rumo às Ilhas do Coração de África – Ou como alternativa, em volta das duas maiores ilhas –Num ano numa, no seguinte na outra.


JORGE TRABULO MARQUES - Jornalista e investigador  -    c


Objectivo da regata com
 pescadores dos países do Golfo da Guiné :   demonstrar a possibilidade das canoas terem feito ligações anteriores à colonização, entre o continente  e as ilhas, desde os tempos mais recuados, muito antes da escravatura ali ter imposto as suas leis



Regata de Canoas do Golfo da Guiné – Com a participação: Libéria, Costa do Marfim, Gana, Benim, Nigéria, Guiné Equatorial, S. Tomé e Príncipe, Camarões, Gabão, Congo e Angola  - Ou, como alterantiva, uma regata bianual, nas duas maiores Ilhas.


Demonstração histórica e os primeiros passos para uma regata com veleiros e outras embarcações de recreio – Gabão, S. Tomé, Príncipe, Bioko, Nigéria.


Partilham a costa do Golfo da Guiné (de noroeste para sueste)Costa do Marfim; Gana, Togo, Benin, Nigéria, Camarões, Gabão.


Neste golfo, encontram-se as ilhas de: Bioko e Ano Bom (Guiné equatorial) e as Ilhas da República Democrática de S. Tomé e Príncipe -  Países convidados: Libéria, Congo e Angola





AS CANOAS SÃO AS EMBARCAÇÕES MAIS ANTIGAS DA HUMANIDADE E JÁ DERAM BASTAS PROVAS DE SULCAREM RIOS E MARES

8000 anos atrás, "barco mais antigo conhecido da África" ​​Nigéria. Canoa foi descoberta perto da região do rio Yobe, pelo pastor Fulani,  maio 1987, em Vila Dufuna ao escavar um poço. "Madeira quase negra" da canoa, que dizem ser de mogno Africano, como "inteiramente de material orgânico". Vários testes de rádio-carbono realizados em laboratórios de universidades de renome na Europa e América indicam que a canoa tem mais de 8.000 anos de idade, tornando-se assim a embarcação mais antiga na África e a terceira mais antiga do mundo. 8000 years ago africans invented a dufuna canoe in nigeria



Realização de uma regata anual ou bianual, envolvendo, canoas primitivas à vela e a remos, tripuladas por 4 a seis pescadores. Sem caráter competitivo - Apenas por razões de evocação e demonstração histórica - De que a fixação dos primeiros povos nas Ilhas do Golfo da Guiné, não fora apenas obra da colonização mas tendo início em períodos históricos bastante anteriores através de travessias em pirogas 


Nesta primeira demonstração, cada país participaria com quatro canoas - O apoio no mar, este conviria que fosse coadjuvado – No entanto, além da frota de apoio,  mesmo nesta primeira regata de canoas, nada impediria que, veleiros ou outros barcos de recreio, se associassem, com rotas paralelas,  à odisseia histórica, desportiva e festiva, conquanto não perturbassem a sua navegação


Qualquer baía tranquila está em condições de receber a frota das canoas "Coração d'África" - Naturalmente, que, querendo dar-lhe uma amplitude maior nos anos seguintes,  tornar-se-ia necessário prover as baías de acesso ou de partida com as indispensáveis marinas ou infraestruturas de aportagem  - Investimento, de resto, perfeitamente justificável, num tempo em que a navegação  à vela, se universaliza. 






