Jorge Trabulo Marques Jornalista
Elevador da Glória , em. Lisboa, descarrilou. E matou 15 pessoas– Neste local há 25 anos, abriu os braços o ator de O FANTASMA., meu conterrâneo, Já falecido O acidente provocou a morte de15 pessoas e 23 feridos . Ricardo Moneses, era natural de Castelo Melhor, Foz Côa - Meu abraço aos jornalistas que ali permaneceram horas seguidas e minha sentidas condolências às famílias tão duramente surpreendidas
FOI DECLARADO LUTO NACIONAL - O elevador, que liga os Restauradores, ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros, é muito procurado por turistas, tombou junto à Avenida da Liberdade.
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Os passageiros feridos foram assistidos nos hospitais da Amadora, São Francisco Xavier, Santa Maria e São José. Já não há pessoas Considerado uma das maiores tragédias das últimas décadas em Lisboa.
TRÁGICO ACIDENTE QUE FAZ LEMBRAR O SINÓNIMO DE FANTASMA NO PIOR SENTIDO DA PALAVRA
O Fantasma, com enredo de algum modo relacionado com a sua situação: ou seja, de um jovem que trabalhava para a companhia de limpeza urbana, e que possuia uma relação bastante obsessiva com sexo e com sensações físicas no geral
.O Fantasma estreou a 8 de setembro de 2000 no Festival Internacional de Cinema de Veneza, onde competiu para o Leão de Ouro. Comercialmente, o filme foi lançado nos cinemas de Portugal a 20 de outubro do mesmo ano.
Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Lisboa dos anos 50 – Marçano aos 12 – Recordações do Menino Escravo nas velhas mercearias da capital - De caixote sobre o ombro a subir ingremes escadas em caracol pra levar as compras aos clientes, de que dependia das gorjetas de centavos e a ter que dormir nos jardins, quando o patrão dava o chuto
Era uma criança... e todavia já um escravo |
O patrão fazia dos meninos marçanos-criados, garantia-me a comida e a dormida numa tarimba mas não me pagava mais nada. Dependia apenas das magras gorjetas dos clientes, que era uns míseros centavos.
Como me recusasse a seguir a severa rigidez no relacionamento com os chamados serviçais, tratando os trabalhadores por tu, ao velho estilo colonial, como consequência, o patrão, um tal administrador, Sr. Pereira, não tardou a enviar-me de castigo para o sul da Ilha, na Roça Ribeira Peixe - a contar cacaqueiros velhos numa área infestada de serpentes venenosas
ESTA LISBOA JÁ NÃO É A MESMA DOS MEUS TEMPOS DE CRIANÇA
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Antiga mercearia,das crianças escravas -Web |
Bairro Alto |
Conheço o Bairro Alto desde rapaz. Guardo daquelas ruas velhinhas muitas recordações. Mas , desse tempo, pouco mais resta que o seu casario. Está tão descaracterizado! Tão diferente! Sou de uma pequena aldeia nortenha.
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A casa onde nasci |
Mal acabei a instrução primária, vim procurar a vida na grande cidade alfacinha, como marçano - Tinha que aprender a escola antiga dos patrões. Servir o cliente com subserviência mas ir-lhe ao bolso nas compras..
Todos queriam que roubasse uns gramas e eu não tinha jeito para isso. Andei lá pelos penhascos agrestes atrás das ovelhas do nosso pastor e as minhas mãos não estavam talhadas para maniganças aligeiradas(mas eficazes) nas balanças. Acabavam por me mandar embora ou era eu a despedir-me
Calçada de Santana |
Marçano aos 12 anos nesta esquina |
Receava os vadios e envergonhava-me da vida humilhante que levava. Além disso, não tinha dinheiro para pagar nas pensões, pois o pouco que me restava era para matar a fome com umas carcaças. E também não me queriam hospedar por ser menor.
Uma manhã acordei de tal maneira enregelado, que, mal me levantei, logo caí! - Oh como eram longas e frias aquelas horas da noite e da madrugada!... Ouvia-as bater nas torres das igrejas... Custavam-me tanto a passar!... Mas, uns dias depois , lá acabava por arranjar outro patrão.. Era quase de borla, sempre ao seu dispor e qualquer mercearia gostava de ter o rapaz-marçano.
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