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terça-feira, 5 de agosto de 2014

São Tomé – Os seis pescadores desaparecidos chegaram a Bata – Ao enclave da Guiné Equatorial no continente africano – Nove dias depois de terem sido deixados à sua sorte – O nosso alerta tinha razão de ser – Autoridades santomenses limitaram-se “ a esperar” não mexeram uma palha – E podiam talvez ter evitado tanto sofrimento.

Depois não deixe de ler o que publicamos, há uns dias, sobre o desaparecimento dos seis pobres pescadores, neste site, no post anterior - Em Drama no Golfo da Guiné - Quem socorre os 6 pescadores de São Tomé desaparecidos há seis dias?
  - Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista




 Refere o telanon.info que "Os 6 pescadores da cidade de Neves que desapareceram no mar há 9 dias, terão sido levados pela corrente marítima para a Guiné Equatorial." - Terão sido ou foram? - 

Felizmente, depreende-se que acabaram por acostar ao continente africano. - Pormenores mais à frente.

Enquanto há vida há esperança e eu sempre acreditei que poderiam estar vivos. Porém, tal como aqui referi no post anterior, vivendo momentos de enorme angústia e sofrimento. Todavia, as autoridades santomenses, limitaram-se a esperar, alegando que neste momento o Estado são-tomense tem limitações para lançar uma operação de busca e salvamento. Primeiro porque não se tem a localização dos pescadores desaparecidos, por que não levaram os materiais de navegação, nomeadamente o reflector de radar

SEMPRE ACREDITEI QUE PUDESSEM ESTAR VIVOS

Dizia eu, há 4 dias: "Não me posso resignar ao “só resta esperar” A este intolerável fatalismo – Eu que vivi a angustiosa experiência de 38 dias à deriva numa piroga no Golfo da Guiné, sei quanto é angustiante a situação de um náufrago! – Se não foram vítimas de pirataria, acredito que ainda possam estar vivos – Porém, vivendo momentos de indiscritível angústia e incerteza

Anos 70 - Foto do autor deste site

Tal como referi  "É intolerável  que, um país, pelo facto de não dispor de recursos,  cruze os braços – limitando-se a esperar. Se bem que já tenha efetuado buscas de salvamento num naufrágio de turistas (leia a noticia mais à frente)  Ou  então que, os países vizinhos, a comunidade internacional, não lhe garantam ou confirmem  o indispensável apoio.

 E também não se compreende que, só quatro dias depois de terem desaparecido, fosse dada a noticia na comunicação social

Agora, mais importante de que se apurarem as causas, dos sempre palavrosos inquéritos à posterior, há que refletir – Não tanto  porque não levaram o equipamento – se bem que esta questão é importante que seja debatida e questionada – mas a razão pela qual um país deixou seis homens abandonados no mar à sua sorte – Limitando-se a esperar que a sorte os protegesse. Este é, no meu modesto ponto de vista, o aspeto que convém não descurar e que deve merecer aturada e profunda reflexão .

ENTRETANTO A BOA NOVA NOVE DIAS DEPOIS

Cuja notícia, publicada, tomo a liberdade de aqui transcrever

"Os 6 pescadores da cidade de Neves que desapareceram no mar há 9 dias, terão sido levados pela corrente marítima para a Guiné Equatorial. A capitania dos portos de São Tomé e Príncipe, Rui Vera Cruz, anunciou a boa nova, após confirmação obtida do país vizinho. «Quero manifestar a nossa satisfação por saber que esses pescadores estão em vida. Felizmente tivemos a notícia de que os pescadores estavam em Bata», referiu o responsável da capitania dos portos.

A deriva os 6 pescadores que navegavam em 3 canoas, acabaram por chegar a Bata, cidade da região continental da Guiné Equatorial.

A capitania dos portos promete investigar as causas dos sucessivos desaparecimentos de pescadores nesta altura do ano. «Temos que acompanhar isso porque o fenómeno começa a ser muito repetitivo. Para aquilo que é a nossa experiência normalmente essas perdas acontecem no período de janeiro à Fevereiro em que por causa do nevoeiro reduz a visibilidade. Nesse momento não é o caso», pontuou.

Sensibilização dos pescadores para utilizarem os equipamentos de navegação marítima, que lhes foram ofertados, depois da devida formação, através do projecto Mudanças climáticas financiado pelo Banco Mundial, é prioridade. «Tudo isso é uma prática que se tem que introduzir. Não só os materiais de navegação, mas também aconselhamos os pescadores a levarem água suficiente, capas de chuva etc, Mas eles continuar a ser resistentes em levar esses materiais para a faina», explicou.
A capitania dos Portos, fez saber que se os pescadores que desapareceram tivessem levado o reflector de radar, a unidade daa guarda costeira poderia localiza-los e então avançar com uma operação de busca e salvamento. Pescadores desaparecidos chegaram a Bata | Téla Nó

ERAM UNS POBRES PESCADORES – MAS, SE FOSSEM TURISTAS ENDINHEIRADOS, NATURALMENTE QUE NÃO FALTAVAM RECURSOS

NÃO HÁ MEIOS PARA ESTES POBRES PESCADORES MAS JÁ HOUVE PARA TURISTAS

Tal como referi na postagem anterior, não há meios para estes pobres pescadores, mas houve para turistas:

17 de Setembro de 2008 – Veja-se a diferença – para uns houve e para outros, o esquecimento: Dois pilotos da companhia aérea são-tomense, STP-Airways, disseram ao Téla Nón, que vão realizar voos de reconhecimento na zona do sinistro para tentar encontrar os passageiros dados como desaparecidos. São cerca de 14 pessoas que não foram resgatadas na operação de socorro da última noite. O Téla Nón registou também noporto de São Tomé, o lançamento ao mar de uma vedeta privada contratada pelo estado são-tomense para reforçar a busca. Por sua vez o Governo regional do Príncipe, pela voz de Carlos Gomes(na foto) já reagiu ao acidente, tendo responsabilizado os sucessivos governos da república como sendo os responsáveis por mais este desastre - Intensificam-se as buscas dos passageiros que desapareceram após o naufrágio do navio Therese na noite de terça-feira

Não resignados enviamos o nosso apelo aos membros da Associação da Imprensa Estranageira, acreditada em Portugal, a quem agora vamos também dar a boa nova..

QUEM SOMOS?

O mar chama por nós, somos ilhéus!
Trazemos nas mãos sal e espuma
cantamos nas canoas
dançamos na bruma

somos pescadores-marinheiros
de marés vivas onde se escondeu
a nossa alma ignota
o nosso povo ilhéu

a nossa ilha balouça ao sabor das vagas
e traz a espraiar-se no areal da História
a voz do gandu
na nossa memória...

Somos a mestiçagem de um deus que quis mostrar
ao universo a nossa cor tisnada
resistimos à voragem do tempo
aos apelos do nada

continuaremos a plantar café cacau
e a comer por gosto fruta-pão
filhos do sol e do mato
arrancados à dor da escravidão

 Olinda Beja

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