EXPEDIÇÃO CANOAS DO GOLFO DA GUINÉ - RUMO ÀS ILHAS DO CORAÇÃO DE ÁFRICA - EVENTO COM REPERCUSSÕES MEDIÁTICAS DE GRANDE ALCANCE INTERNACIONAL








 Tratando-se de uma regata inédita,  mesmo sem carácter competitivo,  estou certo de que, uma tal expedição, poderia ser  suscetível de mobilizar não apenas a imprensa africana, como a mundial - Constituindo-se, também, como oportunidade de debate  e reflexão - Sobretudo, numa altura em que, os países do Golfo da Guiné, se deparam com um inimigo comum, a pirataria - Se promovem conferências e organizam comissões, ao mais alto nível-  Em evento apoiado pela ONU, países africanos buscam combater a pirataria do Golfo da Guiné  .....Comissão do Golfo da Guiné preocupada com actos de pirataria...Mil marinheiros foram em 2012 vítimas da pirataria no Golfo da Guiné


War canoes were used in Africa to transport troops and supplies, and engage targets onshore. While documentation of canoe versus canoe battles on the open ocean is rare, records from the 14th century mention various tribal peoples of West Africa using huge fighting canoes in inland waters, some up to 80 feet (24 m) and carrying over 100 men.  War canoe 





A ideia não é disparatada ou impossível de concretizar - A nossa experiência, nas várias travessias que realizámos – em canoas solitárias, de S. Tomé ao Príncipe; S. Tomé à Nigéria; Ano Bom a Bioko  - autoriza-nos a acreditar e a colaborar para a promoção de  uma regata, envolvendo representações dos vários países do Golfo da Guiné, com grandes laços históricos e culturais comuns.



Tal como disse, Thor Heyerdahl, no seu famoso livro Expedição Kon-Tiki sobre a travessia numa jangada do Perú às ilhas da Polinésia, para “provar a teoria de  que as ilhas dos mares do sul foram povoadas por gente do Perú,  “ sim dizendo que  “é mais fácil demonstrar o interesse dos outros com uma expedição de com um manuscrito que ninguém lé” – Acrescentaríamos, de que com mil conferências que apenas servem para cumprir  meros protocolos.



A FUGA DE ESCRAVOS NAS CANOAS –  Referida por Gerhard
Seibert, numa conferência, em 2009

…..escravos fugidos de São Tomé ou do Príncipe, realizaram em suas  canoas pelas correntes marinhas ligações à ilha de Fernando Pó. Em 1778,  o ano da transição do domínio Português ao da Espanha, um grupo de  ex-escravos de São Tomé e Príncipe viveu no sul de Fernando Pó.  (..)Após a abolição da escravatura em 1875, trabalhadores contratados africanos fugidos respetivamente, foram frequentemente devolvidos  pelas Autoridades espanholas para os seus senhores em São Tomé e Príncipe. Outros foram simplesmente entregues aos empregadores locais.

Um século mais tarde, em 1975, Jorge Trabulo Marques, partiu sozinho desta ilha numa canoa em uma tentativa de atravessar a Atlântico. Em vez disso, depois de uma odisseia de 38 dias, ele desembarcou em Fernando Pó. Ele era detido e interrogado pelas autoridades locais e depois repatriado  - Excertos de ]Equatorial Guinea's External Relations: São Tomé e ..


ÉPOCA DO GRAVANITO - TEMPO DE MAIOR ACALMIA E MENOS  VENTOSO E SEM O PERIGO DOS TORNADOS




A época das chuvas estende-se quase por 9 meses e é caracterizada por uma enorme instabilidade e turbulência nas ilhas e nos mares do Golfo da Guiné - Daí sugerir-se  nem neste período, nem no da  Gravana (altura em que, embora   não havendo ameaças de tornados, em que os ventos alísios do sul, sopram regularmente com um dos braços da corrente de Benguela, que vai perder-se a Norte do Golfo, ao mesmo tempo que outro braço se estende pela linha do equador, todavia com forte ondulação ) mas a do chamado gravanito -  ou seja, Dezembro ou Janeiro.

 TENDO COMO PAÍS COORDENADOR S. TOMÉ E PRINCIPE  - A PROMOVER EM COLABORAÇÃO DA FUTURA ASSOCIATION FRIENDS OF THE GULF OF GUINEA - ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO GOLFO DA GUINÉ:



O evento, de âmbito cultural e desportivo, em fase embrionária, que foi dado a conhecer informalmente ao embaixador de S. Tomé  em Lisboa, aquando das Comemorações do 38º aniversário da Independência de S.Tomé e Príncipe em Portugal, organizadas  pela ACOSP, nas Portas de Benfica, em Lisboa,  já conta com vários entusiastas (mais de duas dezenas de personalidades de várias áreas)  para a formação da Associação Amigos do Golfo da Guiné, Association Friends of the Gulf of Guinea, com delegações internacionais, a qual, entre outros objetivos  serviria de elo de ligação com as autoridades santomenses, nomeadamente, ministérios da cultura e do mar) e  outras entidades e instituições - Designadamente, associações existentes

A ÁFRICA CONTA COM OS MELHORES  RECORDES MUNDIAIS DE ATLETISMO - POR QUE NÃO HÁ-DE CONTAR COM OS MELHORES REMADORES E VELEJADORES, SENDO A PIROGA A EMBARCAÇÃO MAIS PRIMITIVA? - Já temos quem esteja encetando diligências junto de alguns países africanos.

Morreu o Paris Dakar, com veículos de todo o terreno, renasça e viva a regata RUMO ÀS ILHAS DO CORAÇÃO DE ÁFRICA  - Organização a cargo da   Associação Amigos do Golfo da Guiné - Association Friends of the Gulf of Guinea, em estreita ligação com as autoridades santomenses e dos vários países envolvidos







Com rumo determinado e sempre a navegar, dia e noite, tempo provável para dez a doze dias

 Gabão (Porto Gentil) a S. Tomé (Baía Ana Chaves) - Sem interrupções  à vela ou a remos na falta de vento  - Com uma paragem em S. Tomé e em cada  porto de acostagem de três dias: com eventos de vária natureza: de folclore, gastronomia e visitas guiadas aos media e participantes.



Associação Amigos do Golfo da Guiné - Association Friends of the Gulf of Guinea  - A constituir, (em fase embrionária) com delegações nos vários países desta região



Objectivos genéricos dessa associação:   demonstrar a possibilidade das canoas terem feito ancestrais ligações, entre o continente  e as ilhas, desde os tempos mais recuados, muito antes da escravatura ali ter imposto as suas leis - Desde milénios ou séculos antes de árabes e europeus  as terem demandado. Evocar os  tempos épicos desses primitivos contactos e  eventuais povoamentos 

Posteriormente, proceder a estudos arqueológicos nas ilhas, nomeadamente escavações nas margens das praias e enseadas expostas a leste, sobretudo nas  mais tranquilas, nas quais poderiam ter aportado e construído os seus abrigos - Se houve ligações, é bem provável que existam machados de pedra, alguns sinais da existência de fogueiras e de artefactos em osso (marfim) ou em pedra, que possam atestar de eventual presença humana na pré-história. 


Promover conferências e instituir prémios a estudos ou outras obras que se reportem ao Golfo da Guiné  - Promovendo a segurança,  a defesa dos recursos e das agressões da poluição das suas águas - Juntar a voz   ou solicitar a colaboração de outras instituições já existentes.

Ter presente e pugnar 
para que este tão antiquíssimo meio de navegação seja preservado e salvaguardo, colaborando com  associações de pescadores ou com outras instituições, contribuindo para fornecer aos pescadores conhecimentos de náutico e de sobrevivência mais aprofundados - Propondo ou mesmo organizando regatas ou festivais de canoas primitivas, de âmbito local ou internacional. As embarcações de fibra, poderão salvar algumas árvores mas matam a mais antiga tradição do homem africano com o mar - O progresso e o futuro nunca se constroem, em base sólidas e douradoras, erradicando a memória do passado -


NAS  TEMPESTADES NAUFRAGAM OS GRANDES BARCOS MAS SALVAM-SE VIDAS EM PEQUENOS BOTES 



Quanto maior é a  nau maior é a tormenta - Enquanto os grandes navios estão sujeitos a mergulhar nos turbilhões das ondas e afundarem-se, as pequenas embarcações dançam livremente, tal qual as gaivotas, sobre as suas cristas ou as cavas - É o que acontece com as lendárias pirogas. 


Navegar numa canoa no alto mar, sozinho, é tarefa muito difícil e demasiado arriscada, porém, em equipa, torna-se bem mais fácil.  - E mais ainda se a expedição for acompanhada com barcos de apoio: pois não se trata propriamente de empreender uma aventura, de colocar em risco vidas, mas, essencialmente, de realizar uma demonstração: das travessias que  poderiam ter sido feitas por arrojados navegadores da costa africana 

CINCO DIAS À DERIVA - A ODISSEIA DE DOIS PESCADORES DA PRAIA GAMBOA QUE FORAM PARAR AO GABÃO

O drama ocorreu há 40 anos.  Referíamos na reportagem que então efectuámos para a Semana Ilustrada, de Luanda, "apaixonados que somos pelas lides do mar (e também porque já estivemos em apuros mais ou menos idênticos), não resistimos à tentação de procurar  localizar esses dois homens e com eles estabelecer diálogo" 

O DIA DA PARTIDA

(...) "Foi no dia 12 de Junho do corrente ano, que Manuel Quaresma e Fernando Afonso - aquele com 32 e este com 40 anos - se fizeram na sua canoa ao mar. Largaram de manhã cedinho, como habitualmente. O sol, muito brilhante nesse dia, nascera-lhes lá fora, ao largo. Com eles, outros companheiros de faina, partiram em suas canoas. Iam pescar,  para algumas milhas mas com a Ilha sempre à vista. A tê-la constantemente a seu lado, pois nenhum deles possui processos de orientação. Pescar era pois o objectivo de todos. E o de voltar, como não podia deixar de ser. Porém, para Manuel Quaresma e Fernando Afonso, tal não aconteceria. Um tornado surpreendeu-os, deixou-os desorientados e completamente à deriva. Eram mais ou menos duas da tarde quando isso aconteceu. O mar ficou de calema, segundo a linguagem sua, a ilha encoberta por densa neblina  e o horizonte esfumou-se. A partir de então ficaram sem saber em que ponte se encontravam e para onde navegavam. 

(...) Salvos cinco dias depois

Não foi tanto a fome que os martirizou mas a sede - "Para mitigar a sede, sobretudo a secura dos lábios e da boca, que a ardência de um sol forte, equatorial, impiedoso, os causticava, valeram-se de óleo de palma (imagine o leitor qual não terá sido a aflição dos pobres homens para chegar a este ponto!) e chuparem os próprios chumbos para criarem saliva na boca" (....) Eram decorridos já cinco dias e cinco noites, quando finalmente, viram contornos de terra" - Excerto de uma reportagem de quatro páginas

Vangelis - Em Homenagem à grande aventura da Diáspora da Mãe África 

 .

   
Canoe, Rivers Province, Nigeria



A GRANDE EPOPEIA AFRICANA NÃO PODE SER IGNORADA -  - O continente africano é o berço da humanidade: foi daí que irradiou o Homo sapiens . Os seus homens e mulheres, povoaram lugares nunca dantes povoados; atravessaram continentes, criaram civilizações, culturas e formaram reinos - E, mesmo os que nunca dali partiram para a grande aventura da Diáspora, tinham os seus costumes, as suas tradições e  as suas hierarquias - Eram livres à sua maneira.  O  europeu veio mais tarde para usar e corromper  os próprios comerciantes de escravos, ficando  eles com a fatia de leão: para dividiram territórios, humilharem, dominarem e escravizarem as populações a seu belo prazer, usurpando as suas riquezas



MÁ MEMÓRIA - ALGUMAS CANOAS TAMBÉM FORAM USADAS NO TRANSPORTE DE ESCRAVOS

Mais de um milhão de pessoas teriam morrido, no meio" do Atlântico, devido às condições desumanas a bordo dos navios negreiros e supressão brutal de qualquer resistência.

Mas também houve chefes tribais que (embora lucrando menos) colaboraram no mesmo hediondo crime - Muitos escravos, capturados no interior Africano, morreram na longa viagem até a costa.BBC NEWS | Africa | African slavery apology 'needed'



Quando os europeus demandaram a costa de África, já os africanos, há muito mais tempo, haviam sulcado o litoral marítimo, subido e descido os rios e ligado as ilhas limítrofes  com as suas pirogas talhadas em enormes troncos de árvores

MAS OUVE QUEM REPARASSE NESSE FACTO: - Para alguns cartógrafos do século XVII, as pirogas assumiam a mesma importância  que as caravelas - lá tinham as suas razões: ambas dominavam os mares no Golfo da Guiné 

...........



AS CANOAS DE  SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE SÃO MAIS PEQUENAS QUE AS DO LITORAL AFRICANO -  As ilhas são montanhosas e as roças também não permitiam o abate de  grandes árvores - Mas a ligação dos primeiros povos foi  realizada a partir da costa africana para as ilhas à vela e a remos. Atualmente, são frequentes as viagens da Nigéria para São Tomé, com auxílio de motores fora de borda- O regresso é feito à vela e a motor.  VEJA ESTES DOIS EXEMPLARES shippage 5.html - ELDER DEMPSTER MEMORIES.***Praia de Eleko, Lagos, Nigéria Posteres de Zazzle.pt*******THE SAMINAKA COMPASSNigerian Regattas and Saminaka's African

DESCOBERTAS PORTUGUESAS - OMISSÕES E ABSURDOS

(...) "o tope comercial dos descobrimentos, em 1466,  era a Serra Leoa. Comercial. E não de forma alguma geográfico (...) Da Serra Leoa por diante e até ao Rio Lago, da actual Nigéria, os aspectos da geografia humana mudavam inteiramente. Entre o Senegal e a Serra Leoa dominava o urbanismo flúvio-marítimo. Dali por diante, ao contrário, a população encontrava-se disseminada  ao largo do litoral em pequenas aldeias; depois do Cabo das Palmas e por toda a Costa do Ouro era muito densa, mas fraccionada em unidades mínimas, que não obedeciam a qualquer organização política, como a dos mandigas. Enquanto aquele império se desenvolvera numa zona de estepes e savanas, propícia ao deslocamento de grupos humanos, ao contrário, desde a Serra Leoa por diante  e ao largo de quase todo o Golfo da Guiné a grande floresta tropical bordava as costas, impondo a disseminação dos homens, cortando-lhes os movimentos em terra e impelindo-os para  o mar" Diz o historiador Jaime Cortesão Volume II - In "Os Descobrimentos Portugueses 

As viagens marítimas são talvez tão antigas como os mares.Os fenícios, entre 1200 a 600 a.c., foram os maiores marinheiros do mediterrâneo - Mas não só: transpondo as Colunas de Hércules, entraram  no Atlântico e navegaram para sul. - O Periplus Hannonis  - É disso um extraordinário exemplo e  talvez o primeiro massacre das Ilhas do Golfo da Guiné


 "Em data indeterminada da primeira metade do século VI a. C. (apontam-se datas que vão de 560 a 425 a.C.), quando Cartago estava no seu apogeu, foram organizadas expedições destinadas a conhecer e colonizar as costas atlânticas. Foram encarregues dessas tarefas Hanão, que deveria explorar as costas africanas para sul do Estreito de Gilbraltar  e  Himílico  que deveria explorar as costas europeias para norte daquele estreito. Seriam irmãos, embora tal possa ser em sentido não literal.

 14.(...)continuámos viagem durante cinco dias ao longo da costa, até que chegámos a uma grande baía, que de acordo com os nossos intérpretes era o Corno do Ocidente. Nela havia uma grande ilha, na qual existia uma lagoa, salgada como o mar, e nela outra ilha. Aqui desembarcámos. De dia não conseguimos ver nada a não ser floresta, mas durante a noite vimos muitos fogos acenderem-se, e ouvimos o som de flautas, o bater de címbalos e tambores e os gritos de uma multidão. Tivemos medo e os nossos adivinhos aconselharam que deixássemos a ilha.

 18. Neste golfo havia uma ilha, parecida com a primeira, com uma lagoa, no interior da qual havia outra ilha, cheia de selvagens. (...)  Apesar de os termos perseguido, não pudemos apanhar nenhum macho: todos escaparam por serem grandes trepadores que se defendiam atirando pedras. Contudo, capturámos três mulheres, que se recusaram a seguir os que as tinham apanhado, mordendo-os e arranhando-os com as garras. Por isso, matámo-las e tirámo-lhes as peles, que trouxemos para Cartago. Não navegámos mais, pois as nossas provisões começavam a escassear".Excerto de Hanão


LIBERTE-SE DE FICÇÕES E FANTASMAS SOCIAIS, DE PRECONCEITOS RELIGIOSOS E RACISTAS  DO PASSADO... NÃO SE IMPORTE DE DIZER:

QUE AS ILHAS DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE   -E, TAMBÉM, ANO BOM   E  BIOKO (EX-FERNÃO DO PÓ)-  SÃO POSSUIDORAS, NÃO DE CINCO SÉCULOS DE POVOAMENTO E COLONIZAÇÃO MAS DE UMA ORIGEM ANCESTRAL MAIS REMOTA, QUE SE PERDE NA GRANDE JORNADA DA HUMANIDADE.

Existem mapas antigos que atestam pelo menos os contactos e o conhecimento dessas ilhas - Demonstrei a possibilidade dessa ligação poder ter sido feita por povos do litoral africano, através das suas pirogas, antes de quaisquer outros colonizadores, ali aportarem. - 
Possibilidade, essa, sempre omitida na historiografia colonial 


IRONIA DO DESTINO - O QUE NO TEMPO DAS CARAVELAS, FIZERAM AOS NEGROS, NO  GOLFO DA GUINÉ, FAZEM AGORA AS CANOAS AOS NAVIOS QUE DEMANDAM AS COSTAS DO NÍGER E BENIN 




Dir-se-ia que formam autênticas frotas de guerra: "A onda de ataques tem-se concentrado no Golfo da Guiné, na costa da Nigéria e do Benin e conduziu naturalmente a preocupação crescente na indústria do transporte. Em Agosto de 2011, as seguradoras marítimas em Londres adicionou as águas da Nigéria e do Benin para uma lista de áreas de alto risco, como resultado de ataques de piratas aumento no Golfo Piracy on the Rise in the Gulf of Guinea as Niger Delta ..

URGE PACIFICAR O GOLFO DA GUINÉ - MUITAS SÃO AS AMEAÇAS 

"Inundações costeiras devido a fatores meteorológicos são eventos sazonais e conjunturais que têm impactos enormes sobre a costa do Golfo da Guiné. Por exemplo, entre Junho e Setembro de 1999, 2000, 2001, 2003 e 2004 alguns países do Golfo da Guiné (Nigéria, Benin, Togo, Gana e Cote d'Ivoire) tiveram chuvas excepcionalmente fortes, inundações, enquanto as tempestades tropicais afetaram  Gâmbia Gana e Senegal. Uma série de ondulações violentas na forma de picos foram liberados na costa da Nigéria entre 16 e 17 de agosto de 1995. A mais devastadora dessas vagas ocorreu em 17 de Agosto de 1995, entre 6,00-10 GMT e resultou na inundação um grande parte da costa nigeriana (Fig. 4). A natureza de baixo da zona costeira GOG faz com que as áreas suscetíveis a inundações, especialmente durante os meses chuvosos de Maio a Setembro. Dados do marégrafo de Lagos mostraram  que as tempestades de 16 a 17 Agosto de 1995 e 23 de julho 2005, que inundou a Ilha Victoria coincidiu com a maré alta"

"Aumento do nível do mar, bem como de subsidência localizada, também é esperado para agravar a erosão costeira e inundação da região. Awosika et. al. (1992) estimou que cerca de 18,120-18,396 km 2 de Nigerianos áreas costeiras poderia estar em risco até o final do século XXI com um mar de um metro elevação do nível. Isto é esperado para colocar cerca de 3,18 milhões de pessoas em risco. Valores em risco poderão ascender para $ 18.134 milhões. Nicholls et. al.,. (1993) também estimou que um aumento do nível do mar poderia, com  um metro, colocar cerca de 6.042 a 6.073 km2 da costa do Senegal em risco. Isso poderia novamente arriscar as vidas de 109.000 para 178.000 habitantes das zonas costeiras, enquanto que valores arriscando no valor entre US $ 494 e 707 milhões dólares para um aumento de um metro do nível do mar (francês e Awosika, 1993"

"Outros desastres como a erosão costeira está a devastar grandes áreas da costa do Golfo da Guiné. A barra de praia em Lagos, a praia cemitério nas praias Gambia, Keta e Labadi em Gana, o New Cidade de praia em Cotonou, são áreas onde a erosão tem causado devastação e desastre. Embora as actividades antropogénicas sejam responsáveis ​​pela maior parte da erosão, natural oceanográfica
forças como onda intensa e clima corrente são também responsáveis ​​por alguns erosão"

(...) CONCLUSÃO
 
"A necessidade de um sistema de alerta integrada e Africano-gama precoce é agora imperativo para avisar  as populações costeiras dos perigos iminentes de enchentes, terremotos e outros costeiros associados  perigos. Tal sistema de alerta precoce deve incluir uma rede de marégrafos, movimento de terra dispositivos de monitoramento (sismógrafos) e sistema de comunicação eficaz para permitir em tempo real o intercâmbio de dados e informações de alerta. O desenvolvimento de bases de dados de atlas marinhos nacionais  em ODINAFRICA III deve ser mais vigorosamente perseguido. Esses bancos de dados e atlas devem  ser estudos indispensáveis ​​para os governos e da política na gestão do litoral  de desastres e implementação de sistemas de alerta precoce"  - Excerto traduzido Restricted Distribution ODINAFRICA-III/6.5 Nairobi, 20 April 2006 ..

COM O NAVEGADOR FRANCÊS ANTOINE





São Tomé - Fev. 1975 -  Dias antes da partida de S. Tomé para a Nigéria , numa troca de impressões, com o navegador solitário francês Antoine(chanteur) - Wikipédia que tinha aportado à Ilha num veleiro, na escala de uma viagem solitária, a quem confidenciei a intenção de fazer a travessia à Nigéria, tendo-me oferecido uma carta marítima da região..





sozinho, em pirogas primitivas, sem quaisquer meios de comunicação com o exterior, munido apenas de uma simples bússola(mais das vezes guiado pelo sol, pelas estrelas, correntes e ventos dominantes - e até o voo das aves -

Recuando, tanto quanto possível a esses primórdios. Em demanda da derradeira origem das Ilhas do Paraíso

Claro que me deparei com imensas dificuldades: - duas das três canoas que usei (embora não tendo mais de 60cm de altura por um metro de largura) eram compridas e  precisavam de mais dois braços.  E, os antigos povoadores, dificilmente  teriam partido sozinhos ao seu encontro. Muitas das pirogas que ainda hoje se constroem nos países que bordejam o Golfo, são enormes e podem ser remadas por muitos braços  de mulheres e homens.




NÃO CHEGUEI ATRAVESSAR O OCEANO ATLÂNTICO, TAL COMO ESPERAVA MAS CONTINUO ACREDITAR QUE SÃO POSSÍVEIS LONGAS TRAVESSIAS

MESMO ASSIM:


COMPROVEI QUE AS CANOAS VÃO AO CABO DO MUNDO: - NAVEGUEI E FUI ARRASTADO POR CENTENAS DE MILHAS: LIGUEI AS ILHAS E ESTABELECI LIGAÇÕES DE UMA DELAS AO CONTINENTE


SOZINHO E AO LONGO DE SUCESSIVOS DIAS É EXTREMAMENTE  ARRISCADO E MUITO  DIFÍCIL NAVEGAR A BORDO DESSAS FRÁGEIS EMBARCAÇÕES - E, SE EU NÃO FIQUEI NO MAR, TALVEZ O DEVA A UM FELIZ ACASO - MAS NÃO ESTOU ARREPENDIDO, POIS SAFEI-ME POR TRÊS VEZES.


OS PESCADORES (NAS ILHAS) AOS QUAIS SE INCULCOU O FANTASMA DE QUE SÓ GENTE DE FEITIÇO É QUE O TORNADO NÃO VOLTA A CANOA OU QUE O "GANDÚ" NÃO ENGOLE "PERNA DE GENTE", PODERÃO ESTAR DESCANSADOS: 


SE A TEMPESTADE ALGUM DIA OS SURPREENDEE OS ARRASTAR PARA FORA DO ALCANCE OU DO HORIZONTE DA SUA PRAIA E DA SUA QUERIDA ILHANÃO SE IMPORTEM; DEIXEM-SE LEVAR PELO SEU ÍMPETO!
NÃO CRUZEM OS BRAÇOS E SE DÊEM POR VENCIDOS: 

REMEM OU VELEJEM, SEMPRE QUE PUDEREM. OU ENTÃO DEIXEM QUE A CANOA VOGUE À FLOR DAS ONDAS, QUE O MAR NÃO QUER NADA QUE LHE SEJA ESTRANHO E ALGUM PONTO DA COSTA, HÃO-DE IR PARAR.

Sim, prende-nos uma paixão especial pelo mar e pela investigação histórica e científica, que ainda não esmoreceu  - Partimos para o mar, desafiando os maiores perigos, não fomos às cegas, preparamo-nos intensamente. Já não temos a mesma idade mas o gosto de questionar o passado, ainda não desfaleceu.  Uma paixão que veio a ter seguimento, anos mais tarde,  "navegando em terra"   com a descoberta dos calendários solares, em Chãs, de Foz Côa, Portugal, onde somos responsável pela celebração do solstício e do equinócio,   a que nos referimos noutro site Já ali  levamos todas as televisões portuguesas e vários jornalistas da  imprensa estrangeira. Estas jornadas,  deram-nos alguma experiência. Estamos convictos de que a regata a que nos referimos, desde que, cada país se encarregasse de mobilizar equipas para duas canoas, cada uma de 4 a 6 pescadores, teria grandes possibilidade de ser bem sucedida e corada de êxito

NOTICIAS DE S. TOMÉ


16.07.2014 - Como nos séculos passados, criminosos agem em alto-mar. A diferença é que agora estão à procura de embarcações com pescado, galões de combustível ou barris de petróleo.
Alguns dias de trabalho em alto mar haviam se passado. A tripulação do Dona Simoa se preparava para deixar Porto Gentil, na costa do Gabão,  e voltar para São Tomé Príncipe. Daniel Veloso, que há mais de 10 anos é pescador, estava entre os 12 tripulantes que foram surpreendidos por um grupo de criminosos que chegou em outra embarcação. "Era um barco tipo bote, com poucas coisas, mas com uma tripulação de 22 pessoas. Ao princípio nós achámos que precisavam de ajuda, mas quando encostámos no barco, fomos atacados. - Excerto de Jornal Transparência


